Poemas de Saudade de Filho
O amor persiste, tudo passa
O ciclo lunar
A saudade a apertar
O medo do obscuro
O pensamento descuro
A solidão a atormentar
A ofensa a machucar
A tempestade que amedronta
A ignorância que afronta
A felicidade em gomos
A diversidade que opomos
A ingenuidade que acredita
O xingamento que irrita
O ato que envergonha
A moral sem vergonha
O desamor que insiste
Tudo passa! O amor persiste…
Então, aos que desconfiaram
Revelo: amei e me amaram!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
03/03/2009
Rio de Janeiro
Defina-me saudade
Tão logo que se sentiu
aquela inexplicável pulsação
Um breve arrepio
de uma imensa emoção.
Aos poucos tomava conta
em uma sinapse neuromuscular
O que fluía das lembranças,
o corpo não podia mais negar.
O que podia ser explicado;
Ausência...,
Distância...,
Lembranças...
Em um momento nostálgico
da vontade de reviver,
Uma simples palavra
definiria você.
MESSALINA (soneto)
Lembro, ao ter-te, as épocas sombrias
Dum outrora. A saudade se transporta
À tempos de prazer, e não dor à porta
De meninices, abarrotadas de alegrias
E nestas felicidades de glórias luzidias
Que a mostra era viço, não ilusão morta
O pouco era muito, e no pouco importa
O estorvo, a mais valia, eram as orgias
Tolas, e não só imaginação em ruína
De quimeras incolores e, assim impura
Num cortejo de recordação messalina
Ó saudade, acostamento de loucura!
Suspirando nostalgias tão cristalina
Tinta de tristura, que no peito segura...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
CORAÇÃO EM PASSAS (soneto)
Ah! quem há de poetar, saudade penosa e tirana
O que na emoção cala, e o versar não escreve?
- Range, doí, pregada na lembrança, e, em greve
Sente, em amargos no peito, o que era soberana
O coração em passas, e é um redemoinho fulana
Em explosão, fria e grossa, e ao enamorado deve
E ao olhar desalentado asfixia o pensamento leve
Que, paz e harmonia, saem em ignota caravana...
Quem o verso alcançara pra a rima desta solidão?
Ai! quem há de amenizar, assim torna-la tão breve...
Se infinito é o silencio; E o vazio então agiganta?
E os lábios secam. E o olhar chora. Tudo em vão?
E a sensação se refugia num sepulcro de neve?
E então as trovas de amor esvaem na garganta?
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
12 de março de 2019
Cerrado goiano
Um dia depois.
Olavobilaquiando
A SAUDADE QUE FICA - João Nunes Ventura-10/2019
A saudade que fica
No coração da gente
De um passado a lembrar,
A infância bela e pura
E a mocidade de doçura
Beijos trocados ao luar.
Quanto mais distante andei
Muito mais triste fiquei
E a saudade doí demais,
Na solidão a meditar
Quantos amores a sonhar
Quantos amigos não verei mais.
Maria Mariazinha
A sua vistosa choupana,
O aconchego a sua cama
Nesses sonhos de fulgor,
A brisa cheirosa e macia
Tão bonita Sinhá Maria,
Cantando a sua melodia
Que belos tempos de amor.
Mariazinha e seus segredos
De você saudade eu tenho,
Sem você sinto meus medos
Saudade mata já não aguento.
Tão cheirosa linda Maria
Seu cantinho uma fonte tinha
De água doce e cristalina,
Nas tardes de sol poente
Passarinho livre e contente
Cantava para Mariazinha.
Essa saudade que me tortura
Do riachinho que ela nadava
E até eu ficava lhe espiando,
Tristeza e saudade dorida
Que jamais será esquecida
E a saudade vai me matando.
ACHANAR (soneto)
Deixe que a dor da saudade enfim passe
Soltando d'alma o que é teu maior enfado
Deixe-a nas entranhas secas do cerrado
Para que nos maçantes reclamos se cale
Em um grande pesar não se é prolongado
Basta! Se todo afeto que sentes se sovasse?
Desafie os medos, e os ponha face a face
Com coragem, e os tenha como teu agrado
Sabe: eu já cansado! Ando tão com receio
Na ventura, que o meu amor se consome
E o encantamento no revés submerso...
Sinto em tudo está ilusão... Tudo custeio!
E, derreado de embatucar este cognome
Achanando este infortúnio do meu verso.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
30 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Tempos de saudade
Algo que nos bate fundo na alma
Secretos túneis que nos recordam um gostar,um amar,aquele carinho que nos faz falta,aquele conforto que nos acomodamos sobre um sofrimento que é reflectido nas nossas emoções.
Saudades quem as não tem.....
Ou possa a vir a ter.....
Saber viver rodeado de caminhos que nos levam ao tal amor ao próximo,e sustentar o nosso interior sobre várias vias até dar a uma o coração.
(Adonis silva)09-2019®
gangorra
e nesta ciranda de querer e opor
num coração sulcado
se tem a saudade de amor
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
SERTANEJA
Uma saudade que aperta
No peito de um sertanejo
De uma paixão que desperta
Sonhos de amor e desejo.
Meu amor eu daria tudo
Faria o lar tua igreja
Eu daria a vida e o mundo
Pelo teu amor, sertaneja.
Tu cabocla sertaneja,
Mesmo o sol ardendo o chão
Entre espinhos tu florejas
És a flor do meu sertão.
E nesses meus tristes versos
Na tristeza do meu canto
Sertaneja te confesso
Todo o meu amor e meu encanto.
Canto triste de quem chora
De saudade, solidão
De um amor que se foi embora
E levou meu coração.
Saudade, se fosse possível...
Se fosse possível filmar a saudade
Belas cenas seriam inseridas
Nas histórias não concluídos
De um filme inacabado
Se fosse possível costurar a saudade
Teriam remendos doloridos
De momentos não vividos
Em algum tempo do passado
Se fosse possível prender a saudade
Seriam acorrentados os sentimentos
Aprisionados cada momento
E para sempre eternizados
Lembrar com carinho,saudade e amor...
Não há homenagem mais linda...
Para todo aquele que para sempre...
No nosso coração ficou.
Ivânia D.Farias
Saudade, palavra agridoce da dor
Oh Saudade! Eu tentei tanto
Esconder de ti na melancolia
E ainda te revelas no meu pranto
E na angústia de minha poesia
É de um alguém, um lugar
Se afirmar, estarei a mentir
Se minto é pra me preservar
Se tu vens, rendo-te no sentir
Se povoada está a minha nostalgia
Nas palavras gosto de amarga aflição
Frouxo estão os ponteiros da fantasia
Que ritmam os temperos do coração
É vazio cheio sem que se possa ver
Solidão da alma no pleno amor
Grito na escuridão sem comover
Saudade, palavra agridoce da dor...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
04/05/2011, 01’33” – Rio de Janeiro, RJ
saudade do coração que sentia felicidade . .
saudade da felicidade . .
saudade de sentir - se e ser feliz
Asas da saudade
Asas de matizes perambulam
Voam soltas na sua liberdade
Juntas as cores tremulam
Adeja a bandeira da saudade!
Eu pequenina e as borboletas
Éramos soltas nas brincadeiras
Até pairavam em minha mão
Quisera eu voar saindo do chão,
Iria eu pousar numa pétala
Colher mel igual a elas
Ou recolher uma estrela!
Borboletas ainda lindas
Azuis, vermelha ou amarela
Nelas minhas asas coloridas!
MÃE!
Hoje faz um ano que você não está entre nós;
Um ano de saudade;
Saudade dos tempos em que tínhamos você para nos proteger, se preocupar, nos repreender, nos educar;
Saudades dos momentos simples mas marcantes;
Saudades dos Dias das Mães, aniversários, finais de ano;
Saudades do seu carinho, do seu afeto, do seu sorriso, do seu amor incondicional;
Saudades de ser recebido depois das minhas longas ausências, com um sorriso, um abraço, mesmo já estando muito debilitada, com dores, triste, mas sempre se superando para dar o seu melhor, o seu amor.
Hoje levo comigo as lembranças, saudades e muito aprendizado, aprendi com seu exemplo de vida e de luta a nunca desistir, de que não importa a circunstância temos que buscar forças para viver e tentar ser feliz.
Te amo, mãe! Obrigado por ser esse meu exemplo de vida, sua ausência nos faz muita falta, que Deus esteja sempre contigo em seu reino. Em breve iremos nos encontrar novamente.
Monotonia do Tempo
O tempo cura tudo menos a saudade teimosa
Que habita em mim de manhã.
Ele promete esquecer, desaprender,
Mas a ansiedade permanece até o amanhã.
Se o tempo pudesse ocultar
Cada promessa feita e não dita,
O amor seria o fim de uma vida infinita.
Vida essa que era minha e agora é tua,
A tua alma vestida a passear numa cidade nua.
As estrelas sorriem ao ver-te à deriva na rua.
E eu perdida no tempo,
Comtemplo-te, ao admirar cada verso da tua poesia.
Eu imploro-te e prometo,
Que vou amar-te em segredo, nesta pacata noite fria.
Sentir saudade é algo incrivelmente cruel.
Você sente o cheiro, o abraço, ouve o som da voz sussurrando ao pé do ouvido. As risadas e os momentos se repetem e doem na alma. Aqueles segundos, o toque das mãos, os esforços sem medida... Tudo se torna dor.
O tempo que se passava junto, ainda que longe, se torna vazio, insistentemente lento. Nada nem ninguém substituiu os momentos compartilhados.
Sentir saudade é devastador.
Não poder viver um único momento como aquele único faz a gente refletir se aqueles momentos deveriam ter existido.
A despedida dói, mas o silêncio destrói. O silêncio das conversas longas, dos filmes, das playlists. O violão não ecoa nenhuma nota.
Perdemos os planos, sacrificamos os sonhos em nome da indecisão pois longe não sabemos o que significamos um para o outro, mas não é possível esquecer tudo o que fomos enquanto estivemos perto.
As pessoas deixam o seu espaço físico, o que me deixa muita saudade. Mas acredito que vão habitar noutro espaço espiritual, num campo celestial que me faz inveja.
Penso como será esse lugar. E espero um dia poder mudar-me para lá.
Isto é muito complicado assim dito, mas quando me deito e fecho os olhos perco-me já no meio desse lugar paradisíaco.
Que bom é estar nesse lugar.....
Mas também quero acordar para, por enquanto, permanecer no meu cantinho terrestre.
"A saudade de você está pendurada na parede, com pregos fortes de batidas certas. Não preguei sozinha. A saudade de você , eu olho pra ela às vezes. E penso: esse quadro tá meio torto."
@CamillaTebet
em algum dia de maio de 1998, em Jaboticabal, SP.
