Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Espontâneo
E esse gostar repentino
Me calo assim te escuto
Suas falas são sempre
Sinais de amor mútuo
Poetizou ? Poetizei!
Me acostumou agora aguenta
Mas sem sufocar! O sufoco desagrada
Agente sufoca de muito amor
Mas sem essa de querer forçar a te amar
Deixa rolar,transparecer e acontecer!
Masse quiser me ligar fique a vontade
Vamos jogar conversa fora nessa tarde
E se não souber fazer amor
Não esquenta as vezes é natural
Estou pronto pra lhe ensinar
Te mostrarei como fabricar
E quando a falta de paciência chegar
Novamente não há com o que se preocupar
É só recordar ! E aí Lembrou?
Amor inocente,amor inconsciente
Chuva
Chuva que cai
Encantadora melodia
Água la fora
mente tranquila
Chuva que cai
Bênção divina
pingos ao chão
Lembranças longínquas
Chuva que cai
Inesperado milagre
Correntezas escorrem
Caminhos se abrem
Chuva que cai
Promessa de vida
Ventos molhados
Quatro da matina
Chuva que cai
Amores passados
Trazem de volta
Eternas águas de março !
Março 8
Como lhe definir mulher? Sim és tu!
Capaz de levar a ruína o mais bravos guerreiros
Como não ouvir o timbre de tua voz que hipnotiza
Como não se render aos encantos sem me por de joelhos
És tu Mulher!
A mais misteriosa das criações de Deus
Criatura que nenhum sábio ousou a desvendar
A mulher; como não se perder em ti
Apaixonante é cada qual no seu jeito peculiar
És tu Mulher
Sincera em tuas manifestações emocionais
Amo não amo; alegre,triste,chorona e sorridente...
Socorro! Senhor que injustiça!
Sem manual não da pra entender claramente!
És tu mulher
Sempre meiga
Seu olhar,seu abraço e sua voz,percebe a simplicidade ?
Nos perdoe por não compreender.
E muito obrigado por nos cuidar nos guardar
Obrigado pelo simples fato de nos transformar
És tu Mulher
Sonhadora,guerreira e que vai a luta ao levantar se da cama !
Firme em sua intensa batalha cotidiana
Feroz como uma leoa que defende seus filhotes
Pois seus amados são os bens mais preciosos
Tu querida Mulher
A ti lhe que dedico a minha ousadia
Que mesmo sem lhe compreender por inteira
Lhe escrevo essa homenagem
Nas linhas de minha poesia
E um muito obrigado a você dia 8 de Março de 1857
Por esfregar em nossa face !
Que sem você Mulher eu nada faço
à você ficam meu carinho,beijos e abraços.
Nada
Nada além !
Estar poeticamente pensando
Minuciosamente analisando
Estratégica! Mente! Trabalhando!
Rotineiras e seguidas noites de insônia
Por onde viajar? Ser ! Humano!
Quando não estás sonhando.
O que sua alma diz
quando seus lábios não dizem
nada além de nada!
Escrever...
Em gestação a lágrima se peroliza,
remoendo-se em si.
Assim a palavra me angustia,
ansiosa por se formar e sair.
Sabemos que não está pronta,
ainda falta um tanto de vida.
Mas quem a pode dominar ?
Portanto, aos pedaços e escura
ei-la nascida contente consigo.
Eis-me atônito buscando o brilho
que ainda não há ou sequer haverá!
Incompleta...
A arte de voar
Então...
Escreva
para sair de ti
e invadir o outro
sem permissão ou aviso
sem culpa
Escreva
para libertar-se
para nutrir a alma de sentimentos
a tua, a minha... de todos
Então...
escreva
para renascer
Voe minha bela Fênix
não há gaiola para ti
Da Sua boca eu sou refém,
do seu olhar eu sou também,
sorriso igual o seu ninguém o tem,
faz até ateu dizer amém.
Sou para quem sabe sentir
Para quem possui os sentidos aguçados
Para quem consegue ultrapassar meu corpo
Sou por dentro
Em meu corpo não há minha essência
Minha alma está fragmentada aqui
Somente para quem for hábil
Que souber sentir
Ela
bebia,
fumava,
cheirava...
abusava de todos os vícios que eu não gostava...
eram seus vícios;
mas entre quatro paredes
nós
nos bebíamos,
nos sugávamos,
nos cheirávamos...
abusávamos de todo desejo que gostávamos...
era meu vício.
Pai
Não queria crescer
Queria adormecer
num canto da sala
Onde sempre me carregava
E pro quarto me levava
Nos seus braços
Mais que protegida
sentia amada
Pai
Não queria crescer
Mesmo com as broncas
Que no olhar de criança
Sempre inocente
Guardava na minha mente
Os conselhos e ensinamentos
Para quando crescesse
Pai
Não queria crescer
Queria sair de mãos dadas
Correr e pular
Rir até de madrugada
E ouvir suas histórias
Às vezes engraçadas
Pai
Não queria crescer
Já que cheguei até aqui
Agradeço os momentos
Da minha infância
E tudo que aprendi
Como herança
Carregarei sempre o sobrenome
Será uma eterna lembrança
Da essência
Da nossa existência
Destino
Desatino
Sai do prumo
Não tem sentido
É confuso
Não entendo
Sigo o rumo
Um fio de linha
nos é dado
Lá no início
Ainda pequenino
Não somos
costureiros
Nem bordar
sabemos direito!
A vida ensina
tal profissão
Sem remuneração
Predestinação
Usamos a intuição
E tecemos
com a própria mão
Destino
Desatino
Sai do prumo
Não tem sentido
É confuso
Não entendo
Sigo o rumo
Destino
Vai traçando
Entrelaçando
Cruzando
Marcando
A vida
Até o fim da linha
Queria ter asas
para voar
Desafiar o vento
Sentir a brisa
Que vem do mar
Não se preocupar
com o cabelo despenteado
Pés descalços
Gostaria de assim
poder viajar
Conhecer lugares
praias
Pisar na areia
fofa e branquinha
Sentir o sol
na pele
E quando
cansada de admirar
essa natureza tão bela
Seguir voando
Livre!
E voltar pra casa
com segurança
Guardar minhas asas
Pra quando quiser
voar novamente
Sem precisar
pagar nada
pra conhecer o mundo
e muita gente
FIM DE TARDE
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando os meus desejos
tornaram-se seus.
O sol alaranjado era testemunha
do nosso amor.
Nesse dia construímos um mundo
(o nosso mundo).
Eramos os donos da Ilha
Eramos os donos da praia
Eramos os donos das dunas.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando a brisa fria trazia
consigo o soneto das ondas.
Quando me envolvi no calor do seu corpo
Quando nos aquecemos no calor do beijo.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Quando partimos felizes!
Quando o sol mergulhava no mar profundo
para por fim ao nosso dia.
Era fim de tarde...
Tão somente fim de tarde.
Que em minha lembrança ficou...
E o que me resta?
poder te amar talvez seja a resposta.
Então não me prive de poder te amar,
com tudo que tenho com tudo que sou…
Um bom livro, um cigarro, um café, você ao meu lado
Vendo-te, meu corpo, em luxúria, viciado.
Tão profundo quanto simples e desejos nada simplórios
Acordaste ao meio-dia me sorrindo com teus olhos.
Diretamente das ruas Porto
anda curtir o nosso o som,
isto é rap interventivo
sente o poder da criação.
A gosto
–
Tentativas
Frustradas
De disfarce
Os olhos
Denunciavam
Um sorriso
Tímido
Instalando-se
Na face
A vontade
Era maior
E estar ali
Um atentado
Pois das chances
Todas
Era essa
A sua
Escolha
Ser-lhe
Posse
E nos teus braços
Se perder
E se encontrar.
Ressaca
–
No excesso
Que descabe
Do teu avesso,
Da tua escolha,
Amontoando
Minha cabeça,
As lembranças
Que escapavam
Do meu lembrar
Não sei como,
Não sei porque
Nem como parar,
Só sei que sei
Vou além
Mas não,
Não morro não
Sou todo feito
E efeito
De exageros.
Te amo
Desse jeito.
Vou muito bem,
Obrigado.
Violência
–
Sou um misto
Arriscado
Do fogo
Que vai
Alastrar,
Alucinação
Que vais gostar.
Porque você quer?
Porque você me quer?
Já não sabe bem?
Da dor e combustão,
Do abandono,
Da fuga e saia justa,
Destruição e fissura,
Desse tiro no escuro?
Você ainda quer
Brincar comigo?
Ainda quer?
Fuja!
Fuja logo,
Não olha pra trás,
Não olha pra mim
Assim…
Que eu vou te pegar!
Decepção?
–
Vão,
Encaixe
E elo
Por onde deixas
A sentença
Lhe atingir,
Quem se ilude
No arrebanhar
Dos pares
Dos olhos teus?
Dê um pause
No teu ensaio
Programado,
Somos feitos
Duma combinação,
E encontros
São pontuais
Demais
Pro que sucede
A imaginação,
Volto pra casa
Pensando
Num punhado
D'ocê,
E invento
O que eu quiser.
Perfeição é ponto
De vista.
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