Poesia Danca de Mario Quintana

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amor não correspondido é como
se ajoelhar em arroz cru
e esperar
a água fervente
dos beijos dele
para suavizar a sua dor
mas ele nunca vem

Te escrevo um verso de amor
porque tu ésespecial,
agrados, beijos, no coração uma flor,
é Dia dos Namorados, afinal!

foi assim que você pensou que eu ficaria no mundo,
usando flores em meu cabelo negro,
sempre escondidas no emaranhado dos cachos
sempre escondidas no emaranhado do caos
de minha cabeça negra.

só você sabia quantas flores eu usava
porque agora eu já sei
que você dedicava as noites
à contagem. Deus não dorme
e você também não.

Chibata

Da lua se vê o brilho pratear,
a sua beleza divulgar,
pele negra brilhando ao luar.
Sob a água que prateada
brilhava, morada de Olucun,
Inaê, Janaína e Yemanja,
Da força de Kisanga, de seu
encanto Kianda, sereia do mar.

Pele negra de prata, que passou
por chibata, de sinhô que
açoitava, a negra escrava.
De cara caçava, nem motivo inventava,
a sonata cantava, o grito em pranto escutava.

O sangue corria, ela era
violada e lágrima caia, com
seu brilho prata!

Pele negra marcada,
mente negra sem cor, esquecendo a dor,
lembrava com fé de Olocun sim, seu sinhô.
Apanhar não matava, morrer não era medo, era fuga era desejo!

A'Kawaza

Hoje o silêncio gritou dentro de mim
senti meu peito explodir
sem fazer um único barulho
a sensação de impotência e a vontade de chorar
se transformando em um grande nada,
sendo mais difícil de suportar.

Tem dias que a gente não cabe dentro de nós, e não há nada que possamos fazer.

Espírito natalino

Se todas as crianças
Tivessem ao menos um lar,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem brinquedos,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem escolas?
Se todas as crianças
Pudessem se sujar,
Jogar bola, pular,
Dançar, rir, e sonhar…
Se todas as crianças fossem
Apenas crianças,
E são!
Se o Natal, fosse
Todos os dias,
E todas as crianças
Vivessem felizes?
Sem guerra, sem briga,
Sem tristeza…

Pensei
que a liberdade vinha com a idade
depois pensei
que a liberdade vinha com o tempo
depois pensei
que a liberdade vinha com o dinheiro
depois pensei
que a liberdade vinha com o poder
depois percebi
que a liberdade não vem
não é coisa que lhe aconteça
terei sempre de ir eu.

Sou apreciador das histórias tristes,
as que nos trazem a dor do aprender.
Já com as felizes nada se aprende,
a não ser, a dor de nada saber.

Sempre tem um verso que não se encaixa
Um objeto da mudança que não cabe na caixa
O bicho de estimação perdido na mudança
Uma música improvável que toca e a gente dança
Tem aquele sol que não brilha tanto
O tanto que parece pouco
E o pouco que parece nada
Tem dia parecendo madrugada
Dá saudade, chora, chora, e não tem consolo
Eis o pão de cada de dia
Que infelizmente não foi me dado hoje
Não tive no café poesia
Nem um versinho na hora do almoço
Declarar minha fome ou me acostumar?
Desse tipo de fome eu não devo morrer
Mas se é pra viver do jeito que está
Uma passagem pro inferno
Cansei de viver!

Você pra mim,
é sonho realizado,
que transformei em VIDA...

É o inesperado,
esperado com ansiedade
vestida de felicidade...

Você pra mim,
É a paz que surgiu
de repente
como vento...

É calmaria,
em meio a tempestade
dos sonhos desfeitos...

Com jeito,
você chegou,
sem dizer nada,
me conquistou...

Agora,
eu te amo
e já não reclamo
do sol,
nem da chuva...
Agora sou feliz!

.. mas eu sou teimoso - e burro!
É claro que eu conheci alguém melhor que você, mas não é isso o que eu quero, eu quero igual.

ANJO DRAMÁTICO.

Caminhando, pensando, notei em um canto, um anjo chorando.
Não conseguia voar, nem sabia andar, só chorar… só chorar.
Estendi minha mão, ele disse "Não! Me deixe no chão".

Sentei ao seu lado, num gesto ousado, cantarolei meu passado.
_Eu também já chorei, uma asa quebrei, mas me levantei.
Sai do chão, anjo bom, não diga NÃO (segura minha mão)
Ele então segurou, levantou... as lagrimas enxugou!

Seguimos lado a lado, até achei engraçado, anjo dramático… comecei a gargalhar.
Nem tava ferido, só deprimido, que drama,
sempre soube andar!

O Vendedor de Sonhos

Ontem à tarde,
Quando o sol já se colocava no poente,
Eu avistei um vendedor de sonhos,
Os sonhos eram coloridos, recheados de sonhares e fantasias,
Flutuado em uma coreografia pelos lavres,
Em bolhas de ilusões...

Eram aceitas pelo céu, quem sabe proferissem,
Viajando no colorido, do mais belo dos sonhos,
Do vermelho (o amor), todos os seus tons,
Do amarelo (a riqueza), do azul (a felicidade), do verde ( a esperança),
Dos quais não sei qual o mais bonito...

Maravilhavam-se,
Os garotos, As garotas,
O gorjeio era de alegria,
O desejo de todos era de ter nas mãos...

O vendedor de sonhos,
Em uma explosão de grande alegria,
Soltou todos os balões, cheios de sonhos,
...E, eu peguei o meu!

Jmal
2014-02-18

Livro Lírico

Peguei nosso livro, e abri,
Bem naquele dia que te conheci,
Feliz, assim me senti,
Foi tão bonito quando escrevi.

Parecia uma criança com esse doce,
Que eu não queria largar,
O sabor no momento fez eu parar,
Meu coração bater, e meu mundo girar.

É fabuloso, eu reconheço,
Qualidades, defeitos,
O jeito que descrevo para mim.

É incrível como o começo,
Se perde nos meios,
E é difícil enxergar um fim.

Lixo de vida.
Lixo de humanos.
Lixo de sol.
Lixo de luz.
Lixo de ar.
Lixo de dia.
E assim acaba minha poesia.
Que é um lixo, todavia.

Abandono

O teu silêncio
E tua descoberta
Cobre todo o ser
E o mundo,
E um cais de areia
Em sangue,
Um aborto profundo…

La femme de trente ans

Amarás
o meu nariz
brilhante
as minhas estrias
os meus pontos pretos
os meus textos
os meus achaques
e as minhas manias
e as minhas gatas
de solteirona
ou não me amarás

Nunca choraremos bastante
termos querido ser belas
à viva força
eu quis ser bela
e julguei que para ser bela
bastava usar canudos
pedi para me fazerem canudos
com um ferro de frisar e papelotes
puxaram-me muito pelos cabelos
eu gritei
disseram-me para ser bela
é preciso sofrer
depois o cabelo queimou-se
não voltou a crescer
tive de passar a andar com uma peruca
para ser bela é preciso sofrer
mas sofrer não nos faz forçosamente belas
um sofrimento não implica como consequência
uma recompensa

Padrões que vão vindo e indo a contemplar, o padrão de sua beleza, que a todos fazem desejar.
Uma virtude de repente apareceu, como em um céu límpido e bonito, como sempre prometeu.
Tal virtude trouxe sinais de poesia, como em um vento caloroso que é trazido na maresia.
Olhe agora para trás, você sente o meu amor? Será que um dia no futuro, serei os versos do teu clamor?
No balanceio deste amor, me lembro que dizia, você é azul celeste no limiar azul piscina.

Grão de areia, Grão de areia! Como consegue tantos ao seu redor e produzir esse calor em uma constância que só de pisar já sinto ardor. Será que é assim, da mesma espécie de dor, os espinhos do amor?

À procura

Procuro algo em mim
Entre duas pedras
Dentro de um vulcão voraz.

Procuro meu ser poeta,
Que só o meu destino
Pode encontrar!
Onde não sei…
Vejo tudo em neblinas.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

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