Poemas de Luto
Loucos Sonhadores
Todo instante é a oportunidade.
A vida não é nem um melodrama, nem uma
comédia, mas sim, uma realidade que nos leva a
crises e remissões.
A verdade é tangível, não nos abandona, mas loucos
sonhadores deste mundo, peregrinos que somos,
fechamos os olhos, abrimos passagem e levados pela
vida, extasiados, seguramos nossos sonhos.
Seguimos o curso, em movimento, enquanto o
destino, caprichoso, vai dando sentido as nossas
ilusões.
Deixamos janelas e portas abertas para o improvável,
misturamos beleza, pescamos estrelas, corremos
com as nuvens, plantamos flores na beira do
caminho, bordamos versos, afastamos sombras,
correntes de ar e turbilhões de vento. Fazemos,
então, esta mistura de cores e dores, e colocamos
todo universo em uma palheta.
Em estado de graça vamos partilhando doces
sensações e músicas interiores que assobiam
sinfonias inéditas, para que o tempo nos leve no
rodopio de uma dança inesquecível.
Somos versos, delírio, esperança, suavidade,
nostalgia e sentimentos.
Somos paixão, amor, saudosismo, visão, antídoto,
mistério e palavras.
Somos poetas, carregamos na alma a eterna poesia.
SÉRIE LUA II
Entra doce, brilha lua,
pelo quarto a me acordar.
Corro e vejo na rua,
quantas coisas a pratear.
Entra lua, minha alma é tua,
vivo sempre admirar.
O teu branco perpetua,
todas as formas de amar.
Quietude
Hoje, aqui tudo é silêncio,
Apenas me permito à voz do coração!
Bem longe do disse e me disse,
Os pássaros cantam e recantam em um som divinal,
Cá prevalecem as estrelas, cintilando no azul mais profundo.
Oram os homens, as mulheres também as crianças,
Em prece profunda e luz.
Um passo tranquilo, exposto, e mui belo,
Bailando em dança que seduz,
Em um monólogo de ilusões,
Cochichando, as invencíveis, e eternais paixões,
Que acossam a pura glória no porvir,
Vindo em ondas sobre o mar,
Visitando as salas das virtudes,
Entre bandejas bem ornadas e bem postas,
Como se fossem lágrimas despejadas pelos destinos,
Então, se abre a flor,
Em vitória-régia,
Em um beijo de hálito legítimo de amor.
Jmal
2014-02-14
Um Novo Caminho
Sonhos que caminham,
Por trilhas incertas,
Conflitantes entre o querer e não querer,
Doando um acerbo à alma,
Que revoga a própria vida...
Quem me dera,
Dar luz as sombras,
Num simples mergulhar,
Entre as sustentes, a vida fecundar...
Afundando as assombrações,
As tramas, os anzóis,
Multiplicando a vida,
Que não brilhou,
Não quero asas para sonhar,
...Quero pés!
Para um novo caminho em luz trilhar.
Jmal
2014-02-17
TE OLHEI
Voce por mim passou,
eu notei.
Com olhos atentos,
te olhei.
Sentí, meu corpo quente,
arrepiei.
Coração descompassado,
me apaixonei.
Com todas minhas forças,
te desejei.
Com toda minha alma,
me entreguei.
Bem aquí comigo,
te guardei.
Entre meus segredos,
te amei.
Evitando amar.
Serão ossos do ofício,
ou serão nossos vícios,
de tudo dramatizar.
Gostamos tanto da dor,
que sempre matamos o amor
achando que não vai durar.
Paremos com esse suplício,
vivamos deste novo vício,
que é simplesmente, o G O S T A R.
Não importando o resultado,
mas sim o vivido, o gostado,
de cada minuto do Amar.
Dá-me
Dá-me estrelas,
Em noites sem luar,
Para que eu possa sorrir e cantar...
Das trilhas calçadas em pedras,
Faíscam fagulhas de dor,
E neste instante é tudo que não preciso...
Dá-me estrelas,
Que o fulgor venha de longe,
Já me alegram os sentidos...
Dá-me também...
Do trigo da vida,
Da água que tudo agita,
E do sal tempero de toda felicidade...
Dá-me sonhos,
E, que eu possa descansar...
Agora posso sonhar,
Me permitindo viver a vida,
Em um sonho belo,
Que o acaso posso me levar.
Jmal
2014-02-12
Desabafo
Posso dizer, necessito dizer,
O que me punge a alma e o coração:
É ver estrelas, lá no profundo azul,
Tão admiráveis, tão reais,
E não poder obtê-las,
Ou quem sabe Tê-las flamejando em nossas mãos,
E não permiti-las escaparem por entre os imaginários dos dedos!
Jmal
2014-02-20
CONHECIMENTO
Dias sentado, parado de lado
Olhando pela janela, professor discursando.
Sua matéria querida na aula lecionando.
Pessoas falando, pessoas brigando,
Pessoas ouvindo, pessoas pensando.
Toca o sinal... A matéria já foi dada.
Conhecimento absorvido nada após disso.
Conhecimentos vazios que logo são esquecidos.
Todo dia revendo o que já nos foi dito.
Olhando pela janela escapo desse mundo.
Mundo do qual tudo é imposto a todos.
Vou para outro onde todos vivem em seu todo.
Conhecimentos vazios já não existem mais.
Pois conhecimento verdadeiro,
só a experiência trás.
Viver, errar, acertar.
Ganhar, perder, se machucar.
Chorar, sorrir, levantar.
Conhecimento vazio já não existe.
Existe apenas uma existência completa.
Existência que aprende como quer,
transformando o que sabe em memorias,
assim como obras de arte,
Que nos contam historia apenas com imagens
Conhecimento completo, sem duvida divino.
Não é imposto, não é para todos.
Apenas para os livres, do fardo da lógica.
CARA TÃO TOSCO
Que mocinha mais lindinha,
mas de tremendo mau gosto.
Vir logo simpatizar,
com esse cara tão tosco.
Menina, não acredito,
no que vejo acontecendo,
voce tão linda e charmosa,
impossível estar me querendo.
Vamos largar dessa prosa,
esquece esse moço horrendo.
Vai minha princesa dengosa,
Sai da minha vida correndo.
Quando já não se sabe o que espera de você mesmo,
E ao deitar já não se sabe qual idade tem
No amanhecer tem que ser o que é mesário ser
Pra quando a não houver mais luz ter uma historia pra contar.
Eu só queria saber dizer tudo que eu tenho pra falar
Fazer com que tudo ocorra como o planejado
Mas os melhores e piores dias nunca são programados
Não há mais livros pra ler,
E não há um numero na lista pra ligar,
O humor depende das dividas,
me alimento com o que eu tenho que pensar
Acho escroto amor ser compartilhado em rede social,
acho que uma conversa a dois no ouvido e olhando um para o outro fica mais bonito!
Bacana é ver a mina sorrindo contigo e deixando nego na curiosidade daquele amor. Afinal, ninguém precisa saber. Né?
Palavras ditas de coração, com verdades. Qual mina que não gosta?
Chamar pra dar aquele rolê inesperado, mandar um buquê de flores, rosas vermelhas, com um bilhete na mão e ela recebendo com sorrisos.
A mina quando recebe esse valor, ela te ama de verdade.
Toda mulher gosta de ser compreendida, gosta de apoio, gosta de carinho, e principalmente de um homem de verdade para ama-lá e compartilha com ela esse amor.
Ricardo Cabús
QUATRO ESTAÇÕES
(Estações Partidas)
Cinquenta Invernos
Uns Verão
Cem Outonos
Nem a Prima Vera
O Diálogo das Flores
Amanhece, o clarão da luz do dia entra pela
fresta da janela. Lá fora as flores do jardim,
começam a se abrir para o dia que se inicia...
Tímidas e silenciosas, cochicham entre si sobre
como a lua estava bela na noite que passou
e como o orvalho as acariciou durante o sono...
Estavam felizes, mas se perguntavam; porque
está tão triste a moça por trás daquela janela?
sabia-se que ela tinha perdido um amor...
Mas diziam: Como ela perdeu o que nunca teve?
A Rosa olha o Cravo ao seu lado e pensa; mesmo
que eu não o tenho, ele sempre estará por aqui...
O Jasmim, como se lesse o que ela pensou, lhe
diz: Não se iluda Rosa, alguém pode arrancá-lo,
e ela respondeu: A moça triste não deixaria,
afinal somos suas flores favoritas...
Ela até nos presenteou com um poema:
“A Rosa e o Cravo”.
O Girassol ao longe gritou:
Rosa atrevida, ela nos ama igualmente
temos que nos unirmos para alegrar o seu dia...
O Cravo, até então calado em seu canto, decidiu
intervir. Quando ela vir até nós, exalaremos
perfumes ao seu redor.
A Dama da Noite, por motivos óbvios preferiu
não se envolver...
E o Cravo continuou: Que venham os pássaros
cantando uma canção, borboletas decorando
o clarão da natureza, com delicados tons, como
fadas brilhantes pintadas em telas...
A moça triste, se aproxima, ao ver o jardim
tão lindo, um leve sorriso se abre em seu rosto...
Ela senta na relva úmida pelo orvalho da manhã
Fica absorta em seus pensamentos admirando
tudo em silêncio...
Naquela paz interior pensa: Amanhã é outro dia
vou deixar essa tristeza no ontem e viver o hoje
e quem sabe serei feliz no amanhã.
Tudo que nós temos são meros segundos. Pegue o que é seu. Pegue o que é meu. E, o que é nosso. Leve tudo, e se possível me tome como brinde. Percorra milhas e milhas com seu mustang velho e chegue ao início do oceano. Eu não tenho nada. Mas, será que juntos não temos a chave? Graciosidade nos momentos que deixaremos para trás. Seremos como Bonnie e Clyde. Quebre as malditas regras! Que você será o meu "tudo". Consegue ver aonde estamos? Meu cabelo ainda está pressionado contra meu rosto. Eu adormeci. E, sonhei. "Clarity" no rádio ajuda um pouco. A situação não é uma das melhores, mas não tem como piorar. Palavras bonitas já não me iludem, e suas atitudes bombeiam vitalidade. Tudo que nós temos são dez pratas, duas barras de cereais, um chapéu de praia e as chaves. Dá pra seguir viagem? Precisamos viajar por mais de cinco horas até chegar lá. Aonde? Gasolina no zero, chuva caindo e capota quebrada. Eu não me importava mais com a água, já tinha me molhado fazia tempo, e não era da chuva que eu estava falando. Vire à direita e estacione. Eu não quero parar, mas preciso fazer uma coisa antes de continuarmos. Irei me resfriar e consequentemente você também, mas esse é um dos itens da nossa lista. Da enorme lista que fizemos algumas horas atrás antes de sairmos com mais pressa do que dois foragidos. Fuga momentânea, confere. Um conversível, confere. Pouca grana no bolso, outro confere. Chuva, confere confere. A terceira coisa da lista, debaixo para cima, um beijo quente e molhado sob a tempestade durante uma estúpida loucura, confere!
A lista de Katherine.
Confere!
Minha Sina
...Posso imaginar o impossível,
Navegando sobre implacável tempo.
Desejando apossar-me dos sonhos inatingíveis,
Perdoar perdoando o imperdoável,
Doando-me a um amor, puro inocente à abscissa,
Obter vitória sobre o imbatível,
Lutar, lutando contra forças invisíveis,
Até alcançar, a mais bela das flores,
Essa é a minha sina.
Jmal
2014-05-04
Estranho
Não entenderás o meu dialeto
nem compreenderás os meus costumes.
Mas ouvirei sempre as tuas canções
e todas as noites procurarás meu corpo.
Terei as carícias dos teus seios brancos.
Iremos amiúde ver o mar
Muito te beijarei
e não me amarás como estrangeiro.
ENTRE PEDRAS E ROSAS
Por que razão felicidade é tão difícil?
Por que viver se torna às vezes sacrifício
Para dois seres que se adoram, como nós?
Que culpa temos de gostar-nos tanto assim?
E vamos gritar, rogar, lutar até o fim,
Vencer a angústia que sufoca a nossa voz!
Que importa o tempo de distância em nossas vidas?
Que importa a sombra de um passado de feridas,
Se nossas almas são ligadas na paixão?!
Que importa o espaço que separa nossos sonhos?
Que importa o curso de caminhos tão tristonhos?
Nem tempo e espaço, um grande amor reduzirão!. . .
Você se oculta sob o medo do passado!
Você confunde o nosso estado com o pecado!. . .
Não se atormente com a censura que nos pune!
Não se impressione com o desprezo dos mais frios,
Dos que do sentimento puro estão vazios!
Importa mais é a chama ardente que nos une!
Que importa a prova que contenta a sociedade?
Que importa o culto onde se esconde a falsidade
De dar-se o sim, sem ter certeza de o lucrar?
Que importa o brilho da aliança sem direito?
Que importa a marca dos tabus, do preconceito?
Importa mais é que possamos sempre amar!
Vamos unir os corações num só desejo!
Vamos calar nossa paixão num longo beijo,
Fazer do mundo um colossal jardim em flor!
Vamos viver a nossa vida sem receios!
Sejamos dois amantes de alma e corpo cheios
De muita luz!. . . De muita paz!. . . De muito amor!...
A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE CORRE!
Vesti meu terno de domingo singular;
Botei perfume de alfazema pra agradar;
Corei meu rosto de cobiça de encontrá-la;
Saí de casa com meu passo de esperança;
Cheguei bem cedo na pracinha sem tardança;
Sentei num banco do jardim para esperá-la;
"Tem que ser hoje! Vou dar fim ao meu anseio!"
Colhi três ramos de determinada flor;
Lembrei palavras pra dizer com muito amor;
Provi meu peito do frescor daquele instante;
Cantei poemas e canções por distração;
Contei estrelas no horizonte em oração;
Sorri pra lua, com prazer no meu semblante.
"É só esperar pra ser feliz! Verá! Verá!"
Traguei fumaça de cigarro como um louco;
Senti pontadas de suspeita pouco a pouco;
Cruzei as mãos, adivinhando a má verdade;
Baixei meus olhos carregados de certeza;
Desfiz meu peito com soluços de tristeza;
Deixei cair três ramos murchos de saudade.
"Ela não veio! Santo Deus. . . ela não veio!"
Sequei meu rosto amolecido pelo pejo;
Ergui meu vulto fatigado de desejo;
Rumei meus passos no retorno à solidão;
Despi meu corpo umedecido da garoa;
Deitei meus sonhos num colchão largado à toa;
Dormi com a dor do desengano, da ilusão.
"Ela virá! Sei que amanhã ela virá!. . ."
AMOR VERSUS AMOR
Olhei teu rosto e então eu vi!
E te confesso — estremeci;
Me perturbei, me comovi.
O que de há muito eu carecia
Ali floria, tão patente,
Tão nítido, tão eloquente
Que eu temia ficar demente
Se não fosse vero o que eu via!
Se fossem palavras apenas,
Alguns gestos, algumas cenas
A traduzir ideias plenas,
Tranquilo eu podia ficar.
Pois palavras no ar se apagam;
Gestos. . . se diluem, se vagam;
E cenas. . . somente propagam
O que é simples, preliminar.
Mas o mais puro, o mais profundo,
O amor que aspira neste mundo,
Ali no teu rosto rotundo
Se espelhava, em todo esplendor.
Teus olhos, nos meus cravejados,
Lançavam apelos velados;
Rogavam que fossem amados
Com igual parcela de amor!
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