Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
Valentin Tomberg, o notável místico russo que tanto impressionou ao Hans-Urs von Balthasar, diz que, como não podemos provar o nascimento virginal de Cristo, isso é matéria de fé e não de conhecimento histórico. Mas ser matéria de fé ou de conhecimento é algo que tem de ser decidido pela constituição ontológica do próprio objeto, e não pelas limitações subjetivas do conhecedor humano em tal ou qual época. Por exemplo, a promessa da salvação é matéria de fé pela sua própria natureza (não se pode conhecer como fato histórico algo que não aconteceu ainda), mas, com os meios científicos de hoje, um nascimento virginal não seria impossível de confirmar ou negar. O de Cristo é portanto um fato histórico que a ciência da época não pôde confirmar integralmente, devendo contentar-se com a prova de razoabilidade pela análise dos testemunhos. Se ele se torna 'matéria de fé' é por motivos acidentais e extrínsecos, não pela sua própria natureza.
Há anos eu descobri que isto é um princípio: jamais aceite explicações sociológicas quando elas estão ali para substituir a verdadeira explicação histórica, que é a narrativa real do que aconteceu, efetivamente como se passou.
O burguês nada despreza tanto quanto à pobreza, que ao cristão, pelo contrário, inspira uma espécie de temor reverencial como imagem fiel da condição humana inteira. Não foi à toa que a Igreja fez dela uma obrigação sacerdotal. Desprovido da fé cristã, o pobre sente vergonha de não ser um burguês, e, quando não consegue tornar-se um por suas próprias forças, se apega às promessas do socialismo. Se essas promessas sempre falham, não é porque sejam traídas no caminho. É porque são, desde a base e a origem, uma farsa macabra: ninguém pode libertar o oprimido começando por escravizá-lo à escala de valores do opressor.
Todo aquele que usa os termos do debate político no sentido atual que têm na mídia, sem levar em conta a história da formação do seu significado, nem portanto as ambiguidades camufladas que ainda carregam, é um charlatão.
O objetivo da Revolução Cultural Chinesa era o mesmo da sua equivalente ocidental, frankfurtiana e gramcista: extirpar da sociedade todos os resíduos de tradições milenares que pudessem obstaculizar a construção do 'novo homem'. A única diferença era que pretendia realizar isso por uma operação estatal rápida e fulminante, enquanto no Ocidente vigorava mais a idéia de uma influência cultural de longo prazo. O maio de 1968 foi uma tentativa frustrada de imprimir à revolução cultural do Ocidente um ritmo 'chinês'.
Nenhum historiador profissional aceita hoje a idéia -- ainda um dogma, para os intelekituar brazuca -- de que o fascismo foi uma reação do grande capital ao avanço do proletariado. Nenhum ousa contrariar a conclusão unânime dos grandes -- François Furet, Ernest Nolte, Emilio Gentile, A. James Gregor -- de que o fascismo foi parte integrante do movimento revolucionário mundial.
Mao Dzedong foi o maior genocida e torturador de todos os tempos, pondo no chinelo Stalin e Hitler. Só cretinos de marca podem imaginar que um movimento revolucionário inspirado nas idéias dele tivesse algo a ver com liberdade e direitos humanos.
Escarafunchar intenções malignas ou mesmo toda uma estratégia ideológica por trás de palavras ditas a esmo é a essência da polícia "politicamente correta" da linguagem. Não preciso dizer que essa coisa não tem base científica nenhuma e em noventa e nove por cento dos casos é puro chute. Essa atividade não se torna mais decente quando praticada em nome de valores "conservadores".
Pouco importando qual seja o modo de produção, para um sujeito ganhar alguma coisa é preciso que alguém ganhe MUITO MAIS.
A lei do sacrifício é universal e irrevogável. TUDO no mundo depende de que alguém dê alguma coisa sem receber nada em troca. Karl Marx nunca entendeu isso, embora com "O Capital" ele jamais ganhasse nem o suficiente para tratar das suas hemorróidas.
Quando alguém diz "Estou com dor de cabeça", ele se refere a uma cabeça e a uma dor que existem fora e independentemente da frase e aliás do sistema linguístico inteiro, no qual não há cabeças nem dores, apenas signos e relações. Dizer que não existe significado transcendental, que tudo só existe no sistema linguístico, é abolir a diferença entre ter uma dor de cabeça e dizer que tem dor de cabeça.
"Primeiro o aborto é autorizado, depois recomendado, por fim imposto obrigatoriamente. É sempre assim. Cada novo 'direito' contém em si o germe de uma imposição totalitária. Quando vão entender isso?"
Mesmo nas universidades brasileiras ditas melhores, o que de mais digno e elevado se vê, pelo menos na área de "humanas", é só o cumprimento rotineiro de obrigações regulamentares, sem nenhum entusiasmo pelo conhecimento, sem nenhuma paixão pela descoberta da verdade.
"Deus nos perdoa e portanto nos aceita como amigos novamente, como convidados para ir ao Céu conviver com Ele pelos séculos dos séculos. Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou a pedir na oração do Pai Nosso: 'Perdoai as nossas ofensas assim como perdoamos a quem nos tem ofendido', e se nosso conceito de perdão se resume à exclusão da presença da pessoa perdoada, Deus fará assim mesmo conosco. Perdão de verdade é perdão ao modo do amor divino, e não existe outro. 'Perdoar' e excluir a pessoa é vingancinha, birrinha de gente que não tem a mínima noção do quanto e como Deus nos perdoa, até os limites inimagináveis."
"À intransigência feroz que devemos colocar na defesa de valores e princípios que são superiores a nós corresponde, simetricamente, a presteza que devemos ter em perdoar, sem discussão nem nhem-nhem-nhem, toda ofensa pessoal que recebemos."
Nossos pecados vão deixando pelo caminho um rastro de lixo cósmico que nenhum esforço humano poderá jamais limpar. A ânsia de 'salvar o planeta' não passa da fantasia projetiva de uma culpa coletiva que se camufla em sujeira material — exatamente como a de Lady Macbeth, que reprime a consciência do seu crime lavando obsessivamente as mãos.
Existe algo no meu modo de ser que excita a imaginação odienta de algumas criaturas até levá-las à completa demência. Não sei o que é, mas suspeito que a simplicidade do óbvio ofende brutalmente quem não o percebeu antes.
Ver um filme -- qualquer filme, mesmo ruim -- é como sonhar. Se alguém fala com você, o sonho acaba e não emenda mais. Talvez no dia seguinte, ou na outra semana, quando a conversa desapareceu da sua memória.
A idéia de 'engenharia do consenso' é a mais imoral que já passou pela cabeça de um falso amante da democracia. Ou você respeita o consenso já existente, formado pelo tempo sem engenharia nenhuma, ou só aceita um povo que você mesmo adestrou para pensar como você.
O passado só determina o quadro de possibilidades e limites das nossas ações, nunca as ações mesmas.
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