Poesia Amor Nao Realizado Olavo Bilac
SONETO ORANTE
Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos
Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte
Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos
No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
ACIDEZ
Quando aporta em minha porta
com suas perguntas,
atrás de respostas...
Tem gente que não se importa
outras, simplesmente dão as costas.
Todavia a mim, importa...
os desfecho d'essa vida torta
o amargo d'essa torta,
nem todos gostam...
A falta de rumo
a barriga vazia
o ruído da broca
o estrago do dia,
as agruras da vida...
nunca estão de partida!
Antonio Montes
DE MARIA
Enquanto a ladeira do morro descia
Maria crescia, Maria corria,
saltitante saldava o povo e dizia
bom dia! Bom dia...
Maria dava bom dia e sorria
Ladeira abaixo descia
toda feliz a cantar
o povo do lugar aplaudia
... Maria vai encantar.
Maria já bem crescida
aos passos.galgando o declive
as luzes do morro acendiam
e os olhos com risos nos rostos
alegria, alegria... Alegria.
Maria fazia folia
Maria dançava de dia
era samba no pé era bamba
de salto e do alto olhava
por cima do ombro sem tromba
Maria agora namorava.
Um dia...
Maria virou mulher
cresceu o ar de sua graça
dava passadas na praça
Maria toda empinada
até parecia uma garça.
Amou e casou por amor
tão logo teve a sua cria
cheia de alegria e dor
o conforto desconfortou
Maria na chuva tremia.
O morro molhado desabou
e passou reto pelas curvas
e o povo gritando... Que horror!
Meu Deus, meu Deus nos acuda!
O sol raiou no amanhecer
em seu clamor, Maria entristecia
Maria então chorou
com lágrimas de chuva que corria
pelo quinhão,
pela vida que não tinha
Maria sabia, Maria sabia...
Que viver, todavia valia.
Canção dos passarinhos
Nada abranda a canção dos passarinhos nas manhãs...
parecem cantatas de saudades infindas...
Eu da minha janela
Viajo no topo da brisa... Sou vagante no enigma da vida...
Ou talvez uma semente deixada ali e que germinou da melancolia...
E ficou a recordar doces momentos...vividos!
Finjo ser poeta sendo um cretino
varias pessoas botando fé
e eu me destruindo
as vezes tudo o que eu queria era um bom vinho.
SONETO DO ALTO DO AMBÃO
Do alto do ambão, brada este soneto
Do coração, em saudação e de intento:
De saúde, paz e bem, e contentamento
No tempo de confraternização e afeto
Partilhando ao irmão real sentimento
Onde se possa se doar por completo
Ser soma em um propósito concreto
Amigo e, de zelo como complemento
Daqui solenemente um doce prometo
Do querer ser mais no menos avarento
No nosso humano modelar irrequieto
Por fim, o abraço, apreço em advento
Num gesto de carinho como objeto...
De festejo do amor como bom provento
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Dezembro, 2016
ACASO (soneto)
Onde será que o cerrado começa
Ou cá termina as minhas miragens
Será a minha ilusão em mensagens
Ou o começo do fim que cá cessa?
Da saudade fiz pranto e roupagens
Dos sonhos viagens que atravessa
As quimeras na vida sem promessa
Porém, queria era outras paisagens
Como no fado o tempo é remessa
E na pressa se perde as bagagens
Cá fico, e cá minha alma confessa
Quem sabe, cá tenha boas aragens
Tecendo o sertão no quebra cabeça
E o acaso segui pra outras paragens
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
NO MEU PINHEIRO (soneto)
Os verdes galhos do meu pinheiro
Ornei com cada nome dum amigo
Assim, num cordão de luz eu digo:
- És presente, presente por inteiro
Não importa a distância, está comigo
Na lembrança, no afeto companheiro
No estar fraterno e, muito verdadeiro
Aqui no peito em morada, eu testigo
Noutros ramos, saudades, num cheiro
Das ausências - o céu hoje o seu abrigo
"In memorian", - cada momento faceiro
Minha árvore de Natal, o amor bendigo
Com fé, gratidão, ao coração certeiro...
A ti amigo, que na amizade é querido!
(Pra cada amigo, um abraço neste cancioneiro...)
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 19, 2016
VELHICE
Aos poucos a velhinha foi sendo jogada par um canto do mundo
e foi se apequenando cada vez mais
humilde
para caber nele
e não incomodar a ninguém
com o que resta da sua presença.
ADEUS ANO VELHO
Adeus ano velho, expirou a validade
Voam esperanças em papel picado
Brinda presságio de boa verdade
O amor flutua querendo ser amado
Busca van da chave do tempo, vaidade
Lembranças empacotadas no passado
O hoje já é ontem, numa total rapidez
A vida na estupidez buscando culpado
De novo, e novo, o novo, assim outra vez...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
00'01"
Cerrado goiano
Chapéu
Que cobre a careca,
Ou cobre a cabeleireira toda despenteada.
Chapéu.
Que cobre os pensamentos,
Dessa gente que vive, a pensar sobre a vida.
Chapéu
Que disfarça a dor
De alguém que recusa nos olhar bem nos olhos.
Chapéu
Que esconde amores
E até mesmo temores, de não ser correspondido.
Chapéu
Que esconde a tristeza
E até mesmo a incerteza de ser novamente feliz.
Chapéu
Que é só pra dar charme
Ou pra esconder do sol quem caminha na estrada.
Chapéu
Que não se importa com os milhões do rico,
Ou com os centavos do pobre.
Chapéu
Que não escolhe bonito ou feio,
Nem raça, nem cor.
E o povo que passa na rua comenta e aumenta
Dessa gente que leva a vida
Debaixo de um chapéu.
Ah, o intrigante Chapéu
O povo até imagina,
Mas no fundo, só a gente sabe,
Quanta coisa cabe, debaixo de um chapéu.
SONETO EM VERSOS
Versos! Reversos! Sei lá donde estes universos
Partes de mim, pedaços submersos, olhar
Ou os vozeados da imaginação a cantarolar
Grunhidos complexos dos sonhos diversos
Será que são as trovas do amor a soluçar
Nos sorrisos, lágrimas, nos momentos adversos...
Ou oportunos? Versos!... tão presentes e tão dispersos
Porém, sei lá! Será sempre verso a se revelar
Dos meus, se são versos, são do coração emersos
Desfiados em contos, talvez, ou apenas amar
Minha forma de ter os sentimentos extroversos
Assim, versos que são versos, estão sempre a desafiar
A inspiração, nos anversos, controversos e nos inversos
Do poeta, nos bons e perversos atos d'alma a apartar...
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Créditos ao anonimato
Sou um poeta de poucos recursos.
De fato, de poucos méritos.
E apesar de todos os maus percursos.
Busco meus créditos.
TINTA E PINTA
Maria da tinta
que pinta...
Pinta uma pinta,
uma pinta de tinta
ela pinta com tinta.
Pinta, trinta,
cento e trinta
com pinceis e rolos
com paletas e trinchas.
Maria da tinta
todavia distinta
pinta com a tinta
a sua pose e pinta,
Maria da tinta
pinta.
Antonio montes
ARPOAR
O meu barquinho de papel
sem rumo, se foi ao vento
nas nuvens do mar e do céu
remando pelos sentimentos.
Plainou pela imensidão
no fluxo com pétalas de flor
barquinho, esse meu coração...
navega no pulsar do amor.
Sem vento, parou no tempo
e no cais d'essa tempestade
ancorou meus sentimentos
na proa da densa saudade.
Então, joguei a tarrafa no ar
para afagar o peito meu
peguei, paixão com amor
nos beijos que você me deu.
Antonio Montes
LEVEZA
No derradeiro, se percebe no fado:
que a solidão contém partida e vinda
as lembranças fitas em laços, atado
a lua na solidão tá sempre na berlinda
a madrugada não é grande nem pequena
que o possível no possível pode ainda
que a saudade é frágil como uma pena
e que as coisas mais leves, tem cheiro,
que a van filosofia prescinda...
Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano
Quinze de dezembro
Autor: Sinvall Simões
Hoje é um daqueles dias
Que o sol brilha mais forte
Mudam do sul para o norte
As estrelas por suas vias
Cada ano cheio de alegrias
Coração descompassado
Feliz por ter você do lado
Relembro seu nascimento
Movido pelo sentimento
Dentro do peito arraigado
Criar um filho exige mestria
Para no futuro ter seu lugar
E o melhor da vida saborear
Fiz tudo usando sabedoria
E se preciso de novo faria
Cumpriria assim meu papel
Aos princípios serei fiel
Para viver sem empecilho
Dei bom nome ao meu filho
Escolhi te chamar de Raffael
Orgulhoso pelo seu gosto
Com o meu se assemelhar
Gosta da cultural popular
Com mulheres vive disposto
Fazendo carinho no rosto
Para dali seguir adiante
Tratando como diamante
Essa maravilha da natureza
Por isso afirmo com certeza
Com você tô sempre confiante
No profissional foi certeiro
Eu queria e você se tornou
Advocacia Criminal abraçou
Uma atividade de guerreiro
O ofício vai além do dinheiro
Faz isto por muitas razões
Honra o sobrenome Simões
Que com amor eu te dei
Ao teu lado sempre estarei
Para tudo em todas ocasiões
15 de Dezembro
Hoje é um daqueles dias
Que o sol brilha mais forte
Mudam do sul para o norte
As estrelas por suas vias
Cada ano cheio de alegrias
Coração descompassado
Feliz por ter você do lado
Relembro seu nascimento
Movido pelo sentimento
Dentro do peito arraigado
Sou alma do cerrado, pé no chão, do triângulo, do chapadão... Pão de queijo com café, fogão de lenha, das vilas ricas, arraiais, sou filho de Araguari, das Gerais...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Coração caipira
No meu coração caipira de estuque
Olho a vida e abraço com a tradição
Conto causos, estórias com emoção
Pois sou o cheiro caipira deste chão
Assim vou, assim sou, sou mineirão
Caboclo apreciador de moda de viola
Que não vive sua alma presa em gaiola
Se esbalda no cerrado e na fazendola
Troca o sapato pela botina meia sola
Coração caipira, gabola, sem truque...
Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
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