Poemas de Mãe para Filho
Recordei de um
filho de Caxias
que era #pianista,
se sentia culpado
por aquilo
que jamais fez;
Na tristeza ele
vivia afogado,
Testemunhei
este triste fato.
Lembrei de uma
jovem #clarinetista
que já deveria
ter sido libertada,
E não sabemos
mais de nada;
Nada mais se
sabe dos presos
#DESAPARECIDOS,
E do General
que está em
#GREVEDEFOME,
Pois a omissão
nos consome.
O silêncio ferino
de quem faltou
com justiça,
e está faltando
com socorro
é a declaração
de quem não
pode se queixar
quando for
referenciado
pelo mundo
afora como tirania,
Não queria dessa
maneira falar,
Mas de silêncio
em silêncio sinto-me
obrigada a transbordar.
Relembrando
a amizade
com um filho
de Caxias,
Para acordar
que na Pátria
vizinha
tem gente
padecendo
a noite brumosa,
e a tropa
sofrendo
da mesma forma.
A devastação
do regime
do meu país
deixou mais
rastros nele
do que em
qualquer outro;
E se vivo aqui
ele estivesse
estaria em
desgosto só
de saber que
a história se
repete até
em outro país.
Desapareceram
com o General
e que estão
ocultando
isso há 73 dias,
e que todos
sabem que
ele foi preso
injustamente
e jamais fugiria;
A liberdade ainda
não chegou
para a juíza,
o jornalista,
os médicos
e tantos outros
que por motivos
diferentes
são vítimas
da mesma sina.
O filho de
um outro
General não
reconheceu
a voz do Pai
numa gravação,
Não entendo
como
conseguem
conviver
o tempo
todo com
a ideia
de conspiração.
Pais correndo
contra
o tempo
querendo
saber
do filho
há mais
de 8 semanas,
E eu escrevendo
e escrevendo...,
Ainda estou
tentando crer
que cada
palavra
minha cairá
no ouvido certo.
Do General
injustamente
aprisionado,
nada mais
sabemos
como tem sido
há mais de
dois meses;
E hoje pelo jeito
será um
dia a mais
que nada
saberemos mesmo.
A Dança do Barreado
que eu prefiro é
a que faço com ele no meu prato,
O Barreado é filho
do Entrudo e o quê
ele me deu e ainda
me dá quando é preparado
mantém o meu coração completamente apaixonado,
Não vai demorar muito
tempo para servir um bem
saboroso para colocar
no meu e no seu prato.
A lenda do primeiro gaúcho
conta que ele é filho
de branco com moça da tribo,
Quem nunca comeu
uma Tainha na Taquara
não sabe o que é se saborear
enquanto o coração dispara
e continuar sorrindo.
Ipê-amarelo-da-mata
filho de alguma estrela
dourada que numa noite
foi semeada na Terra
assim como eu: poeta.
O meu Boi de Carnaval
é filho dos Bumbás
por onde danças,
súdito dos Reisados
que seguem os teus
animados passos
e dos Guerreiros por
onde tu tens tocado,
Cedo ou tarde,
sei que tu vens no tempo certo,
sem pressa e sem regresso
porque terá me encontrado
em nome de tudo aquilo
que a vida toda tens procurado.
Nas tuas veias tens
a mais linda herança
de todos os folguedos,
Do Guerreiro és o filho
que me levará contigo
para o paraíso protegido,
Com tua lança tu há
de guardar por dois
o ledo e fino sentimento
sob o sagrado juramento.
Abandeirada pelas amáveis
cores do seu amor filho da mais
bela Kantuta deixo-me ser
o quê você tudo o quê você quiser.
Com sagacidade doce e alada
você soube muito bem manter-me
nas palmas das mãos concentrada
não desejando mais ter ninguém.
Somos genuínos herdeiros dessa
terra que acolhe sob a proteção
do Condor e sempre seguiremos.
Há algo ancestral que não é mistério
e que uniu a nossa força austral
para não cair sobre nós o Hemisfério.
Cada Araguaney florescido
é filho do Sol que nasce
sempre no Esequibo,
e não há como ser esquecido.
Nesta Pátria Grande a poesia
vive a relembrar o destino
que já foi escrito e uns
teimam querer inventar.
Onde as harpa canta os llanos,
é da Venezuela que vivo o tempo
todo falando para o seu despertar.
Não há outro jeito onde eu veja
as estrelas mais visíveis,
É nos teus olhos que vou encontrar.
Filho das encostas orientais
de três serras que dá vida
à nossa terra assim tem sido
o Rio Cubatão do Sul.
Sob o Sol, a Lua e as estrelas
do Hemisfério Sul não pode
mais sentir o quê tem faltado,
ele precisa ser acarinhado.
Como rio tudo de si tem dado,
e para que dure ser retribuído,
porque da nossa parte é o mínimo.
Haverá vida, riso e paraíso
enquanto deixarmos o rio
cumprir o curso do seu destino.
Sob o Hemisfério Austral
é filho da Serra Queimada
nos contrafortes da amada
Serra do Mar da minh'alma.
Das intensidades levo tudo
o quê o Rio Cubatão do Norte
ensina e a tudo sobrevive,
porém até ele tem limite.
A memória se reforça
no curso das correntes dele
e votos refaço fervorosa.
Para que ele se refaça,
sobreviva e continue a missão
para que a vida prossiga.
ESTAÇÃO FILHO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ganhe menos.
Compre menos.
Pague menos.
Dê menos Barbie.
Menos tablet.
Menos tudo
que tanto faz...
Tenha tempo.
Dê mais presença.
Mais atenção.
Dê olhar.
Dê contato.
Dê a mão...
Eduque mais,
delegue menos,
tome o trilho...
e desembarque
na sua filha.
No seu filho...
A EDUCAÇÃO PELA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ensinar um filho a não fazer pirraça porque se fizer, não ganhará bicicleta, boneca ou seja lá o que for, é criar um sonso. Um adulto interesseiro, que não saberá respeitar as pessoas de quem não espere algo. Da mesma forma, cria-se um mentiroso enrustido, ensinando ao filho que se não deve mentir porque "a mentira tem pernas curtas". Mais tarde, ao perceber que a mentira pode criar asas, ele mentirá.
Quem só não comete crimes porque pode ser descoberto e preso, é um criminoso em potencial. E quem não peca por ser um religioso, porque "Deus está vendo" e pode "pesar a mão" sobre ele, não é uma pessoa confiável. A ocasião propícia ou pelo menos a chance de uma boa justificativa revelará o caráter dessa pessoa. Ela só precisa mesmo encontrar um meio seguro de "passar a perna" em "Deus" e na sociedade.
A lei, seja ela humana ou sobrenatural, quiçá divina, não forma o cidadão consciente. A ética, sim. Se criarmos os nossos filhos, educarmos nossos alunos ou doutrinarmos nossos liderados para o cumprimento livre, natural e consciente de seus deveres humanos, sociais e quaisquer outros, aí sim: teremos o mundo com que os homens e mulheres de boa vontade sempre sonharam.
TEMPOS DE SUPERPROTEÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Se é por seu filho, tenha medo do mundo. Faça isso, para que o medo não tenha que ser dele, quando chegar a hora jamais prevista por seu medo insano, instituído e massificado, de superproteger. Para que a falta de medo e o desaviso não guardem sua ruína entre o silêncio da passividade que permite o voo com asas incompletas.
Mesmo a águia, quando solta no espaço o seu filhote para testar as condições de voo, tem os olhos atentos sobre ele. Não o deixa escapar de sua mira, e ao perceber a inércia desse filhote, quando o chão já está próximo, precipita-se no ar e o resgata bem antes da concretização do perigo. Não aposta na sorte, muito menos na necessidade pedagógica de um tombo que possivelmente apenas o machucaria. Machucaria bastante.
A considerar os tempos que atravessamos, meio termo é disfarce de abandono. É preciso, mais do que nunca, perdermos o próprio sono para que o nosso filho sonhe, confiante no alcance de nossos olhos e na força de nossas garras. Filhos eventualmente mimados terão sempre a chance de se recriar e seguir. Filhos gravemente marcados pelo abandono do meio termo que não prevê as desgraças inerentes às brechas da criação fria e desatrelada, nem sempre.
Refiro-me aos filhos em formação. E se não há formação, não haverá formados. Formar é apontar caminhos, ensinar a seguir, mostrar o mundo, corrigir, mas estar sempre lá. Só deixar que o filho voe sem a supervisão de nosso amor presente, ocular e de garras atentas, quando ele se sentir pronto e puder, ele mesmo, decidir no que pode ou em quem pode confiar. A partir daí, os tombos e sucessos, as dores e as alegrias serão de sua inteira responsabilidade.
Sobretudo, é protegendo com a força e os critérios da possibilidade máxima de nosso amor, que podemos ensinar nossos filhos a proteger nossos netos. Nossas futuras gerações.
A OUTRA FACE DO FILHO
Demétrio Sena - Magé
Primeiro, as arbitrárias manipulações do pai que superprotege o seu filho predileto e faz dele o braço direito em um reino cujo trono é intensamente ambicionado por todos os habitantes... logo depois, a ostentação do poder, da tirania e dos caprichos de sádico supremo, ao atirá-lo impiedosamente reino abaixo, com os seus aliados, por causa de uma rebeldia que todo filho de personalidade forte, ainda que mimado, tarde ou cedo apresenta... e como se não bastasse, a criação de um lugar de sofrimento eterno e ranger de dentes, para ser comandado por esse filho rebelde.
Milênios depois, o resgate sorrateiro do filho predileto, para retreiná-lo no reino e depois enviar aos humanos, visando persuadi-los a se renderem ao poder, à tirania e todos os caprichos do pai, que não mudou em nada. Então o filho, com nova identidade, mas a mesma personalidade, a mesma rebeldia, somadas ao profundo amor que desenvolve pelos humanos, desobedece mais uma vez. Não submete a humanidade aos caprichos do pai nem extermina os relutantes e os poderosos terrenos que não se dobram a poderes maiores.
No fim das contas, novamente o filho é castigado... e dessa vez, passando pelas mãos humanas. Condenado à morte por cruz, como se tivesse vencido em nome do pai; como se o pai tivesse realizado seus propósitos, ao esconder o segundo real fracasso como guerreiro supremo... líder maior... na verdade, o tirano capaz de uma crueldade requintada como enviar seu filho para promover uma guerra contra si próprio, sua outra identidade, aliado aos humanos em uma guerra também contra si mesmos... eis o eterno conflito entre o bem e o mal que habitam cada um de nós.
REFLEXÃO PATERNA
Demétrio Sena - Magé
Ninguém escolhe o pai que terá. Ser filho é uma sorte favorável para uns, desfavorável para outros... na verdade, para maioria, sobre ter pai. Aliás, o número de filhos que nunca teve um pai, de fato nem de mentirinha, consanguíneo nem adotivo, é imenso. Infelizmente, há casos em que não ter a presença de um pai é melhor do que ter. É aí que tantas mães viram pais, o que não é comum vice-versa.
Ser pai é uma escolha. Essa escolha não pode ser apenas a de fazer uma filha, um filho. Ela deve ser intensa e verdadeira, do fazer ao criar, com afeto; provisão; orientação; acompanhamento presente, com todas as responsabilidades que acompanham o amor. Não entendo como alguém escolhe ter filho e não ser pai; "modelar" simplesmente, um ser humano, e não cuidar. Deixar de lado, abandonar ou ser presença negligente. Muitas vezes brutal; violenta; opressora.
Não chamo de abandono a separação da mãe, e sim, ao tornar essa essa mãe sua ex-mulher, também transformar o filho, a filha em ex-filho; ex-filha. O mundo está cheio de órfãos de pais vivos. Também há mãe que abandona, mas o número de pessoas criadas apenas pela mãe é incontável. São milhões que não têm ao lado nem nos registros de nascimento, a referência do pai. Só conhecem mãe.
Sonho com um tempo de mais filhos felizes. Mais pais presentes, em todos os contextos e sentidos. E de menos dias dos pais que só servem para muitos lamentarem ausências paternas ou presenças que seriam melhores como ausências. Espero que as minhas falhas como pai, até então, ainda estejam naquele grupo das que fazem um homem "passar raspando" em suas provas finais
...
Respeite autorias. É lei
E por mais que meus olhos alcance as estrelas, jamais alcançaram o brilho intenso dos teus olhos, e por mais que o calor dos meus braços alcance o calor de um belo pôr do sol, jamais alcançaram o calor de seus braços acolhedores, e por mais que meus beijos alcancem a doçura do mais puro mel, jamais alcançará o doce néctar de seus beijos doces, e por mais que o amor que exista em meu coração alcance a raiz da minha alma, jamais alcançará o amor eterno que um dia existirá em seu coração...
Financiei sentimentos, estipulei objetivos, angariei metas, galguei possibilidades, plantei sementes, colhi conhecimentos.
*Não existe mercado sem a existência de compradores, teoria não existe sem motivação, esforço não existe sem atitude, ação e reação.,oferta e procura.
Equilíbrio.
