Poemas de Amizade de Jorge Amado
Tudo vale o que resta do nada que se importa,
E do que vale tudo se o resto não importa.
Servimos com amor o nosso destino,
Caso imperfeito no átrio do desatino.
Refugio particular do momento insano,
Tribulações e atos de desengano.
Gosto do amor que tu me trazes,
E a paz que a cada dia me refaz.
Chorar por amor é viver em contradição...
Querendo entender a razão, nos motivos de um coração.
Chorar de amor, quando a saudade vem te procurar...
E a lembrança te machuca quando pensa no que passou.
Sentimento estranho esse tal de amor...
Traz tanta alegria, causa tanta dor.
Mas eu acredito tem o seu valor...
Se foi verdade não foi em vão.
Depois que te conheci, eu nunca mais te esqueci.
Depois que você disse adeus,
somente eu sei o que aconteceu.
Todo aquele amor, que eu tinha por você,
guardei no fundo do meu coração.
Por que sofrer, por que chorar?
Fingir não ver, se enganar?
Não foi falta de amor, eu não te procurar.
As vezes a saudade batia pra valer
e todos os caminhos me levavam a você.
Eu hoje estou sozinho, não quero mais sofrer
e quem me perguntar eu só vou dizer...
Depois que te conheci, eu nunca mais te esqueci.
Depois que você disse adeus,
somente eu sei o que aconteceu.
Todo aquele amor, que eu tinha por você,
guardei no fundo do meu coração.
"SE FOR PARA TRAIR, PREFIRO TERMINAR A RELAÇÃO."
Existem questões que surgem durante uma relação amorosa (ou não), que nos faz pensar o quanto temos medo de sermos traídos. Quando o outro(a) pergunta "Você me trairia ?" a resposta óbvia é "Jamais, prefiro terminar com você antes." E repetimos essa mesma resposta a todos os outros que nos perguntarem. Mas o quanto isso é verdade ?.
Mentir para preservar uma relação é compreensível, mas acreditar na própria mentira é ser idiota. Se estamos em uma relação, isso quer realmente dizer que estamos apaixonados ?. E se estamos apaixonados, quer dizer que não traímos ?. Quem traiu, o fez porque não amava ?.
A hipocrisia de responder ao outro que prefere terminar a relação a cometer uma traição, não esta na resposta e sim na atitude de auto preservação. Apesar de comum, ninguém quer ser o traído e caso aconteça poderá crucificar o outro que traiu, alegando que não precisava ser assim, que bastava terminar a relação, que ela(e) entenderia. E nesse circo, temos as famosas frases de efeito com as quais bombardeamos o traidor; " Quem ama não trai", "Amor é confiança", "Bastava dizer, eu seria capaz de entender" e outras tantas.
Minha opinião é que existem motivos diversos para trair, mas sejam eles quais forem o traído jamais aceitará o fato de ter sido premiado com um belo par de chifres. Pode até perdoar, mas não esquecerá ou aceitará. E aqui vai um aviso, não fique surpreso se mais tarde for traído e o outro usar o perdão que deu por uma traição como desculpa e pedir que você faça o mesmo, ou seja, perdoar.
"Escolhas"
Uma escolha deve se dar no momento da mente serena e do coração repousado.
A turbulência nos pensamentos e a dor de um coração ferido, somente nos guiam em direção a próxima queda. Repouse teu espirito, una-se a natureza. Em um momento de escolha, não diga nada antes de ouvir o vento, deixe o sol acalentar, abrace a noite e descanse. Ao despertar escolha bem e seja justo.
Todas às vezes.
Todas as vezes que tive oportunidade me deitei com ela.
Toda às vezes me senti surpreendido por sua presença.
Todas às vezes desejei que ficasse em meus braços,
em minha mente.
Toas às vezes ela volta e como sempre me causa mudanças.
Todas às vezes penso em abandoná-la,
mas me tornei seu amante.
Todas às vezes a encontro flertando com todos,
mas não me importo.
Todas às vezes ouço alguém falar dela,
mas nem todos a entendem.
Todas às vezes que ela me acompanhou me senti realizado.
Todas às vezes pensei que ela fosse parte minha,
mas é de todos.
Todas às vezes eu a recebo de braços abertos.
Todas às vezes que tive dúvidas ela me ajudou.
Todas às vezes ela me chama.
Todas às vezes eu a amei.
Todas às vezes eu a chamo pelo nome... Filosofia.
Saudade é bem mais que a lembrança
De um tempo que já passou,
Saudade é a alma tentando encontrar-se
Num rastro distante que o tempo apagou.
A alma ganha sentido,
Na tarde que se arremanga,
Sabiás comendo pitanga,
E um João-de-barro enfezado,
Lavando o corpo emplumado,
Na beirada de uma sanga ...
O tempo vai repontando,
Oque a estrada determina,
Ontem, hoje e amanhã,
Três partes da mesma sina.
Quem espera pelo tempo,
Leva a vida sem razão,
Pois o tempo, na verdade,
Não passa de uma ilusão.
Não quero poupar o meu coração
Quero me entregar sem consultar a razão
Na esperança de que a linha do destino
Que cruzou o nosso caminho, nós leve para o mesmo lugar.
Em desatino andou meu coração
Retrato compreensível do ardor em chamas
Legítima retribuição de quem ama
Fogo ardente entre labaredas e cavaletes
Retorno do instinto retrocedente
Expoente do amor, eterno por esplendor.
Brilho da restrita silhueta... Sua silhueta
Em um só corpo adormecido pelo calor
Entre a espada craveja-te obséquio amor.
Toda porta é entrada e também saída,
Toda subida também é descida,
Toda estrada por ela se vai e também se vem,
Em quase tudo há dois sentidos,
Enquanto se vive também se morre,
E quando se morre também se vive;
E assim por diante...
Sensível demais eu sou um alguém que chora
Por qualquer lembrança de nós dois
Sensível demais você me deixou e agora
Como dominar as emoções
Se você procura alguém perfeito;
Entenda de uma vez por todas que você está no lugar errado;
Não será neste mundo que você o encontrará!
Ás vezes a saudade bate com tanta força que diante da veemência dos estragos deixados durante a sua passagem, dificilmente alguém se atreve a definir com propriedade quem – até o presente momento - foi a sua maior vitima; se o olhar, que na incerteza de um reencontro se vê incapaz de esconder as marcas do seu descontentamento mais sincero, ou se a pele, que de tão acostumada com as tantas e tão intensas entregas sempre bordadas com fios de cumplicidade, já não sabe expressar com clareza se o que mais sente é a falta ou uma falta de sentir.
Abraços costumam ser genuinamente aceitos e compreendidos, não importa o idioma de quem materialize um sentimento. Mas quando se tem pele com alguém, estando aninhado(a) no (a)braço do outro como se logo adiante a eternidade estivesse à nossa espera, percebemos, sem equívocos, que aquele lugar foi especialmente criado para acalmar nossas dúvidas mais traidoras, bem como para acomodar nossas certezas mais doces.
Que ali, dentro daquele gesto, só há espaço para a conjugação do verbo ser. E então somos. Nós. Sós.
E naquele breve instante onde os nossos olhares se encontram preenchendo o espaço deixado pela (agora, dispensável) fala que se perdeu pelo caminho, nada mais importa tanto quanto estarmos ali, em silêncio. Ambos em unidade. Dois corações numa única batida. Ritmada. Intensa. Criteriosa. Tendo o silêncio como nosso aliado, permitindo que a nossa respiração agora se vista de trilha sonora. A nossa. E nela pegamos carona com destino à certeza mais aconchegante. Embalados pelo cheiro mais apaziguador. Guiados pelos toques mais verdadeiros.
Como é bom estarmos juntos para sermos, pura e simplesmente, nós.
Com o tempo eu fui percebendo que amar é reconhecer a necessidade de dar abrigo seguro para aquilo que, de tão intenso e grandioso, já não cabe mais em mim. E que ao entregar a melhor e a pior parte de quem sou, me resta a esperança de que lá - onde e caso sejam recebidas - as partes que me compõem possam simplesmente ser acolhidas em segurança.
Porque amo, me cabe a missão de fazer de quem sou, o melhor porto-seguro para quem me tem amor. Por ser amado, me torno responsável por aquilo que me foi entregue em confiança. Porque nos amamos, estabelecemos assim que estando você em mim, e eu em ti, teremos, por fim, as ferramentas necessárias que nos manterão vivos, ainda que fora do corpo que abriga nossas almas.
Amar e ser amado é como a relação entre a planta e seu jardineiro.
O ser amado (jardineiro) traz consigo os conhecimentos de que para o amor obter longevidade, será preciso vincular ás suas raízes, características próprias do seu oficio, como confiança, segurança e proteção, para que ela (relação) se desenvolva em comunhão com seu zelo.
Por outro lado, quem ama, guarda consigo a essência (semente) de tudo o que lhe é concreto, e do que poderá vir a ser quando for plantada e assim possa receber os cuidados especiais para que este amor floresça forte e sadio.
"O maior favor que se pode fazer a uma semente, é enterrá-la."
Ao andar de mãos dadas, você não somente transmite a mensagem de que não está sozinho(a), como ainda envia, sutilmente, fragmentos do seu estado de espírito. É como se ao ser observados andando juntinhos, entrelaçados pelos dedos (e almas), os olhos alheios percebessem que ali não vão duas pessoas, mas sim o resultado da união deles. Seria como uma transformação instantânea de "ele e ela", para "eles".
E isso acaba sendo um incentivo/exemplo do que outros podem querer para suas experiências, também.
Existe coisa mais bonita e motivadora, para jovens casais, do que ver um casal de idosos, andando, ainda que com dificuldades impostas pelo tempo, de mãos dadas e com um sorrir estampado no rosto? Aposto que sua resposta também é um sonoro "Não!".
Andar de mãos dadas, ao menos pra mim, é uma espécie de garantia de um porto seguro sempre ali, pra mim e pra ela, quando a gente vier a precisar. É deixar registrado que a gente até pode adiantar o passo ou retardá-lo, que ainda assim aquela pessoa que escolhemos para estar ao lado e ser nossa companhia, continuará perto o suficiente para que possamos nos sentir seguros o bastante para encarar qualquer obstáculo que possa surgir.
Quer saber? Você fica tão mais linda quando sorri assim, distraidamente. É como se inconscientemente você fizesse uma homenagem aos tantos olhares que ligeiramente atravessam teu caminho sem nem suspeitar do que existe por trás de tanta harmonia nos passos seguros que escondem com tanta perfeição os sintomas das noites - por vezes - mal dormidas.
Larga mão deste espelho e me olha nos olhos. Eles quase sempre farão festa ao lhe contar como você realmente é e frequentemente não nota.
Será que não percebe como eles se iluminam como farol na beira do mar, sempre que eu lhe vejo? Será que você nunca reparou no quanto eu fico sem jeito quando você me devolve o olhar e neste instante eu estremeço por dentro, e permaneço alguns segundos inerte, sem saber bem o que dizer, já que minha atenção está voltada inteiramente para sua boca que me dá mil explicações pelo interminável atraso de 10 minutos?
Preste mais atenção nos meus sinais. Assim você perceberá, por exemplo, como eu sempre abro um sorriso bobo quando lhe ouço falar com tanta veemência sobre o aterrorizante defeito no seu nariz, que só você vê enquanto eu perduro sorrindo do seu jeito acanhado de dizer que eu só posso estar cego por não notar. Ou quando me diz que de tão inquieta, mais uma vez cortou o cabelo e se arrependeu amargamente de ter se desfeito dos enormes 2 centímetros.
Ah, se você pudesse ver a si mesma através dos meus olhos!
Ás vezes a gente dá uma sorte danada de encontrar alguém para quem se possa dizer: Caramba! Por que não nos encontramos, antes? Me sinto tão bem contigo que é como se a gente já se conhecesse de outros tempos. Outras vidas, quem sabe!?
E tomara que a gente não perca a esperança de (re)ver a fartura dos sorrisos largos, porque esses iluminam tanto quanto sol de primavera.
Que os reencontros sejam sempre marcados pelos abraços mais apertados e sinceros. E que as partidas - quase sempre doloridas - sejam como uma breve pausa entre um beijo no olho e outro na ponta do nariz.
Que não precisemos esperar pelo inverno para nos permitir a graça de sermos e termos a companhia mais desejada para compartilhar o calor humano. E que na falta do que dizer, optemos por autorizar o coração a contar o que sabe. E que ele sempre seja o nosso companheiro de leitura.
Que antes de precisar de alguém, saibamos conviver apenas conosco. E que assim possamos oferecer o melhor de nós para quem não tiver medo de ficar.
E que aqueles que amam não deixem de dizer o que sentem. E tendo dito, que sigam a partir dai, tendo o passado sendo conjugado sempre no seu tempo, ainda que por vezes ele teime em bater à porta do presente.
