Poemas de Antonio Mota
Também eu trago a saudade
nos sentidos
se dissesse que não
era mentira
Também eu perdi um cão
casas
rios
Mas hoje
tenho mulher
amigos
e uma saudade mais real
é que me inspira
Não durmo ainda
Só na cama
o tempo
ainda é meu
como a palavra
Discretamente
me agito
no colchão
Não penso em Deus
na morte
Imprimo
Aqueço-me
Escuto
conservo a posição
Depois das 7
as montras são mais íntimas
A vergonha de não comprar
não existe
e a tristeza de não ter
é só nossa
E a luz torna mais belo
e mais útil
cada objecto
Mudamos esta noite
E como tu
eu penso no fogão a lenha
e nos colchões
onde levar as plantas
e como disfarçar os móveis velhos
Mudamos esta noite
e não sabíamos que os mortos ainda aqui viviam
e que os filhos dormem sempre
nos quartos onde nascem
Vai descendo tu
Eu só quero ouvir os meus passos
nas salas vazias
CINISMO
"Se o cinismo servisse tanto ao povo como serve aos políticos, em Portugal não haveria pobres!"
(Isto a respeito de Ferro ter dito que “combate à corrupção está no ADN do PS”.)
António da Cunha Duarte Justo
in Poesia e Aforismos
NARCISISMO
“Se fazes da vida a tua narrativa tem cuidado porque então enredas-te a ti e Também os outros ficam enredados nela! “
António da Cunha Duarte Justo
in Poesia e Aforismos
ENTRE GOZO E FELICIDADE
"Sou feliz, não sei porquê, mas, se observo o mundo à minha volta, noto que me falta o gozo! Afinal, não chega só procurar fazer o bem!"
António da Cunha Duarte Justo
in Poesia e Aforismos
Este homem que pensou
com uma pedra na mão
transformá-la num pão
transformá-la num beijo
Este homem que parou
no meio da sua vida
e se sentiu mais leve
que a sua própria sombra
POEMA DUM FUNCIONÁRIO CANSADO
A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço?
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que vivo é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto
Vida!
Que dádiva tão rara
Tempo!
Que dádiva tão cara
Busco obter respostas
E a dúvida não para
Fazer o que!?
Crio metas, crio planos
Sei que não posso parar
Por mais que pare
O tempo continua a passar
Pois o tempo é fera feroz
Finda a vida com furor atroz
Passa instantes e momentos
Passa razão e sentimentos
Passa o tempo dos mortais
E tudo que ele traz
Orgulho e indecência.
Humildade e inocência.
Poder e sorte.
Vida e morte.
Se a vida me é tão rápida
Que eu tenha segurança
De ser eterno no porvir
E eterno na lembrança
" O TEMPO "
Aprendi com a vida que o tempo
É quem nos ensina a viver
A cada dia que passa
Faz nos aos poucos crescer
E nos obriga a sermos fortes
Para não vir perecer...
Pois na batalha constante
Que o mundo nos oferece
Quem tiver medo da vida
Sufoca se, mingua, não cresce
Vai morrendo aos poucos
Da vida desaparece...
Porém se descobrirmos o segredo
Que a própria vida nos dá
Teremos armas potentes
Para sem medo lutar
E com certeza concreta
Vir no final triunfar...
Basta olhar a si mesmo
E libertar o amor
Que as vezes aprisionados
Com ódio, mágoas, rancor
E deixamos passar em branco
O encanto e o perfume da flor...
Basta um simples abraço
Ou um caloroso bom dia
Para arrancar a tristeza
Do seu próximo, que sofria
E as lágrimas frias, doloridas
Se transformar em alegria...
Basta olhar ao redor
E ver que tudo é simplicidade
E que a força maior
Encontra se na humildade
A porta aberta que nos leva
A plena felicidade...
Vai enfim perceber
As batidas do coração
E sentir a força que tem
A sinceridade de um perdão
E olhar ao seu semelhante
Com olhos humanos de irmão...
Assim verás que é o amor
Que ilumina o seu caminho
Compreenderás que nunca esteve
E nem ficará sozinho
Pois é Deus que a frente vai
Tirando lhe as pedras e espinhos...
Como quem, vindo de países distantes fora de
si,chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.
Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca
Há um deus único e secreto
em cada gato inconcreto
governando um mundo efémero
onde estamos de passagem
Um deus que nos hospeda
nos seus vastos aposentos
de nervos, ausências, pressentimentos,
e de longe nos observa
Somos intrusos, bárbaros amigáveis,
e compassivo o deus
permite que o sirvamos
e a ilusão de que o tocamos
Nunca tinha caído
de tamanha altura em mim
antes de ter subido
às alturas do teu sorriso.
Regressava do teu sorriso
como de uma súbita ausência
ou como se tivesse lá ficado
e outro é que tivesse regressado.
Fora do teu sorriso
a minha vida parecia
a vida de outra pessoa
que fora de mim a vivia.
E a que eu regressava lentamente
como se antes do teu sorriso
alguém (eu provavelmente)
nunca tivesse existido.
Primeiro abre-se a porta
por dentro sobre a tela imatura onde previamente
se escreveram palavras antigas: o cão, o jardim impresente,
a mãe para sempre morta.
Anoiteceu, apagamos a luz e, depois,
como uma foto que se guarda na carteira,
iluminam-se no quintal as flores da macieira
e, no papel de parede, agitam-se as recordações.
Protege-te delas, das recordações,
dos seus ócios, das suas conspirações;
usa cores morosas, tons mais-que-perfeitos:
o rosa para as lágrimas, o azul para os sonhos desfeitos.
Uma casa é as ruínas de uma casa,
uma coisa ameaçadora à espera de uma palavra;
desenha-a como quem embala um remorso,
com algum grau de abstracção e sem um plano rigoroso.
Tudo muda mas nada é novo
Vaidade e mais vaidade
A vida é uma tragédia
Da qual se tem saudade.
Oh mudança que aflige
Estou em tua arquibancada
O essencial vira adjacente
E o adjacente vira nada
A paixão já não mais existe
A flor não nasce mais
E o espinho que persiste
A muito ficou pra trás
Apenas amor restará
Restará no meu além vida
Plantarei no meu quintal
Oh, rosa mais bonita
Pois tão forte quanto o tempo
Está a lembrança que levo comigo
Lembrança não de mudança
Mas de amor e de amigo.
Era uma vez uma pessoa cheio de planos, cheio de saúde, cheio de idéias mas em um certo momento da vida dele, ele ganhou um balde de água fria. Ele romântico, carinhoso, prestativo, entre outras coisas acho que isso não foi o suficiente e a pessoa que ele gostava mesmo assim escapou das mãos dele.
Não sei o que acontece com esse Mundo, coisas que no passado seriam tão ligadas ao caráter, índole da pessoa, sendo visto por muitos como um ponto ou vários positivos. Acho que hoje em dia as pessoas preferem as pessoas que não valem nada e que não dão a atenção mais que deveriam... Talvez eu devesse fazer isso??
Será que devemos mudar nossa essência por causa dos outros ? Mudar tudo o que nós aprendemos com os nossos avós, pais e mudar por causa de uma sociedade que está cada vez mais egoísta ou materialista ??
Vontade às vezes de desistir de tudo e deixar acontecer e parar de lutar, parar de insistir e imaginar que poderia dar algo certo,parar de tentar sempre ser o bonzinho e ser mais "fdp" mas eu saberia que estaria deixando de ser Eu.
Acho que as pessoas deveriam valorizar mais o sentimentos dos outros, dar mais atenção com quem realmente se importam com ela (e), está faltando muito isso hoje em dia, pessoas que realmente se preocupam e dão valor a pessoa que ela é no seu dia e dia e não o que a pessoa tem em bens materiais....
Apenas um desabafo..
Hoje vou já começando dizendo que isso é um desabafo de um coração que está quebrado! Eu sei que o que eu sinto é muito forte e tá sendo muito difícil tomar essa decisão de estar ou tentar desistir quando eu sei que não sou de desistir assim!!
Bom, não sei o que fazer, afinal você está em outro Continente, mas eu estava determinado a pelo menos te esperar pois eu sei que você vale a pena, mas depois dessas duas semanas você me mostrou ser uma outra pessoa e essa pessoa é alguém que eu não gostaria de ter em minha vida...
Não sei se vamos nos encontrar novamente, ou sair por ai pra conversar, só que nesse exato momento vou me dar mais espaço, vou me dar a chance para outra pessoa tentar me fazer gostar dela na mesma intensidade eu gostei de ti.
Toda mulher merece ser tratada com carinho, atenção, respeito e muito amor, e é por esse amor que eu sinto por você que vou deixar você ir embora mesmo que isso possa me matar por dentro....
Vou tentar seguir em frente, irei tentar parar de te mandar mensagem ( espero que eu consiga isso, vai ser a parte mais difícil ), afinal de contas você foi a pessoa que eu mais amei em minha vida e acho que isso não foi escondido por você e tu sempre soube.
Nunca foi tão doloroso escrever algo aqui como está sendo agora, mas é um desabafo e preciso colocar pra fora...
Vou Sentir muita saudades de ouvir a sua voz, do seu abraço, de jantar, de almoçar, de ir te buscar em casa e ficar esperando você na frente da sua casa enquanto se arrumava mesmo todas as vezes atrasando...
Mas vou tentar, tentar de todo coração seguir em frente, mesmo o tão dolorido isso possa ser...
ACRÓSTICO EM MINHA HOMENAGEM
V i uma luz, incandescente, a clarear,
Iluminando em seu fulgor a barra inteira
Luz na no forte, em São Marcelo, Amaralina,
Muito mais brilho no Farol, no Forte, Ondina,
Abaeté era só luz de beira a beira.
D e tanto espanto, eu me indaguei, como que louco!
E a luz, intensa, indiferente a minha queixa,
Forte e brilhante muito mais do que há bem pouco...
A brisa, o vento sussurra: segue, deixa
Tamanho brilho, dessa forma, nunca visto,
Igual a tanto deve ser sinal do tempo,
Mas tempo a vir, como nos foi longe previsto,
Alteração, sim, dessa coisa espaço-tempo.
O que escutei, da cena em mim, de todo o espanto
Lívido, em transe, comportei-me estupefato;
Indiferente quis ficar com o como e o quanto,
Vi nesse quadro, embevecido, estranho fato.
E m que a força veio a nós, Sua Presença
Indicativa do poder que lhe foi dado,
Reino de paz em fúria santa, que a descrença,
Alienada, tem de ver por seu pecado.
Lenta, depois, amanheceu e veio a calma,
Era manhã, de sol, bonita e claro dia,
Interessante como após que o susto passa
Todos se voltam a sua rotina, e foi uma graça:
Era só Vilma trabalhando em poesia.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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