Poemas e Poesias
Se desejas prender?
Prepare-se para sofrer.
Se desejas apenas usar?
Ninguém segura o vento.
Passarinhos presos,
Não cantam de felicidade.
Cantam de saudade.
Saudade em que eram livres,
Para voarem por onde desejavam.
E voltavam para os seus.
Porque os amavam de todo o coração.
Quando caçados e colocados em jaulas.
Se entristeceram, e vendo o tempo passar.
Sem nenhuma esperança.
Apenas um olhar breve do caçador.
Fechou-se em seu mundo.
E nada mais espontâneo de suas almas.
Senão apenas o gorjear da mesma canção.
O coração aprisionado. Nada mais faz.
A não ser, breve repetição.
Não deseja chama a atenção do caçador.
Não deseja novas brincadeiras.
Seu espirito está preso.
E só expõe a carcaça , para seu algoz.
Também não deseja liberdade,
Se não for de seu espírito.
Livre aceito e respeitado.
Porque sabe. Que aquele que prende.
Também está preso. E não sabe.
Vive a ilusão de possuir o vento.
Mas o vento. Que também é vida,
Não se segura. E sopra aonde quer.
Marcos fereS
A cada respiração que dou,
É como se fosse o último momento,
Não penso duas vezes logo canto, e me divirto
Vai que seja meu ultimo suspiro?
A cada passo que dou, sinto o fogo da vela
de minha vida dançando a dança dos ventos.
E a qualquer momento posso me perder nos
teus braços, ó Mãe natureza que manifestaste
Nesta mulher!
A cada lamber destes lábios carnudos é como
tocar nos mais doces pães celestiais.
Afável como o mel, canibal como a Dioneia.
A cada gemido que dás é como ouvir o choro
de uma mandrágora. Mortifico-me mais em teu corpo.
Olhar esses cabelos é como se petrificar enfeitiçado
por ti, ó minha Medusa! No espelho dos seus olhos,
Vejo toda minha lascividade por ti. É como um reflexo,
Você diz ''vem'', e eu vou a medida que suas palavras
penetram na minha mente, como aqueles mantras fortes.
Canções universais é tua doce voz para meus ouvidos
Até que tenhamos nos entendido, não sei para quem vai
estas palavras. Mas saiba de uma coisa,
Jamais te esquecerei, somente quando o sono da morte
vier resgatar-me desta tortura que é não ter você.
tu não é eu
Tu não é eu.
Tu é isto.
E, isto. É o que somente,
Tu, vês.
Por isso gastas tantas energias.
Tentando se eu.
eu vivo , sempre no passado ou no futuro.
Tentando ser fantasias nesse carnaval.
mas. Só estais no presente.
E estar na realidade, Sem o sentir-se grato.
É falta de aceitar eu.
E vive tentando ser eu.
Rodando nos moinhos de ventos,
Soprado. Como folhas secas no ar.
Tentando ser isto, que Sou.
Mas eu, não Sou.
E tu. É isto.
E, isto. É o que somente tu vês.
É preciso amadurecer.
Para que, enxergues eu.
Para começa ser isto.
Idealizando e sonhando ser eu.
Porém, começando a ser tu e Ele.
Em verdade. Sem projeções.
Apenas sendo e estando, Nele.
tu não é eu.
tu é isto, o que somente vês.
marcos fereS
Anima de Gaia.
Girando em sentido a vida.
Tanta vida que não cala.
Porque vontade distraída.
Sabe o rumo, em sentido.
Da astronomia a rodar.
Um ponto clareando o escuro.
No cosmo, para guiar.
Tanto lá, assim aqui.
Tudo igual. A vida vestindo,
O corpo, daquilo que é natural.
Se na areia, no céu se esquece.
O que dizem as estrelas?
Mirando no chão da terra.
O olhar da linda sereia.
Saber da física para contar?
Se a força que conta é a atração.
Tanto muito, quantas , poucas?
Se já tens a intuição.
Atrai, o que é precisa,
E solta, em tempo certo no ar.
Seja a vida temo incerto.
Só para fazer e melhorar.
Não se explica. Só extinto.
Vem o malho da razão.
Não planejei. Logo sinto.
Foi apenas por paixão.
Solta quantificada no espaço.
Atrai olhares. Suspensão.
Só um ponto, rodando no espaço.
Gaia, girando. Perfeição.
Marcos fereS
Medo de Voar
Se soube quem és.
Te libertarias num beijo.
Quem ama não prende.
E não trai um desejo.
Vive na alegria
do amor correspondido.
E estaria ao seu lado.
Cada vez que sentir-se
A vontade de voar mais alto.
E te ampararia. Quando tivesses que
Regressar ao seu ninho,
para renovar suas forças e ,
elevar-se novamente,
para seus sonhos mais queridos.
Se liberdade pretendes? Já as possuis?
Um coração que amarra outro coração.
Não consegue ser feliz.
Que espontaneidade haveria
em capricho enfermo?
Em um beijo que uni as almas?
Amor pacificado?
Contaminado por ciúmes?
Que sacramento cínico seria.
Perante Deus e os homens.
Jogo, um jogo de perda de vida e de tempo?
O dia. Que conheceres , quem tu és.
Apareça. Amar não é pecado.
Sentir desejo de ser amado. É natural.
E fechar-se em pseudônimo.
É negar a vida. É medo infantil.
Ou soberba, de quem acha muito. Só.
Marcos fereS
"Viver julgando. É um oficio reservado para poucos.
Aqueles que, se apoderam dessa forma de raciocinar.
Atrai para si. Juízo daquilo que julga vinte e quatro horas por dia.
E, a cada Juízo errado. O próprio corpo é padece.
Somatizado em derredor da própria alma apenada."
marcos fereS
Um cisco de areia na calçada
Tinha razão. Toda a razão do mundo,
Para não reconciliar.
Fundamentava em verdades supremas.
Passagens antigas. E que mantinha
dilema de estar ao lado de meu próximo.
Porque um dia nos conhecemos.
Nos estranhamos, na pequenez
e limitação. Que não sonhávamos ter
E, em decorrência da vida, fora aquele ser
que nos demonstrou esse limite.
Mais um ano passando.
Quantas pessoas passaram.
E ainda pessoas carregando ,
mágoas , bem fundamentada na sua razão,
para não perdoar aquele próximo.
Que ocupou um espaço em sua vida.
Para representar uma melancolia.
Daqui algum tempo, o que seria.
Senão um cisco de areia na calçada.
Guardada no peito, quase nada.
Mais que pedra no sapato.
Perdoe. Assim como na vida tudo
possui o seu tempo.
É tempo de perdoar.
Não significa andar juntos.
Porque ambos transcenderam aquele tempo.
E aprenderam o que devia.
É a hora da justiça. Dar espaço para misericodia.
E continuar a caminhada
por essa calçada, que escolheram,
para viajar.
marcos FereS
MEDO DE ABELHA
Tenho medo de abelha,
é um segredo de orelha.
Não, só por conta da dolorosa ferroada,
mas, pelo tamanho que fico diante da danada.
O inseto, que naquele instante é maior do que eu;
Tentando fugir, me escondo dentro de mim, no grande breu.
Fico apavorado e saio correndo,
quando vejo o que aqui está vivendo...
Parece coisa de criança,
aflita sem segurança.
Mas, é sério mesmo seu doutor,
nem fantasma me dá tanto temor.
Prefiro enfrentar um leão,
que já saio na mão.
A maldita me joga na sarjeta.
É a filha mesmo do capeta.
Um demônio disfarçado
Perseguindo-me amedrontando
Remoendo minha alma
No inferno não tem calma
O zumbindo, em meu ouvido, diz:
_Não fuja do que é, pois eu lhe fiz;
Venenosa amarela.
Revela-me que sou ela.
É conhecendo-se que vai se encontrar.
Futucando nos medos que carregar.
Saber se é um homem que tem medo de abelha,
ou se é abelha que tem medo de cochichar, na própria orelha.
RAINHA DO MAR
A vida, o mar.
Que acaba o castelo de areia.
Que puxa a gente pra dentro,
e empurra, de novo para fora.
Que levanta bem alto,
para ter queda maior.
O barco quebrado.
Faço mais forte.
E um dia vir a quebrar de novo.
O tempo ensina aos pescadores,
o tempo do mar
Que tem seu tempo para
deixar de ter tempo.
Ai, é só mar, só mar mesmo,
sem tempo nenhum,
e com todo tempo sobrando.
Assim, a rainha do mar,
nos ensina ficar peixe.
CASA DO SABER
Dentro da cabeça tem um mundo inteiro,
que vai crescendo a cada dia.
Neste mundo não tem porteiro,
que esconda a chave da sabedoria.
POETA É CRIANÇA
Poeta é gente pra se esquecida.
De toda memória apagado.
Da face da terra riscado.
Para que viva à poesia FAZIDA
Assim mesmo, feito crianças
Que trazem, doces lembranças
Da livre inocência
Sem gramática, só crença…
ESPELHO
Vivia num mundo trocado
Tudo bem do avesso
O que falavam.
Em mim, não
Encontrava
Virei o mundo para mim
Tudo no mesmo avesso
O que sempre falei
Nos outros só
Encontrei
Quando em mim
Já estava
FRANGO DE PADARIA
Morei uma vida toda por um segundo
No olhar pidão de um cachorro zoíudo
O taco de frango, engordurado confundo:
Se como, ou saio daquele mundo?
QUARTO DE CRIANÇA
Uma girafa voando,
Um cavalo voando,
Um cachorro também,
Não sabia, nem falar direito
E eles voavam lé em cima.
Um dia cresci
E me contaram que estava
ERRADO
Se eu soubesse NUNCA
iria crescer
Para ter olhos
E ficar cego
Sem ver.
BERÇO DA VIDA
Desde novinho, figuei apaixonado
Pelo mistério imaginado
Que dentro da barriga
Da gravida
Mora um MUNDO gigante
Que um dia se torna gente.
Se você ver um barrigão, fique contente!
GÊMEOS DE BARRIGA
Casamento é gravidez
Da mulher buchuda
O homem também
Duas bolinhas esperando
Outra que vem.
O VENTO DE EROS
Toda calçada tem meu desejo
Impregnado no vestido florido
Bailando com o vento presepeiro
Dissimulado num olhar sorrateiro
Que desnuda à donzela, eternamente ligeiro
Colorindo-a de vergonha postiça: vermelho
No brilho do olhar malicia e sorriso inteiro
O vento sessa
A saia para
Balança
E a vida perde todo seu encanto
CONHECE-TE À TI MESMO
Certo dia fiquei estacado
Olhando dentro do espelho
Os meus, OUTROS olhos me engolindo
tentando sai do espelho e
ver o que nos MEUS olhos
estava refletido.
CAMA MACIA
Cama macia para sono pesado
Por um instante tornou-se retardo
Descansando, acordar para quê?
_Se nesse sonho lucido tudo vê
O frio da noite, o breu do dia
Estancada de joelhos em fé pia
Lágrimas banhavam a fria cova
A mãe rezava segurando a rosa
Carnaval apoteótico de vermes com fome
Cavucando carne gelada, a forma se some
Sem pressa, agonia vagarosa a alma consome
Uma chorrava em prantos, enquanto outra ria
A última trouxe a morte; Daquela, a sua luz sumia
Sonhando acordado em cama macia
CRIAÇÃO
As cores devorando o papel
As cores devorando o pincel
As cores devorando a criança
A criança devorando a vida
A vida devorada por Deus
Que vomita: vida
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