Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
dizem que a paixão o conheceu
mas hoje vive escondido nuns óculos escuros
senta-se no estremecer da noite enumera
o que lhe sobejou do adolescente rosto
turvo pela ligeira náusea da velhice
conhece a solidão de quem permanece acordado
quase sempre estendido ao lado do sono
pressente o suave esvoaçar da idade
ergue-se para o espelho
que lhe devolve um sorriso tamanho do medo
dizem que vive na transparência do sonho
à beira-mar envelheceu vagarosamente
sem que nenhuma ternura nenhuma alegria
nenhum ofício cantante
o tenha convencido a permanecer entre os vivos
Recado
ouve-me
que o dia te seja limpo e
a cada esquina de luz possas recolher
alimento suficiente para a tua morte
vai até onde ninguém te possa falar
ou reconhecer - vai por esse campo
de crateras extintas - vai por essa porta
de água tão vasta quanto a noite
deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te
e as loucas aveias que o ácido enferrujou
erguerem-se na vertigem do voo - deixa
que o outono traga os pássaros e as abelhas
para pernoitarem na doçura
do teu breve coração - ouve-me
que o dia te seja limpo
e para lá da pele constrói o arco de sal
a morada eterna - o mar por onde fugirá
o etéreo visitante desta noite
não esqueças o navio carregado de lumes
de desejos em poeira - não esqueças o ouro
o marfim - os sessenta comprimidos letais
ao pequeno-almoço
As mãos pressentem a leveza rubra do lume
repetem gestos semelhantes a corolas de flores
voos de pássaro ferido no marulho da alba
ou ficam assim azuis
queimadas pela secular idade desta luz
encalhada como um barco nos confins do olhar
ergues de novo as cansadas e sábias mãos
tocas o vazio de muitos dias sem desejo e
o amargor húmido das noites e tanta ignorância
tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva
quase nada
Acordar tarde
tocas as flores murchas que alguém te ofereceu
quando o rio parou de correr e a noite
foi tão luminosa quanto a mota que falhou
a curva - e o serviço postal não funcionou
no dia seguinte
procuras ávido aquilo que o mar não devorou
e passas a língua na cola dos selos lambidos
por assassinos - e a tua mão segurando a faca
cujo gume possui a fatalidade do sangue contaminado
dos amantes ocasionais - nada a fazer
irás sozinho vida dentro
os braços estendidos como se entrasses na água
o corpo num arco de pedra tenso simulando
a casa
onde me abrigo do mortal brilho do meio-dia
Encrespa
Conte a história que quiser...
mas basta ler o meu cabelo
para saber quem é
a resistência
a voz que clama
a mulher da guerra
a mulher que luta contra tudo e contra todos,
a que sangra e proclama...
a preta de passado incerto,
certamente mal contado!!!
cada fio do meu crespo
para cima
para os lados
para frente
para baixo
para o mundo ...
alisado,
cacheado,
crespo todo
entrançado
na tua frente...
uma história,
uma multidão de ancestralidade...
uma raiz...
um conto
contado erroneamente pela mão branca...
Porque incomoda
ver as pretas
assumirem
sua raiz
na história,
na cultura
na escola,
na tv,
na casa da sogra,
na elite,
na suite,
na boutique
e no seu friz
encrespando poesia na veia da sociedade!!!
Perdão por fazer parte do crime que aos poucos ceifam sua vida.
Escrevo para minha pátria.
Ela é analfabeta.
Pura e reta.
Foi ela que disse a mim.
Foi assim, vou contar.
Meu Brasil se referiu ao madeiro.
Eu vi uma luz através do candeeiro.
Iluminou minha mente.
Eu indecente meio fuleiro.
Quis ouvir a voz.
Então diz meu Brasil.
Eu carrego a cruz por ti.
Meu povo me chicoteia.
Não entende minha bondade.
Quinhentos e vinte anos eu jorro fartura.
Mas o caráter da maldade.
Este é o homem a grande figura.
Tende a mim crucificar.
Não sei até quando suportarei.
Não sei se renascerei.
Então eu disse;
Perdão por fazer parte do crime que aos poucos ceifam sua vida.
De certa forma acho que já peguei chicote.
Bebi água do seu pote.
Fui alegoria e fui xote.
Mas amanhã, vou dar pinote.
O que pensa o povo dessa poesia.
Oh causadores da morte.
Giovane Silva Santos
Esses versos que aqui faço
Nunca foi por acaso
É para externar meu sentimento
Que a você tanto falo
Daria minha vida
Deixaria tudo de irrelevante para te convencer
Somente para te mostrar
O que realmente posso para ti, ser
Se Heráclito estiver correto
Tudo irá fluir
Isso me deixa contente
E me faz prosseguir
Entretanto
Obrigado pela motivação
E pelos seus gestos,
Que conquistaram o meu coração
Ritmo da vida
O vento em rodopios,
a luz do sol em centelhas,
a vida matinal reverbera esperança
nos caminhos de sempre,
basta ter olhos para ver
observando cada nuance,
tudo é feito no tempo certo,
tanto uma tempestade,
quanto a bonança
FRESTA, PRELÚDIO PARA O ABISMO
A luz preguiçosa escorrendo
Em cada fresta da janela
Recostando-se a cama
Com dois corpos vazios
E recolhendo os ásperos lençóis.
Acordar para ver
Mais um dia passar.
Levantar da cama com pressa.
Os passos acelerados executando
O caminho na mesma medida
De todos os dias.
A mesa bagunçada.
A comunhão afetada.
Toda desordem se fazia notar,
A mesa,
A cama,
A casa,
O amor.
Voltar para casa, à noite,
Sem nada realizar.
(Marcos Fernandes)
O ser humano perdeu-se
nos pensamentos, filosofias,
conceitos de modos vivendi,
será que o planeta Terra
é o manicômio da espiritualidade?
Existem momentos na vida
que fatos tornam-se hipnóticos
em nossos pensamentos
nos privando de nossos sentimentos,
sensações e emoções,
mas também há momentos
de acordar para o hoje.
Quando tudo isso passar
já terei passado em sua vida
e várias vidas que vivi,
sempre sonhando que um dia
que farei parte de sua vida.
Corações, ternos corações,
apaixonados,
envolvidos, envolventes,
entristecidos,
Pela falta da manhã
enriquecidos pelo denso luar.
Ai, que saudades tenho da minha infância
da minha pureza
da minha alegria
dos meus sorrisos contagiantes
dos meus, bem fundamentados ideais
do meu amor por todos.
Ai, se eu pudesse ver, enxergar, sentir, compreender,
entender, ter a liberdade de te amar:
você, seu ser, simplesmente você,
uma pessoa onde o nome naquele instante não importa,
onde a idade inexiste,
onde seus cabelos brancos ou grisalhos
se tornam prateados
de amor, charme, ternura, carinho e emoção;
Onde não mostre que o tempo exista,
que o tempo corre,
que eu não tenho você:
que eu não pertenço a você.
Arrepios
Arrepios de felicidade
dominaram meu corpo
minha mente
transformou-se numa brisa refrescante
e meu corpo tornou-se amor
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