Poemas com Rimas de minha Rua
Metade da minha inteligência absorveu a metade do meu desconhecimento, as outras metades de ambas, confrontam-se diariamente na progressão da minha existência.
Carrego um manicómio nas mais diversas áreas da minha existência que, utilizo ao longo da minha lucidez.
Quando encontro a minha solidão, fixo o olhar no silêncio e consigo ver-te. Nesse meditativo momento, reparo que intimamente não estou só.
A minha alma coabita no meu corpo, esta intensa convivência torna-me eternamente inseparável da vida: até à chegada da humana mortalidade.
Vou mochilar até às extremidades internas do silêncio: escuto a minha alma e o vocabulário da Natureza.
— O que é o Amor?
— Amor é: a minha mortalidade humana unificada à imortalidade do que sinto por ti.
A minha existência, para ti, estará sempre aberta. A minha ausência, para ti, estará sempre fechada.
A saudade que sinto por ti não é instantânea. É uma saudade que quero devolver-te com a minha boca a escorrer poemas.
A tua alma disse para a minha alma: adoro quando tu tiras-me a roupa e vagarosamente
tiras-me o corpo.
O tempo corre velozmente e leva a vida nessa inalterável corrida, e antes que a minha vida alcance a meta, quero dizer-te que amei-te em todo o percurso.
Nos reencontramos novamente. Depois de milhares de anos a sua espera minha alma te viu , te sentiu, abraçou a sua, mas, sinto que o medo nos afastou. Não tive sorte, voltei, mas meu corpo não veio comigo e eu não consigo me sentir completo. Sei que serei eternamente um andarilho andando de um lado para o outro procurando o que não está neste mundo. Minha maldição é não conseguir parar em lugar nenhum. Sempre indo atrás do impossível
Não volto, não sei como . Há muito tempo perdi parte de mim , minha memória falha não me permite lembrar onde. Desde então, não parei de me decompor. Todos os dias, a todo momento me deixo nos lugares por onde passo buscando me esvaziar de mim. Tive a ilusão que me espalhando por todo canto eu desapareceria juntamente com o vazio que me preenchia e fui me dividindo, de tanto me dividir me tornei indivisível, e o vazio, o vazio não desapareceu. Foi no meu último segundo que percebi que nem mesmo virando cinzas o vazio em me desapareceria, o vazio não estava em mim, o vazio era eu.
Minha Ansiedade me causa medo, medo do oculto, medo do inexistente. Medo que paralisa meu corpo e minha alma. Em questão de milésimos de segudos encontro-me entre a vida e a morte. Confesso que há dias que não luto, permaneço estático enquanto minha mente me destrói por dentro e por fora.