Poemas de Amor que Chega Arrepia
Todo mundo fica para baixo de vez em quando. Desanimar é próprio do ser humano, porque ninguém é de ferro nem pode ser forte toda vida. A fragilidade faz parte do crescimento, ajuda a gente a se fortalecer.
Mas desanimar não é desistir. Como uma onda que passa, o desânimo pode deixar uma devastação, mas sempre é tempo de se reconstruir. É a lei do progresso. Quando você se sente para baixo, pensando em desistir, algo na sua vida acontece que lhe dá uma mexida. É Deus falando com você, lembrando que tudo tem solução. Pode parecer que não, mas nada é definitivo, nem a morte, que é só um estágio de transição. Tudo pode ser refeito, desfeito e perfeito, porque a perfeição depende das suas expectativas.
Permita-se aceitar que você pode desistir. Isso dá um conforto danado na gente, porque retira de nossos ombros aquela cobrança que a sociedade impõe de que temos que ser persistentes. Você pode desistir, se quiser. Só não desista da vida, porque, sem essa, não dá para se fazer mais nada. A vida é nosso repositório de experiências. Sem elas, não avançamos.
Jogue tudo para o alto, mas lembre-se de que tudo o que sobe há também de descer. Quando isso acontecer, deixe cair o que não lhe serve mais e agarre o que lhe pertence. Você vai ver que isso não é desistir, mas usar a inteligência para se libertar do que pesa na alma para depois prosseguir com confiança, serenidade e, aí sim, persistência.
Menino chorando na noite
Na noite lenta e morna, morta noite sem ruído, um menino chora.
O choro atrás da parede, a luz atrás da vidraça
perdem-se na sombra dos passos abafados, das vozes extenuadas.
E no entanto se ouve até o rumo da gota de remédio caindo na colher.
Um menino chora na noite, atrás da parede, atrás da rua,
longe um menino chora, em outra cidade talvez,
talvez em outro mundo.
E vejo a mão que levanta a colher, enquanto a outra sustenta a cabeça
e vejo o fio oleoso que escorre pelo queixo do menino,
escorre pela rua, escorre pela cidade (um fio apenas).
E não há ninguém mais no mundo a não ser esse menino chorando.
Tudo é expressão.
Neste momento, não importa o que eu te diga
Voa de mim como uma incontenção de alma ou como um afago.
Minhas tristezas, minhas alegrias
Meus desejos são teus, toma, leva-os contigo!
És branca, muito branca
E eu sou quase eterno para o teu carinho.
Não quero dizer nem que te adoro
Nem que tanto me esqueço de ti
Quero dizer-te em outras palavras todos os votos de amor jamais sonhados
Alóvena, ebaente
Puríssima, feita para morrer...
DIANTE DAS FOTOS DE EVANDRO TEIXEIRA
A pessoa, o lugar, o objeto
estão expostos e escondidos
ao mesmo tempo, sob a luz,
e dois olhos não são bastantes
para captar o que se oculta
no rápido florir de um gesto.
É preciso que a lente mágica
enriqueça a visão humana
e do real de cada coisa
um mais seco real extraia
para que penetremos fundo
no puro enigma das imagens.
Fotografia-é o codinome
da mais aguda percepção
que a nós mesmos nos vai mostrando,
e da evanescência de tudo
edifica uma permanência,
cristal do tempo no papel.
Das lutas de rua no Rio
em 68, que nos resta,
mais positivo, mais queimante
do que as fotos acusadoras,
tão vivas hoje como então,
a lembrar como exorcizar?
Marcas de enchente e de despejo,
o cadáver insepultável,
o colchão atirado ao vento,
a lodosa, podre favela,
o mendigo de Nova York,
a moça em flor no Jóquei Clube,
Garrincha e Nureyev, dança
de dois destinos, mães-de-santo
na praia-templo de Ipanema,
a dama estranha de Ouro Preto,
a dor da América Latina,
mitos não são, pois que são fotos.
Fotografia: arma de amor,
de justiça e conhecimento,
pelas sete partes do mundo,
viajas, surpreendes, testemunhas
a tormentosa vida do homem
e a esperança de brotar das cinzas.
Há maquinas terrívelmente complicadas para as necessidades mais simples.
Se quer fumar um cachuto aperte um botão,
Paletós abotoam-se por eletricidade,
Amor e faz pelo sem-fio,
Não precisa estômago para digestão (...)
Eterno! Eterno!
O Padre Eterno,
a vida eterna,
o fogo eterno.
(Le silence éternel de ces espaces infinis m'effraie.)
— O que é eterno, Yayá Lindinha?
— Ingrato! é o amor que te tenho.
Eternalidade eternite eternaltivamente
eternuávamos
eternissíssimo
A cada instante se criam novas categorias do eterno.
Eterna é a flor que se fana
se soube florir
é o menino recém-nascido
antes que lhe dêem nome e lhe comuniquem o sentimento do efêmero
é o gesto de enlaçar e beijar
na visita do amor às almas
eterno é tudo aquilo que vive uma fração de segundo
mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma
[força o resgata
é minha mãe em mim que a estou pensando
de tanto que a perdi de não pensá-la
é o que se pensa em nós se estamos loucos
é tudo que passou, porque passou
é tudo que não passa, pois não houve
eternas as palavras, eternos os pensamentos; e
[passageiras as obras.
Eterno, mas até quando? é esse marulho em nós de um
[mar profundo.
Naufragamos sem praia; e na solidão dos botos
[afundamos.
É tentação a vertigem; e também a pirueta dos ébrios.
Eternos! Eternos, miseravelmente.
O relógio no pulso é nosso confidente.
Mas eu não quero ser senão eterno.
O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus,
se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
A história de amor mais inocente começa com um olhar, passa ao sorriso, chega ao aperto de mãos às escondidas e acaba com um beijo e um sim.
O verdadeiro amor chega na nossa vida não no dia em que o outro diz que nos ama. O verdadeiro amor chega na nossa vida no dia em que o outro sem dizer uma palavra, nos olha nos olhos e nos convence que nos ama, sem precisar dizer, sem precisar usar o recurso da palavra. Nos olha nos olhos e nos deixa a vontade, porque as pessoas que verdadeiramente nos amam, nos deixam a vontade pra sermos aquilo que a somos.
O amor é o carinho,
É o espinho que não se vê em cada flor.
É a vida quando
Chega sangrando aberta
em pétalas de amor
Tem amor que acalma.
Que chega sem pressa,
fala com o olhar
e entende o silêncio.
Amor que não pesa,
não cobra,
não machuca.
Amor que é casa,
porto,
paz.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
Tem amor que não precisa ser anunciado.
Ele chega leve, permanece discreto,
mas cuida da gente com uma presença que acalma.
É o tipo de amor que entende silêncios,
acolhe cansaços,
e se faz morada… mesmo sem pedir nada.
— Edna de Andrade
@coisasqueeusei.edna
O amor não bate na porta
Nem chega para te avisar
Chega de penetra
Pra gente não o encontrar
Até que chega o momento
Que descobre que está lá
O amor não está na aparência
Mas sim no coração
A felicidade eterna
Está em amar o irmão.
ALMAS SEMELHANTES
O amor chega sem avisar, sem um dia específico ou hora para acontecer...
Ele vem de mansinho ou como um furacão.
Chega se instala, ocupa todos os espaços, faz moradia em nosso viver e, em nosso coração.
Os sintomas são sempre os mesmos para todos, independentes de raça, cor, nacionalidade ou credo...
Mãos geladas, friozinho na barriga e borboletas no estômago...
Vira a vida do avesso e tem inicio uma alegre e feliz bagunça em nosso ser.
O amor acontece quando duas almas semelhantes se encontram, se compreendem e sentem a necessidade da junção das mesmas...
Entendem-se no olhar, sem haver palavras. Compreendem-se na alegria dos gestos, no olhar e no desejo de ser melhor, e mesmo distante estão sempre juntas entrelaçadas no amor, na compreensão e na torrente constante da saudade que invade e toma de assalto o coração da gente.
E no momento do encontro definitivo de almas semelhantes... Os sentimentos contidos pela espera extravasam-se na plenitude da alegria e no amor contido pelo tempo. Amar e amar na certeza de um pôr-do-sol, no brilho das estrelas, na luz do luar e na certeza de um novo amanhecer.
Viver, sorrir, brincar, ver a noite chegar. Entrelaçar as mãos sem nada dizer, olhar nos olhos e tudo compreender.
Pois almas semelhantes são marcadas para caminharem juntas e não conseguem viver separadas e existirá sempre o caminho e a porta aberta para esse encontro...
Almas semelhantes têm a forma humana do ser amado, de amigos, filhos, familiares e tem a necessidade do encontro e a certeza que seguirão juntas para a eternidade!
MEU AMOR (4)
Quando a noite chega trazendo contigo seu silencio profundo
e muitos se deitam em seus leitos ao encontro de seus sonhos
Eu não consigo dormir, pois penso em ti a noite toda
Pois dentro de mim ainda vive a lembrança de tua imagem
Tão doce, tão bela e bem viva
E a emoção então aos poucos me invade
E de repente eu sinto o fogo ardente escorrer pelo meu rosto
Em forma de lágrimas de saudades de você
Confesso te que não durmo direito
pois o pesadelo da solidão me persegue, me assustando por inteiro
E de repente eu acordo
E respirando fundo dou um forte abraço em meu travesseiro
Da mesma maneira que um filho abraça sua mãe
Quando retorna de uma longa viajem
Aí, eu me pergunto:
-Onde está você?
-Quando você irá voltar pra mim?
-Quando deixarei de viver só e triste?
-Quando poderei ter paz e ser feliz?
Com você é claro
Talvez algum dia, quem sabe
Tem hora que penso que sou apenas um passado pra você
Talvez sendo como uma alucinação, sei lá
Talvez sendo a última página lida de um romance antigo
De um sonho que você está matando aos poucos
Me expulsando da sua vida
Mas este sonho não vai morrer
Pois a cada passo que a saudade me invade
Me faz feliz cada vez mais
E acredito que um dia poderei de novo tocar tuas mãos, olhar em teus olhos
abraçar teu corpo, e gravar em teus lábios
As quatro letras da palavra AMOR
ORIGINAL ESCRITO EM 19/01/1992 00:12 DA MADRUGADA DE DOMINGO
NATAL
Chega o Natal e "a mortalha do amor" não se evita.
Não é um aumento da dor ou da saudade, é a reedição do quanto é dífícil a perda de quem se ama diante do mundo que celebra o nascimento daquele que nos amou como ninguém mais e pereceu das nossas mãos e por nós.
É Natal, ou será, se sempre não é; mas isso altera o tempo, porque o Natal é momento de luz e sob a luz a saudade se mostra, sangra desavergonhada, se confessa...Dói sem trégua na triste e pura verdade.
É Natal e sou órfã!
