Poesia Angústia
Quem diria que eu encontraria o amor faltando apenas seis dias para que ele fosse assassinado.
Tive de o sentenciar, pois a raiva era imensa. Você estava ali comigo desde sempre e eu só percebi nos malditos seis últimos dias.
Você me disse que tudo ficaria bem, mas eu sei que não irá ficar pois amor não é só conversa, amor é presença e eu sei que não será fácil manter acesa essa luz que emana em você.
Já tive diversos pesadelos onde você me deixava, isso me fez pensar no tempo perdido.
Todas as vezes que te abracei e apenas fui embora, todas as vezes que eu te virei as costas e o que mais machuca é que você nunca devolveu nenhuma coisa que disse ou que eu te fiz.
Eu me sinto mal, pois você teve o privilégio de conhecer o amor há um bom tempo, e eu ?
Tive de sofrer as consequências e infelizmente esperar que o amor morra, nesses últimos 6 dias.
A nuvem chega sem vento.
Tudo viaja,
vai passando.
Extasia em seus olhos
o escuro que faz lapidar
a vida que se torna frágil
e que não tem mais forças para morrer.
E que segue vivendo o agora,
segue de lembranças
com tonalidades veranis
e dores de mato.
Lançando ponta pés na lua
caindo num mergulho revirado.
Nessa angustia difusa.
Invadido.
Tudo o que queria era ter paz,
Mas paz não posso ter.
Porque quem tem paz e feliz,
E a felicidade nao hà em mim.
No meu peito hà tristeza,
Na minha mente só solidão,
Ao meu redor apenas maldade
Nesse mundo de desiluzão.
Não tenho mais futuro.
Meu coração jà morreu.
Junto com ele foi minha vida,
Que nesse momento faleceu.
Ass:Victor Alessandro
Ansiedade moderna: O pressurosismo
'Depois', para quem sofre de ansiedade, não é menos que um instrumento de tortura.
'Sobrecarga', para quem sofre de ansiedade, não é mais que uma consequência recorrente do querer e do fazer imediato, do "tudo agora".
'Angústia', para quem sofre de ansiedade, não é senão o efeito da consciência do tempo corrido em vista do que ainda não foi realizado, da decepção corrente ou mesmo da perca definitiva/temporária da esperança.
Não lembro como é sentir dor após um corte.
Não me lembro da sensação de sangrar.
Só lembro de querer ver alguém sentindo tal dor,
Mas não por maldade,
Só para ver como é.
Sinto falta de sentir um pescoço quebrar,
Mas não por querer fazer isso com alguém,
Só para ouvir o estalo.
Isso parece tão irracional,
Mas vejo pessoas praticando como se fosse normal.
Quem será o mais errado, o mais louco?!
Ele por estar sentindo e ouvindo ou eu por estar apenas imaginando?!
Talvez seja eu.
Mas isso não mudaria muita coisa.
Nutrir minha imaginação é o que me mantém sã.
Nunca saber qual é a verdadeira sensação talvez me ajude.
Por que posso gostar se um dia eu descobrir.
Mas estou cheia de talvez.
Talvez seja eu, talvez me ajude, talvez eu goste, talvez eu faça.
Só tenho uma certeza,
Por enquanto, imaginar já é suficiente.
Passas as noites em branco,
cansado, sem forças, mas pintas.
Na tela, vês uma janela,
mesmo sentindo que estás-te nas tintas.
Se pintas aquilo que sentes,
não mais finjas a tua dor.
Não ocultes as linhas da tela
que reproduzes com tintas sem cor.
Se sentes e choras, pintor ,
que a arte não pode mudar-te.
Deixa levar-te pelo vento
que os pincéis hão-de abraçar-te.
Mas caro pintor, chorar por amor
não é deixar de sentir a paixão.
Pega na tela, e faz-te a ela
que o cavalete suporta a razão.
Lembras-te dela, ao ver na janela,
sem que ela saiba da tua existência.
Inspiras-te nela, e pões na paleta
as tintas da inocência.
E nas tuas mãos arrasadas, manchadas
de tonalidades sem cor,
pousa a tinta, que passa na tela
para expressar o que sentes pintor.
Liberta essa dor, caro artista.
Liberta o furor, suja essas mãos.
Levanta os pincéis, pousa a bebida,
onde te vais afogando em vão.
ESPERANDO...
esperando Godô
espero no sofá
espero sentada
espero de chinelos
espero ouvindo o Gil
espero ao lado do telefone
de pijama
escrevendo
espero sonhando
espero com preguiça.
esperando Godô
olho o relógio sem ponteiros
e vejo as horas no digital.
esperando Godô,
meu coração bate mais rápido
bate mais forte
reparo nos enfeites da sala
nos desenhos dos quadros
nos óculos na mesa
e na minha vontade
de telefonar
só pra parar de esperar God
O mundo me chamou de maneira simples e indireta
Confusa e angustiante nostalgia
O tempo já não é o mesmo
O brisa que tanto amo mudou de direção
Foi levado por meus sonhos
Que venho tentando resgatar
Pobre homem, se alimenta de rascunhos de uma vida que nunca teve.
Os meus dias estavam contados
Dias de angustias e dor
Por causa de uma doença que aos poucos me matou
Do egoísmo fizeram amor
Desejando vida a quem não suportava mais a dor
Eu não aguento mais
Minha alma clama por paz
Até que um dia, meu coração parou
Finalmente os médicos desligaram os equipamentos
Dando um fim ao meu sofrimento
Mero pensador, filosofa tudo, até mesmo a dor
Acredita que em todos nascerá uma flor, mas em ti, só resta ardor
Planta esperança em outras hortas, porém, consigo mesmo nem se importa.
Meu presente vive de passado, minhas colheitas atuais, até que são boas, já as futuras?
Sinto um vazio premeditado, igual calda de pudim com açúcar queimado, a princípio, o gosto doce, com um finalzinho amargo.
Os meus demônios
Afastou-nos e nos separou
Hoje não sou o mesmo
Onde estou?
Estou no canto de meu quarto
Onde mais um dia aqui por ti clamou
Saudades, ansiedade e depressão
É apenas as dores que sinto em meu coração
Ver você partir sem dar adeus
Aqui estou em minha cama, clamando a Deus
Carta aberta à tua atual jornada
Talvez a tua jornada agora seja sobre cura. Talvez seja o momento de tirar todos os Band Aid e deixar sangrar um pouco, vai arder eu sei, você vai querer colocar outro Band Aid no lugar, na tentativa de amenizar a dor e o sangramento, (talvez até funcione por um tempo), mas acredite, só vai piorar… o tempo é um ótimo cicatrizante, e ele te ajudará com a dor, porém além do tempo, será necessário doses de autoconhecimento, autocuidado, amor, amor por você mesma, por sua história, por suas experiências, erros e acertos.
Freud dizia, qual a sua responsabilidade na desordem que você se queixa? Então, não se esqueça das doses de autorresponsabilidade, se olhe e questione… esse é um coquetel potente e eficaz.
Aos poucos essas feridas se transformarão em casquinhas, e elas vão coçar, e muito, mas não as tire, deixa-as lá! Lembra do tempo? Então, ele se encarrega dessa parte, mas você precisará fazer a sua também, o tempo sozinho não resolve nada, não se esqueça de fazer uso do coquetel e em um dia qualquer num passeio no parque ou em qualquer lugar, você vai se dar conta que não tem mais sangramento, nem dor e nem casquinha, só terá uma marca, um símbolo, um lembrete do que ali já existiu um dia.
Quem eu sou
Ou o que posso ser
Quem poderia ser além do que jamais imaginei
E se posso ser, o faria, de todo jeito
Ou me engajaria nas minhas frustrações e decepções
Abarrotadas de angústia
Que me abraçam
Com tanto afinco
Durante todos esses anos terrenos
E incompletos
E absurdos e mundanos
Dizem que chorar faz bem a alma, pois lava com suas lágrimas toda mágoa e ressentimento que estamos sentindo pela dor da perda.
O chorar alivia a alma do remorso, consola a dor da perda e redime nossos sentimentos do sofrimento da culpa, ainda que ela inexista.
Chorar é uma forma de expressar a nossa tristeza, além de ser um alento que a fragilidade da alma humana enfrenta nos seus maiores tormentos.
A libélula
O desconhecido e sombrio amor.
Esses que dilaceram o coração e que nos sufocam a ponto de acharmos que a luta pela sobrevivência é vã.
Não há saída, a luz não existe e Deus, na verdade, não passa de um herege.
Você pode ter medo de uma serie de coisas, medo de escuro, medo de cobras, medo de aranhas enfim o medo do que é perigoso. Mas não pode ter medo de encarar seus medos quando este interfere nos seus objetivos. Medo de mudar o rumo, medo de ouvir um não o de dizer sim, o de dar a cara a tapa arrisca-se e vivenciar uma verdade.
Na verdade muitos procuram por felicidades mas temem em arriscar-se
por medo de abrir-se, revelar sentimentos um ao outro com receios de ser machucados, enganados passados para trás distanciando-se cada vez mais da plenitude do envolvimento, da vivência dos sentimentos e das sensações que fazem parte da vida, ou seja, é impossível saber o gosto das coisas ou da intensidades das sensações sem experimentá-las.
Arrisca-se é dar-se a chance de ser feliz, sê não o for conforme o esperado, ao menos tentou, pois mais vale a lagrima de ter tentado do que a lágrima de ter deixado passar a chance de tentar. Na vida, todos teremos os dias de inverno próprio, pois o tempo é implacável, ele não espera por nada que esteja debaixo dos céus. Não tenha medo de viver a vida por conta de medos de certos riscos, pois viver é um grande perigo, pois todo ser vivo, vive em constante perigo de morte.
'O incerto tempo me fez, se perder em seu caminho.
Lançados ao vento, todos os meus sentimentos se desfizeram;
E, cansado de tentar encontrar-se,
Ardoroso existir me fez desvanecer ...
Despojado de qualquer felícia, todo meu fulgor se expira.'
A zumbi
Me sinto mais morta do que viva.
Quero viver. Mas a ideia do “descanso eterno” é tão mais apaziguadora
ACHANAR (soneto)
Deixe que a dor da saudade enfim passe
Soltando d'alma o que é teu maior enfado
Deixe-a nas entranhas secas do cerrado
Para que nos maçantes reclamos se cale
Em um grande pesar não se é prolongado
Basta! Se todo afeto que sentes se sovasse?
Desafie os medos, e os ponha face a face
Com coragem, e os tenha como teu agrado
Sabe: eu já cansado! Ando tão com receio
Na ventura, que o meu amor se consome
E o encantamento no revés submerso...
Sinto em tudo está ilusão... Tudo custeio!
E, derreado de embatucar este cognome
Achanando este infortúnio do meu verso.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp