Poemas de Crianca de Charles Peguy
Achar-se situada à margem do mundo não é posição favorável para quem quer recriá-lo.
Ainda que eu falasse a língua dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine.
Nota: Adaptação de 1 Coríntios 13:1-13.
O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.
Eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.
A loucura é diagnosticada pelos sãos, que não se submetem a diagnóstico. Há um limite em que a razão deixa de ser razão, e a loucura ainda é razoável. Somos lúcidos na medida em que perdemos a riqueza da imaginação.
Não há mal pior que a descrença, mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão.
A maior felicidade para o ser humano é de poder viver para aquilo pelo qual estaria pronto a morrer.
Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...
A felicidade é um estado de espírito transitório por natureza. Nós temos momentos de plenitude, divinos, celestiais, mas, ao lado disso, tem a rotina, a dor de barriga, a dor de dente, a conta por pagar.
"Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado: é o amor que chegou na sua vida"
Em vão a mulher veste a máscara, continua sempre mulher, ou seja, louca. (...) É este dom da loucura que lhes permite ser, em muitos aspectos, mais felizes que os homens.
Se quiser falar ao coração dos homens, há que se contar uma história. Dessas onde não faltem animais, ou deuses e muita fantasia. Porque é assim – suave e docemente que se despertam consciências.
De todas as enfermidades que acometem o espírito, o ciúme é aquela a qual tudo serve de alimento e nada serve de remédio.
Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz. Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.
Não é a ocasião que faz o ladrão, dizia ele a alguém; o provérbio está errado. A forma exata deve ser esta: "A ocasião faz o furto; o ladrão nasce feito".