Poemas inteligentes
Acredito nos jovens à procura de caminhos novos, abrindo espaços largos na vida. Creio na superação das incertezas deste fim de século.
Quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico.
"Que doce som de prata faz a língua dos amantes à noite, tal qual musica langorosa que ouvido atendo escuta"
Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu esteja sorrindo logo hoje que não é dia de eu sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre os meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade.
Será que o meu ofício doloroso é o de adivinhar na carne a verdade que ninguém quer enxergar?
Pouco sabe da tristeza quem, sem remédio para ela, diz ao triste que se alegre; pois não vê que alheios contentamentos a um coração descontente, não lhe remediando o que sente, lhe dobram o que padece.
Converte-te numa pessoa melhor e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.
Sou onívoro de sentimentos, de seres, de livros, de acontecimentos e lutas. Comeria toda a terra. Beberia todo o mar.
Vagamente pensava de muito longe e sem palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser.
Quero escrever o borrão vermelho de sangue. (...) Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.
Sobre todas as coisas, para que alguém se torne digno de confiança, tão certo quanto a noite sucede o dia, é preciso nunca ser falso consigo mesmo.
Não é verdade que as pessoas param de perseguir os sonhos porque envelhecem, elas envelhecem porque pararam de perseguir os sonhos.
Que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos.
