Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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"No que pese termos o coração voltado para o bem daqueles que amamos, nunca devemos nos esquecer da borboleta em seu casulo.
Ela,e somente ela é capaz de conduzir o processo da metamorfose"

Inserida por zecasorocaba

MÃE - UM POEMA DE SAUDADE.

Não tenho mãe, quem me dera
Pudesse ter a ventura
De numa vida futura,
Ter outra vez Dna. Vera.

I

Eu não queria fazer um poema de saudade,
É que saudade é solidão presente,
Tampouco relembrar momentos de felicidade,
Nem gestos de mágica ternura...
Antes, eu queria tê-los novamente,
Guardados para sempre aqui comigo...

Ah! Que bom abrir os olhos
E ter o sorriso que me iluminava nas manhãs,
Estender a mão em busca da mão amiga
E encontrá-la...
Por isso,
Eu não queria fazer um poema de saudade...

Poema que meus olhos molhados
Quase não me deixam escrever,
Mas que o meu coração de poeta
E filho que ficou, escreve pra você,
Como último adeus e homenagem...

As horas continuam a se suceder
E só o velho relógio de parede as registra...
Nada é mais como antes,
E eu nunca serei como antes ,
Sem a presença daquela que amei, amo e amarei...
Não importa...

II

Recordações afloram à minha mente,
O lugar no sofá da sala está vazio,
O meu coração está vazio...
Não ouço mais a mesma voz que me repreendia
Pelas coisas erradas que fazia,
Nem aquela voz que carinhosamente
Me despertava com um “Bom dia!”...

Minh’alma morreu um pouco...
Eu morri um pouco!
A ausência de você é chaga que tortura...
Nem o Sol, embora claro o dia,
Consegue iluminar o negror
Da minha noite escura...

Hoje, eu vou conseguir,
Não obstante as lágrimas que teimam
em se fazer presentes
e a tristeza que agora me acompanha,
fazer o poema que sempre quis pra você,
Nem que seja, ainda que tarde,
Um poema de saudade...


EMILIO CARLOS ALVES
Enviado por EMILIO CARLOS ALVES em 14/01/2008
Reeditado em 14/01/2008
Código do texto: T817319

Inserida por EMILETO

(poema a escrever hoje, ou nunca)


não dei por ele,
talvez brisa no
pescoço
e na orelha,
o primeiro arrepio de prazer
talvez tenha sido isso
leve, começo a senti-lo
refresca-me
mas cresce,
torna-se forte
antevejo um tornado,
com todos os sentimentos
no centro
a elevar-se em
espiral,
para fora de mim e
do mundo dos ventos
amor-vento
já uma tempestade
abre-me os olhos,
amor-água
escorre-me pelo rosto
pelo corpo
as cordas das velas do meu passado
esticam rangem vibram,
as cruzes nelas bordadas
partem com o vento
e a minha alma fica
branca
pura
disponível
para receber as tuas marcas,
só as tuas!


Carlos Peres Feio

Inserida por MERRAH

⁠Esta vida, é uma crónica sala de aprendizagem.
Quem já disser que sabe tudo, ou não pensa ou, mesmo vivo, já morreu para a vida.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Tudo em mim, é um projeto inacabado.
Só peço ao artífice, ao escultor sem gosto que talhou o meu perfil de vida, que me restitua os meus lindos olhos de menino, na estatueta imperfeita que me quis oferecer, mas que eu, orgulhosamente, rejeitei.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠ALELUIA DA MANHÃ
Nasceu, chama-se dia,
Que alegria!
Ou será o meu sonho de rebeldia
Gerado nos travesseiros
Sem que ninguém descobrisse?
Talvez a noite o parisse,
Enquanto contava carneiros...
Horas rápidas, sol com cio
Como gatos ao desafio
Nas telhas da noite fria.
Canário amarelo que não canta
Nem encanta:
Só pia!
Sino que toca em nostalgia,
Gente que desabrocha
Como a luz de uma tocha
Num milagre de alegria.
Que belo é viver
O prazer,
De um novo dia!

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Na vida, uns têm muito dinheiro por um preço vil.
Outros, só têm valores humanos, que são muito mais valiosos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Parto sempre em vantagem em relação aos meus opositores, porque eu,
sou sempre eu, e eles, não sabem o que são.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Tantas vezes as nossas lágrimas caindo em solo estéril,
fazem depois brotar flores de encantar.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Se as bocas comessem tanto como comem os olhos, este mundo afundar-se-ia com o peso dos obesos.

(Carlos De Castro)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠O PRESÉPIO

Este presépio, saibam todos, é meu!
Ergui-o dos alicerces ao telhado,
Talhado em casca de sobreiro enrugado
Tal como este rosto que Deus me deu…

Já mo quiseram comprar, confesso eu:
Mas não cedo nem que castrado!
Ia lá vender um tesouro amado
Que é um bocado do corpo meu!?...

Que diria S. José, ali mesmo ao pé
Virado para Nossa Senhora, até !?...
E os animais e a estrela que reluz!?..

Meu presépio, obra minha, filho meu!
Não vendo o lar onde alguém nasceu
Com o nome de Menino Jesus!

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

Aproveito ao máximo as fases da lua da minha vida para retribuir aos que me fazem bem.
Aos demais, ignoro-os, esqueço-os tão fácil, pura e simplesmente.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Filhos...
Serão sarilhos
Cadilhos!?…
Eu sei que não!
São apenas estribilhos
Dos coros afinadinhos
Inspirados, rebeldinhos
Da nossa mais bela canção.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

Sempre que estou só, parece que tenho toda a gente do mundo ao meu redor.

Outras vezes, basta-me a companhia de duas pessoas, para me sentir o homem mais infeliz e solitário que alguma vez existiu.⁠

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Uns, adoram ser a fotografia.

Outros, contentam-se em ser apenas a moldura.

Por vezes, é difícil escolher.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Um dia, perguntei à solidão:
- Quem te acompanha mais?
E, ela logo me respondeu:
- Tu!
(tu... que sou eu, este, o cujo dito.)

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Afirmam que a idade verdadeira da gente mede-se pelo cérebro de cada um.
Peço perdão às doutas opiniões:
Eu, pela medida do meu cerebelo já velho como árvore de vida, nesse raciocínio, ultrapassei os cento e trinta, há longos anos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠As guerras, sobretudo as maiores das outras demais guerras, nascem inexoravelmente da miópica cegueira dos soturnos cérebros desmiolados, os tais que se consideram ser iluminados pelos deuses com pés de barro.

Que nojo, que náuseas e dó me metem todos aqueles que nesta sociedade em declínio vertiginoso, ainda não arranjaram uma unha de vergonha em irem à missa de tais sumidades tirânicas.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠Sete dias de paz em todos os dias, semanas e anos do mundo e é só

multiplicar, pelo dobro, pelo menos.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro

⁠A jactância, a fanfarronada, a vanglória de alguns galifões de crista baixa, geralmente é só e felizmente bem absorvida, assimilada, por seres de memória curta e nada dada ao sentido do pensar.
Depois, é só ler como vai o pensamento, a reflexão, a atuação em palco da vida de tanta massa humana que preenche espaço deste século XXI e que pensaríamos ser o futuro mais risonho da humanidade terráquea.
Como a gente boa, sem querer, se engana.

Inserida por CarlosVieiraDeCastro