Poesia Sufoco no Peito
CHIBATAS DE VOLÚPIAS
Se me chama com sua chama...
Essa chama que se esparrama
e com sua labareda, me encandeia...
Estapeia-me com seu afago
nessa anciã que me inflama
como lobo na lua cheia.
Se me chama com sua chama...
É essa centelha de fogo de sereia,
as vezes me queima em lance de dama
E se esbalda em nossa cama
como se fosse grãos de areia...
Sob ventos na praia
e chibatadas de volúpia na peia.
Antonio Montes
NOTICIAS QUENTES
Olhe o jornaleiro!
olhe o jornal!
Por ser de hoje, esta quente...
Traz noticias do bem e do mal
aborda as questões do lixo
e a corrupção do hospital.
Abrange pela cidade
o espanto que quer que seja
fala das atrocidades
ate mesmo das igrejas.
'Lá no lixão tem um corpo
e um nenezinho ensacado
o povo estão mesmo locos
compactuando com o diabo'.
A política é um desfruto
dando frutos aos marginais
a coerência esta em bruto
o amar virou carnavais.
O salário todavia pequeno
com um só aumento anual
o povão vive de sereno
tratado como animal.
Olhe o jornaleiro!
Olhe o jornal...
Fala da ficha critica
e da tal corrupção
e os eleito no limpa, limpa
sem caratê para nação.
São chamados de desviadores
levando tudo que tem aqui
depositando lá fora horrores
de din, din do nosso país.
Tem adeptos dos evangélicos
estrupando a direito e a torto
o populismo demográfico bélico
estão tentando parar com aborto.
Trabalha-se dia e noite
para pagar o aluguel
paga-se imposto torto
paga-se também o fel.
Enquanto marido trabalha
vizinha no pula, pula
a vida virou gandaia
e articula pela gula.
Tudo virou prestação
de carro, casa, água e luz
nem vêem que a mão do cão
esta lado a lado com Jesus.
Olhe o jornal...
Olhe o jornaleiro!
O que acontece por aqui
esta acontecendo ao mundo inteiro.
Antonio Montes
Lembra-te
Depois do meu inevitável fim
Quero que lembra-te de mim
Para então viver em tua memória
Isso será minha vitória
Em tuas lembranças serei eterno
Como meu amor sempre será por ti
E os frutos deste em si
Sentimento puro e terno,
Amor do outro lado te espero...
Estandarte
Toda vez que fecho os olhos
Eu vejo os teus
Toda vez que esqueço como sorrir
Lembro-me de ti sorrindo
Quando me perco
Tu sempre me achas
Toda vez que respiro
Sei que tu és o motivo
O único sabor que me lembro
E do teu beijo
Meu único desejo e ver-te contente
Este é meu estandarte
Uma lembrança remanescente
De uma vida escarlate
Linda menina,
És tão pequenina,
Ao mesmo tempo tão frágil e tão forte
És agridoce,
és vida e morte.
Tuas delicadas mãos
Não suportariam
O fardo que trazes no coração
Tantas dores;
Tantos amores;
Tanta Ilusão.
Óh doce menina,
De rosto singelo
De coração sincero
E sorriso amarelo, que não engana ninguém.
Sim, bela mocinha
Que finge ser forte
Para a tua sorte
Eu sei que não és.
Enxergo a tristeza
Que trazes no olhar
E não a alegria
Que queres externar.
Enxergo tua dor
E o teu sofrimento,
Toda a angústia
Todo tormento
Que os outros insistem em ignorar.
Quando és injustiçada
Não tens ninguém pra te defender;
Quando desamparada
Ninguém pra te socorrer;
Te sentes sozinha, sem ninguém pra te proteger,
Mas não esqueça menina
Jamais abandonarei você!
Eu te farei justiça;
Eu te consolarei;
Te amo desde a eternidade
És minha princesa e eu sou teu Rei!
Por que me perturbas, ó vil cavalheiro?
Por que despertas em mim tal sentimento, outrora adormecido?
Por que me fizestes crer que é recíproco, algo que só existe em mim?
O meu querer se resume a te querer;
As minhas utopias a fantasiar nós dois;
Os meus pensamentos estão absortos em ti;
Devaneios tolos, eu sei, porém involuntários!
Creio que ignoras o que sinto;
Que esse turbilhão de emoções que me provocas te é indiferente.
Não percebes que o meu olhar me trai quando te vejo?
Que titubeio ao mais trivial diálogo contigo?
Que te admiro de soslaio, ao desfrutar da tua presença?
Não dissimules, não engane-me!
Súplico-te: se não me amas deixe-me em paz!
nem que ao partires leves contigo as ilusões.
Prefiro viver de verdades, mesmo que esta tenha por nome solidão.
(Juliana Patriota)
Por tudo que tu destruiu
Por tudo que tu não cumpriu
Por tudo que tu não assumiu
Por tudo que tu consentiu
Por tudo que tu não assentiu
Por tudo que tu viu
Por tudo que tu substituiu
Por tudo que tu intuiu
Por tudo que tu deferiu
Por tudo que tu extraiu
Por tudo que tu concluiu
Por tudo que tu subtraiu
Por tudo que tu descobriu
Por tudo que tu traiu
Morra sem dar um piu
SE
E se você tivesse ido?
Como teria sido?
Se tivesse falado tudo àquilo que pensava? Na lata!
O que teria acontecido?
Se estivesse causando em vez de escondido?
Como seria?
Se naquele bom dia, tivesse sorrido?
Se não tivesse ficado calada?
E se tivesse corrido, em vez de deitado?
Se o seu foda-se tivesse ligado?
O que teria feito? O que teria dito?
Se pudesse decidir ser você,
desde o princípio, seria o quê?
Se pudesse ser o que quisesse?
Tipo, Homem-Aranha, astronauta, comissária de bordo,
professor de artes, vendedor de tapete em Angra dos Reis,
seria feliz?
Se pudesse desenhar seu próprio caminho a lápis, errando e acertando,
sem que ninguém lhe apontasse o dedo,
pra fazer o que de bom acordaria mais cedo?
Se tivesse coragem de chegar sem medo,
em quem chegaria?
Se você descobrir, do dia para noite, que pode fazer um monte de coisa
que antes você não podia? Faria o que tem de ser feito?
Se descobrisse que você, por mais conhecido que seja, não é o centro das atenções? Ainda sim, se preocuparia?
Se descobrir que, se você pintar seu cabelo de verde, as pessoas vão até olhar, mas o mundo vai continuar sendo mundo. Que se você cometer uma gafe, o mundo vai continuar sendo Mundo. Que se você fizer sucesso, alguns irão gostar de você, outros vão te xingar, e o mundo vai continuar sendo mundo. Se te esquecerem, o mundo vai continuar sendo mundo.
Se descobrisse, que independente do que você faça, dos seus medos e das suas escolhas, o mundo iria continuar sendo mundo, faria o quê?
Artista, penso eu, é aquele que divide seu olhar sobre as coisas. Todas as coisas existentes e ainda as que ele inventa.
Olhar de artista não "vê". Olhar de artista esmiuça as coisas. Arte é reescrever o mundo do jeito que quiser. Artista olha com olho de dentro, íntimo, pessoal.
Compartilhar o olhar de dentro é coragem. Muita.
Mas arte não é escolha, é urgência. Uma grande bicho de pé que comicha até a gente coçar.
Compor não tem hora, lugar. Não respeita convenções. Muito menos o sono.
Penso que todo ser humano tem um artista em si. Basta permitir-se sensibilidade para observar com o olhar de dentro. Sensibilidade... imprescindível.
É claro que há artistas fenomenais, os bons, uns nem tanto. Há artistas fracos. Há os fenomenais que estão pobres. Os fracos que são modismo e enriquecem.. Sempre, em tudo haverá tudo isso.
Arte não tem que ser obra prima. Basta ser olhar. O de dentro. Sensibilidade para olhar com personalidade. E depois coragem, muita, para compartilhar o olho de dentro.
Artista não morre. Se eterniza em cada fragmento de sua criação. Se uma pessoa sequer se comover ou mudar o olhar.. um suspiro, arrepio.. ah, glória. Viver valeu...
Eu quero ser artista.
É complicado sentir-se apartado da grande multidão que segue sem questionar...
Por mais que eu tenha a capacidade de discernimento e instrução para ir a luta e conseguir vencer dentro do que se considera sucesso em nossa contemporaneidade não costumo lutar ou dar importância, não quero entrar nesta guerra falsa material que não leva a nada a não ser a mortificação do espírito...
Talvez não queira vencer, não quero jogar o jogo e ter títulos dos quais me deem algum "valor", já joguei fora a escravidão da faculdade, trabalhos fúteis e outras mortificações das quais não me davam prazer existencial...
Talvez termine um maluco de estrada, eu não quero mas do que eu preciso e isto incomoda meu meio abastado, o conforto demasiado me aparta do meu verdadeiro eu...
É na simplicidade do existir onde desperta-se do torpor e letargia.
www.fb.com/poetamisantropo
A utopia é um mundo fabricado do qual seus construtores nunca chegam a seu termino.
www.fb.com/poetamisantropo
CONFINAMENTO HUMANO
Nesse quadrado de embargo
a liberdade, eu vivo...
Vivo fechado:
Entre muros arames farpados
cerca elétrica, paredes e grades.
Esse confinamento...
Alerta a minha confiança,
nada de mão,
nada de bom dia, boa tarde
Isso é mesmo de doer a felicidade,
magoa os meus planos de viver...
Essa triste aglomeração das cidades.
Antonio Montes
De repente Extinto
O que existia já não mais
De repente outra vez puro instinto
De novo o que antes jaz...
Num sopro de manhã se refaz...
Um bom dia vem
quando você saber que tem
riso compulsivo
céu da boca com hálito de hortelã
Beijo subjetivo com sabor de foliã
Café, pão e poesia na janela
maçã do amor e sebo nas canelas...
Acorda segunda feira é sua
É folia tem carnaval nas ruas
Guarda a alma nas estrelas esconde a chave na Lua
Você devorou minhas quimeras
Vestiu meu corpo com poesias
Quando embriagou minh’alma
Com beijos reais e rasgou sutilmente minha fantasia...
Festim são teus desejos que plantam n' aorta de mim semente de amor perfeito no veio arterial
Semeia no céu da boca humana
pé de beijo e espigas de trigo pelo cabelo
No cerebelo milhões de nirvana...
Me asserenam essência pelo quintal
aduba tudo com teus olhos de mel boreal e colhe serial Amor...
Cântico do teu Olhar
No olhar do meu amado oculto...
há um cântico de mistério
Tem a cor e o doce do caramelo
o belo da gema crua do âmbar
possui um elo com paraíso
sei quê ou sei lá...
No olhar do meu amado
há flor de avelã mutante
Um côncavo contornado
num fundo dourado um diamante
Em cada pupila um doce favo de mel
Cintilantes leio seu elã em poemas
do tamanho do céu escrito à mar
No olhar do meu amado oculto...
O segredo adjunto é tântrico
Um beijo no olhar mais romântico.
Lendas da paixão
Causa e efeito dita o adágio
Tempo e duração por estágios
O diagnóstico determina os sintomas
Primeiro um presságio em vão
E o coração é pulso forte de repente ama
O segundo nosso tirocínio
Elementar segue o primeiro raciocínio
O terceiro suicida todas as razões
O coração não aceita empate
A paixão bate com fúria é mortal combate
De quanto em vez o Amor vence esse embate.
O Sol arrebenta n’aurora num buquê de rebeldia no céu
Verdes um pote de mel derramado sobre o dia dourado?
Adocica o ar e intoxica de beleza por todos os lados
Não há movimento só mutação, só o Sol, só o Sal da terra
Imóveis as folhas das palmeiras não percebem o vento...
São luzidas no silêncio que veem bem no altíssimo
Contemplo o Verbo nas verduras estampadas
Inspiram-me ternura por todos os líricos cardiais
Enquanto o vento estagnado deita á superfície mundana
Há colmeias nas telhas molhadas de orvalho noturno
A poesia é gritante (ré)bela a vida é inocente é do Uno
Ah!...A culpa é das abelhas que é puro doce por dentro
M’eu lilás qual a flor da verbena me apoema em Paz.
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