37 poemas sobre o tempo para pensar na passagem dos dias
Carta ao Tempo
Meu caro Tempo,
Confesso que não sei se te temo ou te desafio. A morte? Ora, a morte é só um ponto final mal colocado, e eu, como bom desleixado, sempre preferi as reticências... O que me assusta mesmo é a tua ironia: morrer cedo demais, deixando a mesa posta e o vinho por abrir, ou tarde demais, quando já não há convivas, só pratos vazios e um relógio a tocar no vácuo.
Quero ir-me na hora certa — nem tão cedo que os meus ainda chorem de verdade, nem tão tarde que disfarcem o suspiro de alívio com flores murchas. E que sobrevivam alguns dos que desprezo, porque um homem sem rancores é como um mar sem maré: plano, previsível, incapaz daquela fúria que também ergue barcos.
E quando enfim me dobrares a página, que fiquem umas poucas linhas minhas, rabiscadas num canto qualquer — num caderno esquecido, num email perdido na nuvem. Coisas que um dia alguém possa ler e pensar: *"Este aqui ainda respirava quando escreveu."*
E aí, meu velho Tempo, terás cumprido teu ofício sem me fazer covarde ou caricatura.
Assinado,
Um que ainda não acabou de chegar
Roberval Pedro Culpi
Entre o medo e o tempo
Se temo a morte? Talvez mais o erro
de não morrer, ou de partir
quando ainda ecoam promessas,
ou então tarde — soterrado em silêncio,
só ocupando o ar de quem respira por inteiro.
Queria partir no compasso certo,
quando ainda se nota minha ausência,
mas não tarde demais a ponto
de ser alívio e não lembrança.
Que sobrem uns poucos que, sem afeto,
ainda me lancem um olhar torto —
porque amar de verdade
exige também saber o peso do desprezo.
E se nada mais restar de mim,
que fiquem estas linhas dispersas,
talvez num papel amarelado,
ou na leveza de uma nuvem digital,
soprando um sopro meu
em quem se dispuser a escutar.
Roberval Pedro Culpi
Silêncio Alheio
Há vozes que se perdem no vazio,
ecoam em segredo,
são gritos que o tempo não apaga.
Os olhos, se pudessem falar,
contariam sombras,
pedaços de um mapa desfeito.
A aspereza nas palavras
é só o espinho de uma flor murcha,
o que resta quando a noite é longa demais.
Vemos o movimento,
mas não os degraus quebrados,
nem o lodo que pesa nos passos alheios.
Não se trata de absolver a dor,
mas de lembrar que cada um traz
um abismo diferente no peito.
Feridas que não se mostram,
batalhas sem troféus,
lágrimas que secaram antes de cair.
É simples apontar o dedo,
difícil é segurar a mão que treme
e ouvir o que nunca foi dito.
Porque toda alma carrega
um livro fechado,
e algumas histórias
queimam sem deixar cinzas.
Roberval Pedro Culpi
O tempo e a dor
Dizem que o tempo cura,
Mas não é bem assim que acontece
A dor verdadeira perdura,
E como um jardim ela floresce.
É um desafio constante,
Mas não traz alívio pleno,
Se o tempo fosse um calmante,
Não haveria dor nem veneno.
A passagem do tempo nos prova,
Mas não apaga o sofrimento,
Se fosse o tempo uma droga nova,
Não existiria lamento.
Roberval Pedro Culpi
REENCONTRAR
Versos soltos pelo vento,
Vago no mar do tempo,
Sou sombra do que já fui,
Em caminhos que desencontro.
Essência evaporada, perdida,
Num caleidoscópio de sonhos,
Colorido que se esvai,
Preciso me reencontrar.
Pintar de novo as manhãs,
Com cores de esperança,
Coração que pulsa vida,
Em harmonia e dança.
Sigo nessa estrada incerta,
Procuro em mim o brilho,
Faço da jornada a meta,
Renascer é meu trilho.
E em cada passo, revivo,
Nas notas de uma canção,
Buscando o que é perdido,
Em eco e ressurreição.
Roberval Pedro Culpi
Existência...
existe um tempo e espaço em que tudo pode ser realidade ou utopia, mas no final, só queremos que o nosso querer seja realidade...
Gustavo Cardoso.
Escrevi uma carta ao tempo sobre você.
Espero a resposta sentado na calçada,
perguntando onde está você.
Que o tempo não demore muito,
pois te amo e sou apaixonado por ti,
mesmo sem ainda te conhecer.
Tempo, tempo, tempo…
não te atrases,
traz para mim aquela mulher
que tanto espero.
"O tempo pode levar tudo: amigos, familiares, até os objetos que tocamos.
Mas jamais poderá apagar as memórias daqueles que amamos,
essas vivem dentro da gente, como luz que insiste em brilhar,
mesmo nas sombras da saudade."
Ainda dá tempo. Ainda dá tempo de se procurar, de se reinventar, de se tornar aquilo que sempre sonhou ser. Ainda dá tempo de mudar, de recomeçar, de se reconstruir aos poucos, passo a passo, sem pressa.
Ainda dá tempo de abrir um novo negócio, explorar novos caminhos, descobrir lugares que jamais imaginou. Ainda dá tempo de mudar de carreira, traçar novos desafios, alcançar sonhos que pareciam perdidos.
Ainda dá tempo de viver um novo amor, se entregar, se casar, ter filhos ou simplesmente cuidar de si mesmo. Ainda dá tempo de adotar hábitos, transformar sua rotina, se aproximar da pessoa que você deseja ser. Sabe por quê? Porque enquanto houver vida, respiração, força no corpo e coragem no coração, tudo pode mudar. Vá em frente. Sem medo. Com fé, esperança e otimismo. Não dê ouvidos a quem tenta te limitar. Quando chegar lá, olhe para trás e se orgulhe. Agradeça a si mesmo por ter acreditado, por ter deixado o que não servia e por ter lutado pelos seus sonhos.
Vozes da Infância
(Eliza Yaman)
Ouço ao longe o riso que me chama,
De um tempo puro, feito de ternura.
Na alma, ainda arde aquela chama
Que a infância acende em luz pura.
Corria livre, sem saber do mundo,
Com pés descalços e o céu por abrigo.
O tempo era um sonho tão profundo,
E cada dor, curada por um amigo.
Hoje, revivo em versos esse chão,
Onde a saudade planta sua flor.
E cada rima é como uma oração
Para proteger o que restou do amor.
No Tempo das Águas
(Eliza Yaman - Turquia, 15/05/25)
No tempo das águas, corria feliz,
Com pés descalços e riso no ar.
A vida era sonho, perfume de anis,
E o mundo cabia num simples olhar.
A casa era canto, era luz de manhã,
Com cheiro de pão e abraço de mãe.
O tempo passava a pressa era lã,
Tecendo lembranças que nunca se vão.
Hoje, tão longe, relembro o lugar,
Com olhos molhados de doce querer.
Quisera poder novamente voltar,
E ser o que fui sem ter que entender.
Mas guardo no peito o tempo que foi,
E canto esse mundo que vive em mim.
Pois mesmo que tudo se perca e se escoe,
A alma da infância jamais terá fim.
Houve um tempo...
Houve um tempo em que esperava ansioso pelo término do trabalho. Em casa, nossa casa, compartilhavamos alimento, temas, brincadeiras, segredos, abraços e beijos sem fim com meus pequenos e minha cachorrinha.
Na verdade acho que isso se chamava felicidade.
O tempo é implacável...
Cresceram, tem seus amores, seus temores, seu futuro e, tudo isso numa velocidade absurda.
Gosto de pensar que ainda faço parte de suas vidas, mesmo sem temas, brincadeiras, segredos, abraços e beijos sem fim...
Houve um tempo...
Luís Fernando Porto 27825
Me encontro preso em uma encruzilhada invisível do tempo.
O relógio marca 2025, mas dentro de mim ainda é fim de 2019...
Uma estação parada, como um trem que nunca anuncia a próxima parada.
Os sonhos parecem ter ficado esquecidos em algum banco de praça, e os planos, esses, dissolveram-se como papéis molhados pela chuva.
Ainda há ecos de 2017: perdas que, mesmo antigas, insistem em deixar cicatrizes frescas.
E a cada lembrança, meu peito se encolhe, como se fosse possível recusar-me a respirar o ar do presente.
Para completar a ruína, 2021 foi um golpe que não cicatrizou...
Um luto que não se fecha, uma ausência que continua presente, como uma cadeira vazia sempre posta à mesa.
No meio de tudo isso, a vida não parece andar, mas também não se entrega ao fim.
É um estado suspenso: um corpo que respira, mas não sonha; um coração que bate, mas hesita em acreditar.
Às vezes, entre um silêncio e outro, surge a pergunta que não se cala:
"O que eu faço agora?"
Mas a resposta nunca vem.
E o tempo segue...
Implacável, indiferente, carregando anos como quem carrega malas pesadas em um corredor sem janelas.
Talvez o que falte não seja um plano, mas o primeiro passo.
E o futuro ainda não tem forma porque, em algum lugar, o passado ainda pede para ser chorado por inteiro.
E esta pessoa, que aqui escreve, mas que poderia ser qualquer um que agora lê, permanece entre o ontem que sangra e o amanhã que não ousa nascer.
Viver com coerência vibracional não significa viver em paz o tempo todo. Significa saber transitar entre os estados, compreender o que o corpo e a mente estão dizendo, escutar os sinais antes que eles gritem em forma de dor, estafa ou doença.
Do livro: A mente em Hertz de Nina Lee Magalhães de Sá
Sábios dizem que a perfeição exige tempo.
Eu não tenho tempo e exijo muito de mim e da vida.
Eis então que tornei-me perfeita na imperfeição que sou..
“Por muito tempo achei que tudo havia sido esquecido, como se o tempo tivesse apagado cada detalhe. Mas basta um instante, um sinal mínimo, e aquilo que parecia morto desperta.
Como um fósforo que acende em silêncio e pode incendiar uma floresta. Existem verdades que não se escondem para sempre, e quando surgem, não há como contê-las. Universos inteiros, erguidos sobre ilusões, desmoronam em segundos. A mentira até anda por um tempo, mas nunca chega longe.
E quando a segunda versão da história aparece, os olhos se abrem, e o mundo de alguém… simplesmente cai.”
Quarta-Feira de Cinzas
Na quarta-feira de cinzas, a Igreja abre o tempo especial chamado Quaresma. A Quaresma não é o tempo de tristeza ou solidão, mas sim do próprio amadurecimento espiritual.
São quarenta dias de reflexão, onde você se autoexamina, um replay de todo seu passado, tudo o que fez e o que deixou de fazer, sejam elas escolhas certas ou até muitas das vezes erradas, e isso nada mais é que a conversão para tomar a mais profunda consciência do que é ser um cristão.
E essa data nada mais é que uma lembrança de que todos os nossos pecados foram consumados na cruz, pago por Jesus e esse dia é símbolo do dever da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, que nos sujeita à morte.
O ser humano precisa de momentos fortes para aprofundar suas opções de vida, necessita avaliar a sua caminhada à luz da Palavra de Deus e da oração.
1 Coríntios 27 a 29
27- Por esse motivo, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.
28- Examine, pois, cada um a si próprio, e dessa maneira coma do pão e beba do cálice.
29- Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação.
Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, deixando de lado por 40 dias algo que gosta, ou algo que mais se identificar. Neste caso, com a igreja, é colocado como prioridade a carne.
Mas independentemente da religião ou crença, eu tomei a liberdade de escrever pela data hoje, uma das mais respeitadas entre os católicos e outras mais denominações. Vamos deixar de lado o egoísmo, inveja, ódio, rancor, mágoa e outras mais, pois todos nós somos iguais.
Não se esqueça que Jesus te ama: "Tu és pó e ao pó vais voltar".
Deus abençoe a todos!
Carregamos na bagagem experiências adquiridas ao longo do tempo... ideias amadurecem, e junto com ela um dia a velhice chega!
Mas nunca é tarde para viver o momento, sem medo, sem culpa... O importante não deixar de lutar, de sonhar, afinal sonhos sempre são renovados.
Vivo o meu momento,além de ser único... É exclusivamente meu!!!
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