Poeta Viver Sozinho Solidao

Cerca de 90613 frases e pensamentos: Poeta Viver Sozinho Solidao

PASSARINHO

O passarinho, pelo céu, passa
Entre galhos, voo, mansinho
Desliza toda a sua graça
És livre no seu livre caminho

Na secura do cerrado, reaça
Entre tortos galhos, seu ninho
Num canto de encanto, bocaça
Aveludando a aridez num alinho

Lá, cá, acolá, na frente, na regaça
Em bando, passarinho, sozinho
És leve, garrido, como a cassa
Em galhos macios ou de espinho

Voa deslizante, de braça em braça
No campo, praça, qualquer cantinho
O passarinho, bom prol nos faça!
Ás, lento, alto ou baixinho, passarinho...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
28 novembro, 00’25” – 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

"Quem guardará os Guardas?"
Do original Latino:
"...Quis custodiet ipsos custodes?"

Inserida por profeborto

SONETO NUMA SÓ DIREÇÃO

Tudo é ligeiro, fulgaz e pura ilusão
Do pó, e para o pó, somos nada
Mal desperta a quimera sonhada
Vem logo a sorte na contramão

O tempo nos engana, só fachada
Então, ter vaidade, é mundo vão
Primavera florada, inverno, verão
Outono de folhas ao vento levada

O que as mãos remam, passaram
A emoção faz do coração morada
Nesta trilha de dúvidas, vastidão

Porém, o amor, ah! Este é jangada
De velas içadas, numa só direção
Levando a alma, numa só toada

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Janeiro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

MÁSCARA DE CARNAVAL

Máscara de Carnaval...
És da folia aguerrida,
não és fingida...
Pulsa, faz-se gente,
brilha, não mente,
da alvorada ao poente...
Na quimera presente.
Afinal,
é CARNAVAL...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018 fevereiro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

“... Professores ideais são aqueles que se transformam em pontes e que convidam os alunos a cruzá-la, depois de ter facilitado sua passagem, com alegria e colapso, incentivando-os a criar pontes
a partir de suas próprias atitudes...!"

Inserida por profeborto

" Para que os homens deem um único passo para dominar a natureza por meio da arte da organização e da técnica, antes terão que avançar três em sua ética..."

Inserida por profeborto

SILÊNCIO EM SILÊNCIO

Do que valeu
a noite, se rasgando na madrugada
onde se perdeu
na fronte da poesia imaculada
ativando a quimera do cerrado
numa fronha pisoteada
de um leito calado
duelando num ritual sem cerimônia
do poetar e o fado cansado.
Se só restou apenas a insônia.

O vento mudo,
em troca, tagarelava
totalmente sem conteúdo
com o sono, e assim falava
de sonho sanhudo
fados inconfessos
silêncio em silêncio, rudo.
“Se somente sou quando em versos.”

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2018, 3’05”
Cerrado goiano
Paráfrase Thiago de Mello

Inserida por LucianoSpagnol

INTERROGAÇÃO (soneto)

Indago se a loucura é traça
Aqui pergunto sem saber
Se sou são ou uma farsa
Quem pode me responder?

Que tenho alguma graça
Lá isto é do meu querer
Finjo fingindo chalaça
No fingimento sem ter

Aqui pergunto aos senhores
Quais são os tais louvores
Do poeta mineiro do cerrado?

Sou Luciano Spagnol, alguém
Trago no olhar: - paz e bem...
Porém, quer só ser amado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Parodiando Ana Cristina Cesar

Inserida por LucianoSpagnol

TUDO É FOI (soneto)

Num piscar de olhos, tudo é foi
Outros aléns são rapidamente
O tempo feroz é que nos corrói
E gera o amanhecer diferente

Então que o erro nos perdoe
Que a sorte seja contundente
Os olhares, olhares nos doe
Momento, muitos e ardente

Presenças, maior que a falta
Onde amor seja lhana pauta
E nos incendei da tal paixão

Nada nem sempre é à ribalta
Apressado por nós sem falta
A vida, em sua combustão...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 27 de maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DA PARTIDA

Ao despedir do cerrado, central sertão
na noite, eu deixarei a luz da lua acesa
a minha admiração posta, fica na mesa
e as lembranças largadas no árido chão

Os cuidados, ao pai, deixo minha certeza
que o bem é mais, mais que a ingratidão
que a vida com amor é repleta de razão
e que o sono só descansa com nobreza

Talvez sinta falta ou talvez só indagação
o que importa foi a história com clareza
e paz que carrego no adeus com emoção

E nesta canção de laço e fé no coração
a esperança na bagagem, única riqueza
se parto, também, fica a minha gratidão

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AMAR DO VERBO AMOR

Amar do verbo amor, como enunciar?
Amor é complemento ao sentimento
Que acompanha o substantivo alento
Instinto sublimado do ser e do estar

Muito se pode nas flexões dele ligar
Só ter no verbo um desejo sedento
E um coração capaz de ter portento
Onde dele não se tem como olvidar

Não se une amor sem ter o elemento
Amar, é no presente ao se conjugar
Mais que perfeito n'alma, tal alimento

De tudo o amor também é o vigorar
Transitivo direto no encantamento
Que só saberá quem dele enluarar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE IMPROVISO

Vem desse ar seco do cerrado
Um soneto tangido pelo vento
Que retumba do ipê frondado
Brisando odor no pensamento

Uma canção mágica de alento
Tal qual um afago resbuscado
Desfolhado em encantamento
Inebriando o estro engasgado

Um sopro de tão suavemente
Sentido, tão leve se presente
Que a alma sente sem perceber

É visão poética e contundente
Que traz fascinação para gente
Bela, que no encanto a de haver

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

JUNHO

Mês do arraial
Frio e quentão
Mês tradicional
Festa e emoção
Casal em ritual
O amor aportou
Se avexe, não:

- Junho já chegou!

... não sei o que vem pela frente,
com fé, Deus, cuida da gente!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO REFLEXIVO

Pare. Ouça o seu compasso
Seja você no seu único ser
Apressada é a vida no viver
Lentamente dê cada passo

Volte. Resgate cada perder
Fracione a soma em pedaço
Desate os nós, dê mais laço
Não te apavores num só ter

Espere. Descanse o cansaço
Escute. Pra que então correr?
Nesta vida só vale se for valer

Siga. Se breve, bom é sobreviver
Só quem se atreve ganha espaço
Pois, simetria abranda o sofrer...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

PELOS SONHOS ANÔNIMOS

Clamo hoje pelos sonhos esquecidos
Os mais desejados e sempre dilema
Os que no ter não foram pertencidos
Nem citados ao menos num poema

Pouco lembrados e incompreendidos
Solitários que até nos causam pena
Nos fazendo chorar nos fados vividos
Falidos entre o prazer e a dor suprema

Assim perdidos nos traços da história
Desistidos e tão poucos na memória
Criando ilusões do tempo já passados

Clamo que revividos possam ter vitória
Que assim possam ter e ser divisória
Hoje, no fazer, para serem realizados

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

A HORA

Morrer, Senhor, de súbito, eu quero!
Morrer, como quem vai em sua glória
Despedir-se do mundo em ato mero
De repente! Na bagagem só memória

Morrer sem saber, estou sendo sincero
Rogo, por assim ser, a minha tal hora
Morrer simples, sem qualquer exagero
Onde o olhar de Deus a minha vitória

Morrer, sem precisar ser feito severo
Das estórias que fique boa história
Fulminando sem lágrimas e lero lero

Assim espero, digno desta rogatória
Morrer fruto do merecimento vero
De ser ligeiro, cerrando a trajetória

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Augusto Frederico Schmidt

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DUM AMOR IGNOTO

Obscuro este amor que me assume
E que delira no meu peito ativado
Me faz devanear, ser apaixonado
Do qual a razão não está incólume

Não o conheço, mas sinto, calado
Ruaceiro no juízo, em alto volume
Me extasiando com seu perfume
O coração totalmente encantado

Dele até me contamino com ciúme
Sem mesmo nunca o ter encontrado
E assim, no desejar, é só queixume

Este amor ignoto, e já tão amado
Neste oceano de vario cardume
O tal, reservado, virá a meu fado...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO AO ACASO

Estou atrasado para nova direção
Dar ao destino uma nova fantasia
E ao espírito possa ter novo guia
Além dos afligir que fere o coração

Agora é tarde, entardeceu o dia
A alma está enrugada de emoção
Sonho entrajou-se de recordação
E o querer já não mais me alumia

Tenho ido empós do bom ideal
Nem sei qual será este tal final
Deste declínio que me barbaria

Afinal, pouca sorte foi meu ritual
Já o amor, o preservei bem jovial
Pra na lápide tê-lo como honraria...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ACALANTO

Ide amor.
Traga de onde quiseres
O ser amado. De onde for!
E,
se não o teres
No prazer do teu calor
Volte! Não é adeveres
Tê-lo como louvor
Se acaso cansares
Outro conforto há no Criador
Se desejares
Serás vencedor
Pois amor é satisfação
E,
não um gestor
Acalme o seu coração!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 12, junho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

À ALMA DE MINHA MÃE

Partiu-se o cordão do amor absoluto
No meu desditoso fado então trincado
E as preces no rosário assim de luto
Rezam tristuras no chão do cerrado

Lacrimoso eu, debalde na dor soluto
Soluça a baixa deste relicário delicado
Minha mãe, tão jovem em seu atributo
Pôs suspiros no meu peito instigado

Tal um ramo que seca sem dar fruto
Em um outono tão frio e desfolhado
Assim, o meu afeto se faz convoluto

E na continha de saudade, ao lado
Das lembranças dum amor resoluto
À alma de minha mãe, louvor ofertado!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol