Poemas Curtos Tristes
Meu peito pesa, as costas encurvam, os ossos tremem, ninguém me disse antes que a solidão era de chumbo e nem me servia de escudo...
O que eu verdadeiramente falo apenas se pode sentir, não ouvir.
É necessário estar dentro de alguém para ouvi-lo bem.
A dor escorreu, mole e malemolente, pela rachadura que eu pensava ser invisível. Não era.
Na verdade era uma falésia de frente para o mar, e eu me via afogar...
Cansei.
Que energia se vai no simular alegria e contentamento, e todo mundo acreditar, que deselegância...
Sou afável, desagradável, perceptiva, desapercebida, lisa, rugosa, pequena, grande, inquieta por dentro, sonolenta por fora, minto para mim mesma.
Só por hoje, vou fazer o mesmo de ontem e de tantos dias antes de ontem.
Só por hoje, só por agora, só por essa dor que não se deixa tocar e não passa...
Só me dê a mão agora, me ajude a entender por que no mundo há tanta coisa breve que devia durar, e outras tantas coisas que deviam ser fugazes e parecem para sempre...
Talvez eu sempre tenha desejado mais do que me estava prescrito.
Ou talvez então - quem sabe! - eu esteja seguindo meu alegre e improvável destino!
A felicidade é complicada. A depressão é fácil, confortável, te mantém em um carrossel de emoções que te distrai, porém não te leva a lugar algum. Se ser feliz fosse fácil, todo mundo seria.
Me dê imortalidade, e terei todo o conhecimento; mas também, serei o homem mais infeliz que nesta Terra já perdurou.
Que pena! Não há mais conversas. Não há mais diálogos. Ninguém escuta ninguém. Cada um quer ter razão. Cada qual com sua televisão. Cada qual com seu conforto. Com suas coisas... É solidão que chama?
Quando, porventura, olhardes o fundo de meus olhos ímpios, vereis, então, o que esconde o buraco em minh’alma.
E é demasiado.
