Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
Prece
Chegou sorrateiramente,
e lançou a semente.
Sem saber se iria colher,
os frutos que plantou.
Tratou logo de cantar,
uma canção de vida.
Peço sua bênção e proteção,
faça chover na plantação.
Dê esperança ao meu sertão,
cuide desta nação.
Carro de Boi
No quadro, um retrato do se foi.
Vejo crianças e um carro de boi.
Creio que muito ele rodou, gente
e histórias por ele passou.
Até contos de Alibaba, e de pessoas
que conheceram o mar.
Ah interior, cheio de miscelâneas,
imunes ao que se vê.
Anciões e sábios,
sem saber ler e escrever.
Anexado
Arquivo anexado,
e-mail enviado.
Destinatário espera carente,
eu sabendo,fiz questão de borrifar,
energias positivas, antes de enviar.
Já não envio cartas, tenho um tal
de computador.
Hoje em dia, ele ameniza a dor,
de quem suspira com saudades,
do seu amor.
O perfume que dava o toque final,
após os balbucios e sorrisos,
já não é mais igual.
Em tempos de nudes,
o romantismo está em escassez.
Novo e-mail!
O que será dessa vez!?
Quando falo uso as tuas palavras,
me vejo com teus olhos,
com as tuas pernas
caminho ao meu encontro.
Com teus braços me abraço,
me desnudo e me visto com teu corpo.
Dentro de ti sonho,
acordo e, no espelho, te vejo,
já não recordo de mim.
Tudo que ainda tenho meu
está em ti,
quando caminhas é o meu jeito de andar,
em teu rosto vejo o meu sorriso,
em teu coração circula o meu sangue.
Há tanto tempo que somos um,
que não sei por onde ando,
mas não procuro mais por mim
sei que estou em você.
Lua e Mar
Lua e Mar vão casar.
Lua cheia de paixão,
Mar de agitado coração.
Lua tem suas fazes,
Mar tem que se adaptar.
Dançar no compasso e não
desafinar.
Lua é boemia,
Mar é prontidão, 24
horas à disposição.
Bom Dia!
Bom Dia, hora de acordar,
O café está servido, já vou levar.
Tem torradas e tem mel,
e o Sol firme no céu.
Tem beijinho e cajuzinho,
tá tudo arrumadinho.
Vem, vamos aproveitar, hoje é dia de amar.
Vem, vamos montar, uma cabana e brincar
Ibope
Ligo o rádio e a TV,
Ganha ibope quem
me entreter.
Briga de audiência,
eu na solidão.
Murmúrios e gemidos
no frio da estação.
Eixo
Ar cênico.
Ar Cético.
Mar Vivo.
Mar Morto.
Osso Orto.
Nuvem Chão.
Visão contemplação.
Grafia Afia.
Assado Cortado.
Em pedaços se fez,
Em vida se refez.
Fênix, pronta para estrelar,
Nos primeiro raios da aurora.
Voa e vai encantar.
És pássaro, vida que
me ensina a recomeçar.
PASSOS MARCADOS
Se eu passo com meus passos
com seus passos, pode passar...
Se seu passado, não passa
e suas passadas embaraçam...
Os passos segue carreira,
para no passado, passear.
Eu passei pelo passeio
com passos e passadas largas
meus passos foram escanteio
com minhas passeadas rasas.
José passou a galope
entre poços e passos seguros
suas passadas foram forte
com bote para o futuro.
Marcou passos no passado
no tempo foi passageiro
pelos passos do pai honrado
passou para o mundo inteiro.
Antonio Montes
DESVIO (soneto)
Hoje nada quero, nem se a paixão quiser
Estou em silêncio, lá fora o alvo me errou
Acontece que meu coração de ti cansou
Nada quero, mesmo se ainda afeto tiver
E assim, nesta emoção, então, eu vou
Deixe a ilusão de lado, não sou qualquer
No meu sentimento não meta a colher
Vai em frente, siga, pois em outra estou
Se livra de mim, nada em mim vai acender
Não pense em mim, a estação já chegou
Desça, pegue o desvio, não vou render
Estou machucado, você na dor acertou
É o fim, entenda, não vamos mais sofrer
Agora só recordação, de quem te amou!
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Fevereiro, 2017
Cerrado goiano
EU VI A LUA
Quando pequeno,
uma noite no meu terreiro
sob o vento, meu inteiro!
Eu olhava a lua...
Tão alta, tão, alva
tão minha...
Tão sua.
Lá nas alturas, muito longe
lua, cavalo, dragão e conde
o mundo ali... Pra onde?
A lua, as vezes se esconde
e vaga por cima do bonde.
Os dois 'mundo e lua'
... Encontram-se nas velhas ruas
e nas fofocas da língua sua.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
passeando pelo inverno
rodeada pelas estrelas
as crianças queriam velas
e no meu terreiro, fogueira
fazíamos rodas de verso
ali, segredo e confesso
aos olhos da lua faceira.
'Lua, luar
eu quero viver e crescer
passear pela paixão
ver a flor branca florescer
e o povo abrir as mãos.
Quero ver o mundo em paz
acalentando os inocentes
felicidade estampadas
e risos no rosto da gente.
Quando pequeno, eu olhava a lua...
e sob o vento frio na margem do rio
a lua nas águas, demonstrava seu brilho.
Eu vi a lua e sua clamura
vi seu encanto com pranto
vi no espelho oceânico
chorando as suas lagrimas
e enxugando com seu manto.
Quando pequeno eu vi a lua
toda nova, toda cheia
minguante de pois crescia
espantando as candeias.
Antonio Montes
FEITO DE CARNAVAL
Menina, aonde você vai,
com essa chuva, fantasia e favas?
_ Eu vou chorar as minhas lágrimas
e mistura - lá a essas águas
para aliviar o sol desse vendaval...
O meu amor cedo, foi embora
eu só passei com ele, horas
da noite do carnaval.
A LÍNGUA
Minha língua,
minha dita, me edita,
as vezes medita informal.
Minha língua sem sal
em saliva com sal... palpita,
Por bem, ou por mal.
Essa língua maldita
com sua dita edita...
Um caótico carnaval.
Antonio Montes
Bate o sol
Na soleira da porta
da frente
E ilumina com ela
Meu sorriso incandescente
Entre a mecanicidade da vida
Entre rir e reclamar
Aguarda-se que a vida
Faça-se linda e bela
Sem se esperar.
A velocidade da gentileza
Torna-se lenta e desalenta
Desatenta.
Para quem será,
devo esta vida encorajar?
Saltitam os caracóis
Quando caíram ao chão
deslizando dos lençóis
Estes fogem da água
como quem foge do
comum.
Saltitam os caracóis
em direção aos seus
próprios sóis
Ah,
Caracóis de mim...
Deito a caneta
sob os papéis
dos meus
sonhos
porque já estou indo,
por hoje
partindo
mas antes de dizer
adeus,
eu quero lhe
d e s e j a r
os sonhos
teus.
Ouço muito e de toda gente
Que nem tudo são flores
Pasmos às dores da vida mansa
/ ou de navegadores.
Para essas flores,
Haja campo
Recanto
Amores
Mas com dores!
Ora, pois nem tudo são flores
Meus desenhos estão todos engavetados
com riscos pretos.
Tênues entre a verdade e a exatidão
sem margens, sem papel, sem arte
todos engavetados
plenos de razão, frouxos perante qualquer convicção
mas com linhas escuras limitando sua exatidão.
SER POETA
Ser poeta é:
Simplificar as fazes e as estações,
amiudar os amores e as saudades,
medir o tempo e as tempestade
ouvir o medo e achar a verdade.
ser poeta é:
Pespontar as pontas e demonstrar
as verdades,
ser feliz mesmo quando as flechas
apontam para a sagacidade.
Ser poeta é:
Ter sonhos e sonhar
ser sonhador acreditar no amor
adaptar-se a vida e amar.
Antonio Montes
Contra Nós
Chego até desconfiar,
aos poucos vou me
acostumar.
Com tão grande bem que me faz,
És fonte de paz!
Olhar fito, fixo, tenro de ternura
e paixão.
Manjar que sacia uma nação.
Ai de mim, ai de ti.
Quem será contra nós?
Cala-te boca, não quero um pio
de voz.
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