Poesia Completa e Prosa
Ninguémsabe quem sou
e nem de onde venho,
só eu carrego a minha dor,
luto muito pelo que tenho
Ninguém pode imaginar
tudo que na vida já passei,
andei depressa e devagar,
mas bom caminho tracei,
Sigo sempre pela reta,
para conseguir ser melhor,
viver bem é minha meta,
sou da paz e do amor...
Irei licitar o seu amor
eis a minha solicitação
o recurso é um carinho sedutor
Você é um edital sem contestação.
Não sei se ganharei o seu amor
o único item da licitação,
e na sessão credenciei o meu temor,
de você abandonar essa paixão.
E sem poder dá meu lance,
prevaleceu o seu valor e minha homologação
dessa vez é a minha chance
de aditivar para sempre seu coração.
Licitei o seu amor,
e na ata reza a minha contemplação,
iremos viver em todo esplendor,
um louco amor , sem explicação.
O processo está homologado
pela deusa do amor e da ilusão
e agora é assinar o contrato
e viver uma inesquecível paixão.
Geraldo Neto
Amor de Irmãos
Amor assim
Não tem igual
Pois esse amor
É algo lindo de se ver
Quem tem esse amor
De tristeza não vai morrer
Irmão é algo bonito de se falar
Alguns tratam isso de brincadeira
Outros falam com amor, sem pensar
Quem nunca teve um irmão
Talvez seja feliz, sim
Ou não
Alegre é aquele que tem um
Que quando está triste
Ele vem e nos alegra
As vezes pirraça
Ou conversa
Ouvindo isso
Parece um sonho,
Pois nenhum irmão é perfeito assim
Sempre tem aquele irmão
Que é de um jeitinho e fim
NÔMADE
Venho de longínquas terras, do mar
Peregrino no cerrado, místico errante
Em busca do meu eu, de me achar
E neste chão novo, fui caminhante
Assim, no encanto eu fiz o instante
No olhar e no coração, sob o luar
E na diverso do sertão inconstante
O fascínio me ensinou como amar
E neste aroma delicioso sonante
De vagante ao pouso, pus a ficar
Nos dias felizes aqui tão distante
Trouxe no peito o nômade sem par
Formosa vontade no bem suplicante
Cá aterrando no horizonte deste lugar
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
ESPAÇO VAZIO (soneto)
Há ilusão seca tão desfolhada
No apertado do amor ignorado
Nas lágrimas no olho chorado
No vento de uma dor soprada
Assim, tão só e tão esgotado
Com a alma ao vento, levada
A revelia, e sem mais nada
O olhar vai ao chão, atado
Só se vê silêncio no peito
Sem rima, sem poesia, leito
Apenas o ritmo com arrepio
E neste tal suspiro tão sujeito
Que fala, respira, tira proveito
A emoção é um espaço vazio...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano
Despreparada para a honra de viver,
mal posso manter o ritmo que a peça impõe.
Improviso embora me repugne a improvisação.
Tropeço a cada passo no desconhecimento das coisas.
Meu jeito de ser cheira a província.
Meus instintos são amadorismo.
O pavor do palco, me explicando, é tanto mais humihante.
As circunstâncias atenuantes me parecem cruéis.
Mundo
No mundo circula uma grande corrente
De sentimentos,
Este mundo que sequer conseguimos
Abraçar.
E ela é mais um mundo
Que penso ser pertinente
Ao meu coração.
Seu olhar faceiro,
Seus lábios cor de lis
Meu mundo confuso,
Seres em guerra,
Disputa por entre a vaidade e o ego,
Seus cabelos soltos
Brincando com o vento.
O mundo é grande, não dar
Para abraçar, o mundo governado,
Pessoas limitada em seus quereres,
Censura. E ela,
A despertar meus desejos,
Sequer percebe
O que meu olhar diz,
E meus lábios sequer solta
Palavras.
O corpo dela é o mundo
Onde penso navegar,
O mundo de curvas,
Por entre o perigo
O prazer.
O mundo é louco,
Os seres também,
O mundo meu e o mundo dela,
O oposto se atraem - diz o ditado.
Países brigando entre se
- Nem sempre o ditado é o que diz,
Bombardeio, crianças e adolescentes
Mortas, escolas fechada,
O mundo gigante,
Precisa de um abraço,
Sozinho jamais poderei abraçar
O mundo.
E ela, aquela mulher na esquina
Foi embora,
E eu sozinho, percebo que o meu
Mundo desaba...
Ali distante a fome,
A vida não é um romance,
A vida é efêmera
Viver torna a vida durável
- Feliz aquele que escolhe a vida,
E sabe viver.
Ela não se foi,
O mundo não acabou em 2000,
Neblinas vejo
Por entre a memória,
Onde ela caminha,
Para onde não sei.
MINAS
Eu sou de lá das bandas das Minas Gerais
Das boas estórias, nossas, vou confessar
Terra do povo mineiro, bão, pra se admirar
Leite tirado na hora, roça, e seus arraiais
De volta à estrada das pedras, a retornar
Se daqui parti, voltar é bão, bão demais
Apreciar os planaltos e as estradas Reais
Pão de queijo, broas de milho pra assar
Tem, também, pamonhas e os milharais
Lavorando o cerrado, o caboclo a lavrar
É do Triângulo, donde são meus currais
Imenso céu, as lembranças, põe a sonhar
Araguari, cidade natal, e os velhos locais
É saudade passo a passo disputando olhar
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017
pássaros
não podem
voar
quando você
corta
uma das
suas asas.
você
não ficou
satisfeita
em cortar
apenas
uma das
minhas asas.
você tosou
as duas
bem perto
da raiz
para ter certeza
de que eu
n u n c a m a i s v o a s s e
para nenhum lugar
jamais
outra vez.
Padrões que vão vindo e indo a contemplar, o padrão de sua beleza, que a todos fazem desejar.
Uma virtude de repente apareceu, como em um céu límpido e bonito, como sempre prometeu.
Tal virtude trouxe sinais de poesia, como em um vento caloroso que é trazido na maresia.
Olhe agora para trás, você sente o meu amor? Será que um dia no futuro, serei os versos do teu clamor?
No balanceio deste amor, me lembro que dizia, você é azul celeste no limiar azul piscina.
Grão de areia, Grão de areia! Como consegue tantos ao seu redor e produzir esse calor em uma constância que só de pisar já sinto ardor. Será que é assim, da mesma espécie de dor, os espinhos do amor?
Do fogo que em mim arde
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
não aquele que te apraz.
Ele queima sim,
é chama voraz
que derrete o bivo de teu pincel
incendiando até ás cinzas
O desejo-desenho que fazes de mim.
Sim, eu trago o fogo,
o outro,
aquele que me faz,
e que molda a dura pena
de minha escrita.
é este o fogo,
o meu, o que me arde
e cunha a minha face
na letra desenho
do auto-retrato meu.
Nunca choraremos bastante
termos querido ser belas
à viva força
eu quis ser bela
e julguei que para ser bela
bastava usar canudos
pedi para me fazerem canudos
com um ferro de frisar e papelotes
puxaram-me muito pelos cabelos
eu gritei
disseram-me para ser bela
é preciso sofrer
depois o cabelo queimou-se
não voltou a crescer
tive de passar a andar com uma peruca
para ser bela é preciso sofrer
mas sofrer não nos faz forçosamente belas
um sofrimento não implica como consequência
uma recompensa
CREDO
Creio nos anjos que andam pelo mundo,
creio na deusa com olhos de diamantes,
creio em amores lunares com piano ao fundo,
creio nas lendas, nas fadas, nos atlantes;
creio num engenho que falta mais fecundo
de harmonizar as partes dissonantes,
creio que tudo é eterno num segundo,
creio num céu futuro que houve dantes,
creio nos deuses de um astral mais puro,
na flor humilde que se encosta ao muro,
creio na carne que enfeitiça o além,
creio no incrível, nas coisas assombrosas,
na ocupação do mundo pelas rosas,
creio que o amor tem asas de ouro. Amém.
Orgulho gaúcho
No sul quando nasce o dia
Nasce também à magia,
Esta estranha alegria,
Que se tem ao respirar.
Cevo um mate amargo
Do lado do meu amado,
Em silêncio uma oração
Agradece meu coração.
Agradeço minha terra
Meu pampa sul-rio-grandense,
O Patrão velho lá no céu
Por certo está contente.
Por ver tanto orgulho
Pela sua criação,
Que traz cada gaúcho
Dentro do seu coração.
Sou gaúcha, e isso é certo!
Trago a chama da emoção,
O amor por esta terra
Honrando sua tradição.
Reconheço a beleza
Da nossa amada querência,
Ressaltando na consciência
A minha essência gaúcha.
Fiel as suas tradições
E disso, não abro mão!
Churrasco campeiro...
Fogo de chão...
E um gostoso chimarrão
Nos braços do meu peão.
Inverno gaúcho
Gaúcho maneia o tempo
E para um pouquinho lá fora,
Arfa no peito este frio macanudo,
Que faz parte da nossa historia,
Sente a pele queimar as melenas balançar...
Afrouxa um pouco a fivela e deixa o minuano te invadir
Arfa com gosto, sente a goela congelar...
Relembre no frio a herança que aprendemos dês de guri
O valor da união, do calor amigo,
Da roda do chimarrão...
Da Brasa acesa, da labareda ardente...
Do calor humano em nós sempre presente.
Retorna aos braços da tua prenda
Aconchega-te nos braços do teu peão
Com a certeza que o frio é mais uma
... das bênçãos deste chão.
Eu quero ser vista
Como realmente sou
Quero ser vista
Com todos os meus defeitos
Quero ser vista
Como o pacote completo
Como um todo
Eu quero ser vista
Por inteiro
Não uma parte
Não apenas a parte
Que eu permito que vejam
Quero ser vista
Com a parte que
Normalmente escondo
E guardo só para mim
Quero ser vista
Com a calmaria
E as doses de loucura
Com a paciência
E os momentos de explosão
Quero ser vista
Como bomba
E como curativo
Porque eu sou tudo isso
E um pouco mais
Um tanto a mais
Eu quero ser vista
Quero saber
Que estou sendo
Enxergada
Descoberta
De verdade
Eu quero ser vista...
Espírito natalino
Se todas as crianças
Tivessem ao menos um lar,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem brinquedos,
Elas seriam felizes?
Se todas as crianças
Tivessem escolas?
Se todas as crianças
Pudessem se sujar,
Jogar bola, pular,
Dançar, rir, e sonhar…
Se todas as crianças fossem
Apenas crianças,
E são!
Se o Natal, fosse
Todos os dias,
E todas as crianças
Vivessem felizes?
Sem guerra, sem briga,
Sem tristeza…
Escute só
isto é um poema
não vai alinhar conceitos
do tipo liberdade igualdade e fé
Não vai ajeitar o cabelo
da menina que trabalha
com afinco na caixa registadora
do supermercado
Não vai melhorar
Não vai melhorar
isto é um poema
escute só
não fala de amor
não fala de santos
não fala de Deus
e nem fala do lavrador
que dedicou 38 anos
a descobrir uma visão
quase mística
do homem que canta
e atravessa
a estrada nacional 117
para chegar a casa
ou a algum lugar
próximo de casa.
Mulher
faz de tua vida um poema!
Contemple teu viver,
Apure a curiosidade nata.
Cale, silencie em ti,
Aguente e resista às imposições
de um tempo...
faça o seu tempo...
Dialogue com tua alma corajosa,
no canto do quarto,
na mesa do bar,
ou em frases soltas na parede.
Mas, aconteça,
te fortaleça.
Da dor ao amor,
amor próprio,
essência do Criador.
O bela criatura,
abrace no colo,
embale as palavras
até virarem
poesia.
lua em noite nublada
mulher misteriosa
e secreta ilha
numa mística
distante península
feita para sacudir
as estruturas
e as tempestades
sempre resistir
fuga do mundo
no mesmo lugar
em círculos a te buscar
no fundo por não saber
nem por onde começar
corrente estelar de virgo
de silêncio em silêncio
sem obter resposta
o coração segue endoidecido.
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