Poesia Sufoco no Peito
A POESIA QUE ANDA NO AR
Não te quero ver.
Enquanto em ti não houver,
Pombal aberto
De pombas a voar
Nos céus de sal,
Na paz com abraços
Estilhaços
De abraçar
A poesia que anda no ar,
Como estrelas prenhes
De estrelar.
Nos céus do mar
A abarrotar
Por inventar
Nostalgias,
Sem alegrias
De escrever
Para agradar.
É que depois,
Vem a inveja
Negra cereja
E a poesia anda no ar
Aos tombos.
Sem destino,
Porque o poeta é pequenino.
(Carlos De Castro, in Poesia Sem Censura Em Portugal Existe, no Brasil Não, em 03-09-2022)
FRUSTRAÇÃO
Já não sei escrever...
Deixei de saber pensar.
A poesia deixou de me amar
E fugiu de mim sem eu ver
Nem poder mais versos ditar.
Que tábua agora para me agarrar
Nas ondas alterosas deste mar,
Se ela foi para não mais voltar
À inspiração dorida do meu penar?
Poesia vagabunda, iracunda, reles
A minha, que só contemplas aqueles
De sacrossanto nome já firmado
Nos anais dos teus egrégios brasões
E afundas sem mais remissões,
Os que querem só escrever um fado.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 16-01-2023)
POESIA FRIA
Que fria,
A minha poesia…
Até parece que no meu inverno
Interno,
Ela deveria
Hibernar
E ficar
Sempre naquele letargo,
Sem me dar o amargo
De continuar
A enregelar
Corações
Quentes,
Amantes
Diferentes,
De outras poesias
Menos frias
De emoções,
Porque a minha,
Coitadinha,
Tão mesquinha,
Vive só de ilusões.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 15-02-2023)
Se gosta verdadeiramente de poesia e antes de consumi-la, deve primeiro agitá-la, sentir-lhe o cheiro a pureza natura e só depois tragá-la, bebê-la, em dose própria, de preferência, sem outra adição de fármacos.
Contraindicações: Pode, por vezes, causar mal-estar, náuseas, tonturas, diarreia, a chamada caganeira à moda antiga, vómitos que podem trazer sapos engolidos há muito tempo e, pior ainda: síndromas de inveja mesquinha que pode causar "Onicofagia" é o termo médico e técnico para nomear o hábito de roer as unhas, podendo ser das mãos ou até mesmo dos pés. Às vezes, esse hábito passa a não ser de apenas roer as unhas, mas também roer a ponta dos dedos (e sei lá mais de quê...digo eu!)
Última prescrição: Deve ser só administrada em SOS, quando o paciente está mesmo em ânsias extremas de injeção da dose habitual...
A poesia não sacia a fome de estômago, mas alimenta a alma e o espírito
àqueles que os tiverem ainda.
POESIA PRENHE
Muitos,
Que tudo fazem
E desfazem
Para emprenhar a doce
E tão amarga
Presa ou solta à ilharga
Senhora bela - A poesia.
Sem nome de pai,
De mãe ou de tia,
Pelo menos nada consta
No cartão de cidadania.
Basta-lhe ser poesia
Pura, rebelde e arisca,
Não deixar copular
Macho ou fêmea,
Ou qualquer outro artista
Que só lhe quer levar a palma.
Gosta de preliminares,
De beijos e doces olhares
Sussurros loucos ao ouvido,
E embriaguez na alma.
Adora longos coçares
E muito depois então
É que abre as pernas
Para ejaculares
E te dar um dia
Um filho da poesia.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 08-06-2023)
O HOMEM DO POEMA
Sempre que escrevia, agoirava:
Não vale nada!
Que poesia mais chanfrada!...
Talvez namoro ou derriço,
Ou grito agudo de lamento
Daqueles que a alma vomita
Numa sensata heresia,
Enquanto lhe resta tempo?...
Mas quando o poema nascia
Na transpiração suarenta
Do corte da placenta
Do filho que foi dado à luz,
Entre coxas de sofridão,
Na mais completa escuridão
Onde só se via a cruz,
O homem chorava então,
Já não agoirava e dizia:
Eis a minha poesia
Tão modesta, tão pequena,
Saída da minha pena...
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 11-10-2023)
Se o pensar e a poesia
Fosse carne no churrasco,
Tanta gente engoliria
O pitéu, mesmo com asco.
(Carlos de Castro, in Há Um Livro Triste Por Escrever, em 15-06-2024)
DEFECAÇÕES DE OUTRORA E DE AGORA
Eu era um poeta
Pateta
Sem saber
Como defecar a poesia.
Agora, que julgo saber,
Escrevo sem ser poeta
Só de ver e ler
Como escrevem a poesia,
Defecada,
Com cheiro
Por inteiro,
A nada.
Salvam-se alguns da fornada.
Quase como fúnebre elegia,
A mim, só me apetece dizer:
Ó arte da fantasia
Do pensar e escrever,
Minha irmã poesia,
Diz-me: se és tudo, ou nada!
(Carlos de Castro, in Há um Livro Triste Por Escrever, em 23-09-2024)
A poesia é a minha estrada.
Escrever é o meu carma,
a palavra é a minha arma,
a caneta é a minha espada.
IMPROVISANDO...
Sou apenas um poeta,
uma alma pura e repleta
de paz, amor e poesia.
De tristezas e de alegrias,
de sonhos e de realidade.
Também das ilusões da vida.
POETA É FLOR SACUDIDA
NOS BRAÇOS DA TEMPESTADE.
MEU NORDESTE
Eu nasci lá no nordeste,
poesia é a minha paixão,
serei sempre nordestino
de corpo, alma e coração.
Trago em minha essência,
a dor da minha ausência
e a poeira daquele chão.
Toda a alegria e tristeza
Tudo e o espelho da alma
A vida pode ser uma poesia
A escolha e sua
É o reflexo do seu modo de viver
E a música que te conduz ao salão da vida
Reflete no presente as suas escolhas do passado.
Aerton Luiz Lopes Lima
Na dualidade da alegria e tristeza,
O reflexo da alma se revela,
A vida, um livro de poesia,
Nas mãos do autor, a escolha é sua.
Cada passo é uma tela em branco,
O pincel, seu modo de viver,
E a música, suave melodia,
Que te guia pelo salão da vida.
No presente, as páginas escritas,
Refletem as escolhas do passado,
Uma sabedoria adquirida,
Em cada momento vivenciado.
Então, sábio navegante da existência,
Escolha com sabedoria cada verso,
Pinte a vida com cores da consciência,
E deixe sua história ecoar no universo.
SOBRE A POESIA DA ORQUÍDEA
Neste grito contra pessoas que arrancam orquídeas, as palavras se ligam em rima e direção.
A parte alta do texto é o solo, o chão onde temos a flor plantada, a barriga que mastiga e o verme.
No começo do meio, a já florida flor ainda está antes da vingança. Pois, quando ela estava florida, foi devorada. A vingança vem depois.
A vingança é pensada como um ato nobre e forte. A orquídea brota no tronco. Brota alto, iluminando um mundo novo e bonito.
No topo, no céu, a nova flor estará protegida. Uma escada com armadura, fruto da guerra, afastará os vermes. Uma escada de casca-grossa colorida, igual às próprias orquídeas que conduzirá.
A minha poesia quero ler pra você
Depois de ter beijado o teu pescoço
E ter me deleitado com teus beijos
A minha poesia quero ler pra você
Depois do banho
No calor dos corpos
Junto ao seu abraço molhadinho
E você me dizendo eu sou teu
Poesia é a janela
Da alma
Que busca
Mostrar conexão
Dos sentimentos intrínsecos
Com a realidade subjetiva
Por meio de palavras
Transpondo barreiras
Que se dizem impossíveis
Ela é o combustível do ser
Amante das escritas
A poesia
O poema
A prosa
Reflexiva
Permitem
Expressões
Que unem
Sentimentos
Subjetivos
E concretos
E permitem
A reflexão
E a vivência
De um
Novo mundo
Ideologia, poesia, filosofia, profecia e fantasia!
Tudo já foi devastado pelas palavras.
Esta na hora de começar a pratica
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