Poemas Nao quero dizer Adeus
Traidoras...
Elas voltaram.
Ou talvez sempre tenham estado aqui, e eu fingisse que não as sentia. Talvez me tenha acostumado à sua presença e tenha passado os últimos tempos sem lhes dar grande importância.
Aprendi a finta-las. Deixei-as estar como que adormecidas. Descobri como as manter enfraquecidas…como que anestesiadas. Como se não estivessem aqui.
Por momentos acreditei que finalmente pararam de me atormentar. Deixei de sentir aquele odor constante e teimoso que se entranha no corpo e nos oferece sofrimento. Por instantes acreditei que se tinham ido, que se perderam por aí num outro corpo qualquer e esqueceram o caminho de volta.
Mas fui fintada. Fintada por elas. Eu, que outrora me julguei protagonista da finta perfeita.
E hoje lá estão elas…acordadas, despertas e dispostas a corroer mais um pouco de mim.
Não sei ao certo se elas escolhem o momento para se declararem habitantes de mim própria, se me apanham fraquezas ou se sabem quando estou mais vulnerável a elas.
Sim…elas vivem em mim, e hoje devem sentir-se com um poder qualquer sobre a minha pessoa porque não me largam.
Mas eu não as quero. Não quero. Não as pedi. Não fui eu quem as acordou. E se acordaram por si só, não quis em nenhum momento alimenta-las.
Estão aqui, mas não as quero. Tapo os olhos para não as ver. Não as quero. São intrusas.
Traidoras. Quiseram lá saber da minha vontade. Como se estivessem este tempo todo à espreita. Como se soubessem que mais tarde ou mais cedo seriam rainhas no meu aglomerado de emoções.
Traidoras. Passeiam-se astuciosamente cá por dentro como se eu lhes pertencesse. São devastadoras. Parece que voltam sempre mais fortes depois de permanecerem muito tempo escondidas.
E aqui estão elas a vandalizar a minha alma de tal forma, que não sei se quem escreve este pequeno desabafo… sou eu… ou se são elas.
Elas…as saudades.
Eu já não suporto mais
Do tempo tantas revoltas
Prazer, por que não me prendes?
Mágoa, por que não me soltas?
Presente, por que não foges?
Passado, por que não voltas?
Amar V.t:
Amor significa expressar, compreender, amparar, estremecer
Mas não chorar as lágrimas de outro alguém
Deixe que ele as chore
Para que assim tu possas enxugá-las
Brasilidade
Pendurei um pomar nas várzeas do meu sertão
Não uxicuruá ou paxiúba
Minha caatinga, meu vau
Que de raiz à raiz molha a laranjeira
Aqui não há tucunaré ou guanumbi
Só semente da terra que seca em meus pés descalçados
Nem o moço tupi me perdoa
Que terra seca, que olhos pálidos
Oxalá! Dita o negro surrado
“Não te preocupe, fí de Deus, terra há de se tornar teu berço!Oxalá!”.
Pois sim
Lá está um fruto graúdo do meu pomar
Felicidade do meu Brasil!
Amores não se explicam ao acerto
E se assim for amante não mais serei
Serei essa bárbara que certo
Confunde o que é um amor eterno
Por uma fútil paixão na sintaxe do talvez.
Olho mas não vejo..
Porque o meu ver está cercado de passividade
E o meu olhar deve ser ativo
Tornando-se vivo a cada reflexão
De observar o mundo
Para viver o mundo.
Desgostosa de viver assim
desgosto que me tira de mim
desgostosa de viver na luta e não chegar na glória
desgosto que me faz querer fugir da vida..
...e morrer na história .
XODÓ
Morena, meu chamego,
Tua ausência me tira o sossego.
Faz-me falta teu afago.
Se não voltares logo,
De saudades me afogo.
Como viver sem teu aconchego?
POESIA SEMPRE
Prometo
Poesia
Na dor
Na alegria
Se a morte separa
Se a vida não para
Permanece
A poesia
Na dor
Na alegria
Força interior
As vezes não sabemos
Ou apenas esquecemos
talvez nos encolhemos
nas vezes que perdemos
Dê fé a força interior
para nascer seu explendor
Alimentado por nosso amor
Importante é nunca desistir
Não importa o tombo, prosseguir
Não deixar sua peteca cair
Das dificuldades até sorrir
Nada importa o que façamos
pois sempre que duvidamos
Um passo a menos damos
Eu acredito em sua força
Dúvidas
Você aparece sempre
em tom de despedida
e a ferida
não transporta cicatriz
quem não condiz
com as águas do passado
fica ancorado
no caminho pra ser feliz.
Vc pode não se dar conta, porque o significado que eu tenho na tua vida é diferente do significado que vc tem na minha.
É melhor vc continuar onde sempre esteve.
Num canto fechado.
Onde só te encontro nas minhas lembranças.
Renascer
Com o remover das pedras,
A vida, jesus fez ressurgir,
Uma vida que já não mais existia,
Pois acabara de partir,
Em palavras milagrosas,
A vida se fez serva do senhor,
Renascendo um novo coração,
Que além da vida, também nascia amor,
Quatro dias de agonia, solidão,
Noites sem poder ver a luz,
A espera das palavras milagrosas do senhor jesus,
Saia desse túmulo, e venha com Jesus viver,
Só Ele é a ressurreição,
Só Ele, dá um novo coração,
Só Ele cura as feridas,
Só Jesus, pode nos dá uma nova a vida.
SUA VALIA
Só me importa o seu olhar,
Não importa minha dor.
Toda loucura que ajuntei
Foi a linha tênue do amor.
Um hostil querendo predicar
Palavras que não tem sentido.
Sedento de remissão.
Prantos rolam sem cessar...
Invado os sonhos teus,
Batalhando a atenção
Suplicando o afeto seu
Para acalentar minha solidão.
Só importa sua luta,
Não meus sonhos
E minha busca.
Mas fantasio ser inconho.
LOUCO
Eu quase que sou louco...
Eu quase que sou louco...
Eu quase que sou louco...
Não se vá... Quase sempre eu sofro.
Eu quase que sou louco...
Eu quase que sou louco...
Eu quase que sou louco...
Não me abandone...
Às vezes eu quase morro.
A FONTE BRANCA
O mendigo maldiz de mim,
E eu que não sou louco, não discordo!
Diz-me que não sou capaz,
Que estou indo em vão.
Mas tu vens e desmente,
Todos os dementes.
Diz-me que sou ciente
E forte. Só me resta ser crente!
Sigo os dizeres da fonte branca,
Pois é dessa água que quero beber.
E agora eu tenho sede,
Sacia-me com um beijo na boca.
O SEU SILÊNCIO
Porque não fala comigo, anjo?
Porque não ouço sua voz?
Eu que tenho em ti todos meus sonhos.
Vozes me dizem não poder falar...
Primeiro foi um homem e agora uma mulher.
Não acredito em ambos e não desisto.
Fale-me, anjo!
Enquanto isso faço poesia do seu silêncio.
Mesmo quando não é voz, vem um som...
Um que se repete, ecoa em minha cabeça.
Enquanto isso faço poesia do seu silêncio
E esperança da nossa fé.
OLHOS TRÊMULOS
Você me fala de seus olhos trêmulos
E Meus olhos não cansam de olhar os olhos teus,
Fala-me seus olhos
E olho enquanto não cega os olhos meus.
Leio seus lábios tão sábios,
Finos e suaves, sedosos...
Meu desejo incontrolável,
É objetivo e meu propósito.
O CONDENADO
De que importa ser vivo, sentido, sem tino, sem valor?
Eu não consigo ser diferente de mim mesmo.
Não consigo não sentir o que sinto.
Estranho é ser reticente...
Não me julgue! Que não me condeno!
Faço-me impune e detenho-me.
Aprisiono-me em teus braços
E declaro-me culpado! É prisão perpétua!
