Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac

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⁠multiplicam-se sombras
ténue pestilência
sigilo absoluto
infestam mudas
o chão
a parede
o tecto
e a alma
à luz da noite
brotam
impetuosas
precipitando a diáspora
do corpo humano.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "infestação")

Inserida por PoesiaPRM

⁠no silêncio metamórfico das rochas
irrompendo do solo como um trovão
o tímido ladrar canino da alcateia
constitui o único vestígio humano
abandono absoluto no tempo presente.
homens íngremes de outrora ergueram
na imponente altura dos mistérios
cruzes dispersas como faróis acesos
liturgia imóvel dos mil cataventos
apontando ao destino o seu caminho.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "aldeia dos cães")

Inserida por PoesiaPRM

⁠de que vale o consolo humano da lágrima
trespassando a carne viva do coração
se são os meus horrendos e gigantes pés
ágeis pincéis que sangram no céu escarlate?

(Pedro Rodrigues de Menezes, "inutilidade da lágrima")

Inserida por PoesiaPRM

⁠nunca o meu corpo abstracto
na sua infinita aritmética
encontrou a geometria da mão
que o elevasse ao quadrado
multiplicador da sua raiz.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "obtusidade no corpo")

Inserida por PoesiaPRM

⁠o parco roçagar da frondosa giesta
acesa pelo vento como um chicote
acelera em mim a lúcida consciência
de que as árvores, procurando o solo,
regressam ao útero que as gerou
por isso também eu caminho pleno
um homem plano sobre outro plano
uma luz, um astro cego, um abismo
desenhando um círculo com palavras
no misterioso alfabeto da criação
vou enchendo a boca de terra
vou abraçando a morte iminente
porque tudo em mim é imediato
o grito, o eco e o súbito silêncio.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "cabo de gata")

Inserida por PoesiaPRM

⁠uma crisálida indecifrável
que respirasse
na perpendicularidade
das minhas pálpebras
como uma força
vibrante e extraordinária
a desenhar as novas veias
fartas e cálidas
do dogma
filosofia ou religião
paradoxais
um paradoxo forte
imbatível e irrefutável
que fizesse esvoaçar
a inércia do verão
que é na memória póstuma
dos outros
o solstício
permanentemente sombrio
uma silhueta contendo
os risos verdes
lá atrás
onde os braços descansam
nus
no imponente esquecimento
do mundo.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "crisálida indecifrável")

Inserida por PoesiaPRM

⁠monja de salto-agulha
encontra o teu destino
imola-te na laça poeira
do celeste e laço doce
uno absorvente e único
das infinitas cadências
porque virão galáxias
e cometas invisíveis
velar a mulher densa
untada do encarnado
quente e magmático
resplandecente corpo
onde a mulher morta
dá lugar ao vaticínio
há mil anos escrito
no sangue e no fogo
o universo ressurge
enquanto a deusa nasce
da kundalínica nébula
que os povos adorarão.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "monja de salto-agulha")

Poema dedicado a Sheila

Inserida por PoesiaPRM

⁠mês de julho
dia vinte e dois
farias sessenta anos
mais os quatro decorridos
sobre o ano que adormeceste
a palavra pai é como um balão aceso
sobre a imprecisão contígua da boca cerrada
só a prejuízo a poderei pronunciar com a leveza certa
porque arde e não sei quando se fará noite dentro de mim.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "vinte e dois de julho")

Inserida por PoesiaPRM

⁠se eu fechar os olhos
pelo instante breve
talvez o instante perdure
porque a escuridão é
uma luz por instruir.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "a instrução da luz")

Inserida por PoesiaPRM

⁠uma flecha que anoitecesse no tempo
lugar, pedaço de terra, erva ou árvore
uma flecha que resistisse implacável
à biologia de uma meia volta de Úrano

sem a subtracção de uma soma
este lugar contém o mesmo
azul celeste sem ser galáctico
poalha invisível sem ser cósmico

é este o lugar onde renascem
os primeiros homens órfãos
do destino sem distinguirem
a mortalidade do seu tempo

densos e altos e firmes poentes
ave, voo pleno ou plano boreal
desvelam frondosos sobre a água
o misticismo das sereias mudas

ninguém as vê plantando os peixes
ninguém as vê caminhando sobre o céu
ninguém as vê contando as pedras
e os peixes voam no céu como pedras.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "os peixes voam no céu como pedras")

Inserida por PoesiaPRM

⁠nas asas cegas
a traça sonda

sobre a luz da vela

a misteriosa beleza
o lúgubre destino

a sua morte inesperada.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "nas asas cegas")

Inserida por PoesiaPRM

⁠ancestral aranha que mascaras
balaustradas, capitólios e olimpos

sigiloso movimento trespassando
o invisível lugar de visível vazio

aroma metálico ou apurado gume
na distracção sonora do sono

afinal, de quantos rituais e cantos
ou milenares hecatombes aladas
se fazem as arestas criminosas
onde jazem brancas e indefesas
as mil e uma esvoaçantes criaturas
que encontraram na sedutora luz
o seu destino ébrio de inocência?

(Pedro Rodrigues de Menezes, "ancestral sibila")

Inserida por PoesiaPRM

⁠é olhando para todas as mães
com as suas vaginas derrotadas
e os ventres espiando a cicatriz
que me adormecem os olhos
perante a mão cega e grotesca
somos incapazes de vir ao mundo
sem ensanguentar o mundo inteiro
sem arrancar dormitando ainda
sendo ainda esse sonho por gerar
pedaços vivos da carne e do sonho
criaturas invariantes e futuras
condenações a estourar hediondez.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "hediondez maternal")

Inserida por PoesiaPRM

⁠o corpo pairando
suspenso nu
fantasma sem cor
com forma de fantasma
candura obliterada
interrupção incomum
cadáver assombroso
terra inclinada na chuva
um poeta sobre uma poça
milenar
o sangue coagulando todo
vertical

a veia míope tocando o
horizonte

a vírgula expansiva da sua artéria
cavernosa

os pés, uma chaga infernal do
caminho

as mãos, um claustro negro de
silêncio

o poeta salta
o poeta corre
o poeta também ri
mas o poeta está morto.

(Pedro Rodrigues de Menezes, "o poeta, o poema e o fantasma")

Inserida por PoesiaPRM

⁠Vê como a ventania
é levando um ramo
de oliveira pelas rotas
ordinárias capazes
de anunciar a vitória,
Embora a inquietação
aparentemente
não termine nunca;
Fui colocar para tocar
a nossa música,
o meu segundo Hino.

No dobrar das horas
não cessa a agitação
que chega a contar
as gotas da chuva,
é você no coração
fazendo a História.

Porque sei mais
do que ninguém
que é quebrando
com as duas mãos
todos os rifles sutis,
Papoulas brancas
deles hão de surgir
e virarão pombas
para anunciar
a paz permanente
em qualquer lugar.

Nas mãos do Universo
estão a Lua, Mercúrio,
Vênus e a estrela Spica,
e toda a secreta poesia
que são capazes
de me levar até você.

Uma ânsia romântica
de início de Lua Cheia
atravessando além
da Quarto Minguante,
e tem levado adiante
uma grande utopia doida
que não tem deixado
pensar em outra coisa
a não ser na urgência
de te amar a salvo de tudo.

Inserida por anna_flavia_schmitt

CHOVENDO

Um gole após o outro
Vou sorvendo dessa bebida gelada
Que espalha por onde passa um frescor que me devassa
Uma lágrima após a outra
Vou curtindo esse choro contido
Que limpa por onde escorre, na minha pele onde passa.

Um passo após o outro
Vou correndo nessa avenida
Que compete com meu compasso e me deixa embevecida
Um dia após o outro
Vou seguindo concentrada
Cuidando onde piso, num prazer úmido e velado.

Inserida por Angelamafram

⁠Deus concedeu ao homem
A proeza que ele tem
Deixando que nos diplomem
Para sermos pai também
E esse foi o maior bem
Não tendo outros iguais
Deus permitiu aos casais
Dispor do pujante brilho
Que é conceber um filho
Logo, "Feliz Dia dos Pais"

Inserida por fabioalves63

⁠Versos de um dia frio

Palavras invadem a alma
Escritas sem pedir licença
E uma imensidão de versos
Pulsando na ponta dos dedos

Nem sempre a rima chega
Nem sempre o ritmo é dança
A arte de ser poeta
Conquista pela constância

Aviso que não cabe pouco
Na fonte do meu dizer
Traduzo em poucas linhas
Meu insensato jeito de ser

Inserida por Angelamafram

⁠Poema para Valesca

Para vir homenagear
Esses versos encomendei
E deixar como legado
A linda mulher que encontrei

Desde filha dedicada
E mãe sempre presente
Profissional bem respeitada
Amiga de tanta gente

Estes versos vão falar
De alguém de competência
Que vive no movimento
Respeitando a própria essência

Em toques e alinhamentos
Despertando sentimentos
Estando sempre a remar
No balanço das águas
Ou no ritmo de esticar

Alongando músculos, treinando corpos
Aliviando dores, salvando vidas
Valesca nos envolve
Afaga almas, nos dá calma
Porto seguro, nessa ilha veio aportar
E a natureza contemplar
Muitos vivas para você
Nesta data e sempre mais

Inserida por Angelamafram

POEMA DE DUPLA FACE

Quando morri, um anjo burocrático
Desses que vivem nas luzes das repartições
Disse: Foste, Jorge! Foste trouxa na vida.

E tudo isso porque espiava nas fechaduras dos sonhos...

Inserida por jhromero

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