Poesias sobre a Preguiça
O acomodado secular
"Enquanto o preguiçoso dormi,
Tem alguém estudando pelas madrugadas...
Quando o preguiçoso acordar, vai ver quem estudou sendo doutor, e ele mais um entre a multidão atrás do minimo salario".
E no fim, mais uma vez, está tudo bem
Chorar?
Pra quê?
Sorrir?
Querer?
Hoje não!
Hoje eu só quero
a preguiça
como companhia.
Um pouco de orgulho constrói o "eu" do homem;
Um pouco de luxúria proporciona prazer ao homem;
Um pouco de inveja faz o homem superar o que tem;
Um pouco de ira transforma o homem fraco em forte;
Um pouco de ganância tira o homem da zona de conforto;
Um pouco de preguiça salva o homem da morte certa;
Um pouco de gula garante saúde ao corpo do homem.
A maior virtude de um ser humano é ter a capacidade de trabalhar (para enriquecer seus patrões e seus governantes)
O Pior defeito do ser humano é ter tempo para o ócio (considerado preguiça, má vontade, folga. Tempo livre que proporciona ao indivíduo a oportunidade de crescer intelectualmente, de fazer leituras proveitosas e aprofundar seu autoconhecimento.
Afaste-se de quem sempre tem uma justificativa pra dar!
A justificativa impede a potência de agir, cria preguiçosos!
Eu acho uma delícia este laço de amizade que existe entre os sentidos. Essa forma - ás vezes - tão discreta como eles interagem sem promover maiores alardes e ainda assim deixam tudo tão claro. Tão óbvio. Tão liberto dos subentendidos da vida.
É como acordar mais cedo e ver que por você ainda estar, quem sabe, no meio de um daqueles sonhos gostosos que poderiam durar mais uns 15 ou 30 minutos, lhe encontro sem defesas e à mercê dos meus desejos. Cada um deles. Todos contidos sob o ardor da minha pele desde cedo inquieta.
E antes que eu siga até as janelas a fim de cumprimentar o novo dia, ainda que pelo tom de azul do céu e a vivacidade dos raios do sol, estes sejam convites praticamente irrecusáveis, eu sinto como é inevitável atender às vontades da minha pele que clama pela tua. E assim eu fico mais um pouco.
Sutilmente lhe acaricio os cabelos cuidadosamente emaranhados sobre a orelha direita. Por alguma razão a minha preferida. E lhe descubro e desperto com um sorrateiro beijo numa das suas bordas ainda sob o status de presa fácil.
- Bom dia! Eu digo baixinho.
E com um leve movimento das suas pernas ainda reféns das minhas, percebo que mesmo através de um som quase inaudível, o seu sentir sempre reconhece o meu. E reage. E assim tudo se encaixa como peças moldadas exatamente umas para as outras.
Toco sua nuca e ouço um suspiro. Vejo sua pele se eriçar e não resisto ao impulso por sentir teu cheiro de preguiça fixado também na roupa de cama. Dou-lhe um beijo num dos ombros enquanto enlaço meus dedos nos seus e recebo seu espreguiçar vagaroso, ainda com as pálpebras tão pesadas que nem levantaram voo.
- Hmmm. Bom dia! Você me diz de forma arrastada.
Com um abraço firme lhe trago de encontro a mim. Com um sorriso você traz a certeza da escolha. No silêncio nos encontramos. O café que espere.
Domingo deveria ser o dia mundial do mimo inadiável. Aquele dia no qual não seria permitido o uso de desculpa alguma que adiasse um tempinho a mais, na cama, apenas para trocas de carinhos em silêncio.
Domingo é dia para ser acordado(a) com aquele abraço gostoso por baixo das cobertas ainda quentinhas.É dia de fazer desenhos sobre a pele, usando apenas a ponta dos dedos. Ou do queixo. É dia de ganhar (mais) cafuné sem ter pedido. De receber cheiro no pescoço e sussurros ao pé do ouvido. Domingo é dia para sentir o seu corpo se agigantar na palma das mãos de quem você escolheu para partilhar o teto e a vida; e assim sorrir ainda com os olhos fechados. É dia de falar mais baixo que o normal, como mera desculpa para uma aproximação aparentemente despretensiosa.
- Não ouvi, amor! Você disse o que?
- Chega mais perto que eu te conto!
Domingo é o dia que eu considero perfeito para fazer inúmeros planos quanto ao que pode ser realizado lá fora, já que o dia está lindo, e ainda assim acabar percebendo que aqui dentro está tão bom, quanto. Tem beijo, filme e colo. Na geladeira tem sorvete. E nos (a)braços, todo o amor que guardei pra ti.
Acho até que dá para sobreviver. Por hoje.
Eu tinha desenhado um sol pra que não chovesse
Mas choveu assim mesmo
E eu desesperado com minha fé roubada por aquela chuva
Me escondi num abrigo junto com todas as minhas vontades
Até perceber que a chuva não era o problema
Meu problema era a preguiça.
"eu não sei"
é uma simples ignorância
um disfarce irônico,uma dúvida assumida,
uma manifestação de preguiça,
uma covardiae uma resposta comum.
em qualquer dos casos
o seu autor é o único a sabê-lo
Problema para quem é preguiçoso é: fim da linha.
Problema pra quem é diligente é: desafio a ser superado e se tornar mais forte.
Passo os dias olhando porta a fora, imaginando que a vida é muito mais disso que tenho.
Andar por ai, sentir a brisa do dia, ou ter a pequena oportunidade de ver o sol raiar.
Talvez seja preguiça de acorda cedo de segunda à sexta, ou talvez seja medo de ser um escravo da modernidade, de passar grande parte da minha vida confinado em um cubículo, e viver em função da riqueza alheia.
Quero ser livre, como os personagens de livros que tanto amo, viver aventuras, conhecer pessoas novas, mas eu continuo com preguiça de acordar cedo todo dia.
O tempo me viu,
Ele me disse “onde você vai?”.
Vou quebrar minhas pernas,
Retratar minha preguiça.
Me afogar nas mentiras,
Tirar-me-ei a dignidade,
Tempo em excesso, preguiça em excesso,
Me perdoe doce tempo.
Não fujas de mim,
Eu vou te reconquistar,
Eu vou lamentar sua partida,
Eu te darei o devido valor.
O problema do ser não ser é que ser roga renúncia do ser, mas o ser, mesmo sabendo poder ser, é impedido de ser, por preguiça do ser.
ANDARILHO
era segunda
era noite
juntava as moedas
catava as migalhas
tinha fome
tinha sono
mente cansada
alta madrugada
deixei a barba crescer
pura preguiça
abandonei o espelho
pra não me ver adoecer
e assim adormeci
sem ver,
nem sentir
sem ser eu
Agostinho Sem Emenda
Agostinho dita sua lei sem emenda
E ao penitente o Santo recomenda:
À vontade de si renunciar,
Esmolar sem pena de ajudar,
Controlar o abuso da nutrição,
Cerrar a boca e calar o coração,
Vigiar orante sob a luz do luar,
Com sinceridade deixar lágrimas rolar,
Mergulhar nos escritos da verdade,
Vestir-se com modesta simplicidade,
Atarefar-se sem nenhuma preguiça
E vaidade desprezada seja propícia.
Aberio Christe
Ao que trabalha,
Um dia não basta.
O dia passa, sem que veja,
pois, quando acorda os braços,
já estão dormindo, os olhos.
Eles não se cansam de morrer
todo dia.
Não importa se está quente,
ou frio,
Não importa se está doente,
febril.
Faça chuva ou faça sol,
você tem que estar lá,
às 4, 5, 6, 7...
da manhã, que seja !
A gente morre a cada dia,
do mesmo jeito.
Contudo, os preguiçosos
ah... os preguiçosos,
Não tem pressa...
Nada a declarar,
quanto aos preguiçosos,
afinal, a vida é um Fred !
Não é porque algo aparentemente prova que estou certo das minhas conclusões a respeito de vc, mas nao vou questioná-la.
A verdade é que essa sua preguiça eesta sua comodidade é q vai te fazer sofrer para o resto da sua vida.
Cada um sabe o q é bom pra cada um. Entao viva assim para sempre, quer dizer viva nao pq pessoas comodadas e preguiçosas nao vivem, apenas existem.
Chá de ócio
Eu estou inútil.
A cada hora que passa torna meu dia inútil.
Chego a conclusão que a semana passou e não fiz coisa alguma.
Hoje é domingo à beira de mais uma semana na qual não acresci nada.
Da cama pro sofá, meu corpo vai se esvaindo.
Da TV ao celular minha mente cansou de ser ela.
Meus pensamentos se acumulam e se repetem.
Estou com fome das coisas que não tenho.
O vizinho recebe visitas e o breu me acompanha.
O sol já veio, a chuva e o vento também.
Descobri que os ponteiros do relógio estavam com preguiça.
Desliguei tudo e fui dormir e quando acordei ainda estava claro.
A noite não chega, a fome não passa, a visita ainda não foi embora.
Decido-me tomar banho pra tirar a lerdeza.
Voltei pro sofá e o sono e o ócio conversaram-se.
A noite chega e me conta como eu me saí.
Fico feliz por sentir que a segunda está mais próxima.
Ah não! Me dei conta que mudou o horário, agora eu tenho mais uma hora morosa.
O cheiro do churrasco veio me dar olá e a minha barriga cutucou-me.
Devo ir à cozinha, mas não sei o que preparar.
Puxa! Esqueci-me de lavar roupas, ir na casa da fulana, ir ao shopping pagar uma conta.
Agora é tarde e eu não tenho mais tempo.
Mas a culpa é da preguiça e não minha.
Que dia inútil!
Início de tarde
horário de verão
o mormaço
faz das árvores
esculturas imóveis
com folhas preguiçosas...
Ou a preguiça é do vento?
Fadiga das lesmas
Ser formiga em dias comuns.
Nos raros, como hoje,
Quero a fadiga das lesmas,
E um desmanche sapal,
A espalhar lentidão na pedra
Na melodia mole dos desenfados.
