Poesia Angústia
A ceia
A mesa está pronta!
Ódio, rancor e muito sangue.
O preparo para a comemoração foi lenta.
Passou se quase um ano.
Na mesa o reflexo de uma pessoa gélida e pálida, não há mais coração.
Ela olha a mesa posta, admira com frieza , o jantar está na mesa, não há convidados nessa noite tão sombria.
Suas receitas ninguém provaria.
Na taça o mais puro fel, cultivado nas montanhas das angústias, colhido nas noites sem céu.
A sua direita uma travessa, uma sopa de lamentos, uma entrada delicada que pede acompanhamento.
Pães feito com puro ódio, com a força do horror.
O prato principal, ela não esquecerá o sabor.
Servido em travessa elegante, grande pedaço de desamor, temperado com lágrimas e até com rancor.
Está frio, e sem sabor, mas ela provou.
De sobremesa um sorvete de coração pisoteado e triturado com calda solidão.
Na sua mente ela repassa todas as receitas que usou.
Percebe que de tudo nada mais tem sabor.
Ela olha para o lado e percebe que nada mais ficou.
E nessa grande ceia ela planejou, gostaria de receber um convidado.
No meio do tempero ela veneno usou.
Mas como não tinha convidados ela mesma o provou.
Um dia houve convidado, porém ele nunca mais voltou.
O veneno usado matou todo seu amor.
Nada mais de ceia, nada de amor
Nada de felicidade, ela nunca mais superou.
E num suspiro o jantar se findou.
Renata Batista
26/12/19
Hoje eu perguntam o que mais me incomoda
andar com a cara fechada não diz que sou hostil
Nessa vida de erro, tudo ficará suspeito,
difícil de se expressar pela arte, mas é o que amo e não tem outro jeito...
Uma hipocrisia sem meio e não se sabe se tem fim
pode ser até desesperançoso que isso parte do próprio povo
Não sei qual os limite que isso ultrapassa,
caminhe ao lado contrario e nunca junto a massa.
Ultimamente tenho ficado mais na minha casinha: o pensamento.
Sim! eu estou morando lá, por enquanto. Fico lá, ouvindo os alertas da consciência, fazendo autorreflexões, muito tranquilo.
Às vezes, lacrimeja no cantinho do olho, mas são os respingos da alma, quando não pode fazer o corpo gemer.
Pelos cantos da boca às vezes vem também aquele risinho, sublime e matreiro, esticando a pele do meu rosto de forma sorrateira.
Quando chegam as murmurações eu prontamente transformo tudo em gratidão, aprendizado e dou uma voltinha no pensamento vago para relaxar.
Tenho usufruído do que recebo de "direitos autorais" ou melhor, dos direitos causados pelas minhas atitudes, uma deliciosa e inevitável colheita, mesmo sem ter sido um santo, e tendo cá os meus espinhos e calos, desfruto de tudo que vem igualmente feliz: sinto espadas de fogo ao meu redor que me protegem, ouvidos estão sempre atentos aos meus clamores, harpas tem embalado o sono e há sempre um pouco de trigo no canto da cozinha para sovar o meu pão.
Resisti, apesar do peso e do medo! Mesmo quando os abraços vinham seguidos de punhais, resisti!
Mesmo quando a "autossabotagem" tentava contrapor, eu resisti!
Agora, passado tudo, pelo menos eu acredito, quero ficar mais um pouco no casulo do meu pensamento.
Ah! Se houver algum tempo livre, saio daqui e dou uma passadinha na contemplação, mas só ficarei lá se a felicidade também me acompanhar.... sem pressa, por enquanto, só pensar!
Provocações
Se uma pessoa gosta verdadeiramente de outra.
Não precisa muda-la. Porque não ira caber na
Sua teia idealizada. Apesar de toda, sua boa intenção.
O ser humano, carrega dentro de si. Sua própria angustia
E natureza. Tudo o que foi necessário para sobreviver
Até aqui. Inclusive as imperfeiçoes.
Disso é composto os humanos.
Inclusive alvo de provocações narcisistas,
Projetadas no objeto. Para satisfazer
pulsão perversa. Que tem;
Na Origem. O defeito natural daquele,
Que procura fugir de sua própria
angustia existencial , que ainda
e ainda não encontrou a forma de
entender e mudar esse gênio.
que escraviza a própria mente.
Que; pelo próprio desconhecimento.
É apenas um vício para distrair-se de si próprio.
E o mundo gira e a graneiro roda.
Marcos fereS
'O incerto tempo me fez, se perder em seu caminho.
Lançados ao vento, todos os meus sentimentos se desfizeram;
E, cansado de tentar encontrar-se,
Ardoroso existir me fez desvanecer ...
Despojado de qualquer felícia, todo meu fulgor se expira.'
Qual a solução?
Há momentos na vida
Que fico tão perdida
Sem ao menos saber
O que vou fazer.
E fico aqui parada
Sem saber o que fazer
Estou tão angustiada
Sem meus problemas resolver.
Os problemas são tantos
Que não sei por onde começar
E fico triste pelos cantos
Controlando-me para não chorar
Mas um dia solução
Sei eu vou descobrir
E a alegria no meu coração
É só o que vai existir.
Não sei o que é...
Estou sentindo um aperto
Aqui dentro do meu peito
É uma vontade de chorar
De sair pelo mundo a gritar
Parece que o mundo esta desabando
Todo em cima do meu ser
E eu fico aqui procurando
Algo que me faça compreender
Não tenho como desabafar
Pois ninguém iria entender
O que estou sentido agora
Pois nem eu sei por que fico a chorar
Só sei que depois da tristeza atacar
Não há quem faça a alegria voltar
Não sei o que é, não sei explicar
Esta angustia que vive a me amolar.
QUEM ME DERA SE TIVESSE
Eu não tenho poder da cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade é plantar girassóis
Que semeiam matas entristecidas à procura de luz
Em meio a tanta erva daninha
Ser flor é raridade
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade são olhos cintilantes
Em meio a mares de lágrimas
Eles iluminam o rumo
Para olhares desistentes
De quem viu tristeza em formato de gente
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade é fazer tolices
Em meio a lábios caídos
Elas arrancam sorrisos
De dentes tão enclausurados
Pelo calado sofrimento
Eu não tenho poder de cura
Quem me dera se tivesse
A minha habilidade são gestos carinhosos
Em meio a atitudes grotescas
Eles surpreendem
à aqueles que se esqueceram do amor
Por estarem perdidos na multidão singular
O poder de cura,
Eu não tenho
Eu só posso oferecer
Aquela maldita esperança
Pensar é como uma arma:
Seja pro bem ou mal,
Usar com cuidado cada palavra,
se torna essencial...
Agir ou não agir,
Escolher lutar sem temer,
Contra tudo que sentir,
Ou apenas perecer.
Pensamentos...
Que vem e nos toma,
Com enorme desalento,
Para levar tudo à tona.
Às vezes pensamos que
a pior solidão é não ter ninguém
mas me pego perguntando se
é ter e não perceber...
Tenho sentido saudades de mim, eu era tão cheia de vida, eu era tão eu, e hoje me olhando no espelho não sei dizer quem sou.
Não sei ao certo em qual momento da minha vida meu brilho se foi, apenas sei que o perdi.
A zumbi
Me sinto mais morta do que viva.
Quero viver. Mas a ideia do “descanso eterno” é tão mais apaziguadora
Quem eu sou
Ou o que posso ser
Quem poderia ser além do que jamais imaginei
E se posso ser, o faria, de todo jeito
Ou me engajaria nas minhas frustrações e decepções
Abarrotadas de angústia
Que me abraçam
Com tanto afinco
Durante todos esses anos terrenos
E incompletos
E absurdos e mundanos
Dizem que chorar faz bem a alma, pois lava com suas lágrimas toda mágoa e ressentimento que estamos sentindo pela dor da perda.
O chorar alivia a alma do remorso, consola a dor da perda e redime nossos sentimentos do sofrimento da culpa, ainda que ela inexista.
Chorar é uma forma de expressar a nossa tristeza, além de ser um alento que a fragilidade da alma humana enfrenta nos seus maiores tormentos.
A libélula
O desconhecido e sombrio amor.
Esses que dilaceram o coração e que nos sufocam a ponto de acharmos que a luta pela sobrevivência é vã.
Não há saída, a luz não existe e Deus, na verdade, não passa de um herege.
Você pode ter medo de uma serie de coisas, medo de escuro, medo de cobras, medo de aranhas enfim o medo do que é perigoso. Mas não pode ter medo de encarar seus medos quando este interfere nos seus objetivos. Medo de mudar o rumo, medo de ouvir um não o de dizer sim, o de dar a cara a tapa arrisca-se e vivenciar uma verdade.
Na verdade muitos procuram por felicidades mas temem em arriscar-se
por medo de abrir-se, revelar sentimentos um ao outro com receios de ser machucados, enganados passados para trás distanciando-se cada vez mais da plenitude do envolvimento, da vivência dos sentimentos e das sensações que fazem parte da vida, ou seja, é impossível saber o gosto das coisas ou da intensidades das sensações sem experimentá-las.
Arrisca-se é dar-se a chance de ser feliz, sê não o for conforme o esperado, ao menos tentou, pois mais vale a lagrima de ter tentado do que a lágrima de ter deixado passar a chance de tentar. Na vida, todos teremos os dias de inverno próprio, pois o tempo é implacável, ele não espera por nada que esteja debaixo dos céus. Não tenha medo de viver a vida por conta de medos de certos riscos, pois viver é um grande perigo, pois todo ser vivo, vive em constante perigo de morte.
Chega esse tempo de final de ano e algumas pessoas ficam meio deprimidas, angustiadas. Não é o tempo em si, mas a maneira como processamos a ideia do tempo.
Está no limiar entre um ano e outro aciona um gatilho de autocobrança sobre que se fez da vida (ou não fez)
e o que dela se fará.
Minha vida aos poucos perdeu o querer. Vivo em coma, sobre o automático. Curo, mas não sou curado.
Entre as vastas personalidades que criei, já não sei quem sou, o que quero e o que me mantém a viver. Eis que agora rasgo o véu e enxergo as verdadeiras cores desse mundo. Bendita é a ousadia que me envolve a noite, maldita é a covardia que me agarra ao amanhecer.
Vejo as cobras rastejarem e logo em seguida subirem pelas minhas pernas, se algo aqui me põe a viver, é o amor pelos que me amam, e a esperança de encontrar, por eles, a saída dessa selva.
Me dê a mão
permita-me levá-la ao Jardim
onde lá poderei fazer curativos para suas feridas
cultivo uma planta chamada "amor"
desta pode-se fazer um antídoto para este mal que sofre
Desde o dia em que me vi, me ofusquei entre felicidades incompletas, depois de tanto tempo encontrei-me em verdade a dor que não me cabia, é perca de tempo tentar se ver por completo no dia a dia, tentar ser é descaso, é resto, é aquele triste fim de tarde de todos os dias.
Escrituras de um Degradê de sentimentos.