Poesias que Falam de Amor do Seculo Xix
Há se não fosse em silencio,
de nada falaria.
-Quando falo, "pouco digo".
Mas quando calo, um universo inteiro me fala d'aquilo que no meu pouco digo,
De nada falaria.
"O Brasil com toda a sua diversidade racial está completamente fraturado como nação, onde as pessoas não se dão umas com as outras e sempre que possível se separam e se segregam". A afirmação acima foi feita por Brenton Tarrant, defensor da extrema-direita e autor do massacre da Nova Zelândia, mas poderia ser proferida por qualquer pessoa, independentemente da orientação política. Ela nos trás a reflexão sobre a necessidade de mudar o modo como lidamos com a diversidade de pensamento, substituindo o conflito pela debate, a violência pela empatia.
O que mais vejo na timeline são pessoas replicando posts que apenas sustentam um pensamento que já possuem, algumas vezes preconceituoso e geralmente com uma linguagem muito mais agressiva ou depreciativa do que utilizariam fora da máscara que usam nessa bolha chamada rede social.
Por sinal, sabem o que Columbine, Realengo, Oslo/Utøya, Suzano e Christchurch têm em comum? Em todos os casos os assassinos tinham fetiche por arma e defendiam discurso de ódio. Todos também eram fundamentalistas ou vítima de bullying.
Questiono se tomariam o mesmo caminho se tivessem vivido num ambiente de tolerância e respeito, em que o contato humano vale mais que a participação em grupos virtuais que se isolam para retroalimentar o próprio ponto de vista. Pode até ser que sim, mas parece-me que, quanto mais nos esforçarmos em ouvir e respeitar as diferenças, principalmente aquelas que estão ao nosso lado, menor será a chance de vermos algo do gênero se repetir.
Que tal fazer a sua parte e, só por hoje, tentar compreender, em vez de ofender o coleguinha ao lado? Lembre-se de que toda jornada começa com o primeiro passo e cabe a nós decidir se tomaremos o caminho da segregação ou o da união.
Gentes estranhas com seus olhos cheios doutros mundos
quiseram cantar teus encantos
para elas só de mistérios profundos,
de delírios e feitiçarias...
Teus encantos profundos de Africa.
Mas não puderam.
Em seus formais e rendilhados cantos,
ausentes de emoção e sinceridade,
quedas-te longínqua, inatingível,
virgem de contactos mais fundos.
E te mascararam de esfinge de ébano, amante sensual,
jarra etrusca, exotismo tropical,
demência, atracção, crueldade,
animalidade, magia...
e não sabemos quantas outras palavras vistosas e vazias.
Em seus formais cantos rendilhados
foste tudo, negra...
menos tu.
E ainda bem.
Ainda bem que nos deixaram a nós,
do mesmo sangue, mesmos nervos, carne, alma,
sofrimento,
a glória única e sentida de te cantar
com emoção verdadeira e radical,
a glória comovida de te cantar, toda amassada,
moldada, vazada nesta sílaba imensa e luminosa: MÃE
A minha dor
Dói
a mesmíssima angústia
nas almas dos nossos corpos
perto e à distância.
E o preto que gritou
é a dor que se não vendeu
nem na hora do sol perdido
nos muros da cadeia.
Somos fugitivas de todos os bairros de zinco e caniço.
Fugitivas das Munhuanas e dos Xipamanines,
viemos do outro lado da cidade
com nossos olhos espantados,
nossas almas trançadas,
nossos corpos submissos e escancarados.
De mãos ávidas e vazias,
de ancas bamboleantes lâmpadas vermelhas se acendendo,
de corações amarrados de repulsa,
descemos atraídas pelas luzes da cidade,
acenando convites aliciantes
como sinais luminosos na noite.
Viemos ...
Fugitivas dos telhados de zinco pingando cacimba,
do sem sabor do caril de amendoim quotidiano,
do doer espáduas todo o dia vergadas
sobre sedas que outras exibirão,
dos vestidos desbotados de chita,
da certeza terrível do dia de amanhã
retrato fiel do que passou,
sem uma pincelada verde forte
falando de esperança.
Súplica
Tirem-nos tudo,
mas deixem-nos a música!
Tirem-nos a terra em que nascemos,
onde crescemos
e onde descobrimos pela primeira vez
que o mundo é assim:
um labirinto de xadrez…
Tirem-nos a luz do sol que nos aquece,
a tua lírica de xingombela
nas noites mulatas
da selva moçambicana
(essa lua que nos semeou no coração
a poesia que encontramos na vida)
tirem-nos a palhota ̶ humilde cubata
onde vivemos e amamos,
tirem-nos a machamba que nos dá o pão,
tirem-nos o calor de lume
(que nos é quase tudo)
̶ mas não nos tirem a música!
Lição
Ensinaram-lhe na missão,
Quando era pequenino:
“Somos todos filhos de Deus; cada Homem
é irmão doutro Homem!”
Disseram-lhe isto na missão,
quando era pequenino.
Naturalmente,
ele não ficou sempre menino:
cresceu, aprendeu a contar e a ler
e começou a conhecer
melhor essa mulher vendida
̶ que é a vida
de todos os desgraçados.
E então, uma vez, inocentemente,
olhou para um Homem e disse “Irmão…”
Mas o Homem pálido fulminou-o duramente
com seus olhos cheios de ódio
e respondeu-lhe: “Negro”.
Horas passando a fio
Os terrenos do tempo são antes do temporal uma enxurrada de horas flamejantes nos ciclos solares alcunhados todo no conhecimento humano do universo.
Por hora sabemos mais das horas através de dispositivos do que por consciência própria, seria o homem assistido muito mais do que pensa por suas tecnologias?
Sem o despertador do relógio, que horas vamos acordar? Quando galo cantar? É uma aventura enorme do homem perdido na imensidão universal tentar contar às horas com precisão.
Eu mesmo sem relógio me oriento por fome da meio-dia para saber que é o fim da manhã para iniciar a tarde, sei que no fim do dia são 18:30 porque tá ficando escuro e na minha cidade natal éramos acostumados com o fim da tarde e seu por do Sol após as 18 horas.
Se estamos em horas passando a fio, o oriente e o ocidente estão na mesma malha milenar por onde o planeta Terra na circulação faz o elipse na estrela maior da Via Láctea.
Aquele que tem uma necessidade extrema de se mostrar melhor e superior aos demais, tem dentro de si a certeza da sua inferioridade e para isso precisa apresentar a sua platéia situações criadas por este para diminuir e taxar os outros.
São pequenos seres que encontramos na vida, sempre envolvidos em fofocas, intrigas e dissensões.
Levam uma vida sempre condizente com o seu estado de espírito deplorável.
A relatividade está em tudo que é material e o que conserne a consciência terrena.
Dia e noite, sim e não, riqueza e pobreza, alegria e tristeza. O oposto e a inconstância faz parte da natureza para produzir o equilíbrio e constante amadurecimento... Nem tanto e nem tão pouco.
Mas a relatividade só não cabe para questões espirituais, pois transcendem a vida terrena e a capacidade intelectual humana.
"Nenhum intelectual pode estar realmente próximo do seu povo quando sua definição de 'povo' provém de um estereótipo sociológico -- quando não ideológico -- e não de uma elaboração abstrativa feita a partir dos dados da vivência pessoal. A vivência pessoal, por sua vez, não liga o indivíduo ao 'povo', assim genericamente, mas se dá através da família, do bairro, da cidade, das raízes pessoais enfim. Por isto, dentre os intelectuais, aqueles que melhor expressaram o sentimento do povo brasileiro chegaram até ele por meio de suas recordações pessoais, como o fizeram José Lins do Rego, Ariano Suassuna, Antônio de Alcântara Machado e Gilberto Freyre.
Já se você aborda o povo por meio de idéias como 'classe', 'revolução' ou 'cidadania' etc., você só enxerga as partes dele que se encaixam, mais ou menos, por mera coincidência, em esquemas produzidos pela casta intelectual, condutora das revoluções. Um povo, em si, não é nunca revolucionário, não é nem sequer progressista. Um povo é sempre conservador, apegado a recordações e tradições. Quem não valoriza o passado e as tradições não pode conhecer o povo, porque não sente como ele. A vida popular é feita de emoções simples e milenares. A vida de família, por exemplo, é o coração da vivência popular. Que não ama essas coisas não pode compreender o povo."
(Revista Mundo Multicultural, ano 1, edição nº 12, de dezembro de 2001)
Na vida nada se esquece tudo se guarda!
Sendo bom foi uma dadiva, e o que foi ruim não foi erro, foi um aprendizado. Sendo pedra ou sendo flores tudo se carrega as pedras farei um castelo e as flores farei meu jardim!
Shirlei Miriam de Souza
Ter, ser, sonhar e realizar. Eis alguns verbos que acompanham a maioria esmagadora dos seres racionais.
Enquanto uns se perdem nos erros banais, outros se balizam nos trâmites legais.
Não entendo qual a vantagem de 'pensar com os próprios miolos'. Quando vejo todos os livros bons que li desde a juventude, sei que eu jamais conseguiria descobrir por mim mesmo um milésimo do que ali aprendi.
As coisas mais originais que acredito ter descoberto -- a teoria dos quatro discursos, o intuicionismo radical, as camadas da personalidade, o trauma de emergência da razão, a teoria da mentalidade revolucionária etc. -- não são senão a expressão formal de coisas que os filósofos dos séculos passados já haviam insinuado compactadamente. Não há nada de novo sob o sol, mesmo o topless já está um pouco antiquado.
Ando no vale da morte
Corro, me escondo... tento ser forte
Mas na realidade sinto vontade de me satisfazer com um pequeno corte
Eu ouço sua amarga voz
Por um momento esqueço que houve "nós"
Eu só queria não me sentir usada
Por que eu fui cair na sua cilada?!
Tento me acostumar com a dor
Não consigo acreditar que você nem pensou na palavra amor
Tudo bem... eu deveria ter imaginado que isso aconteceria...
Quem se arriscaria a me amar algum dia?!
Estou bem, obrigado
Quem procura buscar ler o que escrevo
O que posto e deixo em transparência
Obrigado por sua consideração
Estou muito bem
E você tá bem?
Tenha calma
Consigo te ver ler
Ouvir teus pensamentos
Mesmo que você não saiba
Sei que agora vai respirar
Ofegante pausado de aspirar
Muito mais
Vai se questionar quem é louco agora
Terá certeza que não sou eu
Vai ter mais certeza que é você
De acordo com o que sabemos
Ambos somos passíveis de julgamento
E não só eu que escrevo entrelinhas meus pensamentos
Leia e aproveite
Afinal
Estamos vivendo e aprendendo
Não temos a verdade nem no livro mais antigo
Porque haveria eu de dizeres
Os primeiros habitantes da terra viveram por quase 1000 anos, como deveriam ser dotados de experiência de vida e sabedoria, visto que, o tempo acrescenta esses tesouros.
Hoje nós mal chegamos aos 100 anos e achamos que sabemos de tudo quando, não sabemos de nada!
Seus inimigos tentarão te derrubar, te desvalorizar e destruir o seu trabalho, mas se você tem Deus contigo, ah, eles apenas irão tentar...
Por décadas ficarão a te observar, mas no final, assistirão atônitos a sua grandiosa vitória, o seu crescimento pessoal através da glória...
Perceberão enfim, que ao contrário de você, eles é que não saíram do lugar, pois se preocupavam unicamente com a sua vivência e com a sua conquista, desta forma, se esqueceram de suas batalhas particulares e de viver as suas próprias vidas...
Reflita um segundo sobre o que você tá falando, porque se você fizer isso tenho certeza de que vai mudar de opinião sozinho.
(Renan)