Poemas Pequenos
E quando ele morrer, corte-o em pequenas estrelas
E ele deixará a face do céu tão bela
Que o mundo inteiro se apaixonará pela noite
E deixará de adorar o sol berrante
O tempo lava e desenvolve, ordena e continua.
E que fica então das pequenas podridões, das pequenas conspirações do silêncio, dos pequenos frios sujos da hostilidade?
Tudo às vezes questão de mão recusada ou dada, tudo às vezes por causa de um passo a mais ou a menos.
A gradual escuridão me amedronta um pouco, bicho que sou e que toma cautela. Escuridão? medo e espanto. O dia morrendo em noite é um grande mistério da Natureza. (...)
Em mim ela brota de meu âmago qual semente que rompe a terra.
Eu sempre preferi o menos ao mais por medo também do ridículo: é que há também o dilaceramento do pudor.
Pelo menos o futuro tinha a vantagem de não ser o presente, sempre há um melhor para o ruim.
Pedem-me pouco, pedem-me quase nada. O terrível é que eu tenho muito para dar e tenho que engolir esse muito e ainda por cima dizer como delicadeza: obrigada por receberem de mim um pouquinho de mim.
(...) e nem ao menos quero que me seja explicado aquilo que para ser explicado teria que sair de si mesmo. Não quero que me seja explicado o que de novo precisaria da validação humana para ser interpretado.
Como eu não sabia o que era, então “não ser” era a minha maior aproximação da verdade: pelo menos eu tinha o lado avesso: eu pelo menos tinha o “não”, tinha o meu oposto. O meu bem eu não sabia qual era, então vivia com algum pré-fervor o que era o meu mal.
Minha liberdade então se intensificou um pouco mais, sem deixar de ser liberdade.
Lágrimas não derramadas
esperam em lagos pequenos?
Ou serão rios invisíveis
que correm para a tristeza?
” Querias que eu falasse de "poesia" um pouco mais... e desprezasse o quotidiano atroz... querias... era ouvir o som da minha voz e não um eco - apenas - deste mundo louco!”
(trecho extraído do livro em PDF: Baú de Espanto)
– No seu entender, qual o papel do escritor brasileiro hoje?
– De falar o menos possível.
Quando eu era pequeno pensava que de um momento para outro eu cairia para fora do mundo.
Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda.
Mas sentimentos são água de um instante. Em breve – como a mesma água já é outra quando o sol a deixa muito leve, e já outra quando se enerva tentando morder uma pedra, e outra ainda no pé que mergulha.
Porventura tem a amizade um coração tão fraco, que numa noite ou pouco mais se muda?
("Timão de Atenas")
O homem não sabe mais que os outros animais; sabe menos. Eles sabem o que precisam saber. Nós não.
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