Poesia Harmonia
O SILÊNCIO QUE INCOMODA
O silêncio meu
está em erupção
e escorreu
pela ilusão
Matou os sonhos
matou a quimera
jorrou dias tristonhos
e vida, em espera
Hoje, um vazio
solidão
tácito e frio
Num silêncio
que incomoda
a mansidão...
Luciano Spagnol
Dezembro, 10 de 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
"" Então eu vi o céu abrir e deixar passar um vento e era um vento impregnado de amor, carinho, respeito. Onde passava, mudava as pessoas, tomava conta do lugar, todos sentiam algo novo naquele que não era apenas.
Era um toque, como se fosse a mão de um ser superior a afagar todas as dores. ninguém mais precisaria ter medo, então vi o raiar do novo dia...
Será a doce ilusão de amar as palavras e sentimentos que nunca correspondia
o segredo de tanta paixão pela poesia?
"" Me quis tão assim, completo
repleto de mim, transbordei
feito água cristalina, feito menina
cabelos ao vento
me quis macho e acho que quase consegui
subi montanhas, montei artimanhas, sobrevivi
então o fardo pesou e uau!! eis-me aqui
me desejei plenitude, felicidade
e não por maldade, amei quem não me quis
mas mesmo assim continuo
tentando ser feliz...
SONETO ORANTE
Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos
Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte
Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos
No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
ACIDEZ
Quando aporta em minha porta
com suas perguntas,
atrás de respostas...
Tem gente que não se importa
outras, simplesmente dão as costas.
Todavia a mim, importa...
os desfecho d'essa vida torta
o amargo d'essa torta,
nem todos gostam...
A falta de rumo
a barriga vazia
o ruído da broca
o estrago do dia,
as agruras da vida...
nunca estão de partida!
Antonio Montes
DE MARIA
Enquanto a ladeira do morro descia
Maria crescia, Maria corria,
saltitante saldava o povo e dizia
bom dia! Bom dia...
Maria dava bom dia e sorria
Ladeira abaixo descia
toda feliz a cantar
o povo do lugar aplaudia
... Maria vai encantar.
Maria já bem crescida
aos passos.galgando o declive
as luzes do morro acendiam
e os olhos com risos nos rostos
alegria, alegria... Alegria.
Maria fazia folia
Maria dançava de dia
era samba no pé era bamba
de salto e do alto olhava
por cima do ombro sem tromba
Maria agora namorava.
Um dia...
Maria virou mulher
cresceu o ar de sua graça
dava passadas na praça
Maria toda empinada
até parecia uma garça.
Amou e casou por amor
tão logo teve a sua cria
cheia de alegria e dor
o conforto desconfortou
Maria na chuva tremia.
O morro molhado desabou
e passou reto pelas curvas
e o povo gritando... Que horror!
Meu Deus, meu Deus nos acuda!
O sol raiou no amanhecer
em seu clamor, Maria entristecia
Maria então chorou
com lágrimas de chuva que corria
pelo quinhão,
pela vida que não tinha
Maria sabia, Maria sabia...
Que viver, todavia valia.
Meus versos são sempre iguais...
Não me ouves... Minhas palavras pra ti são mudas...
Mesmo que eu te fale de pássaros de flores e de amor...
Teu coração pra mim é surdo!
Eu contava todas as estrelas que via
Mas numa delas quase te vi...
Caminhei sobre a onda fascinada pelo mar...
Achei que te encontraria no mar
Mas era tudo fantasia... Sonhos de uma poeta...
Ironias do destino!
Assim daqui pra frente te darei o meu silencio...
Saberás então que este amor poderia ter sido eterno...
Se mais tarde pensares em mim podes lembrar-se
***de ti já me esqueci!***
E em doce murmúrio ouvirás minha voz que
Cantava pra ti noutras eras!
"" O amor é um auê
é você
é o quê
o amor é um dengo
um chamego
um vem cá
o amor é a loucura
um pouco de procura
é um sei lá
o amor é a fantasia
a própria ironia
de ser sem se saber por quê
e quando é
adora cafuné
que dirá algo mais
o amor é mais que um bem querer
talvez seja simplesmente
a magia que faz tudo de bom acontecer...
Canção dos passarinhos
Nada abranda a canção dos passarinhos nas manhãs...
parecem cantatas de saudades infindas...
Eu da minha janela
Viajo no topo da brisa... Sou vagante no enigma da vida...
Ou talvez uma semente deixada ali e que germinou da melancolia...
E ficou a recordar doces momentos...vividos!
"" E se eu disser que é amor
pedir para você voltar
trazer o sorriso, a luz
seria pedir demais
e se eu sussurrar que é para sempre
mesmo que seja uma pequena mentira (desculpe,não posso perder a fama de malandro)
e se eu mudar, comprar um terno
ler um livro
pentear o meu cabelo
te honrar
deixar de lado a minha vontade
para ser a sua
o que seremos???
"" É meu o desejo e nem por ele
nem por ninguém, sou tirano
tenho um plano, secreto
objeto sagrado, ao seu lado
.
é luz que irradia seu nome
é contento de uma alma que espera
algo onde impera, o amor
é livre, só e eterna
.
eu caminho, sozinho rumo a você
sem querer, sem perder tempo
apenas penso que vou e fico
.
como pássaro que não sabe viver longe da gaiola
como mendigo que precisa dessa esmola
pois nem que quisesse, conseguiria partir...
Finjo ser poeta sendo um cretino
varias pessoas botando fé
e eu me destruindo
as vezes tudo o que eu queria era um bom vinho.
Aventura
Dois passos ja não no mesmo lugar
espaço pendo a porucura
um passo e talvez quero voltar
os passaros poe-se a cantar
aventura...
loucora...
tontura...
sinto meu peito fora do lugar
longe da doce loucura
onde quero estas
doce aventura
vou me aventurar
dois passos
ja nao sei se vou caminhar
tenho em terna aventura
mas hoje de casa nao vou me afastar
Onde esta?
Foi a assim!?
Proucurei mas não encontrei
onde esta os velhos livros
onde esta os velhos discos
ah! eu proucurei
no gurda roupas
na estante
no armario
ate mesmo na geladeira
eu porucurei
Foi assim?
onde vc escondeu?
talvas na escrivaninha
ou na gaveta do biro
proucurei no forno do fogão
Foi assim!
onde voce deixou?
nas nuvens
no ar
ou de baixo do colchão
eu proucurei!
e muito tempo depois encotrei
quase de baixo...
mas nao da comoda ou do armario
ou ate mesmo do fogão
eu procurei
e encontrei
Na bagunça do cofre do peito
SONETO DO ALTO DO AMBÃO
Do alto do ambão, brada este soneto
Do coração, em saudação e de intento:
De saúde, paz e bem, e contentamento
No tempo de confraternização e afeto
Partilhando ao irmão real sentimento
Onde se possa se doar por completo
Ser soma em um propósito concreto
Amigo e, de zelo como complemento
Daqui solenemente um doce prometo
Do querer ser mais no menos avarento
No nosso humano modelar irrequieto
Por fim, o abraço, apreço em advento
Num gesto de carinho como objeto...
De festejo do amor como bom provento
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
"" Tive a ousadia de sorrir, chorando
a alma percebeu a distância e renunciou
lavou-se, pediu liberdade
mas o coração maquiado, pronto para a festa, sucumbiu
e a face perfeita,modelada pela pintura da felicidade, borrou
como maquilagem que sai levada pela água,
foi-se o sonho, ficou a certeza
irei sorrir, chorar borra a maquiagem..
ACASO (soneto)
Onde será que o cerrado começa
Ou cá termina as minhas miragens
Será a minha ilusão em mensagens
Ou o começo do fim que cá cessa?
Da saudade fiz pranto e roupagens
Dos sonhos viagens que atravessa
As quimeras na vida sem promessa
Porém, queria era outras paisagens
Como no fado o tempo é remessa
E na pressa se perde as bagagens
Cá fico, e cá minha alma confessa
Quem sabe, cá tenha boas aragens
Tecendo o sertão no quebra cabeça
E o acaso segui pra outras paragens
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
NO MEU PINHEIRO (soneto)
Os verdes galhos do meu pinheiro
Ornei com cada nome dum amigo
Assim, num cordão de luz eu digo:
- És presente, presente por inteiro
Não importa a distância, está comigo
Na lembrança, no afeto companheiro
No estar fraterno e, muito verdadeiro
Aqui no peito em morada, eu testigo
Noutros ramos, saudades, num cheiro
Das ausências - o céu hoje o seu abrigo
"In memorian", - cada momento faceiro
Minha árvore de Natal, o amor bendigo
Com fé, gratidão, ao coração certeiro...
A ti amigo, que na amizade é querido!
(Pra cada amigo, um abraço neste cancioneiro...)
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 19, 2016
VELHICE
Aos poucos a velhinha foi sendo jogada par um canto do mundo
e foi se apequenando cada vez mais
humilde
para caber nele
e não incomodar a ninguém
com o que resta da sua presença.
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