Poesia Completa e Prosa

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O VOOU

O pássaro, voou, voou...
Sem plano de voou
sem rota transada...
Sem linhas paralelas,
meridiano... Nada, nada!

Voou solto pelo ar,
com seu instinto desconfiado
voou, voou... Vou por aqui,
por ali, voou por todos os lados...

Voou como voa um Pássaro alado,
lado a lado com sua amada
planado em seu navegar, voou...
Voou pelo passado, pelo futuro
pelo presente, condenado
e pelos planos tortos desajeitados.

Voou pelos rios sobre serras
sobre vales sobre as relvas...
por cima das casas e serras,
voou sobre ventos, como palmas
... Batendo as asas sem oração
navegando sob o tempo
articulando as válvulas do coração
... Correndo sangue pelas veias, meias
lua cheia, nova, quarto crescente
pela seca pelas enchente d'água
e de gente, voou, voou...
Na mais perfeita circulação.

O pássaro as vezes, faz do meu varal
um aeroporto sem sinais e posa...
Pousado caga, caga, caga...
Caga toda hora, caga no agora
logo mais, sem controladores de voo..
salta para o tempo, e vai embora.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

DIGO NÃO DIGO

Não diga o que não quer dizer...
Enquanto não diz, a palavra é sua
uma vez dita essa palavra cai na rua
... Mas se vai dizer diga...
Me diga logo, pois eu já estou
querendo saber e dizer, aquilo que
você ainda não me disse.

Eu sei, eu sei... Eu sei que vai me dizer
e eu, é claro, assim que ouvir
vou sair por ai, e dizê-lo a alguém...
Alguém que me dirá que não liga
... Vai me dizer, se quer dizer, diga
ele fingirá não ligar, e n'essa historia
de ligo, não ligo... Digo não digo!
Passara para frente com perigo
ou sem perigo, é claro que se não é meu...
Eu não ligo, e é por isso que digo!

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

ESTRADA DAS FLORES

As flores da nossa estradas
já foram sorriso alegre,
felicidade cheia, maré cheia...
prata sobre telha, lua cheia
Toda cheia de integre.

... Visão de passos seguros
sem ter cercas, sem ter muros
Foram passadas com abraços
de braços, e as mãos dadas
carinho com pulsar de coração,
amanhã... Nunca! Não, não.

As flores da nossa estradas...
já inspiraram confiança
hoje são pétalas marcadas
pelos tempos das lembranças.

... Sorrisos atirados ao chão
como se fossem folhas caídas
um sonho do coração
hoje vagando sem vida.

São hastes murchas sem água
ressequirão do deserto
são como contos de fada
que um dia teve tão perto.

As flores da nossa estrada
sem nosso brilho se acabou
hoje não resta mais nada
d'aquele colorido amor.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

O DITO

No disse digo da vida
eu decide a partida
dizendo como dizer.

Foi editando o digo
que o dito disse aquilo
que não queria saber.

Esses ditos são dizeres
que ao dizer fica o dito
que disseram de você.

No dito por não dito
permeando meus gritos
tento eu compreender.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

Foi apenas uma coisa de momento
Como uma chuva de verão
Então me esqueça
Você não pode me amar
Você não sabe quem eu sou
Nem eu sei quem eu sou
Então você não deve me amar
Você tem que me esquecer
Siga em frente
Pois o que nós tivemos
Foi uma coisa de momento
Foi como uma chuva de verão.

Nós dois juntos
Vendo as luzes da cidade
Vendo as luzes das estrelas
Só nós dois juntos
Foi uma noite bonita e passageira
Como uma chuva de verão.

Inserida por Renan_Villanova

OVO SEM COELHO

Se a Páscoa é pra pascoar
com patacoadas e bombons
se pode pascoar pascoa
se não pode... Coração
com toda essa patacoada
pascoar, pascoa acuada
pascoa simples da nação.

Se os coelhos de bombons
na Páscoa pascoarão doce
maioria do mundo pascoa
nesse dia de marrom
as portas em seus carnavais
todas portando sinais
do rascunho da paixão.

A pascoa já quase tosca
coelhos, ovos sem bombons
pelos montes e pela praça
há muitos sem aptidão
pra vários pirraça ou não
pra outros, água na boca
e lágrimas sem opção.

Pascoaria se pudesse
nesse meu mundo pequeno
pascoarei sim, com prece
pra escoar o meu veneno
um dia talvez pascoarei...
Coelhos no meu terreno.

Inserida por Amontesfnunes

SECURA SEQUIOSA

Sequiosa a secura, como é frágua
o chão ressequido árido secou
Posso ter sede de mais água
mas do craquelado, o cerrado eu sou

E na cremação dos meus versos
saudades, magia e seca maresia
Rimando no cerrado, diversos:
O abrandar da noite, a azia do dia...

Fria está sequidão, ardida e fria!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

"" E quando eu for por ai
não tente me trazer de volta
feito cinzas
quero ser livre
passear aqui e ali
nada será para sempre
ficarei eternizado nas partículas
que não têm destino
não quero ser lembrado como floresta
nem como poesia
bastará a essência
de lembrarem de mim de vez em quando
quando ouvirem o vento cantar...

Inserida por OscarKlemz

UNHAS E DENTES

Quando eu arranco
as cutículas das minhas unhas...
Elas não me unham,
assim como não me unhava antes
... Com seus cotocos cortados
e seus cortados cutucados!

Mesmo assim...
Tão logo vem a anciã
e as dentadas desenfreadas
desencadeiam uma serie de tique
e com eles, as cutiladas nas unhas,
como se quisesse mantê-las na linha...
De uma, acabrunhada rua.

Para a ansiedade da anciã...
As unhas são como se fosses impunes
e como castigo da inquietação...
Cortam as unhas, já cortadas!
Pelos os tique das suas trivelas
e suas, incorrigíveis dentadas.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

UNHAS RUÍDAS

Unhas ruídas sem vida
foram ruídas, pela mordida
de uma vida, prensada, ruída.

Cutículas atiradas ao léu
por ansiedade contorcida
um voou, entre terra e céu
em tíc, tác de uma vida.

Unhas ruídas, sem vidas
por ato de compulsão
com desculpas das cutículas
mordem a paz do coração.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

FOI

Quem foi?
Quem não foi!
Se foi ele, se não foi
... Ele?! Porque foi?
Foi ou não foi...

Se foi, chegou
se não chegou, não foi...
Mas se foi, por onde foi?!
Foi por ai, por acolá...
Foi que não foi,
foi que foi...
Por lá, por aqui,
por todos os lugares
... Que se deve ir.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

NOVO E O VELHO

As novas, os novos,
não gostam...
Dos velhos, das velhas...
Mas as ruas, das cidades velhas...
Estão permeadas de:
Novos e de novas, felizes
e eles, riem de alegrias
de fazerem parte da cidade
e de verem, a velha
arquitetônica da cidade velha.

É com essa velha
é com esse velho passado
que se chegou ao novo
desse novo estado velho.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

POEMA AUTOBIOGRÁFICO

Onde eu nasci
A cidade é sorriso
Do triângulo mineiro, Araguari
O cerrado é dos pés, piso
A juventude, amanheci ali
E a saudade inciso

Na chuva, brincando cresci
Ouvi os pássaros no quintal
E as estórias de saci
Fui criança, afinal...
Hoje longe, eu aqui
E lá sempre estarei

Em nada mudei!

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

AH PRIMEIRA TELA

Paixão ah primeira tela
se fosse ontem... Lá no passado
seria amor, ao primeiro olhar
... Olhar que desencadearia,
o infinito de amor dobrado.

Mas hoje...
Nessa hera da computação
a paixão vem pela tela
aquele primeiro olhar ao vídeo
um Crick um ampliar
é o amp's de um grande amar.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

"" Por todas as vezes que tentei
por todos os sonhos que sonhei
pelas noites sem você
por minha solidão
lhe deixarei livre
talvez meu amor lhe aprisione
e não lhe deixe partir
como mostra em seu desejo
então vá e se faça feliz
e quando uma lembrança minha tentar lhe alcançar
siga, não olhe para trás
o mundo pode ser pequeno para quem ama
e nele você pode sem querer me reencontrar...

Inserida por OscarKlemz

" Por todos os beijos que me deste
pelos abraços carinhosos
pelos momentos de amor
por todas as horas de cumplicidade
por toda a vida ao teu lado
pela felicidade
por todas aquelas loucuras
pelas nossas frescuras
por todos os cílios
pela necessária maquiagem
por toda malandragem
por que enumerar
por todo nosso namorar e bem viver
por nosso longo e duradouro querer
por tudo que não foi motivo de dor
preparei o caminho
vê se me chama outra vez
eis que te amo
e sei, isto é plano
de Deus..

Inserida por OscarKlemz

MILONGA NOITE

Noite longa, de milonga trava
como bomba, recorda as ondas
... Cai as pálpebras e as palavras
de vida cingidas e difusas datas.

A voz, inebria no marrom do tempo
silabas voam sob tons dos sentimentos
a cada passo, uma passada dobradas
dúvidas voadas, sob o véu do pensamento
verdades em ventos, dissipadas sob nada.

Noite longa, em seus urros brada
e me ronda em suas, extensa onda
em sonho bons, sopapos me acorda
em tons carmins, pesadelos ansiava.

Antonio Montes

Inserida por Amontesfnunes

se eu tivesse dez minutos a mais
um beijo seu a mais
e um sorriso para curtir,
nada seria demais
se eu tivesse o carinho do seu olhar
com direito a afago na alma
teria o mundo
e todos os segundos
seriam vidas, vidas que seriam vividas por você
imagina que louco, tudo isso por pouco não é real
faltou apenas,
um tempo a mais..

Inserida por OscarKlemz

"" Não saia e volte a hora que quiser
estou de partida e o novo endereço, nem eu sei
então entre na viagem comigo
curta a paisagem que passa pela janela
tão bela é a vida
tão breve também...
estamos perdidos no tempo
num eterno vai e vem
tão belo é teu sorriso
especial motivo do meu
não parta sem que eu te ame
não volte se não for para eu ser teu...

Inserida por OscarKlemz

O SINO (soneto)

Do alto do cerrado meu eco sonoro
Percutindo alarma de chamamento
Riscando no ar gemido em lamento
De sombrio ato, sofrença com choro

Da torre franciscana sou sentimento
Festo, de paz e bem ao som canoro
Saúdo a vida, com meu fado oximoro
O orante da ave Maria, às seis, atento

Canto, pranto, em ruído éreo, laboro
Trino o dia se pondo e no nascimento
Musicando os céus, e assim, o coloro

Com que júbilo planjo dobres portento
Me juntando aos anjos em um só coro
Sou crebros nobres, fé, no sacramento

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Abril de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

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