Poemas de Dor e Saudade
A saudade bateu em minha porta,
Fez a dor preencher meu coração.
E eu me sentir como um menino
Com as lágrimas escorrendo pelo chão.
Em mim ficou uma ferida,
Pedi a Deus que fosse mentira,
Pra segurar mais uma vez na tua mão.
O que é a saudade? Seria um alívio para a dor ou um agravante que faz doer ainda mais? É cura ou uma crosta sobre uma ferida que, quanto mais tocamos, mais sangra?
Dizem que o tempo cura tudo, mas isso é uma ilusão. O tempo nos leva de volta a vários momentos: passado, presente e futuro. O passado é uma coleção de memórias – saudade, trauma, dor, e até mesmo a felicidade de momentos vividos.
O presente é uma incerteza constante, um viver no escuro, sem a segurança do que nos espera nos próximos segundos, minutos e horas. É caminhar por caminhos desconhecidos, esperando acertar, e questionar onde deveríamos ter agido de maneira diferente.
E o futuro? Ah, o futuro... É o desejo incessante de controlar como tudo será, se estivesse em nossas mãos. É a vontade de mudar a cada instante, de conhecer respostas que não temos para um passado que não deu certo. É a ânsia de fazer tudo perfeito, sem um ponto ou vírgula fora do lugar.
Talvez, se tivéssemos o poder de mexer no futuro, não teríamos um passado para recordar nem um presente para viver.
A cada dia que passa, a saudade aumenta,
A dor se intensifica, a esperança diminui.
Será que um dia nos reencontraremos,
Ou essa distância será o nosso fim, a nossa tragédia?
Eu tenho varias dores cada uma pior que a outra.
Tem a dor da saudade
Tem a dor da angustia
Tem a dor da tristeza
Tem a dor da ternura
Mas a dor que mais doí
É a dor da culpa.
Beijo
A beijos que possuem vida
Beijos que possuem dor.
A beijos que carregam saudade
E também muito amor.
A beijos que não se tocam os lábios
Mas que vivem no coração.
A beijos carregados de palavras
Mas sem nenhuma ambição.
A beijos que o mundo carrega
Mas cuidado com a reação.
Pois beijar por beijar não tem graça.
E não deixa o mais importante
Uma marca em nossa alma.
Alexandre C.
Poeta de Libra
2014 (o tempo não cura tudo)
nada irá curar a dor da saudade de você
o buraco que ficou desde que você partiu
a dor da sua ausência ...
o saber de nunca mais poder ouvir a sua voz
ou sentir o seu toque
minha lágrima não caiu quando você partiu mas por dentro eu desmoronei
mesmo quebrada em mil pedaços eu permaneço aqui
mas eu nunca mais serei a mesma
Anseio pelo dia em que essa dor irá sumir, o choro acabará e a saudade não mais existirá. Anseio pelo dia em que Jeová irá curar todo coração partido, destruído.
A morte destrói e maltrata quem ficou vivo, mas é Jeová quem cura.
(ver Apocalipse 21:3-4)
A saudade apertou
o tempo passou
e a dor continuou
eu preciso de você do meu lado
eu estou tão acabado
eu queria poder te dizer o que eu sinto por você
mais pelo jeito você não consegue nem mais me ver
ou muito menos reviver o que um dia nossa amizade trouxe para ambos.
Às vezes não sei
Se é choro de tristeza
Ou de alegria
Às vezes não sei
Se é dor ou saudade
Às vezes acho que vai
Transbordar e mudar
O meu ser por completo
Enquanto espero
Na vida a tua chegada
COVARDE
Se, assim, bater de novo à minha porta
Ah saudade! deixai quieta a minha dor
Não mais me traga sensação que corta
Que açoita a emoção com aflitivo ardor
Do pouco o tudo na recordação importa
E nada comporta um gesto tão opressor
Pois bem, cada lágrima pesar transporta
Então, dar-me-ás suspiro pra lhe transpor
Mas, aí! no peito bate forte está aflição
Sussurra em voz alta, em árduo alarde
Avidando um aperto no sisudo coração
Tremo... Sôfrego... E doloroso... sufocado,
... me deixo bater a saudade como covarde
E me ponho a sofrer como um apaixonado!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 dezembro, 2022, 11’42” – Araguari, MG
DELITO
Literato poema, vós, estais, sabedor
De uma dor cometida pela saudade
Sagaz, traidora, ao infortunado autor
Que cá dá vida a tristura que invade
O verso, ferido mortalmente de amor
Por uma paixão, afiada, sem piedade
Que inflama até hoje com largo ardor
Causando um poetificar pela metade
Ó tempo, que é o apurado mediador
Da quietude, e, portanto, o defensor
Neste processo dum sentir constrito
Em nome da miseração, pede, urgente
Mandeis a censura ao verso insistente
E, então, privar a poética de tal delito...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05 junho, 2023, 15’57” – Araguari, MG
SANGRAR EM DOR
Se o verso que escreve, a aflição contida
Na saudade, e fere na inspiração versada
Tudo por ele é pesar, toda alegria perdida
A emoção, tão vazia, se nota desprezada
Pudesse a poesia que na agonia é dividida
Sentir o suspiro duma penosa madrugada
E quanta lágrima, talvez, na poética ferida
Sentiria, em cada estrofe redigida, teatrada
Quanta gente ao ler, talvez, sem conceber
O quanto de desalento, de uma ilusão a ter
Numa prosa de um mal sem rumo de amor
Quanta gente sem estimar, e até imaginou
Somente sensação interina. Pouco passou!
Pois, quem, no seu versejar, sangra em dor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19 junho, 2023, 18'52" – Araguari, MG
Registro
Toda está saudade comovida
Meu relógio toca, hora a hora
É dura dor, badalada e doída
Toando solidão, ao ir embora
Como é vazia toda despedida
Incontida aflição, então, chora
Aperta a alma, se faz sentida
Soando numa privação sonora
O ponteiro marca cada sensação
E, seus minutos, tão singulares
Pulsam na cadência do coração
Ah! toada em toada, os olhares
De segundo a segundo, ilusão
Não mais há tempo de voltares!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20 agosto, 2023, 13’18” – Araguari, MG
SONETO AVOCANDO
Na mão da agonia, na dor desdita
Uma saudade, afinal, meu coração
Frustrado, no engano duma ilusão
Senti e amarga na tristura descrita
Como a dó, ferida, que do dano grita
Aumentando ainda mais a vastidão
Do verso sem decisão, sem a paixão
E, o sentimento desbotado e eremita
Como sofrente, em lôbrega jornada
O soneto, em uma poética prostrada
Sussurrando solidão insistentemente
Acossa, estorva, se vê desnorteado
Jorrando cada suspiro encarcerado
Avocando pelo momento pendente.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
10 agosto 2024, 07’57” – cerrado goiano
Dor secreta (soneto)
Se a saudade que escuma, alternasse
com o pesar que perfura, e caísse fora
e nalma tirasse o dragão que devora
as lembranças seriam uma catarse
O coração é um ser que também chora
que põe o suspiro a escorrer pela face
prensa o sufoco no peito num repasse
e quando encontra a solidão, tudo piora
Há, ilusão, uma piedade que causasse
uma esperança que pudesse ter agora
um alento que no ombro cochichasse
Se se eu pudesse ter uma outra outrora
mesmo na dor que chora, e estampasse
um parecer venturoso, eu iria embora...
Luciano Spagnol
12/06/2016, 16'10"
Cerrado goiano
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, vira promessa
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
SONETO EM SUSPIROS
Quando a saudade aparece
O tempo no tempo regressa
A dor no peito feri em prece
Misericórdia, roga promessa
Toda lágrima chorada, refece
A motivação é o que interessa
Se tristura ou júbilo, houvesse
É nela que a razão se expressa
E sempre se sabe, não esquece
Torna eternidade, na alma fenece
Pois, o vazio dói reto na saudade
E a solidão, pra ausência confessa
Suspiros, uivos, numa tal remessa
Que põe jogada ao léu a serenidade
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
Cheiro das palavras
Garatujam saudade
Rabiscam felicidade
Desenham amor
Borram a dor
Traçam sorte
Riscam a morte
As palavras... Imortais palavras... Cheiro
Dando vida e aroma ao coração forasteiro.
Luciano Spagnol
07'50", agosto, 2012