Poesia de agradecimento

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Eu não faço rap a toa,
porque tento aprender na boa.
nem que tenha que ir a pé do Porto a Lisboa.

Onde está o teu corpo

Ao sentir o teu corpo perto do meu
Senti calor.
Olhei nos teus olhos,
Ganhei confiança
Nessa noite serena me apaixonei…
Ao sentir teu corpo perto do meu
Comecei a te admirar
Observei tua boca,
olhos,
orelhas,
nariz…

De cima a baixo
Começo quase sem fim…
Porque em um certo dia,
Não cheguei a ver nem os teus pés.

Mas onde esta o teu corpo
Que estava perto de mim?

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

mais tarde naquela noite
eu pus um atlas no colo
passei os dedos ao longo do mundo
e perguntei
onde dói?

ele respondeu
por toda parte
por toda parte
por toda parte

O tempo me enganou,
Minha pele enrugou.
Chegar aos 40,
Será que minha sorte aguenta?

Quando percebi,
Já não via isso ou aquilo ali.
Não era surdez,
Mas só ouvia da segunda vez.

A barriga cresceu,
O fôlego desobedeceu,
Minha mente não percebeu,
O que virou eu?

Dizem que é meia vida,
Então, que tamanho vai ficar minha barriga?

Dizem que é a melhor idade,
Deve ser porque vamos perdendo a sobriedade!

Dizem para tudo "que o melhor tá pra chegar",
Será que para idade isso vai se aplicar?

Acho que deixei de ser calouro!
Tá! Será que já colhi todos os louros?

40, para alguns uma tormenta,
Para outros uma simples fase depois da placenta!

Beleza rara

A sua beleza é rara,
única e exclusiva.
A sua formosura
está nos seus olhos,
na sua face
e até no seu corpo,
mas também na sua voz,
no teu coração
e na tua alma.

A sua perfeição
está em não precisar
se parecer com ninguém,
nem em seguir
qualquer padrão.

Você é exclusiva
e possui características
que a tornam
incomparável.

Você é a mais especial,
e será sempre reconhecida
pelo seu nome
e seu modo de agir,
e não pelas suas roupas
ou cor dos cabelos.

Meu coração se alegra em boa companhia
E melhores amigos não terá,
Mas não existe um trem no qual eu não iria,
Aonde quer que ele vá.

Hesitei horas
antes de matar o bicho.
Afinal, era um bicho como eu,
Com direitos, com deveres
E, sobretudo,
incapaz de matar um bicho,
como eu.

A mais bela coisa deste mundo
para alguns são soldados a marchar,
para outros uma frota; para mim
é a minha bem-querida.

Fácil é dá-lo a compreender a todos:
Helena, a sem igual em formosura,
achou que o destruidor da honra de Tróia
era o melhor dos homens,

e assim não se deteve a cogitar
em sua filha nem nos pais queridos:
o Amor a seduziu e longe a fez
ceder o coração.

Dobrar mulher não custa, se ela pensa
por alto no que é próximo e querido.
Oh não me esqueças, Anactória, nem
aquela que partiu:

prefiro o doce ruído de seus passos
e o brilho de seu rosto a ver os carros
e os soldados da Lídia combatendo
cobertos de armadura.

Não é que eu seja sádico
Não é que ela seja submissa...
Ela se fez minha pela força do amor
e eu exerci sobre ela o poder
de querê-la minha menina
pela eternidade.
E creio que a eternidade é muito breve
para embalar a paixão que nos invade.
É simples cumplicidade.
É simples assim.
É amor.

Memória da Casa (Fernando de Oliveira e Walmir Palma)

Não está no portão
a memória da casa,
nem está no porão,
onde tudo se guarda.

Se talvez no jardim
mora alguma lembrança,
erram doces ausências:
borboletas, crianças.

A memória da casa
jaz além da estrutura,
das paredes caiadas,
assoalho, nervuras.

Vejo outrora na alcova
afogada em cortinas
o rubor de uma rosa
e uma linda menina.

Onde foi essa alcova,
em que tempo se deu,
como entrou nessa história,
em que vão se perdeu?

Essa casa são muitas,
uma só todas elas;
o morar é a casa
com varandas, janelas.

As memórias são tantas,
tantos são os lugares
onde pousam lembranças
nesse lar, nesses lares...

Política encardida.
O mau político não vê pessoas e suas necessidades.
O mau político enxerga eleitores e seus votos.

Dois grandes destinos

Ontem, dois grandes destinos
Dois sonhos divinos
Dois alegres ideais
Hoje, dois olhos tristonhos
Duas mortalhas de sonhos
Desilusões, nada mais

Ontem nos nossos passeios
Havia música e enleios
Perfumes, flores e canção
Hoje pela nossa estrada
Resta uma sombra enlutada
Folhas secas, solidão

Ontem a lua furtiva
Testemunha festiva
Nós dois conversando a sós
Hoje, triste e pezarosa
Se escondeu, fugiu de nós

Ontem nossas mãos unidas
Apertavam nossas vidas
Na febre do nosso amor
Hoje distantes e vazias
Apertam nas noites frias
Um nome, um verso e uma flor

Ontem, dois grandes destinos
Dois sonhos divinos
Dois alegres ideais
Hoje, dois olhos tristonhos
Duas mortalhas de sonhos
Desilusões, nada mais

Sim, Por Ela

Sim, eu gosto de um carinho inocente criança,
De uma canção suave cantada ao ouvido,
De estar sempre juntinho, juntinho,
Daquela que entende um carinho no umbigo,
Daquela que escuta o que escrevo e descrevo,
Daquela que curte meus anseios sonhados e ainda não realizados,
Daquela que ouve meus discos cantados e não maquiados,
Daquela que foleia os meus livros ilustrados,
Daquela que analisa minhas fotografias e as criticam,
Daquela que se alegra com meu som instrumental,
Daquela que navega em meu olhar solitário distante,
Daquela que sabe ser mulher, sempre a encantar,
Daquela que entende minhas noites de insônias sem café,
Daquela que me abraça em meus dias de chuvas sem sol,
Sim, eu amo aquela menina, que sabe ser mulher.

Você não tem que ser bom.

Você não tem que andar ajoelhado por mil milhas
pelo deserto, arrependido.
Você só tem que deixar o suave animal do seu corpo
amar o que ele ama.

Fale-me sobre desespero - o seu - e eu lhe falarei do meu.

Mas enquanto isso o mundo segue em frente.
Enquanto o sol e as suaves pétalas da chuva se movem
através das paisagens
sobre as pradarias e árvores profundas, montanhas, e rios

Enquanto o ganso selvagem no alto limpo ar azul
Está indo em direção a seu lar, de novo

Onde quer que você esteja, não importa quão solitário,
O mundo se oferece a sua imaginação
chamando por você como o ganso selvagem, estridente e excitante
de novo e de novo -
anunciando seu lugar na família das coisas.

Sim eu me aproximo
cada vez mais de meu ascendente
enquando faço pazes com meu sol
Reconheço meus heróis
aqueles que vieram antes
e os que virão mais tarde
Recorto suas descobertas
mas pelo sim pelo não
ainda guardo em meu bolso
a nota de cinco dólares
que me ofereceu o nômade
que cantava no deserto.

Amazônia

As aves não mais voam
Os peixes não mais nadam
Os pássaros não mais cantam
As pessoas não mais se amam.

Tudo isso por culpa do homem e a sua maldade
Tudo por culpa do homem e a sua falta de caridade.

As nossas matas desmatadas
As nossas florestas devastadas
Nossos animais em extinção
Nosso medo da poluição.

A Amazônia é nossa devemos protegê-la
A Amazônia é nossa devemos amá-la.
Viva o verde, viva a Amazônia,
Viva os índios, viva a alegria.

Ressignificar sempre!!!
Porque ninguém nasce flor, torna-se!
Ser o que se é é questão de escolha!
Sempre foi!

OS AMANTES DE NOVEMBRO

Ruas e ruas dos amantes
Sem um quarto para o amor
Amantes são sempre extravagantes
E ao frio também faz calor

Pobres amantes escorraçados
Dum tempo sem amor nenhum
Coitados tão engalfinhados
Que sendo dois parecem um

De pé imóveis transportados
Como uma estátua erguida num
Jardim votado ao abandono
De amor juncado e de outono.

Mulher e o tempo


Desde menina
Adoro ler Cora Coralina
Em Cecília Meireles descobri o encanto de escrever com emoção.
Seja na alegria ou no pranto
Tudo pode ser inspiração.
Com Helena Kolody
Vi que na simplicidade
Cria-se a mais bela canção.
Seja Roseana Murray com seus versos ternos
A nos inspirar nas noites de inverno
Ou Tarcila do Amaral...
A nos desvendar nas artes um mundo sem igual
Não se pode esquecer
De mulheres que viveram à frente de seu tempo...
Como Chiquinha Gonzaga
Cuja a inspiração foi abençoada
Nas modinhas que escrevia.
Sua alma traduzia.
Em toda mulher
Há um desejo de vencer o tempo...
Ultrapassar o espaço.
Tornar-se imortal em cada filho que nascer.
Pois nada destrói esse laço.
Mulher...
Sublime expressão do Amor de Deus.

Quando penso em ti
eu esqueço o lixo
que de manhã faz barulho
à minha porta
Pareces-te com o tempo
das amendoeiras
Tens tudo a ver com
a escadaria semi-invisível
que o mágico escavou
no rochedo atlântico
Sim tu pareces o Verão