Poemas que Falam sobre o Racismo
Existe um discurso implícito em algumas produções televisivas que visa acirrar e polarizar discursões importantes como racismo, machismo e homofobia.
Ao invés, de estimular um debate amplo e verdadeiro unindo forças na busca de soluções, procuram dividir colocando escravos contra escravos.
Uma coisa é a repetição da lógica opressora da segregação e a criação de guetos que não respeitam a diversidade.
Outra coisa é o radicalismo, por muitas vezes, necessários na luta por espaços e direitos iguais para população negra em nosso país, marcado por um racismo individual, institucional e estrutural.
Se antes, usavam o conceito de
"raças humanas" para afirmar escravidão africana.
Hoje, usam o conceito
"única raça humana" para negar as políticas de reparação racial.
Para justificar a escravidão defendiam supremacia das raças.
Para negar a reparação defendem a isonomia das raças
O conceito de raça é uma construção social resultante do colonialismo e não uma distinção biológica.
A importância da raça surge devido à existência do racismo, que pode ser tanto individual quanto estrutural e institucional, e que se concentra na aparência física e características fenotípicas das pessoas.
Existe uma percepção generalizada de que o Brasil é um país marcado pela violência.
Em virtude da predominância da população negra, algumas correntes de pensamento sugerem que a incidência de violência é proporcional à demografia, insinuando que a elevada taxa de mortalidade entre os negros é resultado de sua maioria populacional.
Este discurso comumente difundido postula que a violência é um fenômeno neutro em relação à raça, afetando igualmente todos os estratos sociais.
No entanto, uma análise mais minuciosa das estatísticas revela disparidades significativas, evidenciando que a população negra é desproporcionalmente afetada pela violência e sujeita à desumanização.
Historicamente, no contexto do processo de branqueamento, percebia-se uma vantagem, ainda que mínima, em não vincular a própria identidade à negritude.
O estigma associado aos negros permanece vigoroso até os dias atuais. A sociedade brasileira, majoritariamente dominada por indivíduos considerados brancos, molda os padrões estéticos e sociais, independentemente do contexto político.
A luta contra o racismo envolve a eliminação desse estigma e o estímulo à valorização da negritude, bem como à crítica e ao combate ao preconceito e à discriminação racial. É uma batalha que não diz respeito apenas aos negros, mas sim a todos os cidadãos, independentemente de cor ou origem étnica.
Todos devem se unir na promoção da igualdade racial, reconhecendo a importância de combater as injustiças e garantir que todos tenham seus direitos e dignidade respeitados.
Ao longo da história, os pardos foram agraciados com mais oportunidades durante os períodos de escravidão, o que se refletiu em um acesso ampliado à educação e em uma maior mobilidade social.
Essa percepção de vantagem pela sociedade pode levar alguns pardos a não reconhecer ou sentir a discriminação da mesma forma que os pretos.
Em uma sociedade marcada pela discriminação racial, é desafiador discernir quem é negro. Enquanto discriminar é fácil, implementar políticas compensatórias é difícil.
Não obstante, a prerrogativa de assumir a afiliação étnico-racial negra a fim de beneficiar-se de políticas de ações afirmativas constitui um direito inalienável do cidadão.
Aqueles que questionam a autodeclaração de ascendência mestiça por parte de um postulante a tais políticas devem ser capazes de fundamentar suas objeções de maneira inequívoca e substancial.
Para avaliar o mérito de forma justa, é fundamental nivelar o campo de jogo desde o início.
Como podemos equiparar alunos provenientes de escolas públicas, com seus desafios educacionais conhecidos, aos alunos de escolas particulares e afirmar que estão em pé de igualdade?
Os estudantes oriundos de instituições públicas enfrentam obstáculos distintos quando ingressam nas universidades, mas podemos atenuar essa disparidade por meio de uma formação complementar. Embora a mudança seja factível, é necessário um compromisso político firme para concretizar essa transformação.
Em contextos de desigualdade, a aplicação de tratamento uniforme pode resultar em injustiça.
Os opositores das políticas de cotas argumentam que tais medidas contradizem os princípios constitucionais, os quais preconizam a igualdade perante a lei. Contudo, essa perspectiva tende a confundir igualdade formal com igualdade material.
Torna-se, portanto, necessário adotar políticas compensatórias e reparatórias voltadas para a mitigação das disparidades sociais.
O IBGE, nosso órgão oficial, agrupa pretos e pardos sob a categorização de negros.
Devido à batalha travada pelos movimentos negros no Brasil, é uma conquista empregar o termo "negro".
Entretanto, em outros contextos, essas discussões não são tão harmoniosas; muitos ativistas rejeitam a designação "negro" por considerá-la uma invenção colonial associada ao horrendo processo de escravidão.
No cenário brasileiro, é de suma importância política utilizar o termo "negro", dado o contexto histórico de escravidão que marcou profundamente nossa sociedade.
Reconhecer e afirmar essa identidade é uma forma de enfrentar as injustiças do passado e promover a igualdade racial no presente. Dessa forma, reafirmamos nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
É frequente que personalidades negras sejam convidadas apenas para discutir questões relacionadas ao racismo, mesmo quando possuem expertise em outras áreas.
Embora seja fundamental abordar o tema racial, é igualmente importante destacar a diversidade de assuntos que podem ser debatidos, como economia, ciência e política internacional.
Isso permite uma representação mais ampla e enriquecedora das contribuições dessas personalidades em diversos campos do conhecimento e da sociedade.
Apenas a diversidade na aparência não basta; é fundamental que as maiorias minorizadas também alcancem posições de impacto e influência.
Ter uma variedade de rostos na tela da televisão pode sugerir "representação", mas é apenas quando essas mesmas pessoas têm voz ativa na tomada de decisões que verdadeiramente promovemos a "verdadeira representatividade", assegurando a inclusão de múltiplas perspectivas.
Portanto, é fundamental que indivíduos diversos assumam cargos de poder e liderança, onde poderão influenciar e moldar políticas que afetam suas comunidades, impulsionando, assim, uma sociedade mais justa e inclusiva.
Quanto mais cara, mais clara é a festa.
Resquício da escravização que ajudou a concentrar a riqueza na população branca.
Um país desses não pode ser sério. O Brasil é o país onde tudo é muito bem feito pra nada funcionar. DWSF
@DW SALDANHA FONTELLES
[...] É para mim justo,
por sua morte não farei luto.
Eu a odiava, era recíproco.
Fez mal aos meus irmãos
mas passou como vulto,
não vou cantar canção,
Não lhe prestarei culto.
O cafetão que a usou,
cruel ladrão, astuto.
Feriu, engravidou[...]
Matou, tudo oculto.
Seja por ele, ou por ela,
não falarei, não farei tumulto.
Não terá traço em minha conduta
Ainda que veja em alguns, a sombra
Seu olhar não me assusta
Sua voz não me assombra.
Em mim, habita o perdão
É o núcleo da minha religião
O sonho agora tem direção,
Preto, índio ou branco, é tudo meu irmão.
Eu nunca aceitarei viver numa sociedade que usa fatos de injustiça e discriminação do passado para me fazer viver segregado hoje, mendigando aceitação social e um espaço de fala na sociedade, simplesmente por causa do meu tom de pele.
Eu não estou vivendo lá atrás, estou vivendo agora.
E a história do hoje, quem faz sou eu.
Não preciso de nenhuma ação reparadora.
Eu sou livre, independente e suficientemente competente para conquistar o que eu quero sem precisar de favor de ninguém. Nenhuma algema ideológica me aprisiona, eu sou livre.
Eu não sou vítima, nunca serei.
Carne rasgada
O povo brasileiro
Com fama de hospitaleiro,
guerreiro,
Não se importa com a morte de um negro
nascido e crescido
Na pátria amada brasil
Mas se importa com armamento
Acredita em fake news
Agride adversários
E acha que é lixo
Quem luta por igualdade
A carne rasgada e ferida,
atrocidade maldita,
Mostra racismo e violência
Na terra do deus acima de todos,
Desnudo de caridade e cheio de maldade
Na patria amada, sangrada
Onde a mentira e tirania
escancara o brasil
Que se desfaz para uns e previlegia os demais
Enganamo-nos ordinariamente sobre a intensidade dos bens que esperamos, como sobre a violência dos males que tememos.
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