Poesia Completa e Prosa
Entre incógnitas
Através do seu olhar
posso enxergar
estrelas a brilhar…
Sua voz é tão doce
que posso imaginar o céu…
Em fração de segundos
me perco em suas palavras…
Aaah! Sua voz…
É como o vento
que vem a quebrar
o Silêncio…
Uma explosão multicores
entrelaçada de sentimentos…
Como será quando meu olhar
encontrar o seu?
Será como o Big Bang
em forma de emoções?
Será que nos conhecemos
de outras vidas ou gerações?
A nossa solidão é esta avenida decotada
do passeio do acaso, furtiva e escancarada
artéria tantas vezes paralela ao coração
onde um almirante não serve a arquitetura
onde sobe a miséria do terminal do elétrico
até à igreja fronteira à sopa dos pobres
efémeros sentinelas armando cartões
nas fachadas das lojas, trastes, artigos
de ocasião (apanham-nos de dia noivos
investindo num projecto de família).
O nosso é este meio de solidão que se carrega
de qualquer coisa que não é bem perpétua
atmosfera de névoa nem sujidade, que também
é terna, pena suspensa (corvos de Lisboa, naus
gastas), saudade, porque não, sentimento
de povo sem pátria desmentido; crer creio
nisto que na indigência e vício coexiste a gente
dá-se e da carência faz-se uma disciplina às claras
e por muito pouco desprende-se quase nada
que se tem
um dia você
escreve para seus pais
falando sobre o amor
quarenta dias depois
teus pais te escrevem
falando sobre redes de pesca
e o perigo das redes de pesca
um dia você me envia uma carta
depois a outra
o rasgão explode
recordando ainda outra carta
de alguns meses antes
o postal eterno que dizia
still crazy (after all
these years)
faço voto de silêncio
mas na sacralização
horária das avenidas
eu penso que você
BORDERLINE
_
Eu sentirei a dor do meu coração vazio,
Mas percebo que a alegria não está em seus braços.
Sobre as fumaças de seus pulmões eu percebo
Que não tenho espaço para ser uma parte de seu oxigênio,
Então segure toda minha fé em suas mãos
E me guie como um lampejo em uma noite nublada.
Sempre que nossos corpos refletirem sobre as águas deste alento
Me prometa que renasceremos,
Não precisamos de correntes em nossos sentimentos
Só me prometa que manterá essa chama,
O ardor estupido do desejo em nossos corações vagabundos.
(II) - O farol
Quando minhas mãos alcançaram a costa,
O mar tentou me tragar
Mas você me guiou como um farol,
De alguma forma graças a tua luz
Me aproximei cada dia mais
Por agora, toda vez que avisto o farol
Eu fecho os meus olhos...
imagino a felicidade com teus contornos
E pela primeira vez, sei quem realmente sou neste mundo.
( I ) - O mar
Tão triste é saber que pessoas me amam,
Mas ainda me sinto sozinho.
Qual nome tem esse sentimento!?
Pois Estou regredindo!
Ao mar de desagrados...
talvez entre os naufragios,
Difícil se reconhecer neste grande espaço.
Mas todos os dias o sol renasce,
uma pequena esperança resplandece,
e com ela o desejo de retornar à costa aparece.
(...)
Almardente
Trinta cavalos a galopar,
quarenta colmeias a zumbinar.
Cem cães de caça a uivar,
cinquenta hienas a debochar.
“Como é o dia perfeito?”
Frívolo, furibundo, frio.
“Afinal, o que define algo bem-feito?”
Tudo aquilo que, em minh’alma, crio.
Duzentos violinos a orquestrar
este macambúzio imortal.
Ora, ora! Que abuso!
Tu só sairás quando eu mandar.
Tempestade, queime alegremente
tudo aquilo que era frio. Faça-o quente!
Dessa forma, em minha face surgirá sorriso demente
pois renascerá minh’almardente.
“Afinal, o que é uma alma?”
É tudo que compõe tua anticalma,
é sentimento alógico justaposto com adama.
Ensurdece-te com a frequência
alucinante que toca na minha cabeça.
Rasteje. Berre. Implore.
Trevo ser, suma! E, por mim, ore.
Eu me sentia perdido e solitário,
Para a minha vida não via solução.
O pecado me separou de Deus,
Nenhuma esperança havia em meu coração.
Mas algo inexplicável então aconteceu,
Descobri que Jesus por meus pecados morreu.
Pagou um preço tão alto, que era para eu pagar,
Por Seu amor infinito morreu em meu lugar.
Todo esse amor me invadiu e surpreendeu,
A esperança em meu coração então renasceu.
Hoje tenho plena felicidade, serenidade e paz.
E sei que tudo isso é a presença de Deus quem trás.
Nothing
Nada nada nada
Nada mais do que nada
Porque vocês querem que exista apenas o nada
Pois existe o só nada
Um para-brisa partido uma perna quebrada
O nada
Fisionomias massacradas
Tipoias em meus amigos
Portas arrombadas
Abertas para o nada
Um choro de criança
Uma lágrima de mulher à toa
Que quer dizer nada
Um quarto meio escuro
Com um abajur quebrado
Meninas que dançavam
Que conversavam
Nada
Um copo de conhaque
Um teatro
Um precipício
Talvez o precipício queira dizer nada
Uma carteirinha de travel’s check
Uma partida for two nada
Trouxeram-me camélias brancas e vermelhas
Uma linda criança sorriu-me quando eu a abraçava
Um cão rosnava na minha estrada
Um papagaio falava coisas tão engraçadas
Pastorinhas entraram em meu caminho
Num samba morenamente cadenciado
Abri o meu abraço aos amigos de sempre
Poetas compareceram
Alguns escritores
Gente de teatro
Birutas no aeroporto
E nada.
o prefeito de gravata borboleta
rapidamente desviou o olhar
do próprio umbigo
a fauna e a flora
gritaram
enquanto os jovens caçavam pokemon
na 2ª maior reserva de mata atlântica do estado
acabaram os pedacinhos do céu
no carrinho do picolé de caicó
e uma família de flamingos
dançou sapateado na BR 101
até ficar com calos
Ao olhar as estrelas
Lembro do seu olhar
Da sua forma carinhosa
E do seu jeitinho peculiar
Se eu pudesse voltar no tempo
Apreciaria mais você
Pelo seu jeito belo e meigo
E sua forma de viver
Ao olhar para lua
Penso eu e você vendo um luar
Entoando lindos versos
Onde o título "é vem me amar"
Infelizmente isso é um pensamento
Que poderia ser realizado
Basta você querer
Ser só desse homem apaixonado
E quem diria que na era digital iria surgir uma pandemia.
No mundo onde tudo se compra enfrentando um invisível que afronta.
Na velocidade da comunicação a invasão da lentidão dos dias.
Dos que apreciavam o desapego hoje sentem falta de uma companhia.
Das tantas certezas tecnológicas e das tantas incertezas científicas.
E na busca por uma resposta enfrentamos os nossos dias.
Esquecendo que o momento é o agora e que a resposta ainda é a mais antiga: é somente através do amor que salvamos as nossas vidas.
PRAIA ILUMINADA
Fogos de artifício, o céu sorria
Sobre o mar da praia iluminada.
O vento no rosto da meninada
Anunciava um ano que se abria!
Ela, a sereia do mar, era só magia,
Pulando ondas d’águas quebrantadas!
Ele, pés descalços na areia molhada,
Era o príncipe da terra da alegria!
Eram os mais belos se abraçando...
Amados filhos lá se divertindo...
Formas puras no mundo brincando...
Não se esqueçam de mim, anjos lindos!
Por vós - as noites eu velei chorando,
Por vós - os dias eu vivi sorrindo!
Amar-te
Amar-te ei, como quem nunca se sentiu amar
Pensarei não perceber o coração acelerar
Negarei quando os desejos sussurrarem em meu ouvido
Os mais ardentes sonhos da sua pele desbravar
Não direi jamais que borboletas roubam o meu ar
E que a luz da lua clareia o líquido
que denuncia meu pensar
Em verdade, nunca direi das noites que só dormi, depois de uma vida inteira planejar
Desde aquele beijo estranho em um banco de praça
até as flores a caminho do altar
Amar-te ei, em segredo como fazem as estrelas
Que de longe confundem o imenso azul do céu com o infinito azul do mar.
Medo
Isso que estou sentindo...
Isso é medo...
Ironicamente é medo...
Piamente medo...
Medo caritativo..
Medo covarde...
Covardemente com medo...
Inerte medo...
Ignavo, claramente...
Medroso como um fraco...
Fraco como uma ponte velha...
Medo...
Haverá dia de intrepidez?
Haverá um dia o destemor?
Dei-lhe meu coração...
Dei-lhe meu ombro...
Estive lá para ti...
Mas a derrota feriu o brio...
O amor-próprio indignamente sumiu...
Estou acordado,
Estou com fome,
Estou ferido,
Estou...
Mãe, aqui estou no dia de hoje,
Batendo à tua porta, procurando a tua companhia.
Não me desconheças nem perguntes quem sou.
No fundo de mim mesmo, apesar de tudo o que houve,
Das incompreensões, do pó e da amargura,
Das misérias que pratiquei e que praticaram
Contra mim; apesar da experiência do ódio e do amor,
amargos ambos,
Sou o mesmo filho que deixaste
Na orfandade
Quando partiste,
Estrela materna, flor de beleza,
Que o vento gelado crestou na juventude.
metamorfose
desde que ela encostou em mim acho que
venho derretendo
primeiro perdi o contorno das pernas
depois o contorno dos braços
quando um dia ela se debruçou sobre mim e um cacho
de cabelo escorregou pela minha bochecha
eu percebi que também tinha ido embora
a solidez do meu rosto
agora tudo me atravessa com mais facilidade
agora meu corpo aberto
recebe o corpo dela
como se fosse uma onda encontrando a outra
desde que ela encostou em mim acho que o meu corpo
está mais composto de água que nunca
tudo é úmido
é fresco
é imenso
tudo é estar com a pele molhada sob o sol
um fôlego oceânico de sereias ancestrais
que entendem
alguma coisa
que ninguém mais entendeu
desde que ela encostou em mim
Acordar
Tem dia que a gente acorda
Com vontade de acordar
O que está adormecido
O que nos deixa reprimido
O que não nos deixa levantar
O que nos impede de sorrir
De sonhar, de nos despir
Aquele medo de amar
Acordar o grito preso
Entalado na garganta
Que sufoca a esperança
E prende,
A vontade de lutar
Acordar os sonhos
Levantar a autoestima
Calçar-se de coragem
Vestir-se de vontades
Fazer acontecer e mudar
Mudar de dentro pra fora
Mudar o rumo,
Mudar o jeito,
Despir-se por inteiro
E mandar ir embora
O medo de acordar
Acordar pra vida
Abrir-se para o mundo
E os sentimentos mais profundos
Mesmo os que em forma de ferida
Possam nos libertar
Acordar o choro
Sacudir a alma
Externar os traumas
Encontrar a calma
Deixar as lágrimas lavar
Lavar a alma
Limpar a áurea
Reestruturar
Fazer voar os pensamentos
Aproveitar cada momento
E acreditar que o tempo
Tudo pode transformar
Ei moça
Você é tão, tão linda,
quanto os girassóis de Van Gogh.
Tão, tão meiga,
quanto o brilho das estrelas.
Tão, tão doce,
quanto um pote de nuttela.
Tão, tão intensa, quanto o oceano pacífico.
Tão, tão bela, quanto um poema de Castro Alves.
Tão, mais tão forte,
quanto a alvorada do amanhecer.
Você só precisa acreditar!
Seja a própria paz, aconteça o que acontecer.
Nada precisa fazer sentido,
quando a luz vive em você.
Vai lá girassol iluminado, busque o melhor.
Porque a vida, ainda tem muito pra oferecer.
Autoria #Andrea_Domingues ©
Todos os direitos autorais reservados 13/05/2020 às 23:00 horas
Manter créditos de autoria original _Andrea Domingues
SONHO E REALIDADE
Entre sonho e realidade
Razão e emoção
Forte coração
Nada comedido
Basta-me pensar
Vê-la passar
Coração a incendiar.
Dependente da ternura
Da alegria
E do sorriso
Eterno escravo da paixão.
Quem dera em teu destino mergulhar
Uma vida inteira viver a te contemplar
Amar sem medo de acordar.
Terra e mar
Sol e luar
Rosas e tulipas
Andorinhas e beija-flor
Joia rara
Nada mais encantador que seu olhar
Tão poético como seu sorriso
E cândido como sua alma.
Fico simplesmente a levitar.
Nova noite vem chegando
Na cama sozinho a sonhar
O esperado dia chegará
Ahhh, quando esse dia chegar
Nesta cama iremos nos amar!
Rogério Ultra
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