Poemas de Arnaldo Antunes
PAISAGEM SEM PLUMAS
Sinto o olor de uma matilha no encalço do Girassol:
A sequidão por soçobrá-lo é tamanha
Que a canina imagem faminta e ferina
Qual se forma na fonte da minha espiritual retina,
Apesar de intangível por a saber ainda bem longínqua,
Penetra-me na verve como dantesco voraz raio-trovão
E me lancina atrozmente a razão.
No entanto,
O Girassol está completamente despido do medo:
Ele espera os seus algozes belicosos, morteiros
Tal como se estivesse dormindo calmamente
Sob o aconchego da transparente armadura lúcida,
Reino da fleuma, da sabedoria, do candor e da bravura.
Então começo a crer
Que a hoste dos sóis
Da Resistência Desarmada
Estava envolta pelo manto
Desta balsâmica e benfazeja aura
Ao encarar a fronte vociferante
Dos promotores malévolos da dama Caetana Sorte.
Ás vezes,
Sou acometido de uma forte impressão:
A impressão de que os entes
Que trazem sobre o semblante
Estes predicados do solar sereno horizonte
Não morrem quando recebem o derradeiro golpe;
Antes, sofrem uma poderosa metamorfose:
De outros corpos mentais tomam posse,
Fazendo pulular jardins do iluminado Girassol
Por toda parte.
Afinal, eu reflito:
Mesmo que a matilha de cães famintos
Alcance e trucide o Girassol,
Sua prole --- tão lauta e prolífica ---
Há de nos alimentar o corpo,
A derme, o córtex, o coração:
Sempre resplandecente e nada inerte, o crepúsculo do olhar vão!
Portanto o Girassol concebe o mundo
Conforme os olhos de quem contempla
A paisagem mais límpida, cristalina:
Sem as plumas da obtuosidade, da dúvida
E da bruma da obliqua indulgência soturna.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
É tão dificil mudar algo que já está planejado em mim,
algo que me faz ser fria, e ao mesmo tempo aberta de mais.
É tão penoso não poder ser quem sou, existe uma barreira nas pessoas que mais amo, e alguem me puxando, para as pessoas que são boas a mim, importantes .. porem não familiar.
É tortuoso explicar o porque de certas atitudes quando não se sabe o porque de pensamentos que geram tais descordançias com nos mesmos, com o que meditamos ser.
É possivel sim, é borroso de fato não expresarmos o que somos, afinal o que seremos sem as atitudes que nos fazem ser quem passamos ser.
POEMA DA SOLIDÃO
Serei tão secreta
como o tecido da água
e tão leve
e tão através de mim deixando passar
toda a paisagem
e todo o alheio pecado
do gesto, da presença ou da palavra
que logo que a tua mão me prenda
me não acharás:
serei de água
Os Pesos da Vida
Qual você pretende ter na sua vida????eu quero o peso de ter unido um casal que estavam separados,eu quero o peso de ter ajudado alguém construir um sonho,eu quero ter o peso de ter ensinado o amor para alguém,eu quero o peso de ter sido a felicidade de alguém,eu quero os pesos bons da vida.não seja o peso de destruição de casais,não seja o peso de ter destruido um sonho,não seja o peso da destruição de um amor,não seja o peso da tristeza de alguém.seja o peso da presença do bem.não se junte aos mals pesos eles pesam muito mais quando são colocados na balança.
PLEONASMO DO POEMA-POESIA
O Poema é uma centelha
Concomitantemente
Conclamada e errática.
O Poema é a equação
Que habita o cérebro
Da nossa dualidade:
Pavimenta a alameda da emoção e da racionalidade.
O Poema é uma enigmática areia movediça:
Rebenta prenhe ou órfão de um intento
E trilha vias do alcácer das viroses dos abstratos, concretos tormentos
(sejam os frívolos dissabores, seja a dantesca
luminescência da bruma do quase aniquilamento),
Antes de se transmudar em monumento
Á Lógica, ao tornado dos vulcânicos sentimentos
Ou ao maremoto dos libertários devaneios.
O Poema é a aquarela
De um premeditado
Ou inesperado Estalo:
Nasce no córtex,
Navegando pelo
Oceano de teias e correntes da mente
Para, em seguida, desaguar sobre
O espaço vazio como palavra:
Quer Verso insalubre, amarelo, hospitalar, alegria flagelada;
Quer jucunda ventania, Poesia em estado de Graça!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Veneno
Te envenenar contra mim, fazem você ser comigo alguém que eu não conheço, me apresentar a você como sua maior inimiga.Colocam você em uma posição que nem você acredita que existe.Te fazem ser cruel,vingativo.
Quantas vezes eu terei que esquecer tantos enganos???
E por querer te dar amor,te mostrar como o mundo é melhor sendo bom,tenho levado a pior,tenho sido a pior,tenho feito parece que tudo errado.Porque você só consegue enxergar o que as pessoas querem,e elas não querem que você me enxergue nos seus olhos.
O veneno um dia irá te mostrar quem é seu verdadeiro dono,do qual fonte ele saiu,e ai quando isso acontecer,você vai lembrar com saudades da pessoa que quis te tornar melhor e fazer o melhor por você sempre,mais foi impedida por uma fonte que só tem veneno.
A Mentira é a Base da Civilização Moderna
É na faculdade de mentir, que caracteriza a maior parte dos homens actuais, que se baseia a civilização moderna. Ela firma-se, como tão claramente demonstrou Nordau, na mentira religiosa, na mentira política, na mentira económica, na mentira matrimonial, etc... A mentira formou este ser, único em todo o Universo: o homem antipático.
Actualmente, a mentira chama-se utilitarismo, ordem social, senso prático; disfarçou-se nestes nomes, julgando assim passar incógnita. A máscara deu-lhe prestígio, tornando-a misteriosa, e portanto, respeitada. De forma que a mentira, como ordem social, pode praticar impunemente, todos os assassinatos; como utilitarismo, todos os roubos; como senso prático, todas as tolices e loucuras.
A mentira reina sobre o mundo! Quase todos os homens são súbditos desta omnipotente Majestade. Derrubá-la do trono; arrancar-lhe das mãos o ceptro ensaguentado, é a obra bendita que o Povo, virgem de corpo e alma, vai realizando dia a dia, sob a direcção dos grandes mestres de obras, que se chamam Jesus, Buda, Pascal, Spartacus, Voltaire, Rousseau, Hugo, Zola, Tolstoi, Reclus, Bakounine, etc. etc. ...
E os operários que têm trabalhado na obra da Justiça e do Bem, foram os párias da Índia, os escravos de Roma, os miseráveis do bairro de Santo António, os Gavroches, e os moujiks da Rússia nos tempos de hoje. Porque é que só a gente sincera, inculta e bárbara sabe realizar a obra que o génio anuncia? Que intimidade existirá entre Jesus e os rudes pescadores da Galileia? Entre S. Paulo e os escravos de Roma? Entre Danton e os famintos do bairro de Santo António? Entre os párias e Buda? Entre Tolstoi e os selvagens moujiks? A enxada será irmã da pena? A fome de pão paracer-se-à com a fome de luz?...
Teixeira de Pascoaes, in "A Saudade e o Saudosismo"
O amor é um tanto quanto curioso; difícil de se entender, e complicado de se explicar.
( VDM - 22/06/09)
[...]As vezes a vida só passa a ter sentido quando realmente nos vemos no interior da alma e conhecemos aquele que aparece no espelho e que dizemos ser ...Eu
VDM.
[...]O sonho é apenas uma proporção do que queremos para nós, porém vale distinguir o real do irreal.
(VDM - 23/09/07
[...]Trate bem aquele que te empurrou no fundo do poço, tenha certeza que será
Mais doloroso para este que vingar-se atirando-o no abismo.
VDM (23/09/07)
[...]O verdadeiro valor está no oferecer e não no receber,
e o melhor de não ver ações é saber das intenções.
VDM (24/11/07)
[...] Não morra antes de viver. O tempo passa rápido parece correr,
As vezes não temos mais o que perder, só bons momentos queira ter,#11;não podes esquecer o que é viver.
(VDM 24/09/2007)
[...] Seja humilde mesmo que tenha todo o ouro do mundo, porque as vezes a
Ganância destrói o coração e a felicidade não está no dourado das coisas
Pequenas.
(VDM 02/10/2007)
JULIETA - Que homem és tu, que surpreende de tal modo meus segredos?
ROMEU - Meu nome, adorada, é odiado por mim mesmo porque é teu inimigo...
JULIETA -Não és Romeu? Não és um Montecchio?
ROMEU - Nem um nem outro, formosa donzela, se os dois te desagradam.
JULIETA - Como chegaste até aqui, dize-me e por quê?
ROMEU - Com as asas do amor, transpus estes muros, porque os limites de pedra não servem de empecilho para o amor. E o que o amor pode fazer, o amor ousa tentar. Assim teus parentes não me são obstáculos.
JULIETA - Se te virem, matar-te-ão...
JULIETA - Ó Romeu, Romeu! Por que és Romeu? Renega teu pai e recusa teu nome; ou, se não desejares, jura-me somente que me amas e não mais serei um Capuleto.
ROMEU - Continuarei a ouvi-la ou vou falar-lhe agora?
JULIETA - Somente teu nome é meu inimigo. Tu és o mesmo sejas ou não um Montecchio...
ROMEU - Tomo-te a palavra. Chama-me apenas de amor e serei de novo batizado. Daqui para diante, jamais serei Romeu. "
Esse diálogo, travado no jardim dos Capuleto, faz parte da cena II, ato 2, do clássico de Sheakespeare; aliás, pode-se dizer que é história mais parodiada de todos os tempos, sua fórmula é mais do que utilizada em filmes e novelas...
Descoberta
Você quer saber se sou feliz
Você sabe o que é ser feliz
Você acha que é breve nas palavras
Consegue ver algum ponto positivo em crescer,
Você pensa que podemos seguir adiante
Você representa alguma insatisfação
Já reparou que tem tanta gente girando
Já se viu no espelho e sorriu para os defeitos,
Você quer saber se sou feliz
Tenho uma mãe que me trata como príncipe
Um pai que realmente se importa comigo
Tenho sonhos que represento em sonhar,
Você precisa de provas para construir
Já tentou ser deixado de lado
Já olhou aquele excluído dentro dos olhos
Já tentou ser despercebido,
Você ainda precisa saber se sou feliz
Você já pensou na distancia antes de chegar
Você já teve vontade de fazer o que não devia
Já quis tentar ser seu próprio deus,
Você precisa ser sempre o futuro
Você já quis ter uma grande doença
Já se amarrou ou se fez sangrar
Você já pediu para nascer outra vez,
Ainda precisa saber se sou feliz
Olha agora em volta as montanhas
Existem tantas pedras que nem existem
Assim como as grandes verdades.
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