Poemas de Lembranças
Saudade é um punhado de recordações aromatizadas pelo passado no eclipse crepuscular do pensamento.
É tanta lembrança desnessária congestionando a nossa memória que, às vezes, a gente tem que parar, ficar quietinha no nosso canto para decantar as ideias e reorganizar o pensamento.
Para sentir saudades é necessário recriar, reinventar o passado. Buscar nele o instante no qual a felicidade parou para se eternizar nessa aura de mistério que envolve as memórias e quando menos esperamos nos transportam para outros tempos e nos coloca sob outros céus.
Às vezes, ela chega mansa, nas asas de uma borboleta, me rouba um longo suspiro e, novamente se vai.
Nas manhãs ensolaradas de domingo a saudade chega sutilmente e me beija a face, leva-me pela mão para a casa de vovó e, lá no aconchego do seu colo ouço o vaievém de uma cadeira de balanço acordando-me as lembranças.
Há dias em que todas as minhas janelas se abrem para o mar das sensações. Sentada na areia branca da saudade me ponho, então, a saborear memórias, com a mesma urgência de quem assiste o último pôr do sol.
São nesses dias tão repletos de ausências que eu mais te falo de amor nas entrelinhas do silêncio, nos suspiros longos carregados de saudades, no olhar perdido além do tempo que está te buscando a todo instante.
Que importa se acabou, o que realmente importa são as emoções vividas, os arrepios sentidos, os beijos trocados, os olhares revelados, os caminhos percorridos sobre a derme, as lembranças lindas que ficaram para sempre gravadas na pele nua da memória.
No fundo, no fundo todos nós temos em um cantinho empoeirado da memória uma lembrança que a gente não quer que se apague.
Saudade é um pedaço dourado de vida que ficou presa na fenda do tempo, entre as memórias e o esquecimento.
Borboleta é uma palavra com asas que me remete à longos vôos à infância.
Acho que esqueci minhas asinhas em uma daquelas tardes perfumadas pelos ventos que traziam o cheiro das flores, prenunciando a primavera. Era ali no meio das flores que eu me embriagada com o olor primaveril e o canto nostálgico dos pássaros, que eu ensaiava a coreografia dos vôos ao lado de borboletas miúdas que vinham dorminhar nos jasmineiros floridos que eu cultivava na inocência do meu olhar de menina.
Na verdade eu nem sei quanto tempo durou, porque o que realmente importa são as memórias inesquecíveis que o meu coração guardou.
Algumas canções são exímias nadadoras; com um só mergulho são capazes de buscar no fundo da alma o sentimento que nos devora.
Minhas memórias guardam a voz silenciosa de tudo que seduziu os meus sentidos e marcou a minha vida.
Saudade é a lembrança folheando o álbum da nossa vida, no qual deixamos registrados os melhores momentos da nossa história.
Algumas pessoas são tão especiais que antes de irem morar em um outro plano constroem uma ponte linda de memórias para quando a saudade apertar virem visitar de perto a gente.
Se for para virar lembrança, que seja então, daquelas que fazem o coração abrir as portas do sorriso cada vez que chega parar nos visitar.
Algumas ruins, muitas delas boas, outras nem tanto, mas todo relacionamento está cheio de histórias que só o tempo é capaz de contar.
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