Poesia de Pais de Pedro Bandeira
Importa-me que passe
o tempo e que eu viva...
Importa-me olhar meus cabelos
grisalhos após esse tempo
e não mais chorar por aquilo que
não quis em mim permanecer...
Importa-me o que sinto no âmago
de minh'alma, essa intensidade com que
amo, na forma mais terna que se possa
imaginar...
Importa-me ser o que sou, se alguém não
conseguiu enxergar, não mereceu esse amor...
Importa-me sair do vale e nos montes deixar meu
louvor à Deus...
Importa-me viver!
Te amo
Fica...
Só mais um pouquinho.
Sinta,
Esse tum, tum, tum em
meu coração é susto,
Medo da ausência dos
braços teus
Te amo!
Menina de mim
Já faz tempo
Mas ainda lembro
Teu doce olhar
Teu carisma
Teu jeito de abraçar...
O terno afagar de tuas digitais.
A solicitude gritante dos lábios teus...
Por onde andas menina?
Não brinque de esconder
Apareça...
O sol ainda brilha por aqui
Ainda há cor naquele jardim...
E as borboletas, essas valseiam enquanto
procuram vestígios teus...
Lembras o colibri?
Entre tantas outras flores te escolheu...
Vem
Deixa fluir de novo esse teu amor
Doce menina de mim!
Sou muito mais silêncios
que segredo...
Sou alguém que o tempo
esqueceu...
Uma canção fora do tom...
Sobre mim há reticências...
Um livro inacabado...
Um toque sem tato...
Nem sempre a vida é justa, as vezes
não sorri...
Trilhei meu caminho, adentrei em um
desvio ...
Queria fugir de mim...
Trago traços, cicatrizes que o tempo tatuou
em minha alma.
Então não perca seu tempo olhando
em minha direção!
Julguei ser
correspondida...
Julguei ser amada pelas
palavras que ouvia...
Por tudo que meu olhar
via...
Julguei pelo número de vezes
que teus lábios juraram me amar...
Acho que acreditei cedo
demais.
Não tenho pretensão de nada
Quero apenas
A singularidade da vida
Com a fertilidade dos momentos ternos
Quero
Teu corpo sobre o meu
Numa tarde fria de inverno
Sentir teu cheiro
Teu respirar
Quero
Sentir tuas digitais em meu corpo tocar
Quero
Amar-te sem medo
Numa doce entrega
Sem nenhum segredo
Me deixar em ti!
Na multidão apressada,
no vai e vem da calçada
deixei-me levar pelo vento,
desarmada, desatenta olhei
o relógio do tempo...
Percebi então que a vida é o momento...
Quisera eu saber em qual
deles te encontrar...
Por ora sigo te amando...
Te espero...
Minha vida...
Meu ar!
Eu queria ter o dom de
afagar corações...
Queria ter asas...
Voar de encontro ao que chora,
feito anjo que não se deixa
perceber, secar a lágrima...
Eu queria poder transformar a dor
numa sonora gargalhada...
Feito encanto de fada guardar teu
mundo, te proteger.
Queria te guardar em mim,
e nunca, nunca te ver sofrer.
Talvez seja mesmo
isso...
A esperança ditando um
novo recomeço...
Abrindo trilhas nesse emaranhado
de folhas dispostas sobre o chão...
Prender os dias,
Morrer em si não é tão fácil, não vai
acontecer só porque imaginamos não
haver mais sentido no respirar...
Então é isso...
Vida volátil...
Intransigente apogeu de sonhos...
Bipolaridade dos dias...
O que há mais pra se dizer?
Viver é regra suprema!
Inda mora em mim
aquela saudade...
Lembro-me da última tarde
que passamos juntos, e da chuva
que cantou nossa despedida...
Enfim,
Lembro-me com ternura a
verdade que teus olhos me gritavam...
E então,
Lembro-me também que sou nada
mais que um castelo de areia
à beira do mar.
Vou viajar com as
estrelas...
Feito borboleta
voar...
Vou correr de encontro
ao vento...
Deixar que ele me
me abrace,
Me leve até seu
mar!
Sônia Bandeira.
O tempo, uma grande fonte de conhecimentos, sabendo usufruir corretamente daquilo que o tempo nos trás, aprendemos o necessário para vivermos bem.
@rosivaldo.bandeira.9
Criou-me, desde eu menino,
Para arquiteto meu pai.
Foi-se-me um dia a saúde...
Fiz-me arquiteto? Não pude!
Porém se por virtude alguém decida
Ler algo que escrevi na etérea vida
Nos olhos de outro alguém vou renascer
.....E eu que há muito não
sorria,
feito alguém louco escancarei
gargalhadas ao te ver
chegar...
Meus olhos mergulharam em teu
olhar, e desde então, por aqui
tudo se fez onda,
imenso mar!
Sônia Bandeira
31/01/2021
Poema de Finados
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
Esta minha estatuazinha de gesso, quando nova
— O gesso muito branco, as linhas muito puras —
Mal sugeria imagem de vida
(Embora a figura chorasse).
Há muitos anos tenho-a comigo.
O tempo envelheceu-a, carcomeu-a, manchou-a de pátina amarelo-suja.
Os meus olhos, de tanto a olharem,
Impregnaram-na da minha humanidade irônica de tísico.
Um dia mão estúpida
Inadvertidamente a derrubou e partiu.
Então ajoelhei com raiva, recolhi aqueles tristes fragmentos, recompus a figurinha que chorava.
E o tempo sobre as feridas escureceu ainda mais o sujo mordente da pátina...
Hoje este gessozinho comercial
É tocante e vive, e me fez agora refletir
Que só é verdadeiramente vivo o que já sofreu.
Às vezes escrever poemas me cansa,
Ainda mais agora que ando cheio de problemas.
Mas eu sempre estive cheio deles,
Porém isso nunca me impediu de escrevê-los.
Pessoas vão e vem, mas... ela não.
Ela ficou na minha mente,
E não consigo esquecer ela.
E novamente me vejo em mais uma madrugada escrevendo,
Querendo apenas um pouco de sossego.
Eu até tento te esquecer,
mas é impossível assim como
O tempo se recusar a passar.
Eu escrevo para te lembrar
Escrevo para te esquecer
Escrevo para me livrar de você
Escrevo para te ter de volta
Mas no final nada vai mudar.
Você não está aqui, e eu nunca mais vou te ver
Então eu continuo escrevendo,
Para que a minha dor não me consuma
Sempre que eu elaboro um poema eu penso que escrevo sobre amor mas só escrevo a dor que há aqui dentro, mas eu não aguento
É tanto sofrimento escrever a uma pessoa que não me ama, isso soa engraçado, me sinto frustrado por ter toda a coragem em escrever
Mas na hora de ler o poema para a amada pessoa a coragem vai embora como a noite passa
E toda noite que se passa eu me julgo e me sinto culpado por não ter a coragem de me declarar para a mais perfeita pessoa que já passou pela minha mente
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