Poesia Felicidade Drummond
TÃO SILÊNCIO
De repente... Silenciou
mas um silencio, tão silêncio!
Que chegava ser intenso
o bradar d'aquele silêncio.
Um silêncio d'aqueles que...
O ar, deixou de fazer zoada
e nada, nem ninguém
ouvia nada.
Antonio Montes
MENINO MENINO
O menino com fadiga
na hora tardia
foi a cacimba
passos cansado
momentos amarrados
quebrou a moringa.
Cacos despencou
água se foi
o pote secou
não tem mugunzá
tapioca xerem
batata pra assar
não tem, não tem.
A chaleira de ferro
no fogo vermelhou
galho da laranjeira
a fogo - pagou.
Menino, amarelinho
batendo peteca
pula corda cedinho
com pano boneca.
É arvore sem água
é nuvem de sombra
é conto de fada
na festa de arromba.
Cadê o menino
sem tino, sem pino
não busca mas água
mas colhe desatino.
Tem lei que proteja
p'ra não trabalhar
mas o crime anseia
sem lei pra acabar.
E os olhos inocente
te vê na TV
menino pequeno
sabe mais que você.
A TV te mostrou
tudo que há
a escola te ensina
o tal B-A-BA.
É a pata que nada
o coelho da páscoa
a magia da fada
ABC que lasca.
Professor, professor
olhe, preste atenção
não vê que o menino
tem televisão.
Big brother, novela
tudo ensina amar
o dinheiro comanda
o mundo de cá.
Professor, professor
tome tento no ar
cuidado o menino
ele vai te ensinar.
Antonio Montes
O VENDE VENDE
Não cansas-te de fazer divisões no mundo,
dividindo-o em, cercas, muros e muralhas
Quantas vezes com suas desculpas
dividisse o amor...
Quantas vezes, usando o nome do amor, fizeste guerras para galgar a paz...
Até, tentou dividir o redentor....
Agora, depois de tanto... Tanto tempo!
Dividiu o espaços no ar, em linhas e coordenadas
mapearam tudo, só para poder, melhor guerrear.
Já mapeou as estrelas, e também as águas dos
oceanos... Já vendeu torrão no céu, vendeu,
cadeira ao lado de Deus...
Já jogou veneno no mundo
só para aniquilar os irmãos seus.
Atualmente, estão tentando mapear
as terra do paraíso, ate andaram vendendo
pedaços lá do alto!
Não, não... Não encha o céu de divisa,
não coloque muros nas alturas, pois ainda
não fizeram moedas que lá possa comprar.
Eu sei, eu sei... Existe gambelação, e vendem por
ai, entradas na céu, mas isso não passa de:
cega ganância e exploração.
Antonio Montes
PASSOS E GROSA
Passos, passadas
noite escura...
Música de lambada, tons
na sombra frágil figura
atrás da lâmpada de neon.
Medo, medão coração
trema, tema no espaço
compasso marca no aço
DÓ, RÉ, MÍ, SOL, LÁ, SI, FÁ
pelo norte e sul do salão
marca tempo o batucar.
Ginga na mímica a imagem
refletida na bolha, de sabão
ponteio de dedos coragem
pela calçadas a visagem
treme de medo a paixão.
Choro segredo, lagrima
aperto corpo frenesi
couro, morro, labaredas
socorro! socorro! Não...
Não é p'ra ti, nem para mim.
Antonio Montes
FIAR POÉTICO
E então, ó poema?
A inspiração indaga:
qual trilha, que dilema
se a intenção vaga...
Reage a página vazia
siga a tua saga
de vida
tristura e alegria
desprezo e amor
Pois, só assim
verso e reverso
o poema há de compor
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
Aliceando, Alice Ruiz
Exaltação da natureza
Muitos poetas exaltaram
a beleza da natureza,
a exuberância das plantas;
o perfume das flores;
as cores das plumas das aves;
o frescor da brisa do mar;
o calor da areia da praia;
a suavidade do toque dos ventos;
o canto triste dos pássaros;
o estrondo das cachoeiras,
mas tudo isso pode estar contido,
na suavidade do movimento
de uma simples borboleta,
na luz que irradia dos teus olhos,
no timbre da sua voz,
ou apenas no teu cheiro.
Não entendo porque tanta agonia
Por dinheiro por ter tudo e desamor
Cada um só carrega o que plantou
E todos podem curtir a luz do dia.
Só exija o que lhe traga alegria,
Ser feliz é questão de só querer,
Quem é triste certamente vai morrer,
Afogado na própria agonia
Coração adormecido
Dentro de você tem um coração
que não envelhece e,
por mais que tenha sofrido,
ele está apenas adormecido,
pronto para ser desperto
e amar novamente,
com a mesma intensidade
da sua juventude.
Os seus desejos
não desapareceram,
apenas se retraíram
quando reprimidos,
e criaram, dentro de você,
vulcão inativo,
pronto para entrar em erupção.
Você pode não admitir,
mas alguns sinais indicam,
que o seu absoluto
controle das coisas,
já não é tão eficaz e,
em algum momento,
a emoção virá à tona,
os sentimentos aflorarão,
e todo o seu corpo reclamará
por um aconchego,
capaz de arrefecer
a sua fervura.
Até o tom da pele
da tua face se altera,
ilumina;
a sua voz emudece,
silencia.
Somente o som
das batidas do seu coração,
poderão serem ouvidos
à distância.
Na luz dos teus olhos
Nos teus olhos
eu quero encontrar
a luz para
os meus caminhos;
nos teus braços
eu quero achar
aconchego;
nos teus lábios
eu quero saciar
os meus desejos.
Em ti o meu coração
encontrará abrigo,
e a minha alma
terá paz.
Uma mulher mais bela
Sempre haverá uma mulher mais bela;
mais jovem;
com um corpo mais escultural;
que se mostre mais culta,
e até mais inteligente,
mas nunca haverá tudo isso
reunido numa só pessoa,
nunca haverá outra igual a você:
vem, despe dos seus preconceitos
e caminha,
vestida só com teus saltos,
sobre o meu coração.
Um lugar para chamar de lar
Existe um lugar onde a amizade
é maior que a maldade,
e a sinceridade supera a malícia.
É um lugar onde o amor e a confiança
são maiores que o ciúme.
Onde o ciúme existe,
mas apenas demonstra o bem querer
que apimenta a relação humana.
É um abrigo que protege
dos ventos e tempestades,
até mesmo as da alma.
É lá que se divide o pão,
a dor e se multiplica o amor.
Onde se faz o bem
sem exigir nada em troca,
e os adultos ainda tem a sinceridade das crianças.
É um lugar onde se tem boas lembranças,
e se ouve os mais velhos,
com respeito pela sua sabedoria e confiança.
Onde o carinho e a paz
brotam num sorriso sincero,
e um abraço apertado aquece
a alma em desespero.
É um canto do mundo
onde as pessoas próximas ainda conversam,
e antes de ir embora já querem voltar.
Esse lugar ainda existe
e é tão fácil de encontrar,
é onde você volta quando desliga o celular,
é ali mesmo onde você chama de lar.
Admirador de borboletas
Eu sou um eterno admirador de borboletas;
da expressividade das suas cores
e da leveza dos seus movimentos.
Eu me encanto de como elas pousam
e decolam livremente.
Eu reconheço a fragilidade,
mas invejo o destemor das pétalas que voam.
Neste mundo globalizado,
se uma delas bater suas asas com força lá no norte,
eu sou capaz de sentir uma brisa fria aqui no sul.
Eu ainda olho pra uma borboleta específica,
e penso, admirado,
como um trem desses é capaz de voar.
Espelhos inertes
Os homens são apenas espelhos inertes,
superfícies planas, apáticas, estáticas e mortas,
até que neles reflitam uma poesia,
cheia de vida e arte em movimento,
ou apenas o brilho do olhar de uma mulher.
As profecias são professores em toda plena amizade, pois o tempo de aprende é o mesmo que ensina.
Cordialidade
Respeito
Ternura ao tratar o outro como gente, pois cada bocado alimenta a esperança de fazer da vida o ato de amar, formando cidadão com virtudes e sabedoria, seremos felizes todos os dias.
"Meu peito rasgado grito calado.
A voz ecoa no silêncio do vale.
Mesmo fraco, sorriso no rosto.
Sorriso que tinha motivo, hoje busca razões.
Razões pra que? Pra entender?
Entender o que?
Solidão se faz, o destino capaz...
Palavra machuca, atitudes destroem.
Mas quem sabe um dia, um dia qualquer.. volto a ter razões e motivos para sorrir à toa, sem ser por conta de outra pessoa.
Busco em Deus o que os homens não podem me dar.
Fé e esperança, o que me resta.
Meu peito rasgado.. grito em silêncio."
Traços poéticos
É nas manhãs silenciosas
Quando não tem ninguém perto que ele mostra o que ele é
Faz nascer do zero, as mais belas criações
Ele corre os riscos
Em cada curva tem um pouco dele
Lapidando cada traço ele eleva a arte, as linhas se encaixam, rimam, ele ilustra a vida, ele também é poeta.
E por apreço poético, ele que desenha os seus poemas, agora está desenhado em palavras, porque poeta também pode ser poesia.
-Bia Brandão.
Teu lar
Diga-me
Além de estar aqui dentro de mim
Onde você se encontra?
Olha não demora.
Eu (tua casa) estou em desordem
Quando chegar não repara a bagunça e os destroços. . .
É que a saudade inflamável causou um incêndio em meu peito.
Incêndio que só teu abraço apaga.
E você ainda não chegou.
Olha não demora
O teu lar, que sou eu, está em chamas. . . Teu lar está prestes a ser cinzas... o vento e o tempo podem levar.
Ps. quem vai lhe abrigar?
Obra de Arte
Não, eu não sou de quem me rasga o peito, dilacera, machuca, faz motejo, me bagunça, vai embora, e quando volta, não é para arrumar.
Eu não sou de quem vê somente a aparência, de quem é cego por vaidade, de quem só acha que me conhece de verdade, que não enxerga o que sou por não conseguir enxergar além daquilo que aparento ser.
Eu sou de quem saber ter, de quem sabe ser, ser amor ... Sou de quem traz calmaria, de quem não tulmutua, sou artista do amor, e de mim já faz parte, afirmar que ser tua, não é nenhuma obra de arte.
Não tragas em uma das mãos a rosa
e na outra o aço que a ceifou
tragas apenas o lume e o perfume
do jardim que te encantou
ao chegares, abre um sorriso
e coloca a beleza e a fé do teu dia
na fantasia de perpetuar a flor
ao cultivares sonhos,
deixas em mim
o belo exemplo do que é ser amor...
Que as asas compreendam as raízes
E seu desejo de entranhas.
E que as raízes compreendam as asas
E seu fascínio pelo abismo.
E então, o encontro será possível
No centro do coração.
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