Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada
Muitos que se preocupam tanto com o que entra pela boca menosprezam o que sai e o que entra pelos olhos e não adormece, atormenta. Completam esse triste quadro vendo sem enxergar, ouvindo sem escutar e pegando sem sentir. Tudo é alimento, seja para o corpo, seja para a alma e ambos adoecem.
Não adianta os galhos e folhas subirem e conhecerem a luz do sol, pois só quando as raízes descem as profundezas escuras da terra é que uma árvore pode ser considerada pronta.
Um grande ser não é aquele que nunca grita, ofende , se apavora ou erra, mas o que reconhece seus erros e desculpa-se rapidamente. Ele vai quantas vezes for preciso, mas jamais fica ao chão.
Se não for pelas nossas mentes, com braços e pernas atuantes e voz alta, continuaremos sobre o assoalho, inertes, como a sujeira que se deposita todos os dias sendo pisada.
É melhor renascer a parar de dar valor às coisas simples por conhecer o luxo e desejá-lo unicamente, pois estaremos mortos em vida.
Se olhares me intimidassem seria eu o primeiro a dizer-te, mas ao fazeres isso sobre o meu passado deixastes de escutar-me.
Prefiro o arrependimento daquilo que eu possa ter dito ou feito e me causou prejuizo do que daquilo que deixei de tentar fazer e dizer e me lançou no vácuo, num universo do "e se..."
Sou produto de tudo que vi, ouvi, senti, pensei, falei e mais, do que refleti e questionei disso. Não retiraria nada do meu passado por receio de gerar desvios que alterariam meu aprendizado atual.
Alicerces frágeis devem ser implodidos, mesmo que tenhamos de perder a construção e daí refazê-la com segurança.
Pessoas são como as portas, existem as escancaradas e raras, as entreabertas, as fechadas e, por fim as piores, as trancadas.
A amizade é uma dádiva fascinante e acontece por empatia, por afinidade de algumas ideias e por isso pode ser virtual.
Nunca te vi, mas posso nutrir uma amizade profunda apenas por sinais de fumaça, cartas, telégrafos, telefones, e-mails...afinal, nós a construímos por algumas afinidades de idéias ou empatias.
Filósofos são todos aqueles que amam a sabedoria e se debruçam nas reflexões e questionamentos. Muitos nem passaram pelo círculo acadêmico, mas desfilam pensamentos que desafiam os doutos.
A verdade é quase sempre nublada pelo nosso ponto de vista e opinião, diretamente manipulada pela necessidade de ter razão ou simplesmente substituída pela mentira.
Deus está entre aquilo que apenas queremos e aquilo que realmente precisamos, entre nossos desejos e nossas necessidades. Raramente um lado corresponde ao outro.
O "E se..." é um juiz interno, feroz, implacável, direto e que martela a qualquer momento, sem cerimônias, bastando apenas uma referência com ou sem sentido, para surgir nos sentenciando.
O maior presente da vida é a percepção que vem através da consciência que se amplia, quando identificamos o nosso lugar e que tudo que nos aconteceu representava um momento a mais da construção de uma ponte entre o que éramos e o que somos. E assim novas pontes surgem...
Nos terrenos macios e nos pedregosos, nos planos e nos íngremes, existe um plano específico para cada um, uma prova justa no peso, no tempo e no.amor à criação.
O "E se..." no final da Estrada da Vida deve ser a pior sensação do MUNDO. Arrepender-se, apenas daquilo que fez e jamais do que deixou de fazer.
Deixemos os "normóticos" acinzentados andando em círculos, cabisbaixos e vamos sorridentes em linhas retas e tortuosas, colorindo.
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