Poemas a um Poeta Olavo Bilac
O medo
O medo bate a porta
Será que da janela
Alguém pode me ouvir?
Será que vem um anjo
Ou alguém interceder por mim?
Na rua escura sobre o céu estrelado
Difícil ouvir algo
Com meu coração tão acelerado
Na ida ou na volta
O medo sempre nos escolta
Será que pra casa eu vou voltar?
Ou mais um caso na TV irá passar?
Um dia novo, mas tudo igual
Na TV passa
O que parece ser normal
Solidão
Se tudo que te dissestes
De nada valerá
Caberá ao meu coração
A solidão de um esilio
Como o trem que passa no trilho
Caberá a mim a vagar
A sociedade
A sociedade exerce um poder
Como um lobo faminto
Tão rígido ao ponto de estraçalhar
Tão severo ao punir
Corpos ocos
Mentes sombrias
Infância dolorosa e fria
De quem só queria sonhar
Providência
Eu vejo cenas de um video alterado
Mudança no cenário
Não importa o pecado
Nada justifica a execução
O jovem já tinha se rendido
Pra que matar o menino
Que pediu pra não morrer
Olha lá o garoto ensanguentado
Colocaram uma arma na mão de Eduardo
E fizeram dois disparos para o lado
Três polícias acusados pela morte
Começaram a ser julgados
O que leva um crime confesso e provado
Levar dez anos para se resolver?
Justiça pelo Eduardo e outras vítimas
Que perderam suas vidas
Nessa guerra de poder
Já fiz até uma reza
Pra isso nunca mais acontecer
Predestinado
Cabeça a mil
Coração angustiado
Mais uma injustiça
Um destino marcado
Será que Deus escolhe seus afilhados?
O menino que não desistiu de sonhar
Victor era um menino
Que tinha o sonho de conhecer o mar
Ele morava no interior
Mas isso não o impedia de sonhar
Andando pra escola
Sempre a cantarolar
Enquanto ele imaginava
os seus pés tocando o mar
Ele guardava uma foto
Que passava horas a olhar
Única ideia que ele tinha
De como realmente era o mar
Um certo dia
Ele ganhou de aniversário
Da madrinha que de longe vinha
Um presente inesperado
Era uma passagem de ida e vinda
E na sua dinda deu um abraço apertado
Chegando no Rio de janeiro
Seu intusiasmo gritava alto
Ele nem podia acreditar
Que seu sonho ia ser realizado
Quando chegou na praia
E seus pés tocaram a areia
O menino começou a chorar
Sua madrinha segurou suas mãos
E continuou a caminhar
Chegando no mar
Se jogou de cabeça
Pulava todas as ondas
E tinha um sorriso de orelha a orelha
Enquanto sua madrinha o admirava
Com tanta proeza
A depressão
A depressão é como um fio desencapado
Transbordando energia de um sentimento Afogado
É como uma onda que tenta te derrubar
Você sente como se tapassem a sua boca pra Ninguém te ouvir gritar
E você luta incansavelmente até se esgotar
Salmo ao Rei
Uma luz, uma estrela no céu anuncia
A vinda de um Rei, Messias e Redentor
Que vem ser a verdade, o caminho e a vida
O filho de Deus pra ser o Nosso Senhor
Ele é o Rei dos reis em quaisquer gerações
Nascido em berço de luz e humildade
Que traz a esperança a todos os corações
É a transformação de toda humanidade
Que venha a saúde e a prosperidade!
Que haja a paz no mundo sem hipocrisia!
Que chegue a perdão, o amor e a bondade!
E que a justiça abra os olhos pro igual...
Que a tolerância produza a harmonia!
Que o Cristo renasça não só no Natal!
"A paixão nada mais é que um estado permissivo de dependência, seja ela em qualquer grau ou de qualquer gênero." "Por mais sábio ou rude, todo ser humano é provido de uma bússola que a chamamos de "tino" e nem sempre ela é precisa, nem no ser mais sábio, nem no ser mais rude, mas ela sempre aponta para um norte."
"Somos complexos e enigmáticos como o mar ao tempo que volúveis e frágeis como são as breves ondas, de aparência imponente..."
Das consumições
No solo
à lágrima caída e fecunda
espinhos de um filho
em subversão
partir no desleixo
é que, à parte, sangra
esfarelam sonhos
e a alma parte
não é só no puxo de mãe
que se sente dor...
também por amor
sofre um viajor
em seus flutuantes dias
vão-se luas
vêm destempos
e à luz dos silêncios
desaparição...
na busca tardia
é que se torna fria
tal conexão
ao voo ingrato
desdéns, rebeldia
fenece-se às chamas
o que noutrora havia...
Das contrições
Entre o gostar e o querer
há um mal sofrível:
o se arrepender...
vem a tristezas atônita
e o peito vazio
vem sentimentos de noites
sem amanhecer
e as vísceras sangram, aflitas
à cruciação
não existe o que mais fazer...
toda dor traz suas sementes
nem todo céu é de encantos
nem todo rio é de encontros
nem todo verso quer rimas
nem todo chão dá poesia
nem há amor que se plante
em terreno baldio.
Evos de solidão
És como águas mortas
de um bruto solipsismo...
que nasce do egocentrismo
nos teus diques e comportas
e impede-nos navegar
nos teus rasos oceanos...
reflui desse imo insano
ardis de cunho vulgar
e lastra em teu caminhar
vislumbres de escuridão
de juízos inumanos
porto que ninguém aporta...
dédalo de tantas portas
sendas a comuns engano
contemplações do ser ufano
sugerem indefinição...
viajor de histórias tortas
em teu destino há respostas
pros evos de solidão...
Mergulho
Não conheci profundezas
sem que ousasse um mergulho
desvelei embrulhos
de alvas belezas...
vivi mil proezas
soçobrando orgulhos
britei pedregulhos
grilhões de avarezas
em simplicidades
busquei alegrias
de vida & entrevindas
renovei folhagem
desprezei bagagens
de vãs incertezas
no mais, em asperezas
não saí dos trilhos...
se em tudo há um brilho
a tristeza é linda
quando o seu traje
se faz de poesias.
Enquanto houver lucidez
Enquanto houver um mínimo de lucidez
nem tudo estará perdido
contraditório ou não
todo equilíbrio é possível...
toda loucura é cabível...
visto que tudo passa
viver não chega a ser insofrível
pois toda a vida é ilusão
a dor pode ser aprazível
pois todo martírio é vão
todo delírio é são
e a morte é iniludível.
Recônditos
Moram em celas sombrias
de um coração baldio
remorsos sem fins
angústias
e ressentimentos
de mornos perjúrios
de afrontas
às boas venturas
por entes
carentes de luz...
sós
como sóis poentes
morrem os poetas
por pudores insepultos
e rogam perdão
prum renascimento...
navegam mares de solidões
bradam às verdades
num hermético cubículo
mas dormem em silêncio...
e em cada gota de tempo
rios de prantos
indiferenças
rebuscas em secas...
por eternidades
vão
por trilhos retorcidos
mortos que se arrastam
por céus já descoloridos...
e sós
arfam
brisas sem movimentos
em climas de objeções
nas aversões de prazeres
e desejos ressequidos.
Um grito em silêncio
Não há nada que aponte um recomeço
nem que aporte as cinzas a ressuscitar
se o agora é de cruz a carregar
qual pecado possui mais justo preço?
lavar as mãos ora não é o que ofereço
os meus pés andam cegos em desamor
sou tão caça quanto fui caçador
sem valor, sem nome nem endereço...
qual druida vestido pelo avesso
enfurnado em lamúrias colossais
ao furor dos arcanjos imparciais
singro à dor de um passado não travesso...
entre mortes & vida vingo os tropeços
e os arfantes estridores dos meus ais.
Dos corolários
Hoje __ um vão solitário
com raízes de passado __
por laço que foi desfeito
com extrema obsessão...
forçou-se em excomunhão
mesmo em lancinante dor
e abnegou-se do amor
ao se abster do prazer...
cativa, morta e à mercê
da própria escravidão
vestiu-se de escuridão
incursa em sua estolidez...
seu nome é solidão
sua alcunha é insensatez
amuo e indisposição;
seu mundo vil: pequenez.
Que bom que há versos nobres de um latim esmerado e que no casebre ao lado residam os verbos pobres...
Se um ao outro descobre qual parentesco de rimas, os dois vivem o mesmo clima com liames e convergências...
Curvar-se é uma reverência e não uma subestima...
Cansei...
um foda-se aos heróis...
preguiça de salvar o mundo
só quero cumprir minha vida
do jeito que sou
e do que não quero ser.
Virá uma sentença
comum para todos nós.
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