Poesia de Pureza
o choro
era domingo.
passava pela rua Janice
com sua filha de mãos atreladas.
olhos bem abertos e verdes.
era domingo de ventos
num desses
um cisco
num outro Janice
a moça de olhos bem abertos e verdes
cisco que pousa em olhos bem abertos e verdes.
dessa vez era o de Janice.
lágrimas desciam
a polícia passava
e Janice a moça de olhos verdes e grandes não parava de lacrimejar
Janice era branca, mulher fina
e muda.
sabe-se lá porque que na tentativa de acalmar as lágrimas dos olhos
seu dedo flechava Muriel
Muriel. quinze anos.
fazia compra para sua mãe Katia na feira.
provava das uvas das senhoras que lhe oferecia uvas.
uvas, sorriso não.
sabe-se lá o que fizera na vida Muriel.
se nascer não bastasse.
volta-se ao fato não previsto por Janice,
nem mesmo pelas senhoras da uva.
Muriel terminaria estirado numa das tabas com as uvas,
uvas acopladas de sangue.
num desses domingos de vento
Muriel sentia pela última vez o cheiro de uvas
e na calçada do morro
punha-se a chorar Katia
o choro.
o choro da viúva, mãe de dois filhos
empregada doméstica
e moradora da periferia.
invisível que era
só se via lágrimas a descer.
lá do alto.
nunca fui de saber o que fazer com o que sinto,
não aprendi a não sentir.
paradoxo esse que é
de ser grato
e detestar esse fato.
entorpecida
lá estava ela, titubeando
alma pleno regozijo
seguindo em direção da morte.
era um péssimo dia para morrer.
mas morreu.
formigamento
coibia-se
até não sentir mais.
de fato, poderia crer,
com veemência,
que não sentia
não obstante, atrozmente
incomodava.
Noite
"somos que nem a espuma da onda
viajamos no melhor lugar ate chegar na praia
então sumimos na areia
como se jamais tivéssemos existido"
Fica comigo... Fica comigo essa noite
Fica enquanto o fogo brilha
Fica que eu te faço feliz
Fica comigo até o raiar do dia.
Fica nos meus braços essa noite
Diz que não é o que você sempre quis?
Finge como é o seu costume fugir
Finge que sou seu amor, que eu te faço feliz.
Eu te quero
Eu desejaria todo anoitecer olhar as estrelas com você.
E ao amanhecer acordar em seus braços.
com o brilho do sol,
Seus olhos castanhos acordariam como paixão.
Os traços de teu rosto seriam a melodia de meus lábios.
O movimento de carícia de teu corpo , ao perigo da incerteza.
Maldição do amor
logo fui dar meu coração,
E ele o amaldiçoou de puro amor,
O sangue que corria sobre minhas veias era de imenso calor, no fim.
Palpitante como meu coração,minha mente se achou.
Paz!
Momento sublime que nos redime
aos pés do Criador
Enquanto infantes, das reais diretrizes
Meros aprendizes
Refletindo em contemplação
o equilíbrio da ação, no existir
e sempre e sempre, persistir!
Às vezes sofremos tanto por umores não correspondidos, que chega uma hora que nos trancamos em uma pequena caixa, com medo de se apaixonar de novo e acabar se magoando outra vez, o nosso coração vira pedra, e o amor dentro de nós morre, dizemos para nós mesmos "nunca mais irei me apaixonar", mas o amor é como a fênix ela morre, mas também sempre renascerá.
E então você encontra uma pessoa especial pela qual vale a pena se arriscar, e ela te mostra o amor o novamente, e mesmo que corra o risco de você se magoar outra vez, você se arrisca, porque vale a pena, vale a pena lutar pelo amor, o amor nos transforma, nos cura, nos faz ser uma pessoa melhor, e oque mais precisamos em nossas vidas e amor, e saber demonstrar esse amor. Mas se no final você acabar se magoando tudo bem, porque a vida é assim, se você não se arriscar e tentar, você nunca saberá se teria dado certo.
Então sai desta caixa onde você se trancou e demonstre todo seu amor, não tenha medo, pois há alguém por aí esperando para receber esse amor, mas você nunca saberá se não se arriscar.
Jamais decista porque encontrou um obstáculo, enfrente os seus medos e não deixe que nada impeça,
Pois Você é mais forte e mais capaz do que imagina.
EXTREMOS
O barulho, o som
Sussurros de loucos
O silêncio absoluto
Para ouvidos moucos
A opressão do clarão
Pela lente externa
Supressão da visão
A escuridão eterna
Para o manjar insosso
O paladar exigente
Para o gosto sem rosto
Sabor sempre ausente
Nos pequenos frascos
O aroma importado
O cheiro amordaçado
Jamais inalado
Um aperto de mão
O abraço negado
O afagar consciente
Nunca experimentado
Sentidos no extremo
Opção e carência
De um lado exigência
Do outro a ausência
tudo é caminho
não há ponto de chegada
não há ponto de partida
Varjota
cheguei
um sem fim de vezes
fui embora outro monte
na sua maioria foi
o meio do caminho
que já foi Fortaleza
Recife
Diadema
e Viena que
ainda será
minha mãe foi também
caminho
meu pai também
que já vieram de meus avós
de outros avós
e outros outros e outros
e
tudo é caminho
sem começo nem fim
sem velho nem novo
o poema é mais
um
sempre vai
e vai e vai
a vida é uma reta torta
nó-cego de motivos
que é caminho
e não volta
O marmeleiro descasca
no seu verde antigo
o açude racha
no seu mar antigo
o mormaço
esse nem dá as caras
e a gente vive
disso tudo já vivi
sou amigo disso tudo
não precisa desse medo
O rio das garças
vem desde o arraial da telha
(onde colhi meu sangue caboclo)
até o atlântico
que beija portugal
e belisca o mar do norte
das terras baixas da holanda
(dois pedaços de terra onde meu sangue europeu nasceu)
Tenho sangue de gente
tenho essa poeira laranja na cara
no peito
no sangue
sou metade gente
metade bicho
sou sertão da cidade
sou pedaço água
ferro
terra
sou rio
trilho
rodagem
E se algum dia o brilho acabasse?
E se as as estrelas não brilhassem?
E se algum dia o frio nos tomasse?
Você teria amado?
E se algum dia você parasse?
E se algum dia você se cansar se?
E se simplesmente você não acordasse?
Você teria aproveitado?
Se algum dia a vida perder-se a cor
Perder-se o amor
Perder-se o calor
Você teria a sentido?
Se algum dia tudo acabar, os teus olhos você fechar e repousar.
Você teria vivido?
Você se sentiria perdido?
Estaria muito frio?
Se algum dia você se magoou
você se enganou?
Mesmo de mente atordoada dizendo estar zen
Você fingiu estar bem?
Se a sua vida você não viveu
Você a felicidade perdeu?
E você acha que poderia voltar atrás?
Se algum dia você esquecer-se de amar?
Acha que conseguiria voltar?
A vida é um sopro, a vida é um carrossel, a vida é rápida, a vida é curta.
E sua vida acabasse? Você a viveu?
Nunca entendi tão bem a apreciação por uma cidade e o porquê de tanta exaltação,
só colocando meus pés nos lugares sagrados que entendi e exaltei,
óh cidade do nosso agrado,
óh cidade tão bela,
óh maravilhas secretas,
óh lugar de esplendor e inspiração,
agora eu entendo qualquer devoção,
e que cidade maravilhosa, um tesouro nacional,
quero voltar pra ti e nunca mais sair,
dos encantos,
beleza e tua cultura tão realista,
o que me resta?
saudades,
deste magnífico lugar e de suas beldades.
Primitivo No. 1
Nossos desejos nos devoram.
E lentamente devoram o cérebro,
o coração e os olhos.
Pronto! Agora somos irracionais.
Primitivo e lutando irracionalmente
pelos frutos de nosso desejo.
Talvez isso seja só um transe
e logo vai acabar.
Será? Um desejo hipnótico que nos devora
e permanece. Nós somos primitivos.
Nos devoramos uns aos outros
com o propósito de alimentar nossa imaginação.
Frio, primitivo e agressivo.
Sendo devorado pelo desejo.
SOUSA, Rodrigo. 2019
As vezes pra deixar-se bordar,
a gente precisa mais que deixar-se tocar.
A gente precisa deixar-se sentir!
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