Poemas Olavo Bilac sobre Patria
Quando derrotar um inimigo, reze intensamente para que Deus o console. Se não ele não vai aprender nada com a derrota.
Abraão guarda no segredo da sua alma a instrução que recebeu de Deus. Moisés sobe sozinho ao Monte Sinai. Cristo no alto da cruz encarna a Verdade solitária, incompreensível aos que O rodeavam – até mesmo, em determinada medida, aos seus discípulos mais próximos.
Respeito, afinal de contas, é noção hierárquica: sem o senso da distinção entre o melhor e o pior, o alto e o baixo, o excelso e o vulgar, não há respeito possível. Nietzsche já observava: Quem não sabe desprezar não sabe respeitar.
"Tal como o homem que enriqueceu não deve esquecer seus dias de pobreza, para não se tornar arrogante e insensível, aquele que se tornou um letrado, um intelectual, não deve desprezar a miséria espiritual e existencial que lhe serviu de ponto de partida e que será sempre, por contraste, a sua medida da escala humana."
Quando você faz alguma coisa admirável, logo aparece um brasileiro provando que, sob outros aspectos, você não é flor que se cheire.
A filosofia não é uma ciência, é uma técnica. [...]
Uma técnica, ao contrário, reúne várias correntes causais autônomas e heterogêneas, irredutíveis a princípios comuns e unificadas tão somente pelo resultado a obter. Nenhuma técnica, por mais simples que seja, se reduz à aplicação de um princípio científico único. Nenhuma técnica, a rigor, se deixa explicar totalmente pela ciência. A técnica tem sua racionalidade própria, interseccionada com a da ciência mas não redutível a ela. [...]
O resultado da obra técnica é um produto concreto (de con cresco, 'crescer junto') obtido pela articulação real, não ideal, de diferentes concreções parciais.
A filosofia é uma técnica porque o resultado a que ela visa não é um conjunto de afirmações abstratas sobre esta ou aquela parte da realidade, nem mesmo sobre a 'realidade como um todo': é a capacitação do sujeito cognoscente humano individual para a apreensão concreta dos nexos entre conhecimento e realidade, apreensão sem a qual nenhum conhecimento, cientifico ou não, pode estar seguro de que faz sentido, nem de que seu objeto corresponde a algo no mundo real.
Por que, no Brasil, errar é um dever de humildade? Supondo-se que um cidadão acertasse sempre, isso não faria dele nem um deus, nem um gênio, apenas um bom observador da realidade.
Quando um sujeito acerta sempre, ou quase sempre, ou com muita freqüência, isso só quer dizer que ele guardou para si mesmo as opiniões erradas que lhe passaram pela cabeça.
'Mapa da ignorância' é um conjunto esquemático de interrogações pelo qual tomamos consciência daquilo que nos falta saber para compreender melhor aquilo que sabemos numa determinada fase da nossa evolução cognitiva.
'Horizonte de consciência' é o limite daquilo que compreendemos nessa fase.
Um 'mapa da ignorância' pobre ou vazio assinala um horizonte de consciência fechado e incapaz de ampliar-se.
Qualquer doutrina filosófica insinua automaticamente, pela sua própria existência, seu respectivo mapa da ignorância. O problema é: aos olhos de quem? Do próprio filósofo ou do seu leitor apenas? O filósofo está consciente dos problemas principais e imediatos que precisaria resolver para dar plena razão da sua doutrina, ou simplesmente a apresenta como auto-suficiente, como se o seu horizonte de consciência fosse o limite da consciência humana na sua época? Os problemas que uma filosofia sugere imediatamente ao leitor foram incorporados pelo filósofo no seu mapa da ignorância, ou fazem parte apenas da sua inconsciência?
A sorte dos psicopatas é que as pessoas normais em geral não acreditam que existam seres humanos tão maus.
Todos os vírus e bactérias, somados, não fazem tanto mal à humanidade quanto um único idiota embalado na ilusão de que tem as soluções para todos os problemas do mundo.
Os que gritam 'Um outro mundo é possível' deveriam ir para lá e nos deixar em paz neste aqui.
Antes de proclamar “Discordo”, responda, se puder:
1 – Com a premissa maior, com a premissa menor ou com a consequência?
2 – Com a forma ou com a substância?
3 – Com a proposição em si ou com as definições dos conceitos?
Se não pode responder, é porque nem sabe do que está discordando.
As ciências matemáticas e naturais são um subproduto, uma secreção da busca da sabedoria, nada mais. Quanto mais próximo do centro espiritual e moral do ser humano, mais um assunto é exigente e sério. Para ser um filósofo, no sentido essencial e não convencional e burocrático da palavra, é preciso ser um homem maduro centrado e autoconsciente, um 'spoudaios'. Para ser um matemático ou químico, basta ser um adolescente talentoso, um 'nerd' com certo QI.
A busca da exatidão matematica é um Ersatz da seriedade intelectual.
O mais micho dos computadores tem mais exatidão matemática do que a sabedoria universal inteira.
Não espanta que Bertrand Russell, o apologista máximo da redução da filosofia à lógica matemática, tenha sido sempre um adolescente neurótico.
É verdade que em muitos trechos da sua obra ele busca atenuar os seus excessos de juventude, mas o resultado é apenas uma inconclusividade irritante – o suprassumo da imprecisão.
A experiência socialista, quando não se congela na oligarquia burocrática, dissolve-se em capitalismo selvagem. Tertium non
datur. O socialismo consiste na promessa de obter um resultado pelos meios que produzem necessariamente o resultado inverso.
Nenhum ser humano intelectualmente são tem o direito de apegar-se tão obstinadamente a uma idéia ao ponto de exigir que a humanidade sacrifique, no altar das suas promessas, não apenas a inteligência racional, mas o próprio instinto de sobrevivência.
Ser socialista é recusar-se, por orgulho, a assumir as responsabilidades de uma consciência humana.
Chamei o Seminário de Filosofia de seminário porque se trata justamente disso: espalhar sementes. Sementes são o começo da história, não o fim.
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Minha maior ambição na vida: criar a melhor geração de cientistas sociais que já houve neste país. E já estou perto de alcançá-la.
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Quando digo que minha ambição é criar uma geração de bons cientistas sociais, esta expressão não entra aí como nome de uma profissão ou disciplina acadêmica, mas no sentido da compreensão efetiva do momento histórico-social vivido e da sua posição no quadro abrangente da existência humana -- pouco importando o meio de expressão do qual esse conhecimento venha a se revestir. Grandes cientistas sociais como Eric Voegelin e Pitirim N. Sorokin admitiam que havia ciência social de alto nível nos romances 'Os Demônios' de Dostoiévski e 'O Estrangeiro' de Albert Camus, por exemplo, ou no poema de T. S. Eliot, 'The Waste Land'.
(14 de agosto de 2017)
Quem disse que a História é a História dos vencedores não conhecia o Brasil. Neste país a História é eminentemente a arma dos perdedores, que por meio dela instilam entre os estudantes universitários — futura liderança política — o desejo de vingança e a estratégia da revanche. Foi assim em 1964 e já está sendo de novo com a derrubada da Dilma. Tão logo votado o impeachment, a esquerda já convocou seus historiadores de aluguel para bloquear o acesso à verdade dos fatos e consagrar a versão 'golpe' como a explicação oficial a ser adotada em todas as universidades brasileiras.
Paulo Moreira Leite, André Singer, Hebe Matos, Jessé Souza, Palmério Dória são apenas alguns dos autores envolvidos na operação. Se os vencedores de hoje, como os militares de 1964, não reagirem em tempo — o que dificilmente acontecerá, dada a proverbial indolência intelectual da 'direita' — seu lugar na lata de lixo da História estará garantido.
Surge um cidadão que só faz o bem, cura os leprosos, faz os paralíticos andarem e os cegos enxergarem, ressuscita os mortos, mas, quando ele diz que é o filho de Deus, vem um entojadinho, empina o nariz e e objeta:
— É, mas você não provou que criou o universo.
Cem por cento dos debates sobre Deus, hoje em dia, querem satisfazer ao entojadinho primeiro, à razão depois. Por isso não dão em nada.
Sem segurança não há progresso, educação, saúde, nem coisa nenhuma. Todo mundo sabe disto e faz de conta que não sabe. [...]
A taxa anual de homicídios no Brasil significa, pura e simplesmente, que não há ordem pública, não há lei nem direito, não há Estado, não há administração, há apenas um esquema estatal de dar emprego para vagabundos, sanguessugas, farsantes. O Estado brasileiro é uma instituição de autoajuda dos incapazes. E você, brasileiro, paga. Paga a pantomima toda. [...]
O Brasil, na verdade, só tem dois problemas: a insegurança geral e a inépcia da classe dirigente. O primeiro não deixa ninguém viver e o segundo anestesia a galera para que não ligue e trate de pensar em outra coisa. Desaparecidos esses dois problemas, a sociedade encontraria sozinha as soluções dos demais, sem precisar da ajuda de governo nenhum.
A sociedade pode perfeitamente criar e distribuir riqueza, dar educação às crianças, encontrar meios de que todos tenham uma renda decente, moradia, saúde, assistência na velhice. O que a sociedade não pode é garantir a ordem pública pela força das armas e educar os governantes para que governem. Isso tem de vir do Estado. Mas o Estado, justamente para não ter de fazer o que lhe compete, prefere se meter em todo o mais. [...] É o Estado que tem cada vez mais poder sobre os cidadãos e menos poder contra os inimigos do cidadão.
Conservadorismo NÃO É a doutrina cristã. É apenas uma ideologia política. Dentro dele há espaço para opiniões cristãs, não-cristãs e até anticristãs. Vamos obrigar um conservador judeu a declarar que Jesus é Deus, e expulsá-lo do conservadorismo se ele não quiser fazer isso? Vamos expulsar do conservadorismo todos os ateus? Vamos transformar o conservadorismo na Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé?
Quando vão parar de confundir as opções políticas disponíveis com os modelos abstratos de sociedades hipotéticas, ou até com modelos de conduta cristã?
É por isso que não faço nenhuma questão de ostentar o rótulo de "conservador", e me declaro apenas um católico. Quando julgo as coisas pela minha fé, ajo apenas como indivíduo, não como porta-voz de uma corrente ou partido político. Tenho o direito e o dever de fazer esse julgamento, mas não o de dar a ele o alcance de uma palavra-de-ordem partidária
Nunca afirmei que o mal do Brasil fosse "a esquerda", tomada assim genericamente, mas sim ESTA esquerda que temos nos últimos quarenta anos. Essas coisas não podem ser julgadas adequadamente sem pontos de comparação históricos. Que mal fez a esquerda à cultura brasileira entre os anos 30 e 50 do século passado? Mal nenhum. Só fez o bem. Inspirou, estimulou e promoveu os melhores talentos, produziu literatura de primeira qualidade, abriu o ambiente da capital aos escritores e artistas de todas as regiões do país. A esquerda que faz mal ao Brasil é a que surgiu desde os anos 70, tão pobre de inspiração, de talento, de cultura e de boas intenções quanto ávida de dominação hegemônica a todo preço. A esquerda do "Imbecil Coletivo" e do "Mínimo". Uma esquerda que, esta sim, jamais deveria ter existido e que não tem direito NENHUM de existir.
Eu também nunca disse que havia uma esquerda boa e uma esquerda má. Disse que dos anos 30 a 50 a esquerda foi uma força positiva a favor da nossa CULTURA -- o que não significa que sua POLÍTICA, enquanto tal, fosse coisa boa. Brasileiro nunca perde a oportunidade áurea de não entender alguma coisa.
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