Poemas Amor que Rima
A essência da poesia
Está nas rochas
No som que o mar revolto produz
No silêncio falante da natureza
Naquilo que só o coração sensível o suficiente consegue perceber.
Liberdade de flor
Vive
Lá no fundo do meu ser
Uma flor
Uma flor
Lá no fundo do meu ser
Quer ser livre
Na natureza nada é estático
Se você reparar bem
O céu dança sobre nossas cabeças
Em milhões de formas e cores
As arvores e as flores conversam com o vento
Penso que assim é deve ser nossa vida
Sempre transformação e descobrimento
Compreendendo que a graça está na caminhada
E que os dias de chuva são tão necessários quanto os de sol.
CHINA BUENA...
China buena é assim
Não me deixa matear solito
A tarde chega no fim
E ao chergar da lida ela prende o grito
Meu velho faz o mate e te senta perto de mim.
MORENA LINDA...
Morena minha morena
Estou contando os dias
Para que essa pandemia
Cruel e tenebrosa vá simbóra
Porque não vejo a hora
De te abraçar minha pequena.
Filha de Oxum
Sempre que o chão me falta é para as águas que eu corro.
Para os braços da minha mãe.
Onde minhas lágrimas se misturam às suas e são levadas para o mar junto com a minha tristeza,
Tristeza que é transformada em força.
Porque filha de Oxum não abaixa a cabeça,
Filha de Oxum não nasceu para chorar,
Filha de Oxum não nasceu para sofrer.
Filha de Oxum nasceu para lutar,
Filha de Oxum nasceu para reinar.
CONTÁGIO
Se for pra contagiar
Que seja de alegria
Se for pra contaminar
Que seja com a harmonia.
Se for pra aglomerar
Aglomere as lembranças
E o número que aumente
Que seja de esperança.
Se for pra contaminar
Que seja de felicidade
Se for pra multiplicar
Multiplique amizade
E se for pra matar
Que seja a saudade.
Indecisão. Eis o mal do homem moderno.
Não sei se A ou se B,
Se aparo ou não a barba.
Se corto o cabelo,
Ou se deixo crescer.
Não sei nem o que sou,
Quiça o que quero fazer.
Só sei de uma coisa. O que com certeza eu não quero ser.
Aprendi com meu pai.
A não fazer como ele,
A não ser como ele.
A escolher não continuar como um homem moderno.
Mas então o que sou?
Um homem no tempo, fora de seu tempo?
Um ponteiro que se volta contra o relógio, eis o que sou?
Eu não sei.
Hoje me reencontrei
em versos antigos
perdidos pelo caminho
no escuro do meu íntimo
hoje eu encontrei
aquela velha poesia
que é nova hoje em dia
que traduz a minha vida
em letras e linhas
depois de passar um tempo a deriva
entregue a própria sorte
Chega um momento que aprendemos
A nos guiar pelo norte
E quando filnalmente há terra a vista
Um porto seguro para atracar
Eis que vem uma onda gigante
e nos arrasta de volta pro mar
Nessa hora não adiantar se desesperar
Ai você toma controle da situação
Mas percebe que lutar contra o mar
E perder por antecipação
Mas importante é não desistir, né ?
Mas, e se desistir for a solução?
E deixar a onda te levar de volta
Seja sua melhor opção
E se o mar for a sua verdadeira liberdade ?
E aterra firme, for pra você uma prisão
Talvez ser náufrago seja menos solitário
Do que ser só mais um na multidão
Depois de muito tempo
hoje te encontrei em meus pensamentos
Nem tinha percebido
que havia te perdido
Năo sei quando, nem onde
nem o que aconteceu
Foi tão natural
que nem nos demos conta
do abismo enorme que surgiu entre nós
Năo sei se foi a rotina
a correria, o trabalho ,os filhos ,as contas
se foi tudo isso, ou nada disso
Ou se foi falta de tempo
de interesse, de desejo ,de dialogo
ou se simplesmente foi a falta
Deixamos de fazer
tudo que gostávamos de fazer juntos
E acabomos deixando
de gostar de tudo que fazíamos
valorizamos de mais as coisas "importantes"
E năo percebemos
que as coisas mais "simples"
eram as que realmente importavam
Nos separamos mesmo estando juntos
Nos tornamos estranhos íntimos,
Năo sabemos mais
nada um sobre o outro
mesmo sabendo de tudo
Năo tem mais coração acelerado
Nem brilho no olhar
Nem sorriso iluminado
Nem suspiro ao chegar
O que temos săo uns:
"bom dia " forçados
Uns diálogos desmotivados
E uns eu "te amo" ensaiados
Eu só queria saber
Em qual caminho nos desencontramos
pra eu poder te alcançar.
Onde foi que vc parou
pra eu poder ir te buscar
onde foi que te perdi
pra eu poder te rencontrar
ESPERANÇA
Um tempo fechado,
Um dia nublado,
O vento gelado,
Vem me encontrar.
A nuvem tão pura,
Que agora, escura,
Me lembra a amargura
Que em mim está.
O dia é tristonho,
E nada encontro
Parece um sonho
Que não posso acordar.
Feito uma criança
Fico na lembrança
Desperto a esperança
E volto a pensar.
Pra lua, eu vejo
Pra ela, almejo
Reforço o desejo
De te encontrar.
Por mal ou por bem
Eu penso em alguém
Será que também
Está a pensar?
A esperança
A esperança não cansa,
ela não murcha,
ela não desaparece,
apenas nós não conseguimos enxerga-la,
mas calma lá!
Não podemos nos desesperar porque com o desespero
nós nunca vamos chegar nenhum lugar
e com muita persistência,
você vai parar,
vai respirar e vai olhar e quando você menos esperar você já vai estar lá.
um poeta não sabe chorar
um poeta não sabe demonstrar
um poeta não sabe falar
o poeta só sabe escrever
quer saber o que um poeta esta pensando?
seus poemas deve ler
pois somente lá ele sabe viver
é onde seus sentimentos conseguem transbordar
um poeta é saber por palavras mostrar
tudo aquilo que gostaria de falar
um poeta é conseguir escrever
tudo aquilo que gostaria de saber
ou para fora botar
um poeta tudo sabe guardar
mas ao mesmo tempo
nada consegue esconder
pois todos conseguem o ler
pois seus poemas mostra
tudo que queria guardar
sem ninguém nunca imaginar
Vestir de livros
Eu era menina inquieta
Travessa como uma pipa no ar
Eu era bola de ping-pong
A mercê de um rumo a tomar
Eu fui adolescente irreverente
Sem travas a me parar
Eu fui adolescente angustiante
Sem um caminho a focar
Eu fui adulto intrigante
Com vários caminhos a percorrer
Eu queria tudo ao mesmo tempo
Com o tempo a me perder
Eu fui adulto interessado
Com muita façanha a fazer
Me interessava por tudo
Depois que
Me dediquei a ler
Hoje sou madura tranquila
Aquela que sabe o que querer
Porque me vesti de bons livros
E viajo pra longe ao ler.
Lupaganini
Hábitos noturnos
Insônia
Pensamentos invasivos
Volto a fita do dia na minha cabeça
Às vezes de todo meu passado
A noite escura e a madrugada acordada
A lua cansada desejando repousar
As estrelas, dormem, sonolentas
Mas, deste pesadelo,
Não é possível acordar
Dama da noite,
Se abre quando cai a escuridão
Floresce na alma a chance do recomeço
Vencer o medo e a desilusão
Enfrentar o caos e a confusão
Quando amanhece os dias
Cheios de contenção
Noite serena,
Traz logo o meu sossego
Traz consigo o desapego
Pra não sofrer tantos com as coisas terrenas
Permanecer em uma vigília eterna
Não trará a calma plena
De ser e de amar
Traz que a noite é pequena
E a vida é curta também pra sonhar
Recordação
Eu quero recordar,
Recordar aquele lugar
Tao seco e doirado
Tao belo e requintado
Como uma joia qualquer,
No peito de uma mulher.
As planícies de perder de vista
Tao cheias de vida e de alpista
Onde bandos de aves ainda voam
E nelas, azinheiras se amontoam.
Naquela terra esquecida
E de pessoas, desprovida
Separada do centro, pelo rio Tejo
Ai, que saudades, do meu Alentejo!
Mulher,
És como flor que perfuma onde passa,
Como sol que ilumina os caminhos.
És como as aguas que modifica o seu redor,
Como o vento que indica a direção.
A mistura de fragilidade e força, com o dom de dar a vida e também de doa-la por quem se ama, dona de si e do seu mundo.
Dom de Deus, abençoada desde o seu nascimento, com sabedoria, graça, beleza e muito mais, que por vezes nos falta, mas que transborda quando temos a sorte encontrá-la.
Esperança e luz, mesmo nos dias nublados nos mostra através do seu sorriso que o sol não brilha somente no céu mas também no seu olhar.
Não sei expressar ainda quão tamanha foi a minha tristeza
Quando descobri que ainda era quarta-feira
A felicidade real sim, eu sei, não consiste nos dias
Em esperar até que a sexta-feira chegue
Ela reside no cotidiano
Quem tem a proeza de viver está descoberta
De acessar a alegria e a liberdade
Na riqueza dos dias, das horas, dos minutos, dos segundos e dos momentos
No aqui e agora
Finalmente encontra o fim do arco-íris
E descobre principalmente que não precisava ter chegado no fim para alcançá-la
Só foi preciso colorir os dias cinzas-nublado
Isso só foi possível com o coração puro cheio de amor, a alma viva e eterna de criança, e a mente firme, porém humilde, com os pés no chão.
