Poesia Completa e Prosa

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As Maiores Batalhas

As maiores batalhas são travadas em silêncio
na solidão da casa, no escuro do quarto
nos corredores do coração

Guerras insones
diárias,
constantes

As maiores batalhas são travadas sem armas
ou espadas e, com sorte, sem morte
apenas profundos cortes
na alma

Mulher feito estações

Tu mulher que me seduz à varias estações,
Com olhar de primavera,
Abraço de verão
E beijo de outono com sabores silvestres.

Mulher de fases,
Difícil de surpreender,
Que se destaca entre as demais
Pelo simples jeito complicado de ser.

Cara mulher que sobe no salto
E mostra do que é capaz.
Dona de si mesmo,
Turista em caminhos que nenhum outro ousa trilar.

Tu me faz sonhar, acordar, iludir e desejar.
Mulher que me fez escravo de sua beleza,
Voluntário pra te conquistar,
E ainda na liberdade de desistir, sabe que uma única troca de olhar é suficiente pra nunca mais partir.

eu sou o suspiro
aquele suspiro que a gente dá de repente
que não sabe de onde vem
e nem pra onde vai
pois é,sou eu
eu vivo entre a alma e o corpo
entre o coração e o pensamento
entre o desejo e a saudade
eu sou tão tudo
e tão nada
sou enormemente pequeno
e tão pequenamente grande
e assim como vim,
passei...

Minha mãe,meu anjo carnal

Linda como o amanhecer
Perfeita como o pôr do sol
Cheia de qualidades
Feita com carinho por Deus
Uma verdadeira obra de arte !

Mãe é amiga
Mãe é conselheira
Mãe é companheira
Mãe é guerreira!
Para o amor de mãe não existe barreira!

O amor de mãe é doce
Doce como um mel
Doce como uma jujuba
Mas não é um doce que adoece
É um doce que a nossa alma fortalece!

A mãe ensina
A mãe educa
A mãe quer ver um filho no topo
Está sempre ao lado do mesmo
Independente da situação que seu filho ocupa

Hoje é seu dia
Apenas um dia mais especial
Pois todos os dias é seu dia
Deus lhe criou com bastante carinho
Para ser minha mãezinha querida
Meu verdadeiro anjo carnal

Carta para meu amado. (Part 1)

Olá,
Tá tudo bem com você?
Hoje eu te vi passando na avenida... Há algum tempo meu coração não batia tão forte, minhas mãos suaram e minhas pernas eu já nem sentia mais. Te ver me provocou tontura, ansiedade, nervosismo, esqueci tudo que eu tinha que fazer, fiquei sem norte. Eu só pensava na tua imagem passando ali na minha frente. A saudade apertou meu peito, por um instante eu desejei que chovesse e que a chuva se misturasse com a lágrima que rapidamente escorreu dos meus olhos, para que ninguém notasse minha emoção.
Você me faz tanta falta...

Resistência

Ouvi do meu pai que a minha avó benzia
e o meu avô dançava
o bambelô na praia, e batia palmas
com as mãos encovadas
ao coco improvisado,
ritmando as paixões
na alma da gente.
Ouvi do meu pai que o meu avô cantava
as noites de lua, e contava histórias
de alegrar a gente e as três Marias.

Meu avô contava:
a nossa África será sempre uma menina.
Meu pai dizia:
ô lapa de caboclo é esse Brasil, menino!
E coro entoava:
_ dançamos a dor
tecemos o encanto
de índios e negros
da nossa gente

Na aldeia tudo é arte
Tudo também se reparte
É cultura festejar
Pinta o corpo de urucum
Veste com palha tucum
Em tudo vale alegrar..

Damos bom dia ao sol
Como flor de girassol
Tudo vive em harmonia
Na debulha de feijão
O cuidado com o grão
Que se tem a cada dia..

Tudo com habilidade
Firme na ancestralidade
Ou na dança do toré,
O vento é nosso irmão
Lá não há separação
Entre o homem e o igarapé..

Na aldeia tudo cresce
A cultura permanece
Tudo é lindo como um grão
Grão de arroz, de trigo, aveia
Milho, café na aldeia
Grandes roças de feijão..

Joga bola a criançada
Tudo em roda e animada
E contar quando crescer
Ser contador de história
Ter presente na memória
O canto ao anoitecer..

Soneto

Pergunto aqui se sou louca
Quem quer saberá dizer
Pergunto mais, se sou sã
E ainda mais, se sou eu

Que uso o viés pra amar
E finjo fingir que finjo
Adorar o fingimento
Fingindo que sou fingida

Pergunto aqui meus senhores
quem é a loura donzela
que se chama Ana Cristina

E que se diz ser alguém
É um fenômeno mor
Ou é um lapso sutil?

Tarde aprendi
bom mesmo
é dar a alma como lavada.
Não há razão
para conservar
este fiapo de noite velha.
Que significa isso?
Há uma fita
que vai sendo cortada
deixando uma sombra
no papel.
Discursos detonam.
Não sou eu que estou ali
de roupa escura
sorrindo ou fingindo
ouvir.
No entanto
também escrevi coisas assim,
para pessoas que nem sei mais
quem são,
de uma doçura
venenosa
de tão funda.

ela come tangerina
com centenas de dedos
meditativos
empenhados na função
de descascar, separar um gomo
do outro
mas não mastiga, empurra
com a língua até a pele
descosturar
feito tecido ou papel
e romper
em suco

depois caminha pelos quartos
acaricia os cabelos das bonecas
muda a posição dos objetos
desliza dedos pelas paredes

até que cada canto da casa
cheire como os dias de verão

Quando perder
O medo de mudar
Encontro meu lugar
Sem querer

Quero mudar
O medo de lugar
Até não encontrar
Até perder

Eu já usei gravata, e até topete
Já joguei fora o meu trompete e os discos do Alceu
Eu já ganhei emprego e perdi o sono
Correndo atrás de um sonho que não era meu

Mas hoje eu larguei tudo e virei poeta
Eu não quero ser atleta, nem médico ou juiz
Eu moro numa ilha e tô me acostumando
Para quem nasceu chorando, até que eu tô feliz

Alma

Entra em meu corpo ingênuo
O aroma da natureza
E bate uma serena guerra
Profundamente!
Entra em meu corpo singelo
Umas das grandes sensações
Divinas
Purificam a minha alma oculta,
E no final pergunto
O que é alma?
O ar me deixa sem respostas.

...

Sobrevoo na plenitude.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Desgraça alheia

O nariz corroído,
Os pulmões manchados
Por fatores poluentes;
Por fatores químicos,
Cérebro em tumores,
Enxaqueca, ilusão,
Esquizofrenia, delírio,
Ironia, overdose, alucinações,
Suor, tentativa de cura,
Abstinência… Dores,
Tormentos, internação,
E na saída nunca é o mesmo,
E na volta dos vícios
Um finado…

Mesmo que distante

Trilhar um longo percurso
Na busca da essência.
Vê-la distante, e acompanhá-la.
Assim… Querer-lhe perto

Em cada momento.
O desejo faz parte de quem
Tanto se quer, e quando
Se quer, vai na busca

Vou partir… – em sua busca,
Somente não sei qual destino tomar.
Não desistirei em momento algum.

Lá, em algum lugar a encontrarei
Para matar a minha sede
E a minha angústia.

Valter Bitencourt Júnior
Passagem: Poesias, 2017

Pegada

Meu peito é nada mais nada menos
Que um mar de ondas.
- Vai e vem pelas areias
Sem fim. Meninos pequenos

A construir castelos, e a criar
Em suas imaginações, dragões
E eu com a minha amada, a beijar
O tempo... E peixes por entre rufões

Águas marinhas a fazer o encanto,
Conchas a espalhar-se pelo chão,
E o vento a fazer do meu peito lamento

Minha amada partindo, vai paixão,
Nada posso dizer vai, deixando pranto
E assim acordei do sonho, presas no coração.

Injustiça

Vem em forma de bicho feroz,
Dirigido por um ser subordinado.
Por que devoras sonhos
realizados
Se a minha vida é o meu trabalho
Agora destruído?
Joga meus esforços
Por água abaixo,
Injustiça!
Nessa vida me sinto perdido,
A maré me sufoca,
Os pássaros me beliscam,
Os meus olhos já não brilham...
O que me resta,
O que me falta
Nesses duros e cansados dias?

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Monólogo

Gostoso é o nosso
Expressar:
Íntimo, quente, prazeroso, suave...
Nos lastimáveis momentos
Subitamente nos afastaremos
Para não fustigar as flores
Para não romper as rosas...
Quero enfatizar o amor,
Fantasiar a nossa vida.
Rapidamente não te avisto
Bato-me com os dentes
Faz-me derreter os olhos,
Não conseguindo
Avistar beleza.
E faço a minha vida
Um monólogo
Sombrio sem respostas.

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Perdão por ter sido uma pessoa pela metade em vários momentos
Perdão por me esconder
Minhas risadas sempre foram espontâneas
Mais a minha dor nunca foi momentânea
Retardar a minha morte não é viver
Eu tenho 5anos que sou assim que e eu fiz o que tive que fazer ser forte e fingir que está TD bem, não foi e nunca foi viver
E não vai ser agr que vai ser , eu não estou tirando a minha vida , eu não estou dizendo não a minha vida , eu não sou egoísta sei que tem pessoas que lutam por ela TD dia , e foi o que fiz tentar sobreviver uma guerra nos últimos 5 anos cada dia após dia
Se quando eu não fiz por mim ?
Eu fiz por eles , eu fiz por cada um deles
Acho que tenho um propósito maior
Se eu tiver que ir que seja uma lição
Se eu tiver que ir pra que 10 se salvem de depressão
Não julgue vc não pode sentir q dor de ningume
Apenas saiba que isso não acaba aqui ainda nos veremos
E saiba que eu me importei com cada um de vcs

Foi sempre eu, a me esquivar
Foi sempre eu, a correr de ti
Nunca tive coragem de tocar
Nunca tive coragem de te sentir

Quando o mais perto cheguei
Quase desfaleci.
Não vi nada em minha frente
Corri pra bem longe de ti.

Não se pode tocar um Deus
Ou algo assim semelhante
O que é proibido na terra
No céu te vejo distante.

Tira a corda do pescoço, guarda esse banquinho
Se a vida é madrasta, não queiras ser padrinho
Está difícil em todo lado, quase para toda gente
Sair do mundo enforcado não é conveniente

Problemas e dificuldades fazem parte disto aqui
Se pensas que calamidades só acontecem a si
Há quem não tem nada e sorri mesmo assim
Sem cama, sem almofada, sem prata e sem marfim.

Ar e Água, Abrigo e Alimento
E o próprio Agasalho, somam os cinco elementos
Que o ser humano, precisa para viver
O resto é mundano e sobrevives sem ter.

Não se sabe o que há ao certo depois da morte, talvez o fim, talvez o recomeço ou o sono profundo, então só por precaução todos desejam acordar a respirar. Um doente mental, um humano sem abrigo e sem prespectiva de nada, e até mesmo o padre que diz acreditar em uma vida depois da morte, olha para os dois lados da estrada antes de atravessar, não há nenhuma verdade no fim do dia, só especulações. Há pessoas neste momento que estão deitadas de costas na cama gelada do hospital com um tubo de soro com agulha na ponta espetada na veia, a olharem para o tecto com os olhos molhados de lágrimas com esperança de um dia saírem vivos de lá, por mais que seja mais uma hora, mais um minuto de vida. Isso faz-me pensar profundamente naqueles jovens que tem a vida a correr pelas veias que divorciam-se dela com uma corda no pescoço por motivos muito fúteis.
Um filósofo de rua um dia disse-me que nós só precisamos de cinco coisas para viver, e todas iniciam com a letra «A», que são: Ar - para respirar, Água - para hidratar, Abrigo - para se refugiar, Alimento - para se manter em pé e Agasalho - para se aquecer. Se analisares bem, ele tem razão, tudo fora desta pequena lista não é tão útil qunato parece, podemos viver sem as ter. Se calhar acrescente eu a esta lista: Amor e Amizade.
Findando a verborreia: Aos que pensam em cometer suicídio por estarem a sentir uma dor profunda, lembrem-se que a dor da morte é para quem fica, e por mais que te sintas para baixo, há sempre quem está na pior.

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