Poesia Eternamente

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Último poema

Nestes lugares desguarnecidos
e ao alto limpos no ar
como as bocas dos túmulos
de que nos serve já polir mais símbolos?

De que nos serve já aos telhados
canelar as águas de gritos
e com eles varrer o céu
(ou com os feixes de luar que devolvemos)?

É ou não o último voo
bíblico da pomba?

Que sem horizonte a esperamos
em nossa arca onde há milénios se acumulam
os ramos podres da esperança.

Inserida por pensador

Há poetas com musa. Muitos.
Eu, neste jardim do Éden,
a cargo do município,
onde um velho destece a sua vida
e, baixando o olhar,
ainda lhe afaga a trama,
quando a poesia se afoita,
amuo
na agrura de, ao acordar,
tê-la sonhado.

Inserida por pensador

há-de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado

por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém

e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão

(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)

um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade

Inserida por pensador

dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice

conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo

dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos

Inserida por pensador

Recado

ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte

vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer - vai por esse campo
de crateras extintas - vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite

deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo - deixa
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração - ouve-me

que o dia te seja limpo
e para lá da pele constrói o arco de sal
a morada eterna - o mar por onde fugirá
o etéreo visitante desta noite

não esqueças o navio carregado de lumes
de desejos em poeira - não esqueças o ouro
o marfim - os sessenta comprimidos letais
ao pequeno-almoço

Inserida por pensador

As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar

ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada

Inserida por pensador

Acordar tarde

tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte

procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer

irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia

Inserida por pensador

Ofício de amar

Já não necessito de ti
Tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
Tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
De outras galáxias, e o remorso.....

.....um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo.

Inserida por pensador

Encrespa


Conte a história que quiser...


mas basta ler o meu cabelo
para saber quem é
a resistência
a voz que clama
a mulher da guerra
a mulher que luta contra tudo e contra todos,
a que sangra e proclama...


a preta de passado incerto,
certamente mal contado!!!


cada fio do meu crespo
para cima
para os lados
para frente
para baixo
para o mundo ...
alisado,
cacheado,
crespo todo
entrançado
na tua frente...


uma história,
uma multidão de ancestralidade...
uma raiz...
um conto
contado erroneamente pela mão branca...


Porque incomoda
ver as pretas
assumirem
sua raiz
na história,
na cultura
na escola,
na tv,
na casa da sogra,
na elite,
na suite,
na boutique
e no seu friz


encrespando poesia na veia da sociedade!!!

Inserida por MAISHAMANDISA

O céu deste
entardecer
parece até
um chiffon
multicor
esvoaçante,

E como um
beijo a noite
no cânion
nos deixou
perto de Órion;

Não sei se
é imaginação
minha ou
se foi a Lua:

Algo vem
me dizendo
que és meu,
e eu sou tua.

Neste peito
que é oásis
e paragem
romântica,
a existência
do teu amor
vem sendo
uma miragem.

Inserida por anna_flavia_schmitt

" Se o tempo não apaga nada
quanta maldade!!
resta ao coração curtir em paz
a doce e ao mesmo tempo amarga,
saudade...

Inserida por OscarKlemz

Perdão por fazer parte do crime que aos poucos ceifam sua vida.

Escrevo para minha pátria.
Ela é analfabeta.
Pura e reta.
Foi ela que disse a mim.
Foi assim, vou contar.

Meu Brasil se referiu ao madeiro.
Eu vi uma luz através do candeeiro.
Iluminou minha mente.
Eu indecente meio fuleiro.
Quis ouvir a voz.

Então diz meu Brasil.
Eu carrego a cruz por ti.
Meu povo me chicoteia.
Não entende minha bondade.
Quinhentos e vinte anos eu jorro fartura.
Mas o caráter da maldade.
Este é o homem a grande figura.
Tende a mim crucificar.
Não sei até quando suportarei.
Não sei se renascerei.

Então eu disse;
Perdão por fazer parte do crime que aos poucos ceifam sua vida.
De certa forma acho que já peguei chicote.
Bebi água do seu pote.
Fui alegoria e fui xote.
Mas amanhã, vou dar pinote.
O que pensa o povo dessa poesia.
Oh causadores da morte.

Giovane Silva Santos

Inserida por giovanesilvasantos1

Para você oferto
o sutil poema
da Via Láctea,
todas a vezes
que estou
perto ou longe
do que nos afasta,...

Quando a Lua
se ergue diante
da tua fronte
que é o Universo
avistado no alto
de um monte
e que reflete
nos bosques;

Apesar deste
tempo ruim,
tenho todas
as razões
para te adorar
nestas noites
que você está
para chegar,...

Só quero que
saiba que
todas as cenas
sempre são
e serão motivos
para a tua imagem
jamais se apagar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

No teu íntimo
sou a tua
Lua muda
e imensa
em terra
estrangeira,
a minha presença
te entretém
a noite inteira.

Surjo sempre
quando te falta
a esperança
de vencer
a escuridão
que sei que
você se encontra;

No céu cruzo
os morros
beijando as matas
para sossegar
o teu coração,
contigo estou
por cada estação,
na tua oração
e em cada canção.

Inserida por anna_flavia_schmitt

me apresento por alma
e não tenho medo dos céticos.
também não me assustam os vampiros,
tampouco histórias profanas.
me apresento por alma,
pela insuficiência da matéria,
pela insuficiência daquilo que é.
pois, para mim não basta
nem nunca bastou.
me apresento por alma,
pela própria alma, pela calma.
pelo intangível.
pelo epifânico.
por aquilo que esmurra o estômago,
e que não tem diagnóstico.
me apresento por alma,
para não ser lido.
para não ser traduzido.
para não ser ou,
caso for,
que seja alma.

Inserida por rubobrobsky

Todo aquele que
tem o quê oferecer
planta árvores,
flores e a beleza
sempre espalha
nos campos
de altitude
e pelos lugares
por onde passa,...

Quando não escreve
pinta, cozinha,
conserta, esculpe
ou costura,
Busca a plenitude
da arte intensa
de viver sidéreo;

Vive carregando
em si o sentimento
poético do mundo
que vai além do que
uns dizem e você pensa;
e alcança a graça
do alto da Lua Cheia
que com a sua grinalda
luminosa a serra enfeita.

Inserida por anna_flavia_schmitt

"Gritasse a alma aflita,
De dores abundante.
Onde ao longo do tempo
Se tornaram gigantes".

Inserida por Debora1308

" Fantasiei-me de maravilhosa e sai,
colhendo os sorrisos que a beleza proporciona,
mas não coleciono nada,
apenas vivo a intensidade dos momentos...

Inserida por OscarKlemz

" Foste tanto
alegraste o riso
decoraste o tempo
e a contento, libertaste também da dor
ao amor
ao vento
ao sublime
cortaste a partida
tecendo madrugadas
e sonhos que apaixonadamente vivo
se ficarás não sei
só sei que tua chegada não foi em vão...

Inserida por OscarKlemz

Sem ter vergonha
nenhuma e como
quem arranca
as pétalas de uma
rosa com a boca:

Nos lábios teus
os meus arrancam
os teus beijos,

Porque por ti sou
perdidamente louca.

Com a companhia
da Lua amável
e você no coração,
esta cena me vem
quase todo dia:

No transe da ambição
que sacode deste
corpo o pó da rotina,

Porque és encanto
e luxuosa perdição.

Uma inspiração
travessa que dança
nos campos meridionais
fazendo com que
não desista do nosso
encontro jamais.

Inserida por anna_flavia_schmitt

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