Poesia Morena Flor de Morais
VINHO
O vinho...ele
Cresceu entre nós
Na escura solidão
Enquanto esperava
Para ser amado por nós
Como esperamos por ele
Para o beber e o saborear
* ¸.•* ¸.•* ¸.•** ¸.•* ¸.•* ¸.•*
Quando eu te conheçi, ouve um momento, uma hora e um lugar
esse momento lembro como se fosse hoje, essa hora guardo de recordação
esse lugar até hoje que passo, vejo e lembro, Daquele momento
em que te olhei, meus olhos juntos aos teus, percebia que voce era a
garota pra mim, a garota em que eu podesse confiar
a garota em que eu olhasse no fundo dos olhos e sentisse aquele
prazer, Aquela emoção e aquele amor, A garota em que eu passaria
momentos que valece apena, Em que eu compartilhace, momentos
bons e ruins. Eu vejo nossa relação diferente das outras, Por isso
luto a cada dia, Pra ter uma historia que sempre sonhei, e não
quero que isso acabe por motivos pequenos e pelo ouvido dos outros.
Pra mim que se dane oque dizem, Eu quero voce a cada dia,
em momentos bons e ruins. Douglas de bruin
AMANHA É OUTRO DIA
Tem dias que te sentes deprimente
Sem vontade de rir ou de cantar;
Querendo dormir o dia todo
Como se no mundo todo
Não tivesse nada o que olhar?
Tem horas que o mundo parece ter encolhido,
Sendo somente sua casa
E nesse mundo ai sozinho
Nada de nada tem graça?
Se há momentos desditosos
Que ninguém consegue te erguer,
Lembre que nascerá outro sol
Nascendo com você.
O hoje te mostram janelas
De que amanha será escuro,
Mas sempre há depois da neblina
Uma ilha; um porto seguro.
E se essas tormentas te esmorecem
Não te esqueças da prece,
Que feita com o coração
Fazes cair pétalas do céu
Pétalas de renovação.
Se momentos assim se fizerem,
Fuja do pensamento negativo
Que é seu pior inimigo,
Leia; veja um filme, sorria
Que amanha é outro dia
"Oh meu Deus que o meu primeiro
- Cumprimento do meu dia seja teu"
(...)
"Oh meu Deus que o meu ultimo
- cumprimento do final do meu dia seja teu"
TU ÉS AMOR
Tu és o meu caminho, a minha quimera
Tu és o meu vinho, o meu maior vício
Tu és o meu bálsamo de aroma benigno
Tu és a minha flor mais perfumada
Tu és o meu barco que navega à deriva
Tu és as gotículas sedentas da minha seiva
Tu és a minha sinfonia das pétalas de rosas
Tu és a minha textura morna das próprias letras
Tu és o espaço aberto das doces palavras
Tu és o som inacabado de uma bela canção
Tu és as linhas escritas do meu destino
Tu és o verbo amar ditado em versos
Tu és o meu afago no coração de carinhos
Tu és o desejo rasgado no meu peito
Tu és a minha inquietude na minha alma
Tu és o meu mundo pincelado de cores
Tu és a minha poesia de vários sabores
Tu és uma procissão alegre que dança um tango
Tu és a razão da minha existência no infinito
Tu és a minha doce melodia que dá cores à vida
Tu és a minha doçura nas noites cheias de felicidade
Tu és o meu violino que toca no meu corpo.
NEGRAS VESTES
Oh voz poeta dos meus versos
Palavras mortas em letras já nossas
Na troca dum piscar dos teus olhos
Oh dor que rasgas as vestes negras
Oh dor cruel, da minha pobre alma
Beijas-me enquanto brotas sangue
Noites nas lágrimas, no meu lençol
Oh mágoa perdida nas negras vestes
Oh dor que teces um fio num rio
Caminhos sombrios, rumo ao mar
Que nasce do teu talvez desengano
Dores soltas no espaço sem tempo.
Oh noite, que vestes já de negro
Os meus versos de letras mortas
Poesia no dilema feita em prosas
Na troca do sim, pelo talvez não
Onde rasgas as já negras vestes.
Oh dor, que eu não te escuto mais
- Nem te quero mais escutar
Não queiras saber para onde eu vou
- Porque eu só vou onde esteja o amor
(...)
Limpa-me Senhor
- O pó dos meus olhos
Para que o meu coração possa ver melhor
A beleza que há neste mundo.
Ó ARVORE
- Ó grito que rasgas de dor o ventre
Nas masmorras das trevas subterrâneas
- Ó trovão que ecoas o infinito
No sangue dos inocentes humilhados
- Ó abutre insaciável mercenário
Cheio de ódio, de hipocrisia
- Ó cavaleiro de espada de ferro
Exterminador da mentira
- Ó muro de arame farpado nas árvores
De poderosos ramos do universo
- Ó labirinto escondido de pedras entre ervas
Que esvoaçam folhas já de papel
- Ó galhos que sufocam a luz
Que criam raízes sem brotar esperança
MEUS FILHOS
Meus filhos perder-vos
Era perder o chão que piso
- a relva que toco
Era deixar de sentir
O perfume das flores
- Meus filhos, meus amores
Perder-vos era não sentir
- a água salgada
Das doces lágrimas
- De tanta alegria no meu rosto
- Meus filhos, meus amores
RAMOS DESPIDOS
- Despe o meu corpo
Como se de uma árvore tratasse
Nas tempestuosas chuvas
- Do nosso amado outono
Ama-me com os ramos despidos
- De folhas de várias cores
Com a veracidade com que caiem no chão.
LETAL DESTINO
Cinzas no chão, veneno no deserto
Trovão no céu, abre-se o desejo
Fogo inextinguível, dor na vesícula
Mastigo o terror de orgulhoso medo
Furor exausto de irritada verdade
Picada em sangue, doce mordida
Cobra de sombra que lança perdida
Batalhas doridas no próprio sustento
Espada de ferro que carrega um anjo
Que mata a carne, que espera esquecida
Chuva de lama que remove a vida
Liga fraudulenta entre os ossos, o cérebro
Torcem o braço até às clavículas
Vermes que não sabem decifrar o silêncio
Práticos pesadelos em caçar talentos
Molhada argila feita de nada para nada
Destino falso de letais falsos profetas
PORQUE ESCREVO
Escrevo porque
As palavras são fragas
Sem versos, sem vida
Escrevo porque
As palavras são tempestade
Sem pátria, sem espírito
Escrevo porque
As palavras são asas
Cruzes de ninguém em sangue roxo
Escrevo porque
As palavras são penas
Chagas podres no silêncio do vento
Escrevo porque
As palavras são pedras
Duras de afagos, mudas sem grito
Escrevo porque
As palavras são dor
Entre fogos, insanos sem sono.
Escrevo porque
As palavras são liberdade
Escritas, reescritas, lidas, relidas
FERVIDAS TRAVESSIAS
Deixa-me chamar-te no silêncio desta noite
Nos cálidos, monótonos, ventos do meu alento
Despe os meus olhos no salgado manto de algas
Entre as pávidas sensações de um viver intenso
Nas fervidas travessias de estáticas calmarias
Veste-me de um sorriso quando o silêncio chegar
Onde anoitece de leves suspiros de amargas atrações
Adormece a mágoa, a dor, a saudade do meu corpo
No desapego, castigos, amarras na embaraçosa voz
Ser desprendido pela vida, apto a um amor verdadeiro
Abordagem alcançada de todos os desejos entre as folhas
Tatuadas amarradas no pulso em que o poema aparece
Nas horas que não existem, no inverno que perdura, que gela
Os sonhos da eternidade mesmo que não tocasse com as mãos
Na chegada de uma andorinha, verão numa noite cheia de estrelas
Deixa-me respirar, tu és o meu ar, nas fervidas travessias do mar.
PERDIDO INVERNO
Camponês embaraçado
Entre os cachos da videira
Engolido no infinito pela linha férrea
Contava os minutos, as horas
No outono sem espelhos
Nas primaveras com pregos
Nas memórias sem armadilhas
Na brisa em agonia do verão
Nas lufadas da neve no inverno
Nas nuvens sem sombras
Onde estica, encolhe o seu acordeão
Pássaros no horizonte de tréguas
Preguiçoso criador que esqueceu a liberdade
Sem vontade num raio de sol
Morreu entre os carvalhos no monte.
FIZ OU NÃO FIZ
Fiz do oceano profundo a minha dor
Fiz da rua mais amada o meu canto
Fiz do meu sangue o meu lamento
Fiz dos dedos calejados um poema
Fiz da lua testemunha do meu amor
Fiz das palavras mal afamadas o trono
Fiz da fiel carne a sua própria liberdade
Fiz da alma um nevoeiro do seco deserto
Fiz da fé uma crença, um modo de vida
Fiz dos meus crucifixos o meu pensamento
Fiz dos carris o caminho de mim mesma
Fiz do esplendor do sol um abraço a Deus
Fiz da ferida da lua o adeus a própria dor.
Fiz do espetáculo da vida o meu querer
Fiz da essência um obstáculo grande no agir
Fiz do desânimo o tempo que se tornou pequeno
DESPIDOS RAMOS
- Despe-me o corpo
Como se de uma árvore tratásse
Nas tempestuosas chuvas do outono
-Toma-me nas noites quentes de verão
Nos beijos dados da minha boca
- Rouba-me os calafrios da primavera
Onde pintei o teu corpo em torno de meu
- Ama-me com os ramos despidos de folhas
Com a veracidade com que caiem no chão.
O HOMEM CAMINHA SÓ OU NÃO
Ditadores de um sonho já muito sombrio
O homem caminha sobre as palavras
Na invisível rotina, que ilumina o caminho
Entre a dolorosa seta que cerca a sua alma
Descansa na sua fé de intocável mundo
Pintou de sangue a sua própria liberdade
Há noite desenhou o céu num manto branco
Nos telhados feitos de saudade ou lamento
Caminha num chão alheio ao seu corpo ferido
Guerreiro que vive já no meio da tempestade
Alquimista quando cai a noite no noturno luar
Ansiosa frente de forma na inesperada poesia
Onde falhou o poeta, o homem que não caminha
No descontentamento, emoção do deslumbramento
Árvore estéril que usou a seiva para fazer-se renascer
Inesperado olhar desajeitado, sem medo, sem barreiras
Ele queria simplesmente um amor, antes que o engolisse a terra.
ACHADOS PERDIDOS
- Arte de assombro na pena perdida
- Palavras de afeição no sentimento das letras
- Vomita escárnio negro, engole o orgulho
- Espanto sem desgosto, prostra-se a alma de joelhos
- Nas palavras já sentidas que esmiúçam as vestes negras
- Vazias de lágrimas, deixadas no lençol branco de linho
- Embriagadas de ternura nos desejos que atormentam o leito
- Bendiz com piedosas mentiras, que falam do nosso vinho
- De espasmos entre as preces, sonhos que vagueiam por labirintos
- Entre os achados, perdidos nos dias escuros que dão o nó no mar
- Arte de palavras afeição nas letras, escritas que vomitam escárnio
- Coração estremece vestido de letras, no forte chamamento eu sinto.
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