Poesia Poema Natureza
A porta está um pouco aberta
E o vento entra lentamente se aconchegando no meu pequeno quarto,
Meus olhos parecem criar novas cores ao olhar o céu pela janela
Enquanto minha alma canta a poesia que escutei daquela antiga música,
O chão duro e frio em que meu corpo usou de colchão
Empurra meus sentimentos para fora, como lágrimas de esperança.
Banana
Ah! A banana...
da terra
prata
ouro
delicia soberana
Na roça
no quintal
minha, sua, nossa
preferência nacional
Ah! A banana...
Capital!
Que da Mãe Terra emana
Viva o bananal...
natureza, prana
fortuna tropical
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
39/004/2020, cerrado mineiro
copyright © Todos os direitos reservados.
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol
Noites, estranhas noites, doces noites!
A grande rua, lampiões distantes,
Cães latindo bem longe, muito longe.
O andar de um vulto tardo, raramente.
Noites, estranhas noites, doces noites!
Vozes falando, velhas vozes conhecidas.
A grande casa; o tanque em que uma cobra,
Enrolada na bica, um dia apareceu.
A jaqueira de doces frutos, moles, grandes.
As grades do jardim. Os canteiros, as flores.
A felicidade inconsciente, a inconsciência feliz.
Tudo passou. Estão mudas as vozes para sempre.
A casa é outra já, são outros os canteiros e as flores
Só eu sou o mesmo, ainda: não mudei!
Encontraremos o amor depois que um de nós abandonar
os brinquedos.
Encontraremos o amor depois que nos tivermos despedido
E caminharmos separados pelos caminhos.
Então ele passará por nós,
E terá a figura de um velho trôpego,
Ou mesmo de um cão abandonado,
O amor é uma iluminação, e está em nós, contido em nós,
E são sinais indiferentes e próximos que os acordam do
seu sono subitamente.
Elegia
As árvores em flor, todas curvadas,
Enfeitarão o chão que vais pisar.
E a passarada cantará contente
Bem lindos cantos só em teu louvor.
A natureza se fará toda carinho
Para te receber, meu grande amor.
Virás de tarde, numa tarde linda –
Tarde aromal de primavera santa.
Virás na hora em que o sino ao longe
Anuncia tristonho o fim do dia.
Eu estarei saudoso à tua espera
E me perguntarás, pasma, sorrindo:
Como eu pude adivinhar quando chegavas,
Se era surpresa, se de nada me avisaste?
Ah, meu amor! Foi o vento que trouxe o teu perfume
E foi esta inquietação, esta mansa alegria
Que tomou meu solitário coração...
quando me perguntarem vou ser
completamente aberta
horrivelmente honesta
e por isso aviso
nenhuma verdade vai sair
de mim
Resolução
não há resquício de dias pequenos
no instante do olhar ao espelho
após um novo corte de
cabelo pela primeira
vez
eu
sou aquela que já
não sou
ou:
eu
sou aquela que ainda
não fui
(são as aftas que ajudam
a afiar a
língua)
eu sou aquela
que já era
breve e seco
toda a minha história imaginada
descendo como um longo tapa sobre o rosto
do esquecimento
(mas eu acordo agora)
como posso eu querer guardar nos bolsos
todo grito não gritado
toda queda interrompida pela ausência de gravidade
nos momentos cruciais
mesmo gargalhando como uma hiena e dançando como os beatles
ainda estou imersa
e sinto o pulo breve e seco do meu peito
que de saturno não pode ser visto
mas aqui parece que vai me matar
toda a história imaginária rolando escada abaixo e
ninguém vai ouvir estamos todos ocupados
com a voz pegajosa da escuridão
mas é claro que eu acordo agora
quando essa galáxia implodir
eu vou lembrar que resistimos
eu vou lembrar que estivemos
onde pudemos estar
e das palavras que arremessamos
como um jogo de pingue-pongue
nem sempre eu alcanço a bola
mas faço questão de buscá-la no chão e jogar de volta
para que você a receba e o jogo persista e as horas passem
mesmo pressentindo as implosões futuras
mesmo quando o fim escala o muro e entra
a cada toque da raquete ainda espero
uma imensa millennium falcon a nos buscar –
ela não chega
mas a bola ricocheteia rente à rede em uma jogada
tão linda
meus braços elásticos a resgatar a bola da queda
e a gente ri e esquece
de ver o mundo acabar
O que é pra ser não te (r)acha, te mantém. O que é pra ser, está sendo, não é só quando (con)VÉM.
Não é só quando vem.
COVID (soneto)
Madrugada. Silêncio. A agonia
A treva no aflito recolhimento
A ânsia dum outro momento
Sacode a quietude da poesia
Deveras outro sentimento
Numa contaminação do dia
E então outro tempo teria
Nova era, novo nascimento
A voz de Deus Pai grita
E a das almas responde
Nesta labareda infinita
No peito o medo esconde
Num ruído saído da escrita
Dispersos, filhos de Eva... pra onde?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 2020- Cerrado goiano
Ah quem não se perde na mulher que dança
Nada é mais lindo que a mulher que dança
Nada pode ser mais lindo que a mulher que dança
Ela flutua com sólida precisão, mas flutua,
ela é rarefeita, bem feita, perfeita
Ela tem imã no pé,
que não a deixa encostar
no chão
E entre cruza e descruza de pernas,
ela mistura cisão com fusão
Ela mexe com a cintura, e também com meu
Coração, que pula pula pula e sai pela boca
Eu vejo a mulher que dança, e penso em nada,
porque me perco naquela visão
Ela é só sensualidade,
embalada numa canção
Eu amo a mulher que dança,
Eu quero a mulher que dança
O corpo da mulher que dança
ahh é pura emoção,
ele é todo desenhado a mão
Ah se eu pego a mulher que dança,
é cama dança e paixão
É carnaval no meu coração
É sorriso até morrer,
é dança sem dança no chão
Muzambinho
terra de gente que vive sorrindo
cidade tão pequena
mas com almas tão serenas.
Lugar de gente de bem
quem conhece,vai além
gente simples,de coração nobre
cidade do carnaval,
festa em alto astral
Me diz?!
Quem nunca foi rezar lá na matriz,
ou visitar o chafariz
Quem não sente saudades daquele delicioso doce de leite
temos também o instituto,
um bom lugar para se "colher bons frutos"
É muzambinho ....
para muitos, é lembrança,
de uma doce infância...
Muzambinhense:
Tem o charme do olá, a leveza do caminhar e aquele jeitinho airoso de brilhar.
Faz do dia, intensa melodia. Tem história comprida pra contar e doce “baum” pra compartilhar.
Vencido pela idade, dura saudade.
Quando na rua, ganha alma pura...
Segue sereno ao caminhar,
Pois sabe que a cada esquina, um novo riso irá encontrar.
Já pensei em desistir
do caminho que tracei,
mudar o rumo e seguir
para Pasárgada, onde conheço o rei
O canto.
Cante meu amor, cante.
Como o cantar dos pássaros em manhãs serenas que seja sua voz ao meu ouvido dizendo que me ama.
Muzambinho:
Terra de gente que vive sorrindo
Cidade tão pequenas
Mas com almas tão serenas.
Lugar de gente de bem,
Quem conhece, vai além...
Lira do herói renegado
"Não se faz educação com ódio, desprezo ou subjugando os sujeitos envolvidos no processo. O ato educativo, todo ele, é constituído de amor, amor puro e cristalino. E a usurpação, apesar de ser prática usual e recorrente das ações reducionistas de governos e governantes, não pode e não deve constituir em si um impeditivo para que os atores alunos, professores e educadores protagonizem na cena o espetáculo da educação. Os professores são heróis, os vilões são outros. E eles são tão bons no que fazem que você se sentirá motivado a pensar-se maior e ou melhor do que eles, após passar por eles. A educação vai te alçar a patamares tão elevados que talvez você se perca pelo caminho e ou se esqueça de suas raízes. A educação vai te dar asas e libertar a sua mente, o arrebatamento será tremendo, depois você estará por conta própria e, talvez, lá na frente, será necessário olhar para trás, olhar para o lado, para o alto ou para baixo, você decidirá em que direção seguir e por qual caminho se aventurar e com a autonomia de quem lê, escreve, conta e interpreta o mundo. A educação vai salvar você, mas você ainda não sabe disso".
Um pedaço do silêncio que dorme no chão da cozinha
Que a garganta arranhe pela manhã
e os azulejos brancos da cozinha sangrem todos os dias,
que os beijos explodam na boca incontáveis,
inconfundíveis, incalculáveis...
E que a dor não seja maior do que as gargalhadas
que ironizam tamanho sofrimento.
Que os beijos explodam da boca, incontroláveis
e feito os vulcões pirem o cabeção!
E que depois murchem sem dó nem piedade,
feito a imagem esmaecendo às três da madrugada,
após o clique no controle da TV que te controlava
e que agora te liberta de tamanha prisão.
Que o refrão infame...
- pedaço do silêncio que dorme no chão da cozinha -
inflame em chamas de lava ardente
e dissolva feito um passe de mágica,
as rochas marrons e duras,
que são pedras em nosso caminho.
Que quem escreveu (ou leu) essa asneira não morra só!
Nem viva só, nem só lamente por toda a sua miserável vida.
E que possa ser também resiliente,
tenha força pra seguir em frente
e mesmo sem prognóstico positivo possa encontrar uma saída,
que possa ver (entender) que toda essa gente só, não é obra do acaso.
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