Poemas de Espera
TAL UMA BOCA QUE DESEJA
Vês? Não sentiste meu soneto amável
Poetizado com a sensação em espera
Somente o desinteresse, em ti impera
Deixando à emoção: tristura inevitável
E, neste poetar de uma paixão sincera
Um amor, aberto, ao coração palpável
Vindo d’Alma, do sentimento inevitável
Uma necessidade, de doce atmosfera
Agora, resta o pranto, o silêncio bizarro
A dor cortante, afastamento, o escarro
Quem um dia amou, todavia, apedreja
Se o meu verso causa inda poética saga
Tu o vês insignificante, ele, que te afaga
Beija, ameiga, tal uma boca que deseja!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29 maio de 2023, 18’24” – Araguari, MG
*soneto que dialoga com "Versos Íntimos" de Augusto dos Anjos
DESPREZO (soneto)
Quão dor eu sinto, pelo desprezo
onde espera palavras num abraço
olhar no olhar enleado por um laço
e por vezes se tem o pesar aceso
Procuro então respirar, assim faço
nesta incisão, sair dali sendo ileso
do que cortês nele eu me ver adeso
ferindo o ser dum conforto escasso
Se leve ou reles, nos faz indefeso
é crueldade que só traz embaraço
Será que sabes deste agravo teso?
É complicado todo este compasso
do afeto em luta e ao bem coeso
quando o amor no amor é fracasso
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
TOCAIA (soneto)
Dói-me esta constante tal espera
do que já não mais tem donde vir
que o desejo insiste em querer ir
aguardando na ravina da quimera
Doí-me uma dor insana, há existir
a cada alvorecer duma primavera
da ausência, da saudade, sem era
e do que não se tem, e quer pedir
Dói! O tempo a passar, eu quisera
poder nele estar e ali então devir
chorar, alegrar... ah! se eu pudera!
Como eu não sei como conseguir
a tocaia no peito se torna megera
e a alma romântica se põe a fingir
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, 15 de julho
Cerrado goiano
VOZ DO SILÊNCIO
O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos
No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera
É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos
Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano
REMORSO II (soneto)
Às vezes, um poetar me espera
E os amores e temores infando
Me padecem, doem, até quando?
E assim, em branco vai a quimera
Inspiração, emoção, vou sufocando
N'alma, sem a doce ventura sincera
Oh! Como este gozo no poetar quisera
Mais suspirar, viver e amar trovando!
Ah! Quão dura é a vera realidade
Desespera, ao encarar a vetustez
Te traz remorso e tira a suavidade
Das paixões que deixei por talvez
Da timidez do olhar na oportunidade
E dos versos quererem só a lucidez!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
28/08/2019, 06'55"
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Ir-se
Escandalizo a tal sorte
Afetação cruel e triste
Espera, alma e morte
Do gabo nada existe
Mesmice reescrevo
E o passo aí, passa
Na saudade relevo
Nos olhos fumaça
Nasci pra renascer
Das cinzas ressurgir
Morro e tento viver
Afeito. Outro partir!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2017, maio
Cerrado goiano
Vivo preenchendo o tempo à espera do algo melhor que virá amanhã!
Isso é planejamento,
projeto de futuro. Isso me faz feliz!
Se o destino me permitir lucidez,
ao fim e ao cabo, morrerei
tendo sido alguém feliz.
Senão, morrerei do mesmo jeito.
CARIDADE
Não há justiça melhor que pagar o mal com o bem. O benevolente não espera que as mãos se estendam até ele para prática da caridade, ele segue o coração sem as marcas do orgulho. A lei divina do amor está com os indulgentes que vão contra as misérias ocultas e atendem as necessidades daqueles que temem humilhação.
Onde uma luz de caridade acender, a chama da fé não apagará. A verdadeira fé caminha de mãos dadas com a humildade que não cai no abismo da superioridade porque entende que a elevação está na igualdade. A bondade deve está no lar, nos corações, no trabalho, nas ruas, nas palavras, gestos e atitudes. Porque ser caridoso não é um momento, é um estado.
A caridade é unificação, transformação e amor ao próximo. É abrir as portas das dificuldades com as mãos estendidas da compaixão, doar os ombros para os fardos e libertar o medo dos obstáculos com a coragem de quem caminha na fé. Caridade é ser todos os dias o que queremos ter do outro porque todo bem semeado será colhido.
Caridade é saber ouvir, aprender com o silêncio e falar quando o coração sentir. Caridade é sorrir mesmo quando a dor dilacera. Caridade é abraçar quando mais necessita. Caridade é levar o cobertor de afetos quando a solidão aperta. Caridade é saber doar-se como quem faz transfusão sem conta sanguínea. Caridade é jogar sementes de paz em meio a guerra. Caridade é saber dançar em meio a tempestade. Caridade é cantar para um leito que conta nos dedos os segundos de partir. Caridade é compartilhar do tempo mesmo querendo fugir. Caridade é, ir ,ser o que seu coração pedir.
CAMINHANTE (soneto)
Há no tempo um momento de grandeza
que é o de espera e de um saber bendito
tudo passa, e a alma não mais fica presa
voa, e o sentimento regressa ao infinito
Um tal mistério do viver e de surpresa
estala a felicidade, do outrora tão aflito
rasga-se o amanhecer em ventura acesa
e da dor sentida, esvaem-se em um grito
Há no amor outra chance aos amantes
cada dia é mais um dia a um novo dia
e a sensação de perda se torna em vão
porque, entre desencontros soluçantes
terá aquele olhar tão cheio de harmonia
que irá trazer o esquecimento ao coração...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/01/2020 – Cerrado goiano
Um pouco de mim pra quem espera muito !
Não me julguem mal: mais há coisas, pessoas e atitudes que não dá pra aceitar, curtir e menos ainda compartilhar. Sou muito eu para me deixar influenciar por pensamentos de outros. Se gosto: digo. Se não também.
Sou assim, é assim que sou.
Comigo é perda de tempo, carta fora do baralho, palavras jogadas ao vento.
Eu e Eu, simples assim !
De que vives ?
De sonho.
De que se vestes ?
Fantasias.
O que espera ?
viver loucuras...
o que falta ?
encontrar você !
Vem o vento, trás teu cheiro
Vem a noite, saudade
Porta entreaberta, espera
Ouço passos, miragem
Teu olhar reflete no meu
Música toca, longe
Chega perto, te sinto
Olho em volta, nada.
Acordo, de novo fecho os olhos
Quero dormir, sonhar
Sonhar com teu sorriso,
Sonhar com tua voz
Sonhar, tu comigo
Sonhar, é o que resta
Sonhar...nós !
Sim, tudo depende
Do que você fez
Do que você quer
Tudo depende do que espera
De quem espera.
Plante emoções em qualquer terra
Não aceite essa coisa de que já tem dono
Já dizia alguém que não sei quem
"Ninguém é de ninguém"
Todo mundo é de todo mundo
Roube flores
Faz bem o perfume
Arranque espinhos
Jogue fora
Não se espete
Se quiser dance na rua
Caia na chuva
Quem mais se molha
Mais se enxuga
Se esquenta.
Na música e na poesia
Tudo se repete
São jogos de palavras
Sentimentos
Que se sente.
Se falta cadeiras
Sente na cama
Deite na rede
Abra as portas
Escancare as janelas
Caminhos tem pra todo lado
Norte, sul
Leste, oeste
Ande na direita
Vá pela esquerda
Importa onde se chega
Onde se vai,
A lua clareia todos
Passos são viagens
Siga...
Rumos
Becos
esquinas
Ruas
Estradas !
Meus olhos carregam a espera
de senti teus olhos,
carrega o desejo de viver
um amor sem medidas,
sem laços...
que venha quando vier
que me agarre de jeitinho
que me puxe pelas mãos
pra se viver tudo, todos...
os sonhos meus !
De novo se repete
Coração me engana
Sem jeito
Tanta espera
Tantas ruas
Sonhos pisados
Desfeitos
Enganos !
23/09/2019
Esperança é uma semente que Deus planta nos corações para dizer: “Vai dar certo!”
Esperança não é a ultima que morre, mas a primeira que nasce no coração daquele que tem FÉ quando tudo parece perdido e sem solução.
E como cita em lamentações 3:21: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. Assim seja seus pensamentos, Lembrando-se das promessas, do superado, do alcançado e, principalmente, do amor de Jesus por ti na cruz; não deixe que esse amor tenha sido em vão, vá até Ele!
Thalia, meu bem
De onde não se espera,
Surge uma nova era,
Um sentimento que há muito não existia...
Um sorriso que traz alegria,
Uma paz que já não sentia,
Encontro esse refúgio em Thalia...
Musa de meus dias e anjo que me leva além...
Thalia, meu bem!
Não há espaço para mais ninguém
Em meu dia-a-dia!
Esse meu manifesto
É um desejo honesto
De felicidade em nossos dias!
Quero-te, gosto-te e peço a Deus...
Que nos sonhos teus eu possa estar...e quem sabe no futuro também ao seu lado no altar.
Com carinho me despeço,
Com esse poema modesto...
De um cara que só quer te amar.
Se algum dia alguém te perguntar sobre o que você espera do seu destino...responda:
"O extraordinário, pois me casei com ele."
PENSANDO - 04
Coragem, vida, medo, ser forte, ser humano, PLANO B.
Na sala e espera do hospital (no exterior) havia vários idosos, muitos idosos, alguns acompanhados, mas o que se sentou ao meu lado era muito idoso, usava uma bengala e andava bem devagar. Estava sozinho e demonstrava lucidez.
Ele abriu uma pasta que parecia ser o histórico médico, senti profundamente ver aquelas mãos muito envelhecidas (eu nunca tinha visto daquele jeito) e olhei para as minha mãos e me perguntei, será que a vida para esse senhor foi tão gratificante que ainda vale apena o esforço? Será que entrou em uma reta com o piloto automático ligado? Viver é dormir e acordar no outro dia e continuar? Que escolha teria?
Raciocinando, lucidamente talvez. Se não exista solução talvez solucionado está?