Poesia do Carlos Drumond - Queijo com Goiabada

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Abandono

Depois de teu olhar triste
Nada mais se alegrou sem você
A noite se fez dia, quando partiste
E o sol se disfarçou de lua em turnê
O relógio parou naquele momento
Cada segundo de dor era clichê
De saudade, de solidão, de tormento
A poesia ficou sem poeta, à mercê
As ruas sem calçadas, sem pavimento
E a vida, ah a vida ficou sem você
Depois que partiste, olhar triste.
E eu aqui no abandono do porquê.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/03/2016, 16'33" - Cerrado goiano

Elevação

Chega um tempo, que as prioridades são outras
O beijo na boca, a paixão desmedida, é bom, mas a vida metamorfoseia
Os sacolejos, quedas, subidas, descidas, trazem ouras
Aí o silêncio, a cama redolente, a pegada na areia

São os reais sentidos

E este tempo, traz horas, eternidade
Amenizando os minutos feridos
De desigualdade
Então, só se quer pensamentos perdidos
Um abraço, o ombro simplesmente para chorar
Dando a alma sentimentos sem conflitos

Quietude

Sem dizer nenhum termo
Só querendo solicitude
Tal qual necessita um enfermo
Ter uma presença amiga
Com sorriso, neste momento ermo

O tempo de alguém nos presentear com uma cantiga
Musicando o inesperado
E neste apoio a vida prossiga
Com esperança, e não o sentimento de estar abandonado

Um gesto apenas
Um olhar, que diga, você é amado
Acariciando suas melenas
Ao seu lado

Chega um tempo, que o que vale são as afeições do céu e pouco as terrenas...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/04/2016, 05'30" – Cerrado goiano

Gostar

Ao falarmos de coração
Vem o amor na fila
À frente, logo ali, a paixão
E todos sem apostila

E nesta expectativa, o par
Ah! Quanto desencontro
Desafios e bailes a bailar
E muito, vários contro

Sonhos? Todavia

Sem meias medidas, intenso
Perder ou ganhar, romaria
Num diverso bem denso

E nesse avesso, o implexo
Onde está o nosso existir
E a ceva do nosso plexo

Dos prelúdios
Lúdicos

Do sonhar
Do apaixonar
Do amar

Entornados pelo ar...
Assim se vive, assim é gostar.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
07 de abril, 2016 – Cerrado goiano

termo

meus poemas são meus olhos
falam com o juízo do coração
na alma destrancam ferrolhos
enferrujados pela corrosão
dos desprezos e embrulhos
dos enganos da emoção
e mesmo assim,
entre rimas de dor
que escrevo sem fim
teimo nas estórias de amor

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
Abril, 2016 – Rio de Janeiro, RJ

Abjurar

Desejo não mais desejar
Como se fosse corredio
De fácil sentença, aceitar
Só de imaginar dá arrepio
Faz a alma regurgitar
Assombro, melancolia
Na especiaria do amar
Desejar independe do desejo
É cobiça, sede, é frescor
Nunca abjurar o almejo
Pois no desejo se tem amor

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
23'08", 10 de agosto, 2012 – cerrado goiano

Poeminha

Hoje te encontrei na saudade
Nas fotos no tempo amareladas
Que um dia se fez realidade
E as noites dores enrugadas
Eu te encontrei na saudade...
No varal do quintal pendurada

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
09 de maio, 2016 – Cerrado goiano

oposição

agora,
que a distância virou saudade
os amigos viraram outrora
e o cerrado extremidade
das bandas do meu poetar
a solidão tornou-se traição
na enzima
na inspiração
da trova, sem estima
de uma rima menor...
Em opor,
pude encontrar na poesia
iguaria, suor, rubor
e companhia...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
maio, 2016 – Cerrado goiano

⁠Você pode planejar, desenhar, escrever, pensar o seu caminho. Mas não faz nenhuma diferença, pois existem duas coisas chamadas acaso e incerteza.
Você pode conseguir ver o final da tragetória, mas jamais vai conseguir ver todo o caminho, cada detalhe, cada passo, cada tropeço, cada falha. E muito menos, ter total controle sobre isso.
Há vida em si é como um meteorito, vagando no espaço, no acaso, na incerteza, na imensidão de caminhos e possíbilidades .E até ele, estando livre, sempre encontra barreiras.
E assim como ele, você só deve sempre continuar, nunca pare......

VINYCIUS MAIA, se eu pudesse, quando você fosse até a Lua , eu lhe entregaria um rápido diário de estudos de correção ortográfica.
Você escreveu : "Se PODESSE VOOARIA até a lua só para te mostrar QUANDO amo você".
A forma correta é pudesse, com u na primeira sílaba.
Pudesse é a forma conjugada do verbo poder na 1.ª ou 3.ª pessoa do singular do pretérito imperfeito do subjuntivo.Verbo poder - Pretérito imperfeito do subjuntivo:
(Se eu) pudesse - Gerúndio: voando -Particípio passado: voado -Infinitivo: voar
Futuro do Pretérito eu voaria

Não esqueço o sonho.
Nem nego a realidade.
Mas tudo o que eu quero.
E te fazer feliz de verdade.

Um dia,

um dia acordei,
sem saber o que fazer,
caminhar sem destino,
ver simplesmente o mar;

mar de eterno amor,
amor de eterno prazer,
viver sem saber, o amanhã,
ver o dia nascer, um novo

amanhecer, viver em ti,
meu coração a ti,
esperar os dias passar,
e um dia nos encontrar,

do primeiro beijo eu roubar,
um belo jardim te encontrar,
para então aos seus braços,
deitar e com um simples olhar te amar..

A fábrica do poema

SONHO O POEMA DE ARQUITETURA IDEAL
CUJA PRÓPRIA NATA DE CIMENTO
ENCAIXA PALAVRA POR PALAVRA, TORNEI-ME PERITO EM
EXTRAIR
FAÍSCAS DAS BRITAS E LEITE DAS PEDRAS.
ACORDO;
E O POEMA TODO SE ESFARRAPA, FIAPO POR FIAPO.
ACORDO;
O PRÉDIO, PEDRA E CAL, ESVOAÇA
COMO UM LEVE PAPEL SOLTO À MERCÊ DO VENTO E EVOLA-SE,
CINZA DE UM CORPO ESVAÍDO DE QUALQUER SENTIDO
ACORDO, E O POEMA-MIRAGEM SE DESFAZ
DESCONSTRUÍDO COMO SE NUNCA HOUVERA SIDO.
ACORDO! OS OLHOS CHUMBADOS PELO MINGAU DAS ALMAS
E OS OUVIDOS MOUCOS,
ASSIM É QUE SAIO DOS SUCESSIVOS SONOS:
VÃO-SE OS ANÉIS DE FUMO DE ÓPIO
E FICAM-ME OS DEDOS ESTARRECIDOS.
METONÍMIAS, ALITERAÇÕES, METÁFORAS, OXÍMOROS
SUMIDOS NO SORVEDOURO.
NÃO DEVE ADIANTAR GRANDE COISA PERMANECER À ESPREITA
NO TOPO FANTASMA DA TORRE DE VIGIA
NEM A SIMULAÇÃO DE SE AFUNDAR NO SONO.
NEM DORMIR DEVERAS.
POIS A QUESTÃO-CHAVE É:
SOB QUE MÁSCARA RETORNARÁ O RECALCADO?

Por muito tempo eu calei meu coração quis sufocar
Esse sentimento que floreceu como eu te explicar
Você sempre me viu como um amigo e um irmão
Por isso eu tive medo de arriscar errado e perder de
Vez o teu coração.

Por muito tempo evitei te olhar nos olhos, me
escondia
Eu sempre me contentei com um beijinho um abraço
Isso já me servia
Quantas coisas já perdi por medo de perder
Mas agora eu aprendi não vou perder você...

Refrão:

Te quero, comigo, mais que um amigo eu quero ser teu
namorado
Te peço, uma chance, pense com carinho nesse pobre
Apaixonado (2x)

Eu não sou nenhum Don Juan conquistador
Muito pouco eu sei do amor
Então eu entreguei tudo em oração
A quem sabe
Quem melhor que o inventor do coração

Sei que Deus esta comigo e é por isso que eu me
assanho
Aceitei o desafio
Estou aqui me declarando
Te quero muito mais que ontem e hoje muito menos que
amanhã
Eu me escondi por tanto tempo
Mas hoje eu confesso eu sou seu Fã

Refrão.
Te quero, comigo, mais que um amigo eu quero ser teu
namorado
Te peço, uma chance, pense com carinho nesse pobre
Apaixonado (2x)

"Se, amar-te, pecado for,
pecador pra sempre serei..
Se não, oh! Deus me dizeis...
Pois quero morrer de amor.

__________________________
Do livro: Vaga-lumes que choram

HOMENAGEM AO SEU DIA, “PAI”...

Creio em você, “filho”!

Creio no seu sorriso,
janela aberta do seu ser.

Creio nos seus olhos,
espelho de sua honestidade.

Creio em suas mãos,
sempre abertas para dar e receber...

Creio na sua alma,
acolhimento sincero de seu coração.

Creio na sua palavra,
exposição sincera do que você é!

Creio em você, filho amado,
na eloquência do seu silêncio!

Maria de Lourdes M. Abrahão
15/08/2009

EU SOU:
Sou no coração, o amor
Sou na alegria, o sorriso
Sou na natureza, o beija-flor
Sou na sensatez, o juízo.

Sou na senhora, a vivência
Sou na criança, a doçura
Sou na escola, a ciência
Sou na luta, a bravura.

Sou na obediência, a ovelhinha
Sou na teimosia, a fera
Sou na liberdade, a andorinha
Sou na flor, a primavera.

Sou no perfume, a alquimia
Sou na paz, a bandeira
Sou no delírio, a fantasia
Sou na amizade, a companheira.

Sou na canção, a melodia
Sou no encanto, a poesia
Sou na paixão, a euforia
Sou no amor, a harmonia.

Sou Doce Anjo, sou Mulher!!!

A gente poderia
Conversar a noite inteira
Mas amanhã é segunda-feira
Eu tenho contas a pagar
Eu tenho que apagar a luz
Eu quero estar dormindo
Quando o despertador tocar
A gente poderia
Conversar a noite inteira
Falando sério só de brincadeira
Mas eu quero dormir um sono profundo
Eu quero estar em outro mundo
Quando o sol raiar
A gente poderia
Conversar a noite inteira
Poderia deixar a luz acesa
A noite inteira
Mas, por favor, esqueça
Eu quero tirar da cabeça
Tudo que mereça atençao
A gente pode conversar
Sobre o que há de mais sagrado
Ao mesmo tempo
Cometer os maiores pecados
A gente pode falar de liberdade
Sem sair da prisão
Pode falar sobre o céu
Sem tirar os pés do chão.

O ato de crescer custa uma boa dose de paciencia!
Chegamos em um momento da vida que até mesmo as nossas contrações se tornam coerêntes...
É quando o amor vira um sentimento de respeito,
desses que amamos viver, ama-se para sempre, se torna único, intenso e de muitas formas, mas segue amando.
Esse processo que só o tempo ensina não significa ficar velho, é amadurecimento nas nossas decisões e o acumulo de pequenas doses de sabedoria, é não sentir mais vergonha diante das nossas escolhas.
Aprendemos que se importar mais como nos mesmo do que com o resto do mundo, tudo bem que isso implica numa certa dose de egoísmo, não falo daquele egoísmo desumano mas daquele que te permite olhar um pouco mais para sí mesmo...
Nesse processo passamos por um momento onde devemos escolher e optar por coisas que nos deixa feliz,
é onde escolhemos viver e conviver mais com as pessoas que mais amamos e que retribuem esse amor, da maneira que sabem.
Tem um momento na vida que crescemos mas adorariamos poder ser criança novamente...
Tem um momento que crescemos e escolhemos sermos nos mesmo...
Eu amo de chamar esses momentos de eu-lugar, onde existe um paraiso para morar ... E estou indo pra lá...

FAÇA A DIFERENÇA.

Quando as aflições te rondam,
Querendo te devorar...
Quando teu coração apertar
E percorrer o frio na espinha.
Quando sentir que o mundo
Vai se desmoronando...
Quando achar que tudo está perdido,
E não há mais uma saída...
Olhe o nascer do sol! Acorde!
Com ele nasce a esperança,
Que se renova a cada dia.
Não cruze os braços, recomece!
Mude o final de sua historia.
Aproprie-se de teus direitos
Seja na terra ou nos céus.
A tua vida pode mudar
O destino cruel de outra vida.
Insista, Lute, Vença!
Faça a diferença!!!!!

Minha terra, richiamo

Ah! Quem há de gabar, recordação impotente e escrava
O que o presente diz, o que a saudade escreve?
- Cutucas, sangras, pregadas nas lembranças, e, em breve
Olhas, desfeito em espanto, o que te encantava...

Passou, andou, e é num veloz turbilhão, a ilusão forjava;
Ilusões. Um dia na inocência, hoje já não mais serve,
A forma, e a realidade espessa, a lembrança leve,
De pureza, canduras, numa quimera que voava...

Quem a prosa achará pra poetar o conteúdo?
Ai! Quem há de falar as saudades infinitas
Do ontem? e as ruas que omitem e agiganta?

E o suspiro muda! e o olhar surdo! o andar mudo!
E as poesias de outrora que nunca foram ditas?
Se calam nas recordações, e morrem na garganta...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
20 de janeiro, 2019
Araguari, Triângulo Mineiro.
Paráfrase Olavo Bilac